EXPRESSO: Opinião

17-02-2001
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SINTRA

Buzinão

Fernando Madrinha

«Ao buzinão'' no IC-19 aplica-se o velho ditado: o pior cego é aquele que não quer ver. Perante um protesto em que nem era a principal visada, mas sim o Governo - e o ministro Jorge Coelho, em particular -, Edite Estrela apressou-se a acusar a comissão de utentes de ser obra de comunistas.»

NA MESMA semana em que se instituiu o dia mensal sem carros no centro histórico de Sintra, Edite Estrela ouviu um «buzinão» no IC-19, que todos os dias do mês leva milhares de pessoas ao desespero. A ironia destes actos vistos em conjunto não dispensa que se fale deles separadamente.

Sobre o primeiro, é preciso dizer que Sintra veio lembrar-nos de que, em Setembro, houve um Dia Europeu sem Carros a que aderiram todas as grandes cidades e algumas vilas portuguesas. Nesse dia, ministros, autarcas e outros dignitários juraram a pés juntos que aquele era o primeiro passo de uma caminhada gloriosa que haveria de devolver às pessoas as cidades onde manda o automóvel. Até esta semana não houve notícia de alguém ter tomado uma decisão que fosse para cumprir o prometido. A Câmara de Sintra foi a primeira e, por isso, merece aplauso.

Quanto ao «buzinão», aplica-se o velho ditado: o pior cego é aquele que não quer ver. Perante um protesto em que nem era a principal visada, mas sim o Governo - e o ministro Jorge Coelho, em particular -, Edite Estrela apressou-se a acusar a comissão de utentes de ser obra de comunistas.

Ora, se o buzinão não se transformar em bloqueio, toda a gente o aplaudirá. E o PCP deve sentir-se agradecido por ter sido associado a um protesto mais do que justo. Foi isso que, por causa de um excesso de zelo partidário, Edite Estrela não quis ver.

E-mail: fmadrinha@mail.expresso.pt

SINTRA

Buzinão

Fernando Madrinha

«Ao buzinão'' no IC-19 aplica-se o velho ditado: o pior cego é aquele que não quer ver. Perante um protesto em que nem era a principal visada, mas sim o Governo - e o ministro Jorge Coelho, em particular -, Edite Estrela apressou-se a acusar a comissão de utentes de ser obra de comunistas.»

NA MESMA semana em que se instituiu o dia mensal sem carros no centro histórico de Sintra, Edite Estrela ouviu um «buzinão» no IC-19, que todos os dias do mês leva milhares de pessoas ao desespero. A ironia destes actos vistos em conjunto não dispensa que se fale deles separadamente.

Sobre o primeiro, é preciso dizer que Sintra veio lembrar-nos de que, em Setembro, houve um Dia Europeu sem Carros a que aderiram todas as grandes cidades e algumas vilas portuguesas. Nesse dia, ministros, autarcas e outros dignitários juraram a pés juntos que aquele era o primeiro passo de uma caminhada gloriosa que haveria de devolver às pessoas as cidades onde manda o automóvel. Até esta semana não houve notícia de alguém ter tomado uma decisão que fosse para cumprir o prometido. A Câmara de Sintra foi a primeira e, por isso, merece aplauso.

Quanto ao «buzinão», aplica-se o velho ditado: o pior cego é aquele que não quer ver. Perante um protesto em que nem era a principal visada, mas sim o Governo - e o ministro Jorge Coelho, em particular -, Edite Estrela apressou-se a acusar a comissão de utentes de ser obra de comunistas.

Ora, se o buzinão não se transformar em bloqueio, toda a gente o aplaudirá. E o PCP deve sentir-se agradecido por ter sido associado a um protesto mais do que justo. Foi isso que, por causa de um excesso de zelo partidário, Edite Estrela não quis ver.

E-mail: fmadrinha@mail.expresso.pt

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