Ferreira do Amaral critica Edite Estrela

19-02-2001
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Candidato social-democrata com Sampaio no caso do urânio empobrecido no Kosovo

Ferreira do Amaral Critica Edite Estrela

Por HELENA PEREIRA

Quarta-feira, 3 de Janeiro de 2001 Chegou o dia em que Ferreira do Amaral esteve de acordo com Jorge Sampaio. Por causa do urânio empobrecido no Kosovo, o candidato do PSD pediu prudência e não foi na onda de pedir a demissão do chefe do Estado-Maior do Exército. À RR, confessou preferir ser visto como um berbequim do que um polvo e acrescentou não saber se conta com o voto da família. E ataca Edite Estrela por querer "arregimentar" a Igreja para a candidatura de Jorge Sampaio. Ferreira do Amaral não tem dúvidas sobre as intenções de Edite Estrela ao cometer a inconfidência de contar uma conversa com D.José Policarpo numa sessão da candidatura de Jorge Sampaio. Para o candidato apoiado pelo PSD foi um episódio "muito deselegante" que tem a óbvia intenção de querer "arregimentar" a Igreja para o lado de Jorge Sampaio. Ferreira do Amaral desafiou Jorge Sampaio a demarcar-se de Edite Estrela e ainda espera que isso venha a acontecer. Este caso das declarações de Edite Estrela e o do alegado efeito do urânio empobrecido na saúde dos soldados que estão em missão no Kosovo marcaram o dia de ontem de Ferreira do Amaral. O candidato foi o último a pronunciar-se sobre o caso do urânio empobrecido e o único a concordar com as posições assumidas nesta matéria pelo actual Presidente e candidato do PS, Jorge Sampaio. O antigo ministro de Cavaco Silva tem aproveitado todos os assuntos para atacar Sampaio, mas ontem adoptou uma atitude mais moderada e considerou, em entrevista à Rádio Renascença, que é preciso prudência e que não embarca na onda de pedidos de demissão do chefe de Estado-Maior do Exército, general Martins Barrento, que disse que as notícias sobre os malefícios de urânio empobrecido são uma manobra dos sérvios. "Estamos aqui num choque de duas questões, ambas graves. Uma, de facto, pode-se tratar, pura e simplesmente, de uma acção psico, como se costuma dizer, e, por isso, é preciso tratar-se com toda a prudência. Outra é a realidade dos factos, que podem ter alguma substância. Portanto, eu acho que numa matéria como esta manda a prudência que só muito bem apurada a questão do ponto de vista técnico é que deve haver uma posição a tomar", afirmou. Quanto à demissão de Martins Barrento, pedida há dois dias pelos candidatos António Abreu, Fernando Rosas e Garcia Pereira, afastou totalmente a hipótese: "Acho que é uma questão em que o comandante supremo das Forças Armadas deve actuar com toda a prudência. E deste ponto de vista estou de acordo com o dr. Jorge Sampaio, quando diz que não se pronuncia sobre o tema." Esta consonância de opinião dá-se após a troca de mimos entre Ferreira e Sampaio, que marcou toda a pré-campanha. O porta-voz do candidato do PSD chamou a Sampaio "a cabeça do polvo socialista" e este acabou por retorquir, referindo-se ao candidato do PSD como um "black-decker". "Entre ser um cefalópodes e ser um berbequim, prefiro ser um berbequim, que é um instrumento útil e eficaz que os portugueses gostam de ter à mão", diria ontem sobre a disputa verbal que se instalou na campanha. Numa conversa que oscilou entre a política e os gostos pessoais, o candidato confessou ainda que, ao contrário da esmagadora maioria dos portugueses, não assistia ao programa da TVI Big Brother e que, se não dorme, pelo menos, oito a nove horas por dia, fica mal-humorado. A manhã de ontem da RR foi dedicada a Ferreira do Amaral. Antes do candidato, passaram pelo estúdio o seu barbeiro, o seu mecânico de automóveis, um dos seus quatro irmãos, Augusto, o monárquico, e um político e amigo de longa data, João de Deus Pinheiro. O irmão mais velho do candidato, fundador do PPM, confessou que nem pelo facto de o seu irmão se candidatar à Presidência da República vai votar desta vez. Por ser contra o regime republicano, nunca vota nas eleições presidenciais e esse princípio vai manter-se, explicou. Joaquim, o candidato, não se mostrou surpreendido: "Não sei dos meus irmãos qual votará em mim. Tenho que fazer uma sondagem lá em casa." João de Deus Pinheiro, também ele um ex-ministro de Cavaco Silva, contou histórias da altura em que estavam no Governo e fez questão de salientar a boa disposição do candidato. "Quando andava a fazer dietas e só comia grelhados, é que andava com um feitio de cão", confessou o colega de partido, que se prepara para lançar em breve outro livro, mas ainda não de memórias. OUTROS TÍTULOS EM POLÍTICA Tufão "Edite" na campanha

Luís Patrão aplaude Sampaio

Citações

Ferreira do Amaral critica Edite Estrela

Durão lamenta contradições

Garcia Pereira aponta "traidores" à pátria

À sombra de dez anos de lixo

Cantar e encantar Vale Fundão

Abreu quer mais debates

Avaliar a qualidade da governação

Tempo de antena

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Ferreira do Amaral Critica Edite Estrela

Por HELENA PEREIRA

Quarta-feira, 3 de Janeiro de 2001 Chegou o dia em que Ferreira do Amaral esteve de acordo com Jorge Sampaio. Por causa do urânio empobrecido no Kosovo, o candidato do PSD pediu prudência e não foi na onda de pedir a demissão do chefe do Estado-Maior do Exército. À RR, confessou preferir ser visto como um berbequim do que um polvo e acrescentou não saber se conta com o voto da família. E ataca Edite Estrela por querer "arregimentar" a Igreja para a candidatura de Jorge Sampaio. Ferreira do Amaral não tem dúvidas sobre as intenções de Edite Estrela ao cometer a inconfidência de contar uma conversa com D.José Policarpo numa sessão da candidatura de Jorge Sampaio. Para o candidato apoiado pelo PSD foi um episódio "muito deselegante" que tem a óbvia intenção de querer "arregimentar" a Igreja para o lado de Jorge Sampaio. Ferreira do Amaral desafiou Jorge Sampaio a demarcar-se de Edite Estrela e ainda espera que isso venha a acontecer. Este caso das declarações de Edite Estrela e o do alegado efeito do urânio empobrecido na saúde dos soldados que estão em missão no Kosovo marcaram o dia de ontem de Ferreira do Amaral. O candidato foi o último a pronunciar-se sobre o caso do urânio empobrecido e o único a concordar com as posições assumidas nesta matéria pelo actual Presidente e candidato do PS, Jorge Sampaio. O antigo ministro de Cavaco Silva tem aproveitado todos os assuntos para atacar Sampaio, mas ontem adoptou uma atitude mais moderada e considerou, em entrevista à Rádio Renascença, que é preciso prudência e que não embarca na onda de pedidos de demissão do chefe de Estado-Maior do Exército, general Martins Barrento, que disse que as notícias sobre os malefícios de urânio empobrecido são uma manobra dos sérvios. "Estamos aqui num choque de duas questões, ambas graves. Uma, de facto, pode-se tratar, pura e simplesmente, de uma acção psico, como se costuma dizer, e, por isso, é preciso tratar-se com toda a prudência. Outra é a realidade dos factos, que podem ter alguma substância. Portanto, eu acho que numa matéria como esta manda a prudência que só muito bem apurada a questão do ponto de vista técnico é que deve haver uma posição a tomar", afirmou. Quanto à demissão de Martins Barrento, pedida há dois dias pelos candidatos António Abreu, Fernando Rosas e Garcia Pereira, afastou totalmente a hipótese: "Acho que é uma questão em que o comandante supremo das Forças Armadas deve actuar com toda a prudência. E deste ponto de vista estou de acordo com o dr. Jorge Sampaio, quando diz que não se pronuncia sobre o tema." Esta consonância de opinião dá-se após a troca de mimos entre Ferreira e Sampaio, que marcou toda a pré-campanha. O porta-voz do candidato do PSD chamou a Sampaio "a cabeça do polvo socialista" e este acabou por retorquir, referindo-se ao candidato do PSD como um "black-decker". "Entre ser um cefalópodes e ser um berbequim, prefiro ser um berbequim, que é um instrumento útil e eficaz que os portugueses gostam de ter à mão", diria ontem sobre a disputa verbal que se instalou na campanha. Numa conversa que oscilou entre a política e os gostos pessoais, o candidato confessou ainda que, ao contrário da esmagadora maioria dos portugueses, não assistia ao programa da TVI Big Brother e que, se não dorme, pelo menos, oito a nove horas por dia, fica mal-humorado. A manhã de ontem da RR foi dedicada a Ferreira do Amaral. Antes do candidato, passaram pelo estúdio o seu barbeiro, o seu mecânico de automóveis, um dos seus quatro irmãos, Augusto, o monárquico, e um político e amigo de longa data, João de Deus Pinheiro. O irmão mais velho do candidato, fundador do PPM, confessou que nem pelo facto de o seu irmão se candidatar à Presidência da República vai votar desta vez. Por ser contra o regime republicano, nunca vota nas eleições presidenciais e esse princípio vai manter-se, explicou. Joaquim, o candidato, não se mostrou surpreendido: "Não sei dos meus irmãos qual votará em mim. Tenho que fazer uma sondagem lá em casa." João de Deus Pinheiro, também ele um ex-ministro de Cavaco Silva, contou histórias da altura em que estavam no Governo e fez questão de salientar a boa disposição do candidato. "Quando andava a fazer dietas e só comia grelhados, é que andava com um feitio de cão", confessou o colega de partido, que se prepara para lançar em breve outro livro, mas ainda não de memórias. OUTROS TÍTULOS EM POLÍTICA Tufão "Edite" na campanha

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