EXPRESSO: Opinião

07-03-2002
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PSD

A carta-fantasma

«Eis como uma carta-fantasma relança a confusão num partido que a todo o momento precisa de fazer prova da sua coesão. E que tem a arte de desperdiçar as melhores oportunidades para mostrar se é capaz de levar a carta a Garcia.»

NO FIM do debate do Orçamento, António Guterres rejubilou com o triste espectáculo proporcionado pelo grupo parlamentar do PSD, observando que ele foi a primeira vítima da sua própria contestação ao caso da Lei de Programação Militar. Mal se imaginaria então que o espectáculo não acabava ali e, uma semana depois, o partido de Durão Barroso ainda andaria às voltas com explicações e acertos de contas por causa da ausência de um deputado.

Num primeiro momento, a líder da bancada, Manuela Ferreira Leite, desvalorizou o incidente e justificou sem drama a ausência de Duarte Lima, parecendo demonstrar um perfeito domínio e conhecimento da situação. Não procedeu à substituição do deputado porque soube já em plena sessão que ele estava fora do país e não seria a falta do seu voto que alteraria o resultado da votação.

O que disse e pensou, talvez com excessiva ingenuidade e boa-fé, a presidente do grupo parlamentar e que o próprio líder do partido repetiu, não bastou, no entanto, para sossegar todos os dirigentes. O secretário-geral, José Luís Arnaut, veio a público responsabilizar o deputado faltoso pela desgraçada imagem que o PSD deu no Parlamento. E foi assim que um incidente irrelevante, ou uma simples «peripécia», como lhe chamou Durão Barroso, chegou a tema-forte da Comissão Política do partido e a tema central de uma reunião do Grupo Parlamentar.

Duarte Lima, pelo seu lado, insurge-se contra um «linchamento político vil e cobarde» de que ninguém se deu conta senão agora e invoca uma carta de aviso que, pelos vistos, não chegou à destinatária - por sinal, sua ex-concorrente, ganhadora, à presidência da Distrital de Lisboa - mas que terá enviado uma semana antes da votação. Eis como uma carta-fantasma relança a confusão num partido que a todo o momento precisa de fazer prova da sua coesão. E que tem a arte de desperdiçar as melhores oportunidades para mostrar se é capaz de levar a carta a Garcia.

PSD

A carta-fantasma

«Eis como uma carta-fantasma relança a confusão num partido que a todo o momento precisa de fazer prova da sua coesão. E que tem a arte de desperdiçar as melhores oportunidades para mostrar se é capaz de levar a carta a Garcia.»

NO FIM do debate do Orçamento, António Guterres rejubilou com o triste espectáculo proporcionado pelo grupo parlamentar do PSD, observando que ele foi a primeira vítima da sua própria contestação ao caso da Lei de Programação Militar. Mal se imaginaria então que o espectáculo não acabava ali e, uma semana depois, o partido de Durão Barroso ainda andaria às voltas com explicações e acertos de contas por causa da ausência de um deputado.

Num primeiro momento, a líder da bancada, Manuela Ferreira Leite, desvalorizou o incidente e justificou sem drama a ausência de Duarte Lima, parecendo demonstrar um perfeito domínio e conhecimento da situação. Não procedeu à substituição do deputado porque soube já em plena sessão que ele estava fora do país e não seria a falta do seu voto que alteraria o resultado da votação.

O que disse e pensou, talvez com excessiva ingenuidade e boa-fé, a presidente do grupo parlamentar e que o próprio líder do partido repetiu, não bastou, no entanto, para sossegar todos os dirigentes. O secretário-geral, José Luís Arnaut, veio a público responsabilizar o deputado faltoso pela desgraçada imagem que o PSD deu no Parlamento. E foi assim que um incidente irrelevante, ou uma simples «peripécia», como lhe chamou Durão Barroso, chegou a tema-forte da Comissão Política do partido e a tema central de uma reunião do Grupo Parlamentar.

Duarte Lima, pelo seu lado, insurge-se contra um «linchamento político vil e cobarde» de que ninguém se deu conta senão agora e invoca uma carta de aviso que, pelos vistos, não chegou à destinatária - por sinal, sua ex-concorrente, ganhadora, à presidência da Distrital de Lisboa - mas que terá enviado uma semana antes da votação. Eis como uma carta-fantasma relança a confusão num partido que a todo o momento precisa de fazer prova da sua coesão. E que tem a arte de desperdiçar as melhores oportunidades para mostrar se é capaz de levar a carta a Garcia.

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