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27-05-2000
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Diário Económico >>

18 de Janeiro

Política - PSD: PSD sem candidato presidencial avança para um Congresso Extraordinário

O PSD não pára. por Constança Cunha e Sá O PSD não pára. Santana Lopes apresentou ontem as assinaturas necessárias para a realização de um Congresso Extraordinário. O presidente da Câmara da Figueira da Foz diz que se candidata se o líder do partido for eleito directamente pelos militantes. Durão Barroso responde com um "murro na mesa". E recusa-se a avançar com um nome no Conselho Nacional de hoje à noite. O PSD já não pode fugir à realização de um Congresso Extraordinário. Nem à discussão da sua liderança. Pedro Santana Lopes apresentou finalmente as assinaturas necessárias à sua convocação, adiantando desde já o principal ponto da ordem de trabalhos: revisão dos estatutos de forma a que a eleição do presidente do partido possa vir a ser feita directamente pelos militantes. Foi ontem ao fim da tarde na sede nacional do PSD. A entrega das assinaturas, feita por Manuel Frexes, apanhou de surpresa a direcção do partido que ainda ontem debatia a necessidade de desafiar Santana Lopes, obrigando-o a ir a votos no próximo Congresso. Mas a verdade é que o presidente da Câmara da Figueira da Foz se antecipou, ultrapassando assim alguns cenários dos chamados «barrosistas» que chegaram a admitir a hipótese do presidente do partido introduzir na ordem de trabalhos do Congresso a eleição dos órgãos nacionais. Por outras palavras, a introduzir no debate a questão da liderança do partido. A ideia era aproveitar o Conselho Nacional de hoje à noite e desafiar os hipotéticos candidatos a avançarem e a submeterem-se ao voto dos militantes no próximo Congresso. Como Durão Barroso confidenciou a alguns dos seus próximos, tinha chegado a altura do presidente do PSD dar «um murro na mesa». Depois da entrega das assinaturas e da batalha pela revisão dos estatutos, a estratégia de Pedro Santana Lopes passa agora pelo Conselho Nacional de hoje à noite onde deverá expor as suas teses em matéria de presidenciais. Para os santana-lopistas trata-se de opor um candidato e uma estratégia ao desnorte que, segundo os mesmos, tem imperado na actual direcção. Sinal desse desnorte é a pseudo-candidatura de Vieira de Carvalho que, depois de ter recolhido a sua disponibilidade, tornou ontem a revelá-la para desconcerto da direcção do partido. Ou, pior ainda, a capacidade de iniciativa que tem sido deixada ao líder do PP, Paulo Portas. Durão Barroso, no entanto, não está disposto a deixar-se condicionar por «calendários que não são os seus». O presidente do PSD não vai apresentar ao Conselho Nacional o nome de nenhum candidato presidencial, insistindo antes no perfil que a figura a apoiar pelo partido deve ter. A saber: a dita figura deve situar-se à direita do PS, comungar dos valores do PSD e comprometer-se no combate contra a hegemonia socialista. Três pressupostos que a candidatura de Freitas do Amaral, defendida pelo PP e por Pedro Santana Lopes, está longe de garantir. Para a direcção do PSD, não há qualquer hipótese do partido vir a apoiar Freitas do Amaral. Por três razões fundamentais que serão, aliás, referidas hoje à noite por Durão Barroso. Segundo o líder do PSD, o antigo presidente do CDS para além de se ter evidenciado pela crítica ao cavaquismo, revelou, nos últimos anos, uma aproximação cada vez maior ao PS, por exemplo no que toca à regionalização. Por outro lado, Freitas do Amaral é um federalista convicto que, no que toca à União Europeia, vai muito mais longe do que o PSD. Mas Durão Barroso vai também dizer ao partido que não conta com a disponibilidade de Cavaco Silva e que Francisco Balsemão decidiu não avançar para Belém. Quanto a Marcelo Rebelo de Sousa, e na opinião do líder do PSD, este excluiu-se a si próprio com as declarações que fez nos últimos tempos. Resta saber o que poderá fazer Durão Barroso perante este conjunto de indisponibilidades. De acordo com os seus apoiantes, o partido não deixará de ter um candidato «na altura certa», estando completamente excluída a possibilidade do PSD poder vir a apoiar Jorge Sampaio. Conforme declara um elemento da actual direcção do partido, «Durão Barroso sabe que a sua liderança se joga na questão presidencial e que até ao congresso terá que encontrar um nome credível». Mas, e segundo a mesma fonte, «não tem que o fazer agora a reboque de Paulo Portas ou de Pedro Santana Lopes». «É meu dever moral retirar a minha candidatura, se o professor Cavaco Silva se candidatar» «Estou disponível para continuar a servir o meu país, se for esse o interesse da área política onde desde sempre me insiro». Porto, 17 de Janeiro de 2000 - Vieira de Carvalho «Se o interesse nacional assim o justificar e o exigir, serei candidato à Presidência da República» Expresso, 4 de Julho de 1999 «Balsemão não será candidato à Presidência da República» Expresso, 15 de Janeiro de 2000 Francisco Pinto Balsemão «[Um projecto global] passaria por um contrato político a longo prazo entre o PSD e o CDS/PP, apresentando aos portugueses um esforço continuado que permita vencer as autárquicas, as legislativas e as presidenciais» RTP, 13 de Janeiro de 2000 Freitas do Amaral

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O PSD não pára. por Constança Cunha e Sá O PSD não pára. Santana Lopes apresentou ontem as assinaturas necessárias para a realização de um Congresso Extraordinário. O presidente da Câmara da Figueira da Foz diz que se candidata se o líder do partido for eleito directamente pelos militantes. Durão Barroso responde com um "murro na mesa". E recusa-se a avançar com um nome no Conselho Nacional de hoje à noite. O PSD já não pode fugir à realização de um Congresso Extraordinário. Nem à discussão da sua liderança. Pedro Santana Lopes apresentou finalmente as assinaturas necessárias à sua convocação, adiantando desde já o principal ponto da ordem de trabalhos: revisão dos estatutos de forma a que a eleição do presidente do partido possa vir a ser feita directamente pelos militantes. Foi ontem ao fim da tarde na sede nacional do PSD. A entrega das assinaturas, feita por Manuel Frexes, apanhou de surpresa a direcção do partido que ainda ontem debatia a necessidade de desafiar Santana Lopes, obrigando-o a ir a votos no próximo Congresso. Mas a verdade é que o presidente da Câmara da Figueira da Foz se antecipou, ultrapassando assim alguns cenários dos chamados «barrosistas» que chegaram a admitir a hipótese do presidente do partido introduzir na ordem de trabalhos do Congresso a eleição dos órgãos nacionais. Por outras palavras, a introduzir no debate a questão da liderança do partido. A ideia era aproveitar o Conselho Nacional de hoje à noite e desafiar os hipotéticos candidatos a avançarem e a submeterem-se ao voto dos militantes no próximo Congresso. Como Durão Barroso confidenciou a alguns dos seus próximos, tinha chegado a altura do presidente do PSD dar «um murro na mesa». Depois da entrega das assinaturas e da batalha pela revisão dos estatutos, a estratégia de Pedro Santana Lopes passa agora pelo Conselho Nacional de hoje à noite onde deverá expor as suas teses em matéria de presidenciais. Para os santana-lopistas trata-se de opor um candidato e uma estratégia ao desnorte que, segundo os mesmos, tem imperado na actual direcção. Sinal desse desnorte é a pseudo-candidatura de Vieira de Carvalho que, depois de ter recolhido a sua disponibilidade, tornou ontem a revelá-la para desconcerto da direcção do partido. Ou, pior ainda, a capacidade de iniciativa que tem sido deixada ao líder do PP, Paulo Portas. Durão Barroso, no entanto, não está disposto a deixar-se condicionar por «calendários que não são os seus». O presidente do PSD não vai apresentar ao Conselho Nacional o nome de nenhum candidato presidencial, insistindo antes no perfil que a figura a apoiar pelo partido deve ter. A saber: a dita figura deve situar-se à direita do PS, comungar dos valores do PSD e comprometer-se no combate contra a hegemonia socialista. Três pressupostos que a candidatura de Freitas do Amaral, defendida pelo PP e por Pedro Santana Lopes, está longe de garantir. Para a direcção do PSD, não há qualquer hipótese do partido vir a apoiar Freitas do Amaral. Por três razões fundamentais que serão, aliás, referidas hoje à noite por Durão Barroso. Segundo o líder do PSD, o antigo presidente do CDS para além de se ter evidenciado pela crítica ao cavaquismo, revelou, nos últimos anos, uma aproximação cada vez maior ao PS, por exemplo no que toca à regionalização. Por outro lado, Freitas do Amaral é um federalista convicto que, no que toca à União Europeia, vai muito mais longe do que o PSD. Mas Durão Barroso vai também dizer ao partido que não conta com a disponibilidade de Cavaco Silva e que Francisco Balsemão decidiu não avançar para Belém. Quanto a Marcelo Rebelo de Sousa, e na opinião do líder do PSD, este excluiu-se a si próprio com as declarações que fez nos últimos tempos. Resta saber o que poderá fazer Durão Barroso perante este conjunto de indisponibilidades. De acordo com os seus apoiantes, o partido não deixará de ter um candidato «na altura certa», estando completamente excluída a possibilidade do PSD poder vir a apoiar Jorge Sampaio. Conforme declara um elemento da actual direcção do partido, «Durão Barroso sabe que a sua liderança se joga na questão presidencial e que até ao congresso terá que encontrar um nome credível». Mas, e segundo a mesma fonte, «não tem que o fazer agora a reboque de Paulo Portas ou de Pedro Santana Lopes». «É meu dever moral retirar a minha candidatura, se o professor Cavaco Silva se candidatar» «Estou disponível para continuar a servir o meu país, se for esse o interesse da área política onde desde sempre me insiro». Porto, 17 de Janeiro de 2000 - Vieira de Carvalho «Se o interesse nacional assim o justificar e o exigir, serei candidato à Presidência da República» Expresso, 4 de Julho de 1999 «Balsemão não será candidato à Presidência da República» Expresso, 15 de Janeiro de 2000 Francisco Pinto Balsemão «[Um projecto global] passaria por um contrato político a longo prazo entre o PSD e o CDS/PP, apresentando aos portugueses um esforço continuado que permita vencer as autárquicas, as legislativas e as presidenciais» RTP, 13 de Janeiro de 2000 Freitas do Amaral

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