O maior «circo» na cidade

08-01-2001
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Preparativos num pavilhão pequeno para tantos congressistas

Carlos Marta explica, também, que se este Congresso se tivesse realizado há cinco anos Viseu teria exactamente as mesmas condições para receber os delegados. «Desde que o PS é Governo nada mudou na cidade».

Esta crítica não demove Carlos Marta de considerar que Viseu tem todas as condições para realizar o Congresso do PSD, que ele próprio considera «o maior evento público jamais realizado na cidade». A reunião social-democrata trouxe mais de quatro mil pessoas, entre delegados, observadores, participantes e convidados. Não contando com o «circo mediático» que se instalou em Viseu.

O cenário traz complicados problemas logísticos. Desde logo, a cidade não tem camas para albergar todos os congressistas. Assim, há delegados espalhados por hotéis de todo o distrito, sendo as termas de São Pedro do Sul, a cerca de 20km do pavilhão do Congresso, um dos locais mais procurados. Mas há pessoas a dormir mais longe de Viseu: em Mangualde, Tondela, Penalva, Castro Daire e Lamego.

Em alguns casos, os delegados têm mesmo de viajar quase uma hora, desde o local do Congresso até à sua cama. Nesta situação estão os vice-presidentes da bancada parlamentar laranja, que estão instalados no hotel Parque, em Lamego.

Mendes separado de Durão e Santana

Estes deputados bem podem criticar o Governo socialista por ainda não ter concretizado a ligação entre Viseu e Lamego pelo IP3. Ao saírem a altas horas da madrugada do pavilhão do Congresso, os dirigentes parlamentares são obrigados a percorrer cerca de 70km de uma estrada sinuosa, que se torna extremamente perigosa com a geada nocturna.

O problema não aflige os três candidatos à liderança do partido. Durão Barroso e Santana Lopes estão instalados no hotel Montebelo e até podem andar a pé os 450 metros que os separa do pavilhão do Inatel - um recinto com as bancadas mesmo em cima do púlpito, feito à medida dos candidatos com melhores capacidades oratórias.

Apenas um pouco mais longe está Marques Mendes. Ao escolher o hotel Moinho de Vento, este candidato percorre exactamente 900 metros até à porta de entrada do pavilhão.

Marques Mendes teve oportunidade de ficar no hotel Montebelo, junto aos outros candidatos e à Direcção Nacional. Contudo, acabou por se decidir por um mais modesto hotel de três estrelas, num gesto que faz passar a imagem política de maior discrição e simplicidade. Mas há quem diga que o nome do hotel - Moinho de Vento - foi um factor que influenciou a escolha do candidato que se propõe lutar, quixotescamente, contra os «monstros políticos» do partido.

Outras figuras notáveis do partido - que tiveram o cuidado de reservar alojamento com bastante antecedência - estão alojadas no hotel Grão Vasco e no Príncipe Perfeito: mais afastados do Congresso e mais protegidos da curiosidade pública e mediática.

Os restaurantes destes hotéis são abrigo para muitas refeições onde se cozinha a estratégia deste Congresso. Mas quem se deslocar até aos mais conhecidos restaurantes da cidade - como o Cortiço, Santa Luzia, Quinta da Magarenha, ou Casablanca - também encontrará as mesas reservadas para jantares de intriga ou simples confraternização partidária.

RICARDO JORGE PINTO

Preparativos num pavilhão pequeno para tantos congressistas

Carlos Marta explica, também, que se este Congresso se tivesse realizado há cinco anos Viseu teria exactamente as mesmas condições para receber os delegados. «Desde que o PS é Governo nada mudou na cidade».

Esta crítica não demove Carlos Marta de considerar que Viseu tem todas as condições para realizar o Congresso do PSD, que ele próprio considera «o maior evento público jamais realizado na cidade». A reunião social-democrata trouxe mais de quatro mil pessoas, entre delegados, observadores, participantes e convidados. Não contando com o «circo mediático» que se instalou em Viseu.

O cenário traz complicados problemas logísticos. Desde logo, a cidade não tem camas para albergar todos os congressistas. Assim, há delegados espalhados por hotéis de todo o distrito, sendo as termas de São Pedro do Sul, a cerca de 20km do pavilhão do Congresso, um dos locais mais procurados. Mas há pessoas a dormir mais longe de Viseu: em Mangualde, Tondela, Penalva, Castro Daire e Lamego.

Em alguns casos, os delegados têm mesmo de viajar quase uma hora, desde o local do Congresso até à sua cama. Nesta situação estão os vice-presidentes da bancada parlamentar laranja, que estão instalados no hotel Parque, em Lamego.

Mendes separado de Durão e Santana

Estes deputados bem podem criticar o Governo socialista por ainda não ter concretizado a ligação entre Viseu e Lamego pelo IP3. Ao saírem a altas horas da madrugada do pavilhão do Congresso, os dirigentes parlamentares são obrigados a percorrer cerca de 70km de uma estrada sinuosa, que se torna extremamente perigosa com a geada nocturna.

O problema não aflige os três candidatos à liderança do partido. Durão Barroso e Santana Lopes estão instalados no hotel Montebelo e até podem andar a pé os 450 metros que os separa do pavilhão do Inatel - um recinto com as bancadas mesmo em cima do púlpito, feito à medida dos candidatos com melhores capacidades oratórias.

Apenas um pouco mais longe está Marques Mendes. Ao escolher o hotel Moinho de Vento, este candidato percorre exactamente 900 metros até à porta de entrada do pavilhão.

Marques Mendes teve oportunidade de ficar no hotel Montebelo, junto aos outros candidatos e à Direcção Nacional. Contudo, acabou por se decidir por um mais modesto hotel de três estrelas, num gesto que faz passar a imagem política de maior discrição e simplicidade. Mas há quem diga que o nome do hotel - Moinho de Vento - foi um factor que influenciou a escolha do candidato que se propõe lutar, quixotescamente, contra os «monstros políticos» do partido.

Outras figuras notáveis do partido - que tiveram o cuidado de reservar alojamento com bastante antecedência - estão alojadas no hotel Grão Vasco e no Príncipe Perfeito: mais afastados do Congresso e mais protegidos da curiosidade pública e mediática.

Os restaurantes destes hotéis são abrigo para muitas refeições onde se cozinha a estratégia deste Congresso. Mas quem se deslocar até aos mais conhecidos restaurantes da cidade - como o Cortiço, Santa Luzia, Quinta da Magarenha, ou Casablanca - também encontrará as mesas reservadas para jantares de intriga ou simples confraternização partidária.

RICARDO JORGE PINTO

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