Direita pede consenso nacional sobre a crise internacional

29-09-2001
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Direita Pede Consenso Nacional Sobre a Crise Internacional

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Sábado, 29 de Setembro de 2001

Durão quer veto à LPM

A direita falou na necessidade de consensos e a esquerda da necessidade de proteger os direitos dos imigrantes em Portugal. Foi assim a audição presidencial aos partidos parlamentares

Os partidos políticos com assento parlamentar foram ontem ao Palácio de Belém para discutir com o Presidente da República as consequências do ataque terrorista nos Estados Unidos e as suas repercussões em Portugal. Qualquer um dos cinco aproveitaram o tema para expressar a Jorge Sampaio os seus pontos de vista habituais.

O PSD, maior partido da oposição, pediu o "veto político" do Presidente para a recém-aprovada Lei de Programação Militar (LPM). Isto porque, segundo o líder Durão Barroso, a actual situação internacional exigia "um consenso o mais alargado possível". E como desta vez a LPM passou na Assembleia da República com os votos do PS e CDS-PP, o presidente social-democrata criticou os socialistas por não terem procurado um acordo com o segundo maior grupo parlamentar. O veto de Sampaio seria então um "contributo para que se tornasse possível um consenso o mais alargado possível".

Durão Barroso aproveitou ainda a oportunidade para enviar um recado a António Guterres, assegurando que a "situação internacional não pode ser motivo para menos exigência com o Governo". O PSD continuaria, portanto, "patrioticamente" a fazer oposição aos socialistas.

Antes disso já Paulo Portas, presidente do CDS-PP, se tinha congratulado com o "acto de coragem" que era a aprovação da LPM. Ainda assim, acabou por falar também na "necessidade de consensos de Estado numa questão tão importante como os nossos serviços de informação". Depois, falou de outra necessidade, a de "controlar de uma forma mais exigente a política de imigração". Isto porque para Paulo Portas era uma "imprudência" as 120 mil autorizações de permanência emitidas por ano pelo Estado português.

Quanto ao PCP, Carlos Carvalhas fez saber que o seu partido estava preocupado com o "abrandamento económico do país" decorrente da situação internacional. Daí que para o secretário-geral do PCP seja urgente "legislação complementar" para cimentar no terreno a reforma fiscal e o combate aos paraísos fiscais e o branqueamento de capitais. Sobre os atentados e a resposta americana, Carlos Carvalhas sustentou que a punição dos responsáveis teria sempre de ser feita "dentro do quadro e da letra da carta das Nações Unidas".

Tanto o dirigente do Bloco de Esquerda (BE), Miguel Portas, como Isabel de Castro, do Partido "Os Verdes", defenderam isso mesmo. Miguel Portas acrescentou que Portugal tinha de ser "uma das vozes de prudência". Tal como o líder do CDS-PP, o dirigente do BE falou de imigração, embora para acusar a direita de atacar os cidadãos estrangeiros residentes no país. Miguel Portas disse ser este o momento ideal para Portugal se esforçar seriamente na integração dos imigrantes e defender os seus direitos.

Direita Pede Consenso Nacional Sobre a Crise Internacional

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Sábado, 29 de Setembro de 2001

Durão quer veto à LPM

A direita falou na necessidade de consensos e a esquerda da necessidade de proteger os direitos dos imigrantes em Portugal. Foi assim a audição presidencial aos partidos parlamentares

Os partidos políticos com assento parlamentar foram ontem ao Palácio de Belém para discutir com o Presidente da República as consequências do ataque terrorista nos Estados Unidos e as suas repercussões em Portugal. Qualquer um dos cinco aproveitaram o tema para expressar a Jorge Sampaio os seus pontos de vista habituais.

O PSD, maior partido da oposição, pediu o "veto político" do Presidente para a recém-aprovada Lei de Programação Militar (LPM). Isto porque, segundo o líder Durão Barroso, a actual situação internacional exigia "um consenso o mais alargado possível". E como desta vez a LPM passou na Assembleia da República com os votos do PS e CDS-PP, o presidente social-democrata criticou os socialistas por não terem procurado um acordo com o segundo maior grupo parlamentar. O veto de Sampaio seria então um "contributo para que se tornasse possível um consenso o mais alargado possível".

Durão Barroso aproveitou ainda a oportunidade para enviar um recado a António Guterres, assegurando que a "situação internacional não pode ser motivo para menos exigência com o Governo". O PSD continuaria, portanto, "patrioticamente" a fazer oposição aos socialistas.

Antes disso já Paulo Portas, presidente do CDS-PP, se tinha congratulado com o "acto de coragem" que era a aprovação da LPM. Ainda assim, acabou por falar também na "necessidade de consensos de Estado numa questão tão importante como os nossos serviços de informação". Depois, falou de outra necessidade, a de "controlar de uma forma mais exigente a política de imigração". Isto porque para Paulo Portas era uma "imprudência" as 120 mil autorizações de permanência emitidas por ano pelo Estado português.

Quanto ao PCP, Carlos Carvalhas fez saber que o seu partido estava preocupado com o "abrandamento económico do país" decorrente da situação internacional. Daí que para o secretário-geral do PCP seja urgente "legislação complementar" para cimentar no terreno a reforma fiscal e o combate aos paraísos fiscais e o branqueamento de capitais. Sobre os atentados e a resposta americana, Carlos Carvalhas sustentou que a punição dos responsáveis teria sempre de ser feita "dentro do quadro e da letra da carta das Nações Unidas".

Tanto o dirigente do Bloco de Esquerda (BE), Miguel Portas, como Isabel de Castro, do Partido "Os Verdes", defenderam isso mesmo. Miguel Portas acrescentou que Portugal tinha de ser "uma das vozes de prudência". Tal como o líder do CDS-PP, o dirigente do BE falou de imigração, embora para acusar a direita de atacar os cidadãos estrangeiros residentes no país. Miguel Portas disse ser este o momento ideal para Portugal se esforçar seriamente na integração dos imigrantes e defender os seus direitos.

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