Oposição pede exames médicos

18-02-2001
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Oposição Pede Exames Médicos

Por HELENA PEREIRA E NUNO SÁ LOURENÇO

Quinta-feira, 28 de Dezembro de 2000 Vários partidos da oposição consideram o envio de uma equipa de especialistas ao Kosovo uma medida "tardia" e pedem que Portugal siga o exemplo de outros países, como a Espanha, e faça exames médicos especiais a todos os militares portugueses que possam ter sido expostos a urânio empobrecido, no Kosovo. Carlos Encarnação, ministro sombra do PSD para a defesa, afirmou ao PÚBLICO que "o Governo não pode ficar na praça pública com o ónus de não ter feito aquilo que devia". Considerando que o envio de técnicos do Instituto Tecnológico Nuclear só "peca por ser tardia", o deputado é da opinião que os militares portugueses devem sujeitar-se a exames médicos para que todos fiquem descansados. "As dúvidas acumulam-se e podem transformar-se numa bola de neve", acrescentou o deputado, que já apresentou um requerimento na Assembleia da República para que o Governo venha esclarecer a população. Idêntica opinião tem o deputado do PP, João Rebelo, que alerta para os efeitos "nefastos e perversos" que o secretismo pode trazer neste processo. Com a extinção do Serviço Militar Obrigatório, Rebelo considera que "tem de se actuar rapidamente" para que este caso não afaste futuros voluntários. O deputado do PP lembra ainda que "o uso de urânio empobrecido mostra quão necessário é pensar-se em rever o controlo de armamento e pensar em banir o armamento que provoca efeitos secundários". O candidato presidencial comunista, António Abreu, defendeu ontem a aplicação de "imediatas medidas complementares em relação aos militares" estacionados no Kosovo. Segundo o candidato, a situação vivida no Kosovo só dá razão aos alertas do PCP. "Deve servir de exemplo para futuras participações", afirmou antes de deixar no ar uma crítica a Castro Caldas: "Quando o senhor ministro da Defesa diz que estamos perante uma situação de risco mínimo, o que é que quer dizer com isto? É morrer 1 em 200? É que 1 quer dizer um soldado português morto." Miguel Portas, do Bloco de Esquerda, por sua vez, insurge-se contra a falta de informação sobre o uso de urânio empobrecido e considera que o silêncio sobre o caso, por parte dos militares, pode vir a ser "absolutamente criminoso". Portas considera que "um 'check-up' completo" a todos os militares é "uma medida do mais elementar bom senso". E pergunta se já foi feito um rastreio aos kosovares, se os soldados que foram para o Kosovo foram informados dos riscos e por que razão não foram tomadas quase nenhumas medidas, nem se gerou um debate público sobre o assunto. Helena Pereira e Nuno Sá Lourenço OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Peritos nucleares seguem para o Kosovo em Janeiro

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