Socialistas da Feira contra as contas da autarquia

07-05-2001
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Socialistas da Feira Contra as Contas da Autarquia

Por SARA DIAS OLIVEIRA

Sexta-feira, 27 de Abril de 2001

Gestão camarária discutida pelo Executivo

Vereação "rosa" realça a baixa taxa de execução, social-democratas salientam o avanço nas redes de água e saneamento

O relatório de actividades e as contas gerência da autarquia feirense, relativos ao ano passado, foram aprovadas na última reunião de câmara com o voto de qualidade do presidente em exercício, o vereador da Cultura, Carlos Martins. Quatro votos contra dos vereadores socialistas e igual número de votos a favor da vereação social-democrata foi o resultado da votação, sem a presença de Alfredo Henriques, presidente da câmara, e dos vereadores José Oliveira, do PSD, e Agostinho Santos, do PS.

No entanto, já na sessão anterior, Alfredo Henriques tinha aproveitado os momentos finais para fazer uma pequena introdução aos documentos, onde realçou a menor dependência financeira da edilidade em relação às receitas exteriores e a taxa de cobertura do abastecimento de água no concelho, que aumentou de 31 para 51 por cento, no ano transacto. Mas os argumentos não convenceram a "ala" socialista.

Com o trabalho de casa feito, isto é, com as intervenções devidamente redigidas, os vereadores socialistas disseram não e explicaram a sua posição. Os social-democratas consideraram uma análise redutora e que os políticos da oposição estavam a ser "generalistas e transversais", sustentando que qualquer tipo de discussão ou esclarecimento era em vão, porque a opinião socialista estava formada e transcrita no papel, antes da sessão começar.

"Adiar é resolver"

O decréscimo nas verbas atribuídas às juntas de freguesia, a "subida galopante" nas despesas correntes e os gastos "em show off, marketing político e mordomias" foram alguns dos pontos que os socialistas fizeram questão de focar.

Olhando para o aumento que a câmara teve ao nível de receitas, de cerca de 1,5 milhões de contos, e para uma gestão de 10 milhões de contos, o socialista António Cardoso quis saber o que foi feito. Até porque, disse, o concelho "apresenta uma das piores redes viárias do distrito"; foram "desviadas" verbas de "centenas de milhares de contos destinadas às zonas industriais"; existe um perigo de desemprego que "ameaça o sector da cortiça", com a deslocação de grandes indústrias para fora do concelho; e, por último, "o excesso de gastos em obras a mais" demonstra uma "má gestão". António Cardoso lembrou ainda que no ano passado, com a concessão da água e saneamento, "os feirenses começaram a sentir nos seus bolsos, passaram a pagar a água mais cara da região".

Por seu turno, o socialista Vítor Fontes acusou o Executivo "laranja" de ser "autista", afirmando que a câmara tem vindo a pautar-se pela máxima "adiar é resolver" o que, na sua perspectiva, "tem produzido efeitos nefastos nas populações". O socialista chegou mesmo a questionar a autarquia feirense sobre a concretização do Plano Estratégico do Ambiente, a realização de um plano estratégico da cidade e a limpeza e regularização do rio Cáster.

Para Carlos Martins, que presidiu à sessão, os argumentos não passavam de "um conjunto de chavões e citações sem aprofundamento", porque questões respondidas no início da sessão acabaram por não sair dos "papéis" dos socialistas. E enquanto Delfim Silva, responsável pelo pelouro das finanças, lembrava que a taxa de execução de 75,2 por cento foi a mais elevada dos últimos dois anos, salientando que nas verbas atribuídas às juntas de freguesia não foram contabilizados os custos com pessoal nem o material envolvido na manutenção de redes viárias, José Manuel, vereador do Planeamento, informava que a Câmara da Feira está em negociações para a criação de três zonas industriais no concelho.

Socialistas da Feira Contra as Contas da Autarquia

Por SARA DIAS OLIVEIRA

Sexta-feira, 27 de Abril de 2001

Gestão camarária discutida pelo Executivo

Vereação "rosa" realça a baixa taxa de execução, social-democratas salientam o avanço nas redes de água e saneamento

O relatório de actividades e as contas gerência da autarquia feirense, relativos ao ano passado, foram aprovadas na última reunião de câmara com o voto de qualidade do presidente em exercício, o vereador da Cultura, Carlos Martins. Quatro votos contra dos vereadores socialistas e igual número de votos a favor da vereação social-democrata foi o resultado da votação, sem a presença de Alfredo Henriques, presidente da câmara, e dos vereadores José Oliveira, do PSD, e Agostinho Santos, do PS.

No entanto, já na sessão anterior, Alfredo Henriques tinha aproveitado os momentos finais para fazer uma pequena introdução aos documentos, onde realçou a menor dependência financeira da edilidade em relação às receitas exteriores e a taxa de cobertura do abastecimento de água no concelho, que aumentou de 31 para 51 por cento, no ano transacto. Mas os argumentos não convenceram a "ala" socialista.

Com o trabalho de casa feito, isto é, com as intervenções devidamente redigidas, os vereadores socialistas disseram não e explicaram a sua posição. Os social-democratas consideraram uma análise redutora e que os políticos da oposição estavam a ser "generalistas e transversais", sustentando que qualquer tipo de discussão ou esclarecimento era em vão, porque a opinião socialista estava formada e transcrita no papel, antes da sessão começar.

"Adiar é resolver"

O decréscimo nas verbas atribuídas às juntas de freguesia, a "subida galopante" nas despesas correntes e os gastos "em show off, marketing político e mordomias" foram alguns dos pontos que os socialistas fizeram questão de focar.

Olhando para o aumento que a câmara teve ao nível de receitas, de cerca de 1,5 milhões de contos, e para uma gestão de 10 milhões de contos, o socialista António Cardoso quis saber o que foi feito. Até porque, disse, o concelho "apresenta uma das piores redes viárias do distrito"; foram "desviadas" verbas de "centenas de milhares de contos destinadas às zonas industriais"; existe um perigo de desemprego que "ameaça o sector da cortiça", com a deslocação de grandes indústrias para fora do concelho; e, por último, "o excesso de gastos em obras a mais" demonstra uma "má gestão". António Cardoso lembrou ainda que no ano passado, com a concessão da água e saneamento, "os feirenses começaram a sentir nos seus bolsos, passaram a pagar a água mais cara da região".

Por seu turno, o socialista Vítor Fontes acusou o Executivo "laranja" de ser "autista", afirmando que a câmara tem vindo a pautar-se pela máxima "adiar é resolver" o que, na sua perspectiva, "tem produzido efeitos nefastos nas populações". O socialista chegou mesmo a questionar a autarquia feirense sobre a concretização do Plano Estratégico do Ambiente, a realização de um plano estratégico da cidade e a limpeza e regularização do rio Cáster.

Para Carlos Martins, que presidiu à sessão, os argumentos não passavam de "um conjunto de chavões e citações sem aprofundamento", porque questões respondidas no início da sessão acabaram por não sair dos "papéis" dos socialistas. E enquanto Delfim Silva, responsável pelo pelouro das finanças, lembrava que a taxa de execução de 75,2 por cento foi a mais elevada dos últimos dois anos, salientando que nas verbas atribuídas às juntas de freguesia não foram contabilizados os custos com pessoal nem o material envolvido na manutenção de redes viárias, José Manuel, vereador do Planeamento, informava que a Câmara da Feira está em negociações para a criação de três zonas industriais no concelho.

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