PCP e BE contra acção militar

14-09-2001
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PCP e BE Contra Acção Militar

Por HELENA PEREIRA

Sexta-feira, 14 de Setembro de 2001

Bloco de Esquerda contra disponibilização das Lajes e direita alega "dever de reciprocidade"

Só os partidos à esquerda do PS estão contra uma eventual participação de Portugal numa acção de retaliação militar pelos atentados terroristas ocorridos terça-feira, nos EUA.

Em declaração escrita enviada aos órgãos de comunicação social, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, afirma que "Portugal não pode ter uma posição seguidista, nem contribuir, no plano político e militar, para um clima de irracionalidade e para o agravamento da tensão nas relações internacionais".

"A morte de mais inocentes não redime o sacrifício de milhares de cidadãos dos EUA, vítimas dos intoleráveis atentados", acrescenta. Para o PCP, a resposta aos ataques terroristas de terça-feira deve fazer-se pelo combate às suas causas e não por vinganças.

Já anteontem, um membro da comissão política do PCP alertava para que as declarações do Presidente Bush e de outros chefes de Governo de países-membros da NATO indiciavam "um claro propósito de, a pretexto da luta contra o terrorismo que, em alguns casos, é comandado por antigos aliados e serventuários dos EUA, acentuar e agravar nas relações internacionais uma política arbitrária, agressiva, hostil aos direitos dos povos e à soberania dos países, violadora da Carta das Nações Unidas".

O Bloco de Esquerda (BE) considera também que é tempo de acabar a escalada de violência. "O Governo português não deve disponibilizar a base das Lajes para qualquer operação militar nem deve envolver os seus militares em operações de guerra da NATO", afirmou Miguel Portas, em conferência de imprensa, acrescentando que a justiça norte-americana tem condições para julgar e punir os responsáveis pelo atentado e que existem meios legais que permitem a sua captura envolvendo a cooperação internacional.

À tarde, os responsáveis do BE não gostaram de ouvir o ministro dos Negócios Estrangeiros classificar como mera "cenarização" a hipótese de Portugal se envolver numa escalada militar. Para Francisco Louçã, o Presidente norte-americano, George W. Bush, ao invocar o artigo 5º da Aliança Atlântica, "quer fazer a guerra". "Só Jaime Gama ainda nem sequer percebeu em que planeta está", lamentou.

PSD e PP é que não têm dúvidas de que Portugal está obrigado a participar numa eventual operação da NATO de retaliação aos atentados nos EUA.

Portugal tem um "dever de reciprocidade" para com o país-membro da NATO atacado, uma vez que os acontecimentos de terça-feira foram "um acto de guerra", disse Carlos Encarnação, porta-voz do PSD para a área da Defesa. O deputado, no entanto, sublinhou que ainda é prematuro definir o envolvimento português.

O eurodeputado do CDS-PP Luís Queiró afirmou à Lusa que Portugal tem "o dever de agir com firmeza contra o terrorismo e de cooperar na punição dos autores". O dever do Governo português, disse, é manifestar disponibilidade política para colaborar com os EUA ou a NATO porque, se hoje Portugal contribui, "amanhã pode ser credor".

PCP e BE Contra Acção Militar

Por HELENA PEREIRA

Sexta-feira, 14 de Setembro de 2001

Bloco de Esquerda contra disponibilização das Lajes e direita alega "dever de reciprocidade"

Só os partidos à esquerda do PS estão contra uma eventual participação de Portugal numa acção de retaliação militar pelos atentados terroristas ocorridos terça-feira, nos EUA.

Em declaração escrita enviada aos órgãos de comunicação social, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, afirma que "Portugal não pode ter uma posição seguidista, nem contribuir, no plano político e militar, para um clima de irracionalidade e para o agravamento da tensão nas relações internacionais".

"A morte de mais inocentes não redime o sacrifício de milhares de cidadãos dos EUA, vítimas dos intoleráveis atentados", acrescenta. Para o PCP, a resposta aos ataques terroristas de terça-feira deve fazer-se pelo combate às suas causas e não por vinganças.

Já anteontem, um membro da comissão política do PCP alertava para que as declarações do Presidente Bush e de outros chefes de Governo de países-membros da NATO indiciavam "um claro propósito de, a pretexto da luta contra o terrorismo que, em alguns casos, é comandado por antigos aliados e serventuários dos EUA, acentuar e agravar nas relações internacionais uma política arbitrária, agressiva, hostil aos direitos dos povos e à soberania dos países, violadora da Carta das Nações Unidas".

O Bloco de Esquerda (BE) considera também que é tempo de acabar a escalada de violência. "O Governo português não deve disponibilizar a base das Lajes para qualquer operação militar nem deve envolver os seus militares em operações de guerra da NATO", afirmou Miguel Portas, em conferência de imprensa, acrescentando que a justiça norte-americana tem condições para julgar e punir os responsáveis pelo atentado e que existem meios legais que permitem a sua captura envolvendo a cooperação internacional.

À tarde, os responsáveis do BE não gostaram de ouvir o ministro dos Negócios Estrangeiros classificar como mera "cenarização" a hipótese de Portugal se envolver numa escalada militar. Para Francisco Louçã, o Presidente norte-americano, George W. Bush, ao invocar o artigo 5º da Aliança Atlântica, "quer fazer a guerra". "Só Jaime Gama ainda nem sequer percebeu em que planeta está", lamentou.

PSD e PP é que não têm dúvidas de que Portugal está obrigado a participar numa eventual operação da NATO de retaliação aos atentados nos EUA.

Portugal tem um "dever de reciprocidade" para com o país-membro da NATO atacado, uma vez que os acontecimentos de terça-feira foram "um acto de guerra", disse Carlos Encarnação, porta-voz do PSD para a área da Defesa. O deputado, no entanto, sublinhou que ainda é prematuro definir o envolvimento português.

O eurodeputado do CDS-PP Luís Queiró afirmou à Lusa que Portugal tem "o dever de agir com firmeza contra o terrorismo e de cooperar na punição dos autores". O dever do Governo português, disse, é manifestar disponibilidade política para colaborar com os EUA ou a NATO porque, se hoje Portugal contribui, "amanhã pode ser credor".

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