78º aniversário do PCP em Lisboa

16-11-1999
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78º Aniversário do PCP

Carlos Carvalhas no Comício do Pavilhão Carlos Lopes:

PCP está sempre na primeira linha de combate

Numa sala decorada de vermelho, onde centenas de bandeiras do PCP se agitavam ao som do entusiasmo, milhares de comunistas comemoraram, no sábado passado, o 78º aniversário do PCP. Antecedido de um momento musical, o comício do PCP, realizado no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, contou com a intervenção de Ilda Figueiredo, cabeça da lista CDU às eleições europeias e de Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP.

As pessoas começaram cedo a afluir ao Pavilhão dos Desportos. Muitas, fazendo tempo, entretinham-se a confraternizar e «matar saudades» com camaradas e amigos que, não vendo todos os dias, habitualmente encontram nas grandes iniciativas do Partido.

À entrada, uma banca lembrava aos participantes a Campanha Nacional de Fundos em curso.

Foi, porém, com uma sala já cheia, que o coro alentejano entoou os seus cantares, vivamente aplaudidos. Seguiu-se Carlos Alberto Moniz com canções de resistência e intervenção que trouxeram lágrimas aos olhos de muitos participantes. «Lágrimas de alegria por se pertencer a este grande colectivo que é o Partido Comunista Português, um Partido que há 78 anos luta por uma sociedade mais justa», nas palavras de uma militante que viveu a dureza do fascismo. Mas emoção podia-se também ver nos rostos dos que, à data do 25 de Abril, não passavam de jovens a despertar para a vida e dos que, tendo já nascido em democracia, conhecem por pais e avós a saga do povo português pela liberdade e pela democracia.

A alegria, o entusiasmo, a confiança foram, aliás, tónicas dominantes do comício que iniciou com a assistência a cantar em uníssono a «Internacional» e foi presidido por Deolinda Santos, membro do Comité Central.

A primeira oradora, Ilda Figueiredo, foi acolhida com calorosos aplausos. Antes, porém, de lhe ser dada a palavra, os comunistas e democratas presentes no comício evocaram o grande dirigente do Partido que foi Octávio Pato, recentemente desaparecido, gritando: «A luta continua! A luta continua!»

Só depois falou a cabeça de lista da CDU ao Parlamento Europeu, para assegurar o seu empenho na batalha eleitoral que se aproxima. Entretanto haviam chegado ao comício numerosas saudações de organismos e células do Partido, enunciadas por Deolinda Santos.

O papel do PCP

Por fim, Carlos Carvalhas, ao longo de uma intervenção que teve a atenção permanente dos presentes, falou do motivo que ali os reunia. «Celebramos o papel inconfundível na luta do povo português de um Partido, que esteve sempre na primeira linha de combate», disse. Combate «por direitos, garantias, transformações e avanços de civilização que hoje para muitos portugueses e para as novas gerações são tão naturais como o ar que se respira, mas que custaram muito trabalho, muita determinação e muitos sacrifícios.»

A denúncia da política neoliberal que o PS, em conivência com a direita, está a desenvolver; o papel do PCP na luta dos trabalhadores pela satisfação de justas reivindicações; a necessidade de dar combate ao pacote laboral que o Governo e o patronato querem impor; as eleições para o Parlamento Europeu e a importância de um bom resultado da CDU de forma a dar novo rumo à construção europeia; o reforço do PCP como essencial para uma viragem na política nacional foram questões exaustivamente analisadas pelo Secretário-geral do PCP.

Pela proximidade do Dia Internacional da Mulher, na segunda-feira comemorado, a participação das mulheres a todos os níveis da vida nacional e o papel do PCP na luta pela concretização dos seus direitos, mereceu contudo, de Carlos Carvalhas uma abordagem especial .

Designadamente em relação à lei das «quotas» que recentemente foi votada na Assembleia da República, disse o dirigente comunista: «Com a autoridade e a credibilidade de sermos o Partido que, como é reconhecido, tem feito um maior esforço e apresenta melhores indicadores de participação feminina, do que discordámos foi da opção de se querer resolver por via de uma imposição legal aquilo que a nosso ver, devia e deve ser um compromisso livre e responsavelmente assumido pelos partidos.»

E foi assim, com a assembleia a entoar o «Avante, camarada!» e o hino nacional, que terminou a comemoração de mais este aniversário do PCP, partido com 78 anos de vida e os olhos postos no futuro.

«Avante!» Nº 1319 - 11.Março.1999

78º Aniversário do PCP

Carlos Carvalhas no Comício do Pavilhão Carlos Lopes:

PCP está sempre na primeira linha de combate

Numa sala decorada de vermelho, onde centenas de bandeiras do PCP se agitavam ao som do entusiasmo, milhares de comunistas comemoraram, no sábado passado, o 78º aniversário do PCP. Antecedido de um momento musical, o comício do PCP, realizado no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, contou com a intervenção de Ilda Figueiredo, cabeça da lista CDU às eleições europeias e de Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP.

As pessoas começaram cedo a afluir ao Pavilhão dos Desportos. Muitas, fazendo tempo, entretinham-se a confraternizar e «matar saudades» com camaradas e amigos que, não vendo todos os dias, habitualmente encontram nas grandes iniciativas do Partido.

À entrada, uma banca lembrava aos participantes a Campanha Nacional de Fundos em curso.

Foi, porém, com uma sala já cheia, que o coro alentejano entoou os seus cantares, vivamente aplaudidos. Seguiu-se Carlos Alberto Moniz com canções de resistência e intervenção que trouxeram lágrimas aos olhos de muitos participantes. «Lágrimas de alegria por se pertencer a este grande colectivo que é o Partido Comunista Português, um Partido que há 78 anos luta por uma sociedade mais justa», nas palavras de uma militante que viveu a dureza do fascismo. Mas emoção podia-se também ver nos rostos dos que, à data do 25 de Abril, não passavam de jovens a despertar para a vida e dos que, tendo já nascido em democracia, conhecem por pais e avós a saga do povo português pela liberdade e pela democracia.

A alegria, o entusiasmo, a confiança foram, aliás, tónicas dominantes do comício que iniciou com a assistência a cantar em uníssono a «Internacional» e foi presidido por Deolinda Santos, membro do Comité Central.

A primeira oradora, Ilda Figueiredo, foi acolhida com calorosos aplausos. Antes, porém, de lhe ser dada a palavra, os comunistas e democratas presentes no comício evocaram o grande dirigente do Partido que foi Octávio Pato, recentemente desaparecido, gritando: «A luta continua! A luta continua!»

Só depois falou a cabeça de lista da CDU ao Parlamento Europeu, para assegurar o seu empenho na batalha eleitoral que se aproxima. Entretanto haviam chegado ao comício numerosas saudações de organismos e células do Partido, enunciadas por Deolinda Santos.

O papel do PCP

Por fim, Carlos Carvalhas, ao longo de uma intervenção que teve a atenção permanente dos presentes, falou do motivo que ali os reunia. «Celebramos o papel inconfundível na luta do povo português de um Partido, que esteve sempre na primeira linha de combate», disse. Combate «por direitos, garantias, transformações e avanços de civilização que hoje para muitos portugueses e para as novas gerações são tão naturais como o ar que se respira, mas que custaram muito trabalho, muita determinação e muitos sacrifícios.»

A denúncia da política neoliberal que o PS, em conivência com a direita, está a desenvolver; o papel do PCP na luta dos trabalhadores pela satisfação de justas reivindicações; a necessidade de dar combate ao pacote laboral que o Governo e o patronato querem impor; as eleições para o Parlamento Europeu e a importância de um bom resultado da CDU de forma a dar novo rumo à construção europeia; o reforço do PCP como essencial para uma viragem na política nacional foram questões exaustivamente analisadas pelo Secretário-geral do PCP.

Pela proximidade do Dia Internacional da Mulher, na segunda-feira comemorado, a participação das mulheres a todos os níveis da vida nacional e o papel do PCP na luta pela concretização dos seus direitos, mereceu contudo, de Carlos Carvalhas uma abordagem especial .

Designadamente em relação à lei das «quotas» que recentemente foi votada na Assembleia da República, disse o dirigente comunista: «Com a autoridade e a credibilidade de sermos o Partido que, como é reconhecido, tem feito um maior esforço e apresenta melhores indicadores de participação feminina, do que discordámos foi da opção de se querer resolver por via de uma imposição legal aquilo que a nosso ver, devia e deve ser um compromisso livre e responsavelmente assumido pelos partidos.»

E foi assim, com a assembleia a entoar o «Avante, camarada!» e o hino nacional, que terminou a comemoração de mais este aniversário do PCP, partido com 78 anos de vida e os olhos postos no futuro.

«Avante!» Nº 1319 - 11.Março.1999

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