"Ranking": prós e contras

07-09-2001
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"Ranking": Prós e Contras

Segunda-feira, 27 de Agosto de 2001

A divulgação, pelo Ministério da Educação, da base de dados que permite elaborar uma lista ordenada de escolas tem sido muitas vezes exigida e muitas vezes recusada. Nas páginas do PÚBLICO, pais, alunos, professores, políticos têm trocado argumentos. Recordemos alguns.

Prós

"(...) a criação de um sistema nacional de avaliação só pode ser bem-vinda. Ele permitirá certamente mostrar que há escolas públicas bem geridas e com bons resultados. Criará um clima geral de emulação entre as escolas públicas (...) aumentará o poder de influência das famílias sobre as escolas - públicas e privadas."

João Carlos Espada, sociólogo

24/11/1997

"Publique-se a lista das cem ou 500 escolas que apresentam os melhores resultados (...) e procure-se perceber quais são as causas do bom desempenho dessas escolas. Só assim será possível que todas as outras beneficiem do efeito de demonstração."

Marçal Grilo, ex-ministro da Educação

23/12/2000

"É verdade que de nada adianta divulgar dados isolados que apenas conduzem a visões simplistas de problemas complexos. Também é certo que a mera divulgação de resultados de desempenho de instituições educativas públicas não as melhora, por magia. Mas também é verdade que o Ministério da Educação, ao fechar-se sobre si próprio, escondendo os 'rankings' e os dados mais ou menos elaborados que possui, não cumpre a sua função social de informar os cidadãos, que (...) pagam integralmente o funcionamento do sistema."

Joaquim Azevedo, ex-secretário de Estado da Educação e membro do Conselho Nacional de Educação

20/01/2001

"É intolerável que o Ministério da Educação tenha conhecimento dos resultados dos exames do 12º ano por escola e não os divulgue, porque considera essa informação secreta. O Gabinete de Avaliação Educacional, responsável por esses dados, é um organismo público, pelo que os deve facultar."

David Justino, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD na Assembleia da República

04/04/2001

"A ocultação dos resultados nivela pelo silêncio, favorecendo os que pouco trabalham e os incompetentes, desvalorizando e desmotivando os que se empenham"

David Justino, vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PSD na Assembleia da República

26/04/2001

Contras

"O Ministério da Educação não deve promover nem facilitar comparações. Se o fizesse, poderia criar condições complicadas aos alunos, aos professores e até ao próprio sistema. Por exemplo, em zonas mais deprimidas, os resultados são piores do que em escolas frequentadas por meninos ricos, o que levará as pessoas a inventar ainda mais moradas falsas para aí terem os seus filhos"

Maria José Rau, inspectora-geral da Educação

27/02/2000

"Defender em Portugal os 'rankings' é uma falácia, serviria apenas para satisfazer uma curiosidade mórbida. Se a justificação para a existência de 'rankings' é a informação aos pais, esses, na sua larga maioria não têm condições de escolha e os que têm já a fazem."

Maria do Carmo Clímaco, ex-inspectora-geral da Educação

14/03/2001

"(...) não queremos estigmatizar as escolas que tenham ficado pior classificadas (...) A orientação do ministério não é classificar escolas nem fazer o 'top ten'. Nem fazer juízos definitivos sobre as escolas. Imagine o que era divulgar as melhores escolas, a procura disparava!"

Augusto Santos Silva, ex-ministro da Educação

18/03/2001

"Penso que a avaliação rigorosa que o Ministério da Educação está a fazer, procurando as causas dos problemas, não deve ser pública para não criar uma estigmatização social e uma distinção entre as escolas, que pode ser perigosa."

Belmiro Magalhães, dirigente da Plataforma das Associações de Estudantes do Ensino Secundário do Distrito do Porto

26/04/2001

"Temo que a possibilidade de dizer que a escola A é melhor que a B possa trazer alguns inconvenientes, como a tentação de elitização do ensino. Além disso, é preciso que a avaliação pondere factores como as condições de aprendizagem, o meio social em que os alunos estão inseridos. (...) não penso que seja positiva a particularização sobre cada escola. Até porque muitas vezes (...) não são dadas às escolas condições para poderem evoluir."

Vítor Sarmento, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais

26/04/2001

"Uma avaliação feita para que se elabore um 'ranking' assente nos resultados académicos conseguidos pelos alunos, nomeadamente em provas nacionais, seria um instrumento colocado ao dispor dos que só pretendem diferenciar as escolas de 'excelência' das escolas 'comuns', as escolas de 'elite' das escolas de 'exclusão'"

Mário Nogueira, Membro do Secretariado Nacional da Fenprof

02/05/2001

"Ranking": Prós e Contras

Segunda-feira, 27 de Agosto de 2001

A divulgação, pelo Ministério da Educação, da base de dados que permite elaborar uma lista ordenada de escolas tem sido muitas vezes exigida e muitas vezes recusada. Nas páginas do PÚBLICO, pais, alunos, professores, políticos têm trocado argumentos. Recordemos alguns.

Prós

"(...) a criação de um sistema nacional de avaliação só pode ser bem-vinda. Ele permitirá certamente mostrar que há escolas públicas bem geridas e com bons resultados. Criará um clima geral de emulação entre as escolas públicas (...) aumentará o poder de influência das famílias sobre as escolas - públicas e privadas."

João Carlos Espada, sociólogo

24/11/1997

"Publique-se a lista das cem ou 500 escolas que apresentam os melhores resultados (...) e procure-se perceber quais são as causas do bom desempenho dessas escolas. Só assim será possível que todas as outras beneficiem do efeito de demonstração."

Marçal Grilo, ex-ministro da Educação

23/12/2000

"É verdade que de nada adianta divulgar dados isolados que apenas conduzem a visões simplistas de problemas complexos. Também é certo que a mera divulgação de resultados de desempenho de instituições educativas públicas não as melhora, por magia. Mas também é verdade que o Ministério da Educação, ao fechar-se sobre si próprio, escondendo os 'rankings' e os dados mais ou menos elaborados que possui, não cumpre a sua função social de informar os cidadãos, que (...) pagam integralmente o funcionamento do sistema."

Joaquim Azevedo, ex-secretário de Estado da Educação e membro do Conselho Nacional de Educação

20/01/2001

"É intolerável que o Ministério da Educação tenha conhecimento dos resultados dos exames do 12º ano por escola e não os divulgue, porque considera essa informação secreta. O Gabinete de Avaliação Educacional, responsável por esses dados, é um organismo público, pelo que os deve facultar."

David Justino, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD na Assembleia da República

04/04/2001

"A ocultação dos resultados nivela pelo silêncio, favorecendo os que pouco trabalham e os incompetentes, desvalorizando e desmotivando os que se empenham"

David Justino, vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PSD na Assembleia da República

26/04/2001

Contras

"O Ministério da Educação não deve promover nem facilitar comparações. Se o fizesse, poderia criar condições complicadas aos alunos, aos professores e até ao próprio sistema. Por exemplo, em zonas mais deprimidas, os resultados são piores do que em escolas frequentadas por meninos ricos, o que levará as pessoas a inventar ainda mais moradas falsas para aí terem os seus filhos"

Maria José Rau, inspectora-geral da Educação

27/02/2000

"Defender em Portugal os 'rankings' é uma falácia, serviria apenas para satisfazer uma curiosidade mórbida. Se a justificação para a existência de 'rankings' é a informação aos pais, esses, na sua larga maioria não têm condições de escolha e os que têm já a fazem."

Maria do Carmo Clímaco, ex-inspectora-geral da Educação

14/03/2001

"(...) não queremos estigmatizar as escolas que tenham ficado pior classificadas (...) A orientação do ministério não é classificar escolas nem fazer o 'top ten'. Nem fazer juízos definitivos sobre as escolas. Imagine o que era divulgar as melhores escolas, a procura disparava!"

Augusto Santos Silva, ex-ministro da Educação

18/03/2001

"Penso que a avaliação rigorosa que o Ministério da Educação está a fazer, procurando as causas dos problemas, não deve ser pública para não criar uma estigmatização social e uma distinção entre as escolas, que pode ser perigosa."

Belmiro Magalhães, dirigente da Plataforma das Associações de Estudantes do Ensino Secundário do Distrito do Porto

26/04/2001

"Temo que a possibilidade de dizer que a escola A é melhor que a B possa trazer alguns inconvenientes, como a tentação de elitização do ensino. Além disso, é preciso que a avaliação pondere factores como as condições de aprendizagem, o meio social em que os alunos estão inseridos. (...) não penso que seja positiva a particularização sobre cada escola. Até porque muitas vezes (...) não são dadas às escolas condições para poderem evoluir."

Vítor Sarmento, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais

26/04/2001

"Uma avaliação feita para que se elabore um 'ranking' assente nos resultados académicos conseguidos pelos alunos, nomeadamente em provas nacionais, seria um instrumento colocado ao dispor dos que só pretendem diferenciar as escolas de 'excelência' das escolas 'comuns', as escolas de 'elite' das escolas de 'exclusão'"

Mário Nogueira, Membro do Secretariado Nacional da Fenprof

02/05/2001

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