Autarquia reclama plano de emergência para Castelo de Paiva

08-03-2001
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Autarquia Reclama Plano de Emergência para Castelo de Paiva

Por RUI BAPTISTA

Quinta-feira, 8 de Março de 2001

Acessos são "prioridade absoluta"

Governo estuda a hipótese de usar um "ferry-boat" para transportar pessoas e viaturas entre as duas margens do Douro

O presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, Paulo Teixeira, exigiu ontem que o Governo lance rapidamente um plano de emergência desburocratizado para melhorar as acessibilidades ao concelho, que ficou ainda mais isolado depois da queda da ponte de Entre-os-Rios. "Tem que ser feita alguma coisa para que não fiquemos isolados durante mais tempo do resto do mundo", disse o autarca, ao final da manhã. A resposta do executivo surgiu logo a seguir, através do secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, Carlos Zorrinho, que revelou em Entre-os-Rios que "o restabelecimento mínimo de acessibilidades" a Castelo de Paiva passou a ser "uma prioridade absoluta" do Governo.

Neste contexto, o gabinete do primeiro-ministro contactou a administração dos Estados Unidos da América no sentido de saber se as Forças Armadas norte-americanas dispõem de uma ponte militar apropriada às características do rio Douro, que possa ligar provisoriamente Castelo de Paiva e Entre-os-Rios. A decisão de pedir ajuda aos norte-americanos foi tomada, segundo revelou Zorrinho, depois de os engenheiros militares portugueses terem concluído que não existe no país nenhuma ponte militar que possa cobrir os cerca de 200 metros que separam as duas margens do Douro. A hipótese, que chegou a ser encarada, de instalar na zona uma ponte flutuante foi completamente abandonada, devido à extensão do rio e à força do caudal.

"Ferry-boat" é uma hipótese

Enquanto o Governo procura uma solução provisória para uma nova ponte, a ser colocada perto da travessia que ruiu no domingo, está a ser também equacionada a possibilidade de serem usados barcos para procederem ao transporte de pessoas entre as duas margens. Numa segunda fase, existe mesmo a possibilidade de adaptar um "ferry-boat" para a passagem de viaturas, uma vez que muitos moradores de Castelo de Paiva têm que se deslocar diariamente à outra margem em trabalho, sendo frequentes os casos de famílias repartidas pelos dois lados do rio.

Paulo Teixeira, presidente da Câmara de Castelo de Paiva, alertou ontem o Governo para a necessidade de uma solução a muito curto prazo. O autarca considerou que a gravidade da situação e o isolamento de Castelo de Paiva justificam a não abertura de concursos públicos para a concretização da nova travessia, de forma a abreviar o processo. "Tem que ser criado um plano de emergência para Castelo de Paiva para melhorar as acessibilidades, que são uma profunda dor do concelho", disse o autarca, que aconselhou o Governo a dispensar a burocracia habitual nestas situações. "Temos que andar depressa", disse, lembrando que, desde a queda da ponte, o hospital mais próximo é o de Santa Maria da Feira, que fica a cerca de 50 quilómetros, por uma estrada praticamente intransitável. Antes, os doentes eram encaminhados através da ponte de Entre-os-Rios para as unidades de saúde do Vale de Sousa. "Não nos abandonem", pediu o autarca, lembrando que os hospitais de Santo António e de Penafiel, aos quais as populações de Castelo de Paiva costumam recorrer, estão actualmente a pelo menos duas horas de distância. "Entre-os-Rios é Europa, mas Castelo de Paiva está do outro lado", concluiu.

Autarquia Reclama Plano de Emergência para Castelo de Paiva

Por RUI BAPTISTA

Quinta-feira, 8 de Março de 2001

Acessos são "prioridade absoluta"

Governo estuda a hipótese de usar um "ferry-boat" para transportar pessoas e viaturas entre as duas margens do Douro

O presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, Paulo Teixeira, exigiu ontem que o Governo lance rapidamente um plano de emergência desburocratizado para melhorar as acessibilidades ao concelho, que ficou ainda mais isolado depois da queda da ponte de Entre-os-Rios. "Tem que ser feita alguma coisa para que não fiquemos isolados durante mais tempo do resto do mundo", disse o autarca, ao final da manhã. A resposta do executivo surgiu logo a seguir, através do secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, Carlos Zorrinho, que revelou em Entre-os-Rios que "o restabelecimento mínimo de acessibilidades" a Castelo de Paiva passou a ser "uma prioridade absoluta" do Governo.

Neste contexto, o gabinete do primeiro-ministro contactou a administração dos Estados Unidos da América no sentido de saber se as Forças Armadas norte-americanas dispõem de uma ponte militar apropriada às características do rio Douro, que possa ligar provisoriamente Castelo de Paiva e Entre-os-Rios. A decisão de pedir ajuda aos norte-americanos foi tomada, segundo revelou Zorrinho, depois de os engenheiros militares portugueses terem concluído que não existe no país nenhuma ponte militar que possa cobrir os cerca de 200 metros que separam as duas margens do Douro. A hipótese, que chegou a ser encarada, de instalar na zona uma ponte flutuante foi completamente abandonada, devido à extensão do rio e à força do caudal.

"Ferry-boat" é uma hipótese

Enquanto o Governo procura uma solução provisória para uma nova ponte, a ser colocada perto da travessia que ruiu no domingo, está a ser também equacionada a possibilidade de serem usados barcos para procederem ao transporte de pessoas entre as duas margens. Numa segunda fase, existe mesmo a possibilidade de adaptar um "ferry-boat" para a passagem de viaturas, uma vez que muitos moradores de Castelo de Paiva têm que se deslocar diariamente à outra margem em trabalho, sendo frequentes os casos de famílias repartidas pelos dois lados do rio.

Paulo Teixeira, presidente da Câmara de Castelo de Paiva, alertou ontem o Governo para a necessidade de uma solução a muito curto prazo. O autarca considerou que a gravidade da situação e o isolamento de Castelo de Paiva justificam a não abertura de concursos públicos para a concretização da nova travessia, de forma a abreviar o processo. "Tem que ser criado um plano de emergência para Castelo de Paiva para melhorar as acessibilidades, que são uma profunda dor do concelho", disse o autarca, que aconselhou o Governo a dispensar a burocracia habitual nestas situações. "Temos que andar depressa", disse, lembrando que, desde a queda da ponte, o hospital mais próximo é o de Santa Maria da Feira, que fica a cerca de 50 quilómetros, por uma estrada praticamente intransitável. Antes, os doentes eram encaminhados através da ponte de Entre-os-Rios para as unidades de saúde do Vale de Sousa. "Não nos abandonem", pediu o autarca, lembrando que os hospitais de Santo António e de Penafiel, aos quais as populações de Castelo de Paiva costumam recorrer, estão actualmente a pelo menos duas horas de distância. "Entre-os-Rios é Europa, mas Castelo de Paiva está do outro lado", concluiu.

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