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21-01-2002
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Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2001

O CDS foi o partido mais penalizado. Perdeu São João da Madeira, Albergaria-a-Velha, Vagos e Sever do Vouga (que partilhava com o PS), e teve um resultado desastroso na capital. Manteve Oliveira do Bairro, recuperou Vale de Cambra ao PSD e apanhou boleia da AD em Estarreja. O PSD roubou três câmaras ao CDS e uma ao PS, afirmando-se como o maior partido. O PS resistiu como pôde, acabando por perder apenas Estarreja e reforçando a votação na capital do distrito. R.B.

Uma autêntica hecatombe eleitoral deixa o PCP como a segunda força política no distrito de Beja. Assim, o PS, para além de manter as câmaras de Ferreira do Alentejo, Cuba e Odemira, conquistou ao PCP Alvito, Vidigueira, Barrancos e Mértola. No entanto, perderam para o PSD a cobiçada autarquia de Almodôvar. Os sociais-democratas mantiveram a Câmara de Ourique com a maioria absoluta, vantagem que foi perdida pelos comunistas na Câmara de Beja. O resultado eleitoral na capital do distrito deu três vereadores ao PCP e PS e um ao PSD. Em Moura, os comunistas ganharam a câmara apenas por três votos. C.D.

No distrito de Braga, o PS continua a mandar em oito concelhos e o PSD em seis. Mas com uma diferença qualitativa favorável ao partido "laranja": é que os sociais-democratas, embora perdendo Amares, ganharam (em coligação com o PP) o importante bastião socialista de Famalicão (onde o ex-presidente Agostinho Fernandes ficou em segundo, relegando o candidato do PS, Fernando Moniz, para terceiro). E ficaram apenas a 45 votos da vitória em Vieira do Minho, onde candidataram um padre. No resto, a tendência, à hora do fecho desta edição, apontava para a manutenção das maiorias absolutas já existentes, reforçadas em alguns casos, como sucedeu em Barcelos e Vila Verde. Braga continua um bastião de Mesquita Machado.

O PS perdeu para o PSD na noite de ontem a presidência de quatro municípios no distrito de Bragança. Os socialistas, que em 1989 tinha conseguido a maioria em praticamente todos os municípios do Nordeste, ficaram ontem reduzidos à presidência das autarquias de Torre de Moncorvo, Vinhais e Vila Flor. Os restantes nove estão nas mãos do PSD. A somar às cinco câmaras que já detinham (Bragança, Miranda do Douro, Mirandela, Carrazeda de Ansiães e Freixo-de-Espada-á-Cinta), os sociais-democratas conquistaram ontem Mogadouro, Alfândega da Fé, Vimioso e Macedo de Cavaleiros.

A vitória de Manuel Frexes, no Fundão, e a derrota, em Penamacor, de José Luís Gonçalves (PS) face ao candidato independente apoiado pelos sociais-democratas, Domingos Torrão, entregaram ao PSD dois dos municípios rosa do distrito de Castelo Branco. No entanto, o PS eleva as três câmaras conquistadas em 1997 para cinco, onde se destacam as duas vitórias inesperadas de José Paulo Farinha, na Sertã, uma autarquia que muda de cor pela primeira vez desde o 25 de Abril, e Álvaro Rocha, em Idanha-a-Nova, ambos os concelhos com percentagens de voto muito próximas do PSD. Em Belmonte, Amândio Melo também saiu vencedor pelo PS, assim como Joaquim Morão, em Castelo Branco. Outra surpresa centrou-se na conquista de Vila Velha de Ródão (PSD) para Maria do Carmo Sequeira, do PS. Em Oleiros e Proença-a-Nova, o PSD mantém a hegemonia. O PSD ganhou também em Vila de Rei, em que Irene Barata avança para um quarto mandato. F.L.C.

O distrito de Coimbra deixou ontem de ser um um bastião autárquico socialista. O PSD conservou as oito câmaras onde tinha vencido em 1997 e roubou quatro ao PS - duas em coligação com o CDS-PP, nos concelhos de Montemor-o-Velho e Coimbra, tradicionalmente socialistas. Em Mira, o PSD sozinho bastou para apear o presidente socialista. Tal como em Miranda do Corvo, onde nem a candidatura de Fausto Correia à Assembleia Municipal salvou o PS. Só na Lousã o PS saiu reforçado. Segurou Arganil, Condeixa-a-Nova, Tábua e Góis. N.M.

No distrito de Évora, a CDU continua a ser a força política com o maior número de câmaras (oito), embora tenha perdido três dos seus bastiões - Évora, Borba e Alandroal - para o PS. Para além da conquista destas três câmaras aos comunistas, o PS conseguiu manter as três que ganhara em 1997: Reguengos de Monsaraz, Mourão e Portel.

O PSD, que não conseguiu eleger qualquer vereador em Évora, foi mais uma vez derrotado no distrito, não tendo conquistado qualquer câmara.

O PSD, pela primeira vez, conquistou a maioria das câmaras algarvias. A derrota do PS, em Albufeira, foi a grande surpresa. O líder do PSD-Algarve, Carlos Martins, recordou que "a partir de agora, se calhar, os presidentes vão pensar duas vezes quando derem um lugar de tempo inteiro a um vereador da oposição". A alusão tem a ver com o facto de o novo presidente, Desidério Silva, ter sido o vereador do socialista Arsénio Catuna, com o pelouro das obras, e, assim, viria a conquistar as simpatias que o levaram até à presidência. A CDU perdeu a presidência da única câmara que tinha, Aljezur, e não conseguiu reconquistar Vila Real de Santo António. Além de Faro, Loulé foi outra das grandes vitórias do PSD. O PS conseguiu averbar uma conquista em Lagos, mas não resistiu à derrocada regional. I.R.

Uma onda laranja parece ter varrido o distrito da Guarda, onde o PS resistiu apenas em Seia e na capital do distrito, embora por uma vantagem escassa. Os sociais-democratas ganharam com maioria absoluta em dez câmaras (no Sabugal em coligação com o CDS), tendo roubado aos socialistas as autarquias de Pinhel e Gouveia. A grande novidade no distrito é a vitória do MPT (Movimento Partido da Terra) em Celorico da Beira, por força da candidatura de Júlio Santos, que em 1997 tinha sido eleito presidente da câmara nas listas do PS. R.B.

A vitória do PSD em Óbidos foi a grande surpresa no distrito de Leiria. Sobretudo porque Telmo Faria conseguiu ser eleito com maioria absoluta e com uma votação superior à conquistada pelo socialista José Pereira Júnior nas últimas autárquicas. A mudança de camisola do presidente da Câmara da Batalha, António Lucas, do CDS-PP para o PSD também contribuiu para reforçar a votação do partido social-democrata no distrito, onde passou a liderar 12 dos 16 concelhos. Aliás, à excepção do Bombarral, onde Albuquerque Álvaro perdeu a maioria absoluta, o PSD manteve a maioria absoluta em todos os concelhos. Além de ter ficado sem a Câmara de Óbidos, o PS perdeu ainda a maioria absoluta na Marinha Grande e em Peniche, embora tenha sido reeleito em Castanheira de Pêra e em Figueiró dos Vinhos com uma larga vantagem de votos. A.B.

O PS perdeu, no distrito de Lisboa, quatro câmaras para o PSD - Cadaval, Cascais, Lisboa e Sintra -, mas continua a ter o maior número de autarquias no distrito (oito) porque conseguiu ganhar no recém-criado município de Odivelas e derrotou a CDU no concelho de Loures. A coligação saiu, aliás, mais uma vez derrotada das eleições de ontem e continua a perder autarquias no distrito de Lisboa - actualmente tem apenas a Câmara de Sobral de Monte Agraço.

A vitória de Rui Rio na capital do distrito foi a grande surpresa da noite eleitoral, ofuscando mesmo o resultado obtido em Gaia por Luís Filipe Menezes, que teve mais do dobro dos votos dos socialistas. Uma primeira leitura dos resultados aponta para alguma erosão das principais figuras do distrito, independentemente da sua cor política. Narciso Miranda, em Matosinhos, Mário de Almeida, em Vila do Conde e Vieira de carvalho, na Maia, mantiveram a maioria absoluta, mas baixaram as respectivas votações. A excepção foi o social-democrata Macedo Vieira, na Póvoa, que reforçou a maioria absoluta. De resto, em Penafiel ocorreu a outra transferência de câmara, com o PS a perder para uma coligação PSD/CDS. Avelino Ferreira Torres manteve o Marco de Canaveses no CDS, e no novo concelho da Trofa confirmou-se o favoritismo do PSD, que resistiu até às divisões internas. F.F./R.B.

No distrito de Portalegre, o PSD subiu de duas para cinco câmaras. Além de preservar Alter do Chão e Fronteira, arrebatou ao PS três câmaras: a capital do distrito, Portalegre, Castelo de Vide e Sousel. Os comunistas mantiveram os três municípios que detinham: Avis, Monforte e Nisa. Passando assim as câmaras governadas pelo PS de dez para sete.

Na cidade de Portalegre, o candidato independente do PSD, Mata Cáceres, irmão do socialista que perdeu Setúbal para o PS, destronou Amílcar Santos. Em Castelo de Vide, o novo presidente da câmara é Grincho Ribeiro e em Sousel Machado Carrilho. Os restantes autarcas do distrito, do PS e da CDU, constituem reeleições, à excepção de Nisa, que, mantendo um autarca comunista no poder, trocou Manuel Basso por Gabriela Tsukamoto.

Elvas, o maior bastião rosa do distrito, não sofreu qualquer abalo, com Rondão Almeida a continuar a presidir. António Torneiro ficou como vereador pela coligação PSD/CDS-PP. Eleição que provocou intensos confrontos políticos e pessoais em toda a campanha no distrito e que promete uma presidência animada.

Das cinco coligações que o CDS-PP fez com o PSD no distrito, obteve sete mandatos. O PS continua à frente com 38 mandatos (menos cinco que em 1997), seguido do PSD com 21 (mais três que em 1997) e da CDU com 15 mandatos (que tinha conseguido 19 em 1997). A.F.

Para além do Entroncamento e Sardoal - perdidos para o PSD -, o PS vê fugir Alcanena para o socialista tornado independente, Luís Azevedo. No total, o partido do Governo não desce muito no distrito. Mas as duas câmaras a menos transformam o PS num dos perdedores destas eleições, juntamente com a CDU. Uma coligação que vê confirmada a perda de Salvaterra de Magos para a presidente ex-comunista e agora bloquista Ana Cristina Ribeiro.

Embora a CDU tenha reconquistado a capital do distrito, cedeu terreno para os socialistas e perdeu dois concelhos emblemáticos do PCP: Barreiro, o "bastião do proletariado", Grândola, "Vila Morena". Outra derrota da CDU aconteceu surpreendentemente em Alcochete onde o PS conseguiu a maioria absoluta - Sines e Santiago do Cacém permaneceram, por escassos votos, nas mãos dos PCP/PEV. Com a manutenção "rosa" no Montijo e em Sesimbra, o PS sobe de três para cinco municípios no distrito, contra oito da CDU, razão para o presidente da distrital do PS, Alberto Antunes, falar de uma vitória. M.M.M.

Para além dos bons resultados nacionais, Durão Barroso tem um outro motivo par estar satisfeito: o concelho onde há mais de 20 anos passa férias - Caminha, na praia de Moledo - passou finalmente a ser "laranja", com a inesperada vitória de Júlia Paula, que venceu folgadamente o candidato do PS, Jorge Fão, que tentava segurar a autarquia liderada por Valdemar Patrício. No resto do distrito, tudo ficou na mesma, com pequenas "nuances": a CDU reentrou na câmara de Viana, que o PS manteve, apesar da forte aposta da AD; a campanha à americana de Campos Ferreira, da AD, de nada serviu em Valença; Campelo perdeu um vereador em Ponte de Lima e José Emílio Moreira reforçou-se muito em Monção. Resultado: a "rosa" perde alguma força no distrito, ficando com 6 concelhos, contra 3 do PSD e um do independente Campelo, que risca do mapa o PP. A.P.

No distrito de Vila Real, a maior surpresa foi talvez a viragem em Murça, onde o social-democrata José Gomes perdeu a autarquia para as mãos do seu actual vereador, João Teixeira, que se candidatou pelo PS. Gomes parece ter sido penalizado por ter gerido o dossier autárquicas com algum distanciamento, convencido da vitória. O PS ganhou Murça, mas perdeu duas câmaras - Chaves e Vila Pouca de Aguiar, esta última por escassos 40 votos a favor de uma coligação PSD-PP. O distrito ficou assim mais laranja: 9 câmaras do PSD e cinco do PS. Em Ribeira de Pena, o PS perdeu por apenas... dois votos (esta votação vai ainda ser confirmada) e em Alijó, por 124 votos. E, em Vila Real, o PS voltou a diminuir consideravelmente a sua base eleitoral em favor do PSD. C.P.

Em Resende assistiu-se à queda de um dinossauro autárquico. Brito de Matos, do PSD, que mandava na Câmara desde 1976, perdeu com estrondo para o socialista António Borges, que conquistou a maioria absoluta. De resto registou-se o tradicional domínio laranja na maioria dos 24 concelhos de Viseu, mas o PS, embora perdendo Vouzela, manteve Cinfães, Lamego, Mortágua, Nelas, Santa Comba Dão, Tarouca e Vila Nova de Paiva. Na capital do distrito, Fernando Ruas voltpou a garantir a maioria absoluta para o PSD. Registe-se, ainda, a tendência para o desaparecimento do CDS-PP, que já foi uma força importante na região. F.F.

Contas feitas, o PS-Açores acabou por manter a votação de há quatro anos. O problema é que o presidente do governo regional, Carlos César, há muito que pedia mais câmaras aos açorianos. Mas estes não quiseram harmonizar o governo com as câmaras. Os socialistas falharam Ponta Delgada, não tiraram Madalena nem Santa Cruz da Graciosa. E nem a vitória em Santa Cruz das Flores ajudou Carlos César, já que perdeu Povoação. O líder açoriano acabou a noite visivelmente irritado. N.M.

O PSD de Jardim conquistou a totalidade dos municípios da Madeira onde a coligação PS/PP sofreu uma retumbante derrota. O último bastião oposicionista, a Câmara de Machico, foi reconquistado ao PS pelos sociais-democratas, que, com a maioria absoluta em todas as câmaras e assembleias municipais, só não conseguiram vencer em quatro das 57 freguesias do arquipélago: Gaula, Arco da Calheta e Ponta do Pargo (PS/PP) e Machico (PS). Há quatro anos, o PSD perdera sete juntas. T. de N.

Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2001

O CDS foi o partido mais penalizado. Perdeu São João da Madeira, Albergaria-a-Velha, Vagos e Sever do Vouga (que partilhava com o PS), e teve um resultado desastroso na capital. Manteve Oliveira do Bairro, recuperou Vale de Cambra ao PSD e apanhou boleia da AD em Estarreja. O PSD roubou três câmaras ao CDS e uma ao PS, afirmando-se como o maior partido. O PS resistiu como pôde, acabando por perder apenas Estarreja e reforçando a votação na capital do distrito. R.B.

Uma autêntica hecatombe eleitoral deixa o PCP como a segunda força política no distrito de Beja. Assim, o PS, para além de manter as câmaras de Ferreira do Alentejo, Cuba e Odemira, conquistou ao PCP Alvito, Vidigueira, Barrancos e Mértola. No entanto, perderam para o PSD a cobiçada autarquia de Almodôvar. Os sociais-democratas mantiveram a Câmara de Ourique com a maioria absoluta, vantagem que foi perdida pelos comunistas na Câmara de Beja. O resultado eleitoral na capital do distrito deu três vereadores ao PCP e PS e um ao PSD. Em Moura, os comunistas ganharam a câmara apenas por três votos. C.D.

No distrito de Braga, o PS continua a mandar em oito concelhos e o PSD em seis. Mas com uma diferença qualitativa favorável ao partido "laranja": é que os sociais-democratas, embora perdendo Amares, ganharam (em coligação com o PP) o importante bastião socialista de Famalicão (onde o ex-presidente Agostinho Fernandes ficou em segundo, relegando o candidato do PS, Fernando Moniz, para terceiro). E ficaram apenas a 45 votos da vitória em Vieira do Minho, onde candidataram um padre. No resto, a tendência, à hora do fecho desta edição, apontava para a manutenção das maiorias absolutas já existentes, reforçadas em alguns casos, como sucedeu em Barcelos e Vila Verde. Braga continua um bastião de Mesquita Machado.

O PS perdeu para o PSD na noite de ontem a presidência de quatro municípios no distrito de Bragança. Os socialistas, que em 1989 tinha conseguido a maioria em praticamente todos os municípios do Nordeste, ficaram ontem reduzidos à presidência das autarquias de Torre de Moncorvo, Vinhais e Vila Flor. Os restantes nove estão nas mãos do PSD. A somar às cinco câmaras que já detinham (Bragança, Miranda do Douro, Mirandela, Carrazeda de Ansiães e Freixo-de-Espada-á-Cinta), os sociais-democratas conquistaram ontem Mogadouro, Alfândega da Fé, Vimioso e Macedo de Cavaleiros.

A vitória de Manuel Frexes, no Fundão, e a derrota, em Penamacor, de José Luís Gonçalves (PS) face ao candidato independente apoiado pelos sociais-democratas, Domingos Torrão, entregaram ao PSD dois dos municípios rosa do distrito de Castelo Branco. No entanto, o PS eleva as três câmaras conquistadas em 1997 para cinco, onde se destacam as duas vitórias inesperadas de José Paulo Farinha, na Sertã, uma autarquia que muda de cor pela primeira vez desde o 25 de Abril, e Álvaro Rocha, em Idanha-a-Nova, ambos os concelhos com percentagens de voto muito próximas do PSD. Em Belmonte, Amândio Melo também saiu vencedor pelo PS, assim como Joaquim Morão, em Castelo Branco. Outra surpresa centrou-se na conquista de Vila Velha de Ródão (PSD) para Maria do Carmo Sequeira, do PS. Em Oleiros e Proença-a-Nova, o PSD mantém a hegemonia. O PSD ganhou também em Vila de Rei, em que Irene Barata avança para um quarto mandato. F.L.C.

O distrito de Coimbra deixou ontem de ser um um bastião autárquico socialista. O PSD conservou as oito câmaras onde tinha vencido em 1997 e roubou quatro ao PS - duas em coligação com o CDS-PP, nos concelhos de Montemor-o-Velho e Coimbra, tradicionalmente socialistas. Em Mira, o PSD sozinho bastou para apear o presidente socialista. Tal como em Miranda do Corvo, onde nem a candidatura de Fausto Correia à Assembleia Municipal salvou o PS. Só na Lousã o PS saiu reforçado. Segurou Arganil, Condeixa-a-Nova, Tábua e Góis. N.M.

No distrito de Évora, a CDU continua a ser a força política com o maior número de câmaras (oito), embora tenha perdido três dos seus bastiões - Évora, Borba e Alandroal - para o PS. Para além da conquista destas três câmaras aos comunistas, o PS conseguiu manter as três que ganhara em 1997: Reguengos de Monsaraz, Mourão e Portel.

O PSD, que não conseguiu eleger qualquer vereador em Évora, foi mais uma vez derrotado no distrito, não tendo conquistado qualquer câmara.

O PSD, pela primeira vez, conquistou a maioria das câmaras algarvias. A derrota do PS, em Albufeira, foi a grande surpresa. O líder do PSD-Algarve, Carlos Martins, recordou que "a partir de agora, se calhar, os presidentes vão pensar duas vezes quando derem um lugar de tempo inteiro a um vereador da oposição". A alusão tem a ver com o facto de o novo presidente, Desidério Silva, ter sido o vereador do socialista Arsénio Catuna, com o pelouro das obras, e, assim, viria a conquistar as simpatias que o levaram até à presidência. A CDU perdeu a presidência da única câmara que tinha, Aljezur, e não conseguiu reconquistar Vila Real de Santo António. Além de Faro, Loulé foi outra das grandes vitórias do PSD. O PS conseguiu averbar uma conquista em Lagos, mas não resistiu à derrocada regional. I.R.

Uma onda laranja parece ter varrido o distrito da Guarda, onde o PS resistiu apenas em Seia e na capital do distrito, embora por uma vantagem escassa. Os sociais-democratas ganharam com maioria absoluta em dez câmaras (no Sabugal em coligação com o CDS), tendo roubado aos socialistas as autarquias de Pinhel e Gouveia. A grande novidade no distrito é a vitória do MPT (Movimento Partido da Terra) em Celorico da Beira, por força da candidatura de Júlio Santos, que em 1997 tinha sido eleito presidente da câmara nas listas do PS. R.B.

A vitória do PSD em Óbidos foi a grande surpresa no distrito de Leiria. Sobretudo porque Telmo Faria conseguiu ser eleito com maioria absoluta e com uma votação superior à conquistada pelo socialista José Pereira Júnior nas últimas autárquicas. A mudança de camisola do presidente da Câmara da Batalha, António Lucas, do CDS-PP para o PSD também contribuiu para reforçar a votação do partido social-democrata no distrito, onde passou a liderar 12 dos 16 concelhos. Aliás, à excepção do Bombarral, onde Albuquerque Álvaro perdeu a maioria absoluta, o PSD manteve a maioria absoluta em todos os concelhos. Além de ter ficado sem a Câmara de Óbidos, o PS perdeu ainda a maioria absoluta na Marinha Grande e em Peniche, embora tenha sido reeleito em Castanheira de Pêra e em Figueiró dos Vinhos com uma larga vantagem de votos. A.B.

O PS perdeu, no distrito de Lisboa, quatro câmaras para o PSD - Cadaval, Cascais, Lisboa e Sintra -, mas continua a ter o maior número de autarquias no distrito (oito) porque conseguiu ganhar no recém-criado município de Odivelas e derrotou a CDU no concelho de Loures. A coligação saiu, aliás, mais uma vez derrotada das eleições de ontem e continua a perder autarquias no distrito de Lisboa - actualmente tem apenas a Câmara de Sobral de Monte Agraço.

A vitória de Rui Rio na capital do distrito foi a grande surpresa da noite eleitoral, ofuscando mesmo o resultado obtido em Gaia por Luís Filipe Menezes, que teve mais do dobro dos votos dos socialistas. Uma primeira leitura dos resultados aponta para alguma erosão das principais figuras do distrito, independentemente da sua cor política. Narciso Miranda, em Matosinhos, Mário de Almeida, em Vila do Conde e Vieira de carvalho, na Maia, mantiveram a maioria absoluta, mas baixaram as respectivas votações. A excepção foi o social-democrata Macedo Vieira, na Póvoa, que reforçou a maioria absoluta. De resto, em Penafiel ocorreu a outra transferência de câmara, com o PS a perder para uma coligação PSD/CDS. Avelino Ferreira Torres manteve o Marco de Canaveses no CDS, e no novo concelho da Trofa confirmou-se o favoritismo do PSD, que resistiu até às divisões internas. F.F./R.B.

No distrito de Portalegre, o PSD subiu de duas para cinco câmaras. Além de preservar Alter do Chão e Fronteira, arrebatou ao PS três câmaras: a capital do distrito, Portalegre, Castelo de Vide e Sousel. Os comunistas mantiveram os três municípios que detinham: Avis, Monforte e Nisa. Passando assim as câmaras governadas pelo PS de dez para sete.

Na cidade de Portalegre, o candidato independente do PSD, Mata Cáceres, irmão do socialista que perdeu Setúbal para o PS, destronou Amílcar Santos. Em Castelo de Vide, o novo presidente da câmara é Grincho Ribeiro e em Sousel Machado Carrilho. Os restantes autarcas do distrito, do PS e da CDU, constituem reeleições, à excepção de Nisa, que, mantendo um autarca comunista no poder, trocou Manuel Basso por Gabriela Tsukamoto.

Elvas, o maior bastião rosa do distrito, não sofreu qualquer abalo, com Rondão Almeida a continuar a presidir. António Torneiro ficou como vereador pela coligação PSD/CDS-PP. Eleição que provocou intensos confrontos políticos e pessoais em toda a campanha no distrito e que promete uma presidência animada.

Das cinco coligações que o CDS-PP fez com o PSD no distrito, obteve sete mandatos. O PS continua à frente com 38 mandatos (menos cinco que em 1997), seguido do PSD com 21 (mais três que em 1997) e da CDU com 15 mandatos (que tinha conseguido 19 em 1997). A.F.

Para além do Entroncamento e Sardoal - perdidos para o PSD -, o PS vê fugir Alcanena para o socialista tornado independente, Luís Azevedo. No total, o partido do Governo não desce muito no distrito. Mas as duas câmaras a menos transformam o PS num dos perdedores destas eleições, juntamente com a CDU. Uma coligação que vê confirmada a perda de Salvaterra de Magos para a presidente ex-comunista e agora bloquista Ana Cristina Ribeiro.

Embora a CDU tenha reconquistado a capital do distrito, cedeu terreno para os socialistas e perdeu dois concelhos emblemáticos do PCP: Barreiro, o "bastião do proletariado", Grândola, "Vila Morena". Outra derrota da CDU aconteceu surpreendentemente em Alcochete onde o PS conseguiu a maioria absoluta - Sines e Santiago do Cacém permaneceram, por escassos votos, nas mãos dos PCP/PEV. Com a manutenção "rosa" no Montijo e em Sesimbra, o PS sobe de três para cinco municípios no distrito, contra oito da CDU, razão para o presidente da distrital do PS, Alberto Antunes, falar de uma vitória. M.M.M.

Para além dos bons resultados nacionais, Durão Barroso tem um outro motivo par estar satisfeito: o concelho onde há mais de 20 anos passa férias - Caminha, na praia de Moledo - passou finalmente a ser "laranja", com a inesperada vitória de Júlia Paula, que venceu folgadamente o candidato do PS, Jorge Fão, que tentava segurar a autarquia liderada por Valdemar Patrício. No resto do distrito, tudo ficou na mesma, com pequenas "nuances": a CDU reentrou na câmara de Viana, que o PS manteve, apesar da forte aposta da AD; a campanha à americana de Campos Ferreira, da AD, de nada serviu em Valença; Campelo perdeu um vereador em Ponte de Lima e José Emílio Moreira reforçou-se muito em Monção. Resultado: a "rosa" perde alguma força no distrito, ficando com 6 concelhos, contra 3 do PSD e um do independente Campelo, que risca do mapa o PP. A.P.

No distrito de Vila Real, a maior surpresa foi talvez a viragem em Murça, onde o social-democrata José Gomes perdeu a autarquia para as mãos do seu actual vereador, João Teixeira, que se candidatou pelo PS. Gomes parece ter sido penalizado por ter gerido o dossier autárquicas com algum distanciamento, convencido da vitória. O PS ganhou Murça, mas perdeu duas câmaras - Chaves e Vila Pouca de Aguiar, esta última por escassos 40 votos a favor de uma coligação PSD-PP. O distrito ficou assim mais laranja: 9 câmaras do PSD e cinco do PS. Em Ribeira de Pena, o PS perdeu por apenas... dois votos (esta votação vai ainda ser confirmada) e em Alijó, por 124 votos. E, em Vila Real, o PS voltou a diminuir consideravelmente a sua base eleitoral em favor do PSD. C.P.

Em Resende assistiu-se à queda de um dinossauro autárquico. Brito de Matos, do PSD, que mandava na Câmara desde 1976, perdeu com estrondo para o socialista António Borges, que conquistou a maioria absoluta. De resto registou-se o tradicional domínio laranja na maioria dos 24 concelhos de Viseu, mas o PS, embora perdendo Vouzela, manteve Cinfães, Lamego, Mortágua, Nelas, Santa Comba Dão, Tarouca e Vila Nova de Paiva. Na capital do distrito, Fernando Ruas voltpou a garantir a maioria absoluta para o PSD. Registe-se, ainda, a tendência para o desaparecimento do CDS-PP, que já foi uma força importante na região. F.F.

Contas feitas, o PS-Açores acabou por manter a votação de há quatro anos. O problema é que o presidente do governo regional, Carlos César, há muito que pedia mais câmaras aos açorianos. Mas estes não quiseram harmonizar o governo com as câmaras. Os socialistas falharam Ponta Delgada, não tiraram Madalena nem Santa Cruz da Graciosa. E nem a vitória em Santa Cruz das Flores ajudou Carlos César, já que perdeu Povoação. O líder açoriano acabou a noite visivelmente irritado. N.M.

O PSD de Jardim conquistou a totalidade dos municípios da Madeira onde a coligação PS/PP sofreu uma retumbante derrota. O último bastião oposicionista, a Câmara de Machico, foi reconquistado ao PS pelos sociais-democratas, que, com a maioria absoluta em todas as câmaras e assembleias municipais, só não conseguiram vencer em quatro das 57 freguesias do arquipélago: Gaula, Arco da Calheta e Ponta do Pargo (PS/PP) e Machico (PS). Há quatro anos, o PSD perdera sete juntas. T. de N.

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