Candidato do aparelho derrotado em Évora

05-10-2000
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Capoulas Santos (com João Cravinho): derrota em Évora

A vitória de Domingos Cordeiro, considerada à partida como impossível, foi a maior surpresa dos vários actos eleitorais para as estruturas locais do PS que se realizaram nos últimos dias e acabou por se materializar numa vantagem de apenas quatro votos.

Candidato sem «estrelas»

Como o seu adversário, Domingos Cordeiro já integrava a anterior concelhia, da qual tinha, porém, um visão diferente.

O novo líder, um advogado que preside à Associação de Futebol de Évora, foi o primeiro a manifestar a intenção de concorrer ao lugar, prometendo «mudar práticas e processos, chamar ao partido militantes há muito afastados da militância activa e dinamizar a estrutura local, que caíra num preocupante estado de letargia». Cordeiro lembra que, no último ano, a concelhia quase nunca se conseguiu reunir, devido a constantes faltas de quórum, e aponta como exemplo do estado das coisas a «falta de solidariedade política para com os três vereadores independentes que representam o partido na Câmara de Évora».

A decisão de Cordeiro colheu de surpresa as figuras de proa do PS de Évora, que avançaram de imediato com o nome de Carlos Cunha, licenciado em Filosofia e professor do ensino secundário, actualmente a exercer funções na Zona Agrária Regional, com a incumbência específica de instruir os dois mil processos relativos à Reforma Agrária.

O antigo chefe de gabinete de Capoulas Santos refutou a imagem de adormecimento da concelhia, defendeu a linha oficial do partido e apresentou-se ao sufrágio interno argumentando que «os novos desafios que se aproximam apenas exigem novos protagonistas».

Na lista dos seus apoiantes figuravam, designadamente, Carlos Zorrinho, membro do Secretariado Nacional do PS e coordenador do Pró-Alentejo; Henrique Troncho, governador civil de Évora e presidente da Federação; Mafalda Troncho, deputada, e ainda Fernanda Ramos, antiga presidente da distrital e actual presidente da Associação Nacional das Escolas Profissionais. Capoulas Santos avalizou a candidatura do seu colaborador de uma forma tácita e discreta, dado pertencer à concelhia de Montemor-o-Novo.

Por sua vez, Domingos Cordeiro recrutou os seus apoios junto da chamada ala esquerda local, constituída por juristas, médicos, pequenos empresários, funcionários públicos e sindicalistas. A estes juntaram-se Eduardo Figueira e António Serrano, docentes da Universidade de Évora.

A existência de duas listas animou o acto eleitoral, que registou uma das maiores participações de sempre. Muitos militantes há largos anos afastados da vida do partido decidiram abandonar a sua posição de alheamento e ir às urnas. E foi este facto que acabou por determinar a surpreendente vitória da lista B, comandada por Domingos Cordeiro.

O êxito foi total, pois os opositores ao aparelho ganharam na secção de Évora, na mesa da assembleia e na comissão política, onde dispõem de 18 lugares, contra 17 da lista A.

«Um novo impulso»

Para Domingos Cordeiro, os resultados traduzem «a vontade de muitos militantes de retomar a sua participação na vida do partido.

Em declarações ao EXPRESSO, o deputado eborense acentuou ainda «ser necessário dar um um novo impulso ao PS, que está algo acomodado e confiante de que para ganhar os próximos actos eleitorais basta confiar nas sondagens e na excelente prestação de António Guterres».

O presidente da nova concelhia entende mesmo que «as secções, as concelhias e as federações, não só de Évora como de todo o País, têm de se mobilizar e fazer o trabalho de casa».

José Frota

Capoulas Santos (com João Cravinho): derrota em Évora

A vitória de Domingos Cordeiro, considerada à partida como impossível, foi a maior surpresa dos vários actos eleitorais para as estruturas locais do PS que se realizaram nos últimos dias e acabou por se materializar numa vantagem de apenas quatro votos.

Candidato sem «estrelas»

Como o seu adversário, Domingos Cordeiro já integrava a anterior concelhia, da qual tinha, porém, um visão diferente.

O novo líder, um advogado que preside à Associação de Futebol de Évora, foi o primeiro a manifestar a intenção de concorrer ao lugar, prometendo «mudar práticas e processos, chamar ao partido militantes há muito afastados da militância activa e dinamizar a estrutura local, que caíra num preocupante estado de letargia». Cordeiro lembra que, no último ano, a concelhia quase nunca se conseguiu reunir, devido a constantes faltas de quórum, e aponta como exemplo do estado das coisas a «falta de solidariedade política para com os três vereadores independentes que representam o partido na Câmara de Évora».

A decisão de Cordeiro colheu de surpresa as figuras de proa do PS de Évora, que avançaram de imediato com o nome de Carlos Cunha, licenciado em Filosofia e professor do ensino secundário, actualmente a exercer funções na Zona Agrária Regional, com a incumbência específica de instruir os dois mil processos relativos à Reforma Agrária.

O antigo chefe de gabinete de Capoulas Santos refutou a imagem de adormecimento da concelhia, defendeu a linha oficial do partido e apresentou-se ao sufrágio interno argumentando que «os novos desafios que se aproximam apenas exigem novos protagonistas».

Na lista dos seus apoiantes figuravam, designadamente, Carlos Zorrinho, membro do Secretariado Nacional do PS e coordenador do Pró-Alentejo; Henrique Troncho, governador civil de Évora e presidente da Federação; Mafalda Troncho, deputada, e ainda Fernanda Ramos, antiga presidente da distrital e actual presidente da Associação Nacional das Escolas Profissionais. Capoulas Santos avalizou a candidatura do seu colaborador de uma forma tácita e discreta, dado pertencer à concelhia de Montemor-o-Novo.

Por sua vez, Domingos Cordeiro recrutou os seus apoios junto da chamada ala esquerda local, constituída por juristas, médicos, pequenos empresários, funcionários públicos e sindicalistas. A estes juntaram-se Eduardo Figueira e António Serrano, docentes da Universidade de Évora.

A existência de duas listas animou o acto eleitoral, que registou uma das maiores participações de sempre. Muitos militantes há largos anos afastados da vida do partido decidiram abandonar a sua posição de alheamento e ir às urnas. E foi este facto que acabou por determinar a surpreendente vitória da lista B, comandada por Domingos Cordeiro.

O êxito foi total, pois os opositores ao aparelho ganharam na secção de Évora, na mesa da assembleia e na comissão política, onde dispõem de 18 lugares, contra 17 da lista A.

«Um novo impulso»

Para Domingos Cordeiro, os resultados traduzem «a vontade de muitos militantes de retomar a sua participação na vida do partido.

Em declarações ao EXPRESSO, o deputado eborense acentuou ainda «ser necessário dar um um novo impulso ao PS, que está algo acomodado e confiante de que para ganhar os próximos actos eleitorais basta confiar nas sondagens e na excelente prestação de António Guterres».

O presidente da nova concelhia entende mesmo que «as secções, as concelhias e as federações, não só de Évora como de todo o País, têm de se mobilizar e fazer o trabalho de casa».

José Frota

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