LUÍS GUILHERME: "Não podemos robotizar o espectáculo"

13-02-2002
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LUÍS GUILHERME: "Não Podemos Robotizar o Espectáculo"

Terça-feira, 15 de Janeiro de 2002 1 - Que meios tecnológicos seriam válidos para auxiliar o trabalho dos árbitros? 2 - Não considera que a utilização de meios visuais, em situações específicas, no decorrer de uma partida, contribua para melhorar o espectáculo? 3 - Na sua opinião, qual será o futuro da arbitragem? 4 - Como vê a arbitragem portuguesa no contexto europeu? 1 - Neste momento o que está em equação pela FIFA é a possibilidade de introdução de um meio tecnológico para validar ou não os golos. Ou seja, aqueles lances duvidosos em que não se sabe se a bola entrou ou não na baliza. Os outros meios carecem de testes. A própria FIFA tem receio de que, ao se querer retirar do futebol a componente do erro humano, se diminua o interesse do próprio espectáculo. Nos Estados Unidos foi testada a possibilidade de se recorrer às imagens de televisão, através do quarto árbitro, mas a ideia acabou por ser abandonada porque o jogo era constantemente interrompido quebrando-lhe o ritmo. 2 - Nesse caso teria de ser feita da mesma forma a captação de imagens em todos os jogos. Não poderiam ser utilizadas, por exemplo num FC Porto-Sporting, 19 câmaras e apenas três num jogo do Alverca. Tinha de se padronizar as transmissões televisivas. Não se poderia criar um sistema para a I Liga e outro para a II. E não me parece que existam condições, neste momento, para introduzir essas inovações, até porque há grandes dificuldades económicas nos clubes. 3 - É óbvio que vamos caminhar, mais devagar ou mais depressa, para a introdução de meios tecnológicos, embora, pessoalmente, essa não me pareça a solução, ainda que em certos aspectos possa melhorar. Mas, quando for tudo robotizado ficaremos em casa a jogar "Play Station". Podemos programar o jogo para satisfazer o nosso ego e meter a nossa equipa sempre a vencer. Penso que, mais tarde ou mais cedo, se vai recorrer a alguns meios tecnológicos para ajudar, mas não podemos robotizar o espectáculo, porque então nem precisamos dos árbitros, já que um "chip" na camisola dos jogadores, na bola e nas traves das balizas resolve o problema. Será este o futebol que queremos? Hoje, eu digo que não é, mas, se calhar, daqui a 20 anos sou capaz de ter uma ideia contrária. 4 - Muito bem. Os árbitros portugueses que foram chamados a arbitrar jogos no estrangeiro, todos sem excepção, tiveram excelentes notas. E a prova disso é que teremos o Vítor Pereira e o Carlos Matos [árbitro assistente] no Campeonato do Mundo deste ano e temos três árbitros no Grupo de Elite da FIFA. presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE O apito já não chega

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