PCP exige a demissão de Castro Caldas

26-01-2001
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PCP Exige a Demissão de Castro Caldas

Sexta-feira, 26 de Janeiro de 2001 Foram cerca de meia centena os manifestantes que responderam em Lisboa à chamada do PCP. Ontem, à porta da residência oficial do primeiro-ministro uma pequena multidão ouviu os dirigentes comunistas exigirem a demissão do ministro da Defesa, Castro Caldas, ao mesmo tempo que gritavam "Portugal fora dos Balcãs". "Depois de ter desmentido o Presidente da República, o ministro da Defesa deve tirar as consequências dos seus actos." Foi assim que o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, comentou a recente polémica instalada entre o Governo e o Presidente da República. Uma consequência "evidente" para o líder partidário e pelo que se ouvia ontem, para todos os que fizeram questão de se deslocar a São Bento para fazer ouvir a sua voz contra o urânio empobrecido. O deputado João Amaral era um dos críticos de Castro Caldas, a quem acusou de ter "ultrapassado tudo o que é aceitável ao desautorizar o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas". Uma posição que parecia ser consensual entre todos os presentes. Contudo, para os manifestantes, só o facto de se ter enviado tropas para os Balcãs parecia ser suficiente para exigir a queda de Castro Caldas. Com palavras de ordem como "Urânio Não - Proibição" e cartazes a exigir o desmantelamento da NATO, os cerca de 500 manifestantes aprovaram uma moção a entregar na residência do primeiro-ministro, pedindo o cancelamento do envio de tropas para o Kosovo e a não utilização do urânio empobrecido em armamento. Entretanto, aproveitava-se para reeditar alguns dos ditos de outros tempos. Durante pouco mais de meia-hora São Bento teve de ouvir os comunistas vaiar o "imperialismo americano", acusado de ser o "assassino" da população sérvia e dos militares europeus, exigindo "Portugal fora dos Balcãs". Frases e dizeres que se ouviram também em Aveiro e Coimbra Entretanto, Durão Barroso aproveitou para criticar também o ministro da Defesa. Depois de ter considerado "inaceitável o que está a passar-se", classificou a polémica criada como "insustentável". "Não há memória de um Presidente da República ser desmentido na praça pública por um ministro da Defesa", explicou. Ontem também o PSD apresentou um projecto de lei que estipula como essencial a comunicação prévia à Assembleia da República de qualquer decisão do Governo que implique a "intervenção de forças militares portuguesas no estrangeiro". Uma iniciativa que segundo o presidente do PSD apenas se limita a regular um princípio constitucional. Apenas fiscalização e apreciação para a Assembleia sem retirar competências ao Governo. Para Durão Barroso, o "modo extremamente desastrado" como o Executivo de António Guterres tinha conduzido a recente polémica sobre o Kosovo justificava plenamente a necessidade da regulamentação proposta: "Independentemente da polémica há uma questão clara: o Governo não deu à Assembleia as informações relevantes sobre esta matéria. Violou os princípios da lealdade institucional e da cooperação entre órgãos de soberania." N.S.L. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Ministro da Defesa por um fio

Perguntas e respostas: Quql é o envolvimento português nos Balcâs?

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Urânio abala relações entre Europa e EUA

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Breves

Uma brigada às ordens do comandante da Sfor

OPINIÃO

Um debate empobrecido

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