Guterres passou testemunho "ao melhor primeiro-ministro neste momento"

09-02-2002
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Guterres Passou Testemunho "ao Melhor Primeiro-ministro Neste Momento"

Por LUCIANO ALVAREZ

Domingo, 27 de Janeiro de 2002 Fim da liderança com discurso de dez minutos António Guterres despediu-se ontem de secretário-geral do PS com discrição e com rasgados elogios a Ferro Rodrigues Entusiasmado sem ser excessivo. Genuíno nos elogios. Presente, mas fugindo ao protagonismo. Saindo agradecido, mas sem dizer adeus. Foi assim que António Guterres se despediu ontem da família socialista enquanto secretário-geral. Na hora de passar o testemunho a Ferro Rodrigues, o ex-lider do PS diz não ter dúvidas que o seu sucessor é "o melhor primeiro-ministro que Portugal pode ter neste momento". Quem esperava ver António Guterres pesaroso na hora da despedida como líder do PS enganou-se. O ainda primeiro-ministro entrou no congresso ao lado do seu sucessor, sorridente, conseguiu aguentar o semblante alegre ao longo de todo o dia. Aplaudiu fortemente os elogios a Ferro Rodrigues e baixou sempre ligeiramente o olhar tentando mostrar modéstia perante os elogios que lhe eram dirigidos. Quando foi chamado a falar por Almeida Santos saiu rápido da cadeira, apresentando-se ao povo socialista com um discurso dinâmico, que muitas vezes não conseguiu imprimir a algumas das suas intervenções nos últimos tempos de secretário-geral. Guterres apontou todo o seu discurso para Ferro, começando logo por apelar a mobilização em torno "daquele a quem compete hoje liderar o projecto socialista". Avançando de imediato para os elogios, Guterres não se poupou às palavras: "Um homem de qualidades excepcionais" e "humano. Um homem "leal com amigos e também com adversários"; "solidário como forma de estar na vida"; "de apego à verdade" e de "intransigente recusa daquilo que alguns chamam a oportunidade política e que, na maior parte dos casos não passa de puro oportunismo." Depois do homem o político. "É também uma homem com qualidades de eficácia e capacidade de decisão", afirmou Guterres, para logo acrescentar que "nunca a segurança social foi tão bem gerida em Portugal como nos tempos de Ferro Rodrigues. Com a plateia a aplaudir quase todos os elogios que Guterres fizia a Ferro Rodrigues, o ainda primeiro-ministro também não podia esquecer a grande bandeira do Governo socialista e que teve como "pai" Ferro Rodrigues, o Rendimento Mínimo Garantido. António Guterres frisou que não estava ali para entrar na discussão de se os seus executivos tinham ou não feito reformas. Agora Guterres tinha uma certeza: "A reforma das reformas era a reforma da segurança social e sobre ela muitos discutiram, o Eduardo Ferro Rodrigues fez." Fugindo a qualquer tentação qualquer medida para um eventual futuro Governo socialista ("não é a mim que me compete aqui falar do programa de Governo de Ferro Rodrigues"), Guterres afirmou, porém, que ele estará sempre de acordo com aquela que é "a visão do PS" e "que está acima de tudo virada para as pessoas". Televisões "roubadas" a Ferro por culpa de Santos No final, António Guterres agradeceu "a todos os socialistas" que o ajudaram "a fazer um país melhor" nos dez anos em que foi líder, bem como "aos militantes anónimos que nunca pediram nada ao PS". Foram dez minutos de discurso em que só os elogios a Ferro Rodrigues entusiasmaram um pouco mais uma plateia entre o frio o morno. Guterres nunca quis puxar para ele qualquer tipo de protagonismo, dando a luz de todos os focos ao seu sucessor. Porém, e tudo por culpa do longo discurso de Almeida Santos, que antecedeu o do ex-secretário geral, foi o ainda primeiro-ministro que acabou por abrir os telejornais televisivos, furando assim a estratégia horária montada pelos socialistas que tinham tudo montado para que às 13 horas fosse Ferro o senhor do palco. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Ferro Rodrigues promete défice zero em 2004

Lacão exigiu ser cabeça-de-lista em Santarém

O reencontro do PS no Coliseu

As medidas de Ferro

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"Quis estar bem com Deus e com o Diabo..."

Breves

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Domingo, 27 de Janeiro de 2002 Fim da liderança com discurso de dez minutos António Guterres despediu-se ontem de secretário-geral do PS com discrição e com rasgados elogios a Ferro Rodrigues Entusiasmado sem ser excessivo. Genuíno nos elogios. Presente, mas fugindo ao protagonismo. Saindo agradecido, mas sem dizer adeus. Foi assim que António Guterres se despediu ontem da família socialista enquanto secretário-geral. Na hora de passar o testemunho a Ferro Rodrigues, o ex-lider do PS diz não ter dúvidas que o seu sucessor é "o melhor primeiro-ministro que Portugal pode ter neste momento". Quem esperava ver António Guterres pesaroso na hora da despedida como líder do PS enganou-se. O ainda primeiro-ministro entrou no congresso ao lado do seu sucessor, sorridente, conseguiu aguentar o semblante alegre ao longo de todo o dia. Aplaudiu fortemente os elogios a Ferro Rodrigues e baixou sempre ligeiramente o olhar tentando mostrar modéstia perante os elogios que lhe eram dirigidos. Quando foi chamado a falar por Almeida Santos saiu rápido da cadeira, apresentando-se ao povo socialista com um discurso dinâmico, que muitas vezes não conseguiu imprimir a algumas das suas intervenções nos últimos tempos de secretário-geral. Guterres apontou todo o seu discurso para Ferro, começando logo por apelar a mobilização em torno "daquele a quem compete hoje liderar o projecto socialista". Avançando de imediato para os elogios, Guterres não se poupou às palavras: "Um homem de qualidades excepcionais" e "humano. Um homem "leal com amigos e também com adversários"; "solidário como forma de estar na vida"; "de apego à verdade" e de "intransigente recusa daquilo que alguns chamam a oportunidade política e que, na maior parte dos casos não passa de puro oportunismo." Depois do homem o político. "É também uma homem com qualidades de eficácia e capacidade de decisão", afirmou Guterres, para logo acrescentar que "nunca a segurança social foi tão bem gerida em Portugal como nos tempos de Ferro Rodrigues. Com a plateia a aplaudir quase todos os elogios que Guterres fizia a Ferro Rodrigues, o ainda primeiro-ministro também não podia esquecer a grande bandeira do Governo socialista e que teve como "pai" Ferro Rodrigues, o Rendimento Mínimo Garantido. António Guterres frisou que não estava ali para entrar na discussão de se os seus executivos tinham ou não feito reformas. Agora Guterres tinha uma certeza: "A reforma das reformas era a reforma da segurança social e sobre ela muitos discutiram, o Eduardo Ferro Rodrigues fez." Fugindo a qualquer tentação qualquer medida para um eventual futuro Governo socialista ("não é a mim que me compete aqui falar do programa de Governo de Ferro Rodrigues"), Guterres afirmou, porém, que ele estará sempre de acordo com aquela que é "a visão do PS" e "que está acima de tudo virada para as pessoas". Televisões "roubadas" a Ferro por culpa de Santos No final, António Guterres agradeceu "a todos os socialistas" que o ajudaram "a fazer um país melhor" nos dez anos em que foi líder, bem como "aos militantes anónimos que nunca pediram nada ao PS". Foram dez minutos de discurso em que só os elogios a Ferro Rodrigues entusiasmaram um pouco mais uma plateia entre o frio o morno. Guterres nunca quis puxar para ele qualquer tipo de protagonismo, dando a luz de todos os focos ao seu sucessor. Porém, e tudo por culpa do longo discurso de Almeida Santos, que antecedeu o do ex-secretário geral, foi o ainda primeiro-ministro que acabou por abrir os telejornais televisivos, furando assim a estratégia horária montada pelos socialistas que tinham tudo montado para que às 13 horas fosse Ferro o senhor do palco. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Ferro Rodrigues promete défice zero em 2004

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