Ferro Rodrigues

23-02-2002
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Visão

17/01/2002

Áurea Sampaio e Filipe Luís

Eduardo Ferro Rodrigues, 52 anos, ainda titular da pasta do Equipamento, considera ridículo o facto de se pensar que alguém que foi ministro tenha uma incapacidade pessoal de ser candidato a primeiro-ministro. Mais, afirma-se candidato a primeiro-ministro, com “todo o orgulho de ter sido ministro de Guterres”. Recusa, assim, uma descolagem total do ex-líder socialista, concedendo, apenas, que assume o activo e o passivo, as virtudes e os erros dos governos socialistas. Falando de coligações, não escolhe entre o PCP e o CDS-PP porque, “mais importante do que estabelecer preferências em matéria de parceiros, é definir acordos em matéria de princípios”.

VISÃO – Defendeu, no seio do Governo, antes das autárquicas, que, se a situação política se deteriorasse, deveria haver eleições antecipadas? FERRO RODRIGUES – Quando dei a entrevista à Visão em que tomei essa posição [Abril de 2001] já há muito tinha a consciência de que o pior que estava a acontecer ao Governo e ao PS era estar a instalar-se a ideia de que queria manter o poder a qualquer preço. E isso tinha muito a ver com a forma como fora aprovado o Orçamento de Estado (OE) de 2001.

V – Manifestou alguma discordância, na altura da aprovação do OE?

FR – Há reserva de sigilo sobre reuniões internas do Governo. O que posso dizer é que tive ocasião de dizer publicamente, no último Congresso do PS, que os delegados, em vez de se preocuparem a aplaudir ou a assobiar este ou aquele dirigente ou militante, deveriam preocupar-se com a ideia de que o PS queria o poder a qualquer custo. E que essa ideia, embora injusta, tinha de ser combatida. Com actos e com a preocupação de que não acontecesse, no final de 2001, o que havia acontecido no final de 2000. Penso, aliás, que a maneira como o OE de 2002 passou é muito diferente da solução encontrada no ano anterior. Simplesmente, houve alguns erros e posições de última hora que acabaram por dar a ideia de que era a mesma coisa.

V – O recuo na lei da alcoolemia, por exemplo, exigido por Daniel Campelo?

FR – Efectivamente foi o pior que se podia ter feito, na altura em que foi feito. Independentemente dos 0,2 ou 0,5, a partir do momento em que as coisas estavam decididas, foi totalmente desajustado o que se passou.

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Áurea Sampaio e Filipe Luís

Eduardo Ferro Rodrigues, 52 anos, ainda titular da pasta do Equipamento, considera ridículo o facto de se pensar que alguém que foi ministro tenha uma incapacidade pessoal de ser candidato a primeiro-ministro. Mais, afirma-se candidato a primeiro-ministro, com “todo o orgulho de ter sido ministro de Guterres”. Recusa, assim, uma descolagem total do ex-líder socialista, concedendo, apenas, que assume o activo e o passivo, as virtudes e os erros dos governos socialistas. Falando de coligações, não escolhe entre o PCP e o CDS-PP porque, “mais importante do que estabelecer preferências em matéria de parceiros, é definir acordos em matéria de princípios”.

VISÃO – Defendeu, no seio do Governo, antes das autárquicas, que, se a situação política se deteriorasse, deveria haver eleições antecipadas? FERRO RODRIGUES – Quando dei a entrevista à Visão em que tomei essa posição [Abril de 2001] já há muito tinha a consciência de que o pior que estava a acontecer ao Governo e ao PS era estar a instalar-se a ideia de que queria manter o poder a qualquer preço. E isso tinha muito a ver com a forma como fora aprovado o Orçamento de Estado (OE) de 2001.

V – Manifestou alguma discordância, na altura da aprovação do OE?

FR – Há reserva de sigilo sobre reuniões internas do Governo. O que posso dizer é que tive ocasião de dizer publicamente, no último Congresso do PS, que os delegados, em vez de se preocuparem a aplaudir ou a assobiar este ou aquele dirigente ou militante, deveriam preocupar-se com a ideia de que o PS queria o poder a qualquer custo. E que essa ideia, embora injusta, tinha de ser combatida. Com actos e com a preocupação de que não acontecesse, no final de 2001, o que havia acontecido no final de 2000. Penso, aliás, que a maneira como o OE de 2002 passou é muito diferente da solução encontrada no ano anterior. Simplesmente, houve alguns erros e posições de última hora que acabaram por dar a ideia de que era a mesma coisa.

V – O recuo na lei da alcoolemia, por exemplo, exigido por Daniel Campelo?

FR – Efectivamente foi o pior que se podia ter feito, na altura em que foi feito. Independentemente dos 0,2 ou 0,5, a partir do momento em que as coisas estavam decididas, foi totalmente desajustado o que se passou.

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