Local Porto

15-02-2001
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PCP-Braga acusa o Governo de prejudicar o distrito

O Saco Azul

Por ALEXANDRE PRAÇA

Quinta-feira, 16 de Novembro de 2000

Os investimentos que o Governo prevê fazer no distrito de Braga no próximo ano (uma verba de quase 57 milhões de contos, canalizada através do PIDDAC) estão a provocar a contestação do PCP. Os comunistas alegam que o distrito está a ser prejudicado no contexto nacional, ao mesmo tempo que se acentuam as desigualdades entre os 14 concelhos bracarenses. E o PCP fala mesmo da existência de um "saco azul" para ser gerido em ano de eleições autárquicas.

É que 75 por cento do montante previsto no próximo PIDDAC (mais de 43 milhões de contos) não estão previamente atribuídos a qualquer concelho, constando de uma rubrica intitulada "vários concelhos do distrito". Em relação ao PIDDAC deste ano, esta rubrica regista um crescimento que se aproxima dos 20 por cento. "A repartição [desta verba] fica na absoluta discricionaridade dos ministros. Os critérios não estão objectivados, pelo que se trata de um verdadeiro saco azul", denunciou o deputado eleito nas listas da CDU, Cândido Capela Dias, que substitui Agostinho Lopes na Assembleia da República até à realização do congresso do PCP.

Considerando que o distrito de Braga "perdeu peso" a nível nacional - "a riqueza gerada na região continua a ser drenada para outros distritos" - e "estagnou" no contexto dos concelhos que integram a área da CCRN (Comissão de Coordenação da Região Norte), Capela Dias acusa os autarcas do PS - ainda que sem os nomear - de não defenderem as populações, preferindo seguir a lógica do interesse partidário e do apoio ao Governo. E de ficarem à espera de ser "premiados" com as verbas provenientes do tal saco azul, supostamente destinadas às autarquias "indefectíveis" do poder central.

Os responsáveis comunistas sublinham também que apenas em 3 dos 14 municípios do distrito - Barcelos, Vieira do Minho e Vizela - se verifica "um crescimento real de verbas", sendo que nos restantes haverá "uma redução drástica". Os casos mais significativos são os dos concelhos de Braga, Guimarães, Fafe, Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto, que perdem cerca de metade em relação ao PIDDAC de 2000. Os cortes de verbas na educação pré-escolar, na acção social da Universidade do Minho e do Instituto Politécnico do Ave, nos centros de saúde e nos hospitais são os que mais preocupam os comunistas.

Para "minimizar os efeitos nefastos" deste PIDDAC, o grupo parlamentar do PCP vai avançar com algumas propostas, durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado: reformular a rede ferroviária do Baixo Minho, possibilitando uma ligação rápida ao Porto e à Galiza; abrir um novo nó na A3 (Auto-Estrada Porto-Valença), situado em Lama, para servir os concelhos de Barcelos, Vila Verde, Amares e Terras de Bouro; criar um pavilhão de Psiquiatria no hospital de Guimarães e instalar uma comarca judicial em Vizela são algumas das propostas apresentadas por José Antunes, da distrital comunista.

Também para ontem estava marcada uma outra conferência de imprensa sobre a questão do PIDDAC bracarense. Contudo, sem aviso prévio, a distrital de Braga do PSD anulou esta iniciativa. Perante os jornalistas compareceu apenas um funcionário do partido, alegando que não foi possível realizar o encontro porque os sete deputados "laranja" ficaram retidos em Lisboa.

Alexandre Praça

PCP-Braga acusa o Governo de prejudicar o distrito

O Saco Azul

Por ALEXANDRE PRAÇA

Quinta-feira, 16 de Novembro de 2000

Os investimentos que o Governo prevê fazer no distrito de Braga no próximo ano (uma verba de quase 57 milhões de contos, canalizada através do PIDDAC) estão a provocar a contestação do PCP. Os comunistas alegam que o distrito está a ser prejudicado no contexto nacional, ao mesmo tempo que se acentuam as desigualdades entre os 14 concelhos bracarenses. E o PCP fala mesmo da existência de um "saco azul" para ser gerido em ano de eleições autárquicas.

É que 75 por cento do montante previsto no próximo PIDDAC (mais de 43 milhões de contos) não estão previamente atribuídos a qualquer concelho, constando de uma rubrica intitulada "vários concelhos do distrito". Em relação ao PIDDAC deste ano, esta rubrica regista um crescimento que se aproxima dos 20 por cento. "A repartição [desta verba] fica na absoluta discricionaridade dos ministros. Os critérios não estão objectivados, pelo que se trata de um verdadeiro saco azul", denunciou o deputado eleito nas listas da CDU, Cândido Capela Dias, que substitui Agostinho Lopes na Assembleia da República até à realização do congresso do PCP.

Considerando que o distrito de Braga "perdeu peso" a nível nacional - "a riqueza gerada na região continua a ser drenada para outros distritos" - e "estagnou" no contexto dos concelhos que integram a área da CCRN (Comissão de Coordenação da Região Norte), Capela Dias acusa os autarcas do PS - ainda que sem os nomear - de não defenderem as populações, preferindo seguir a lógica do interesse partidário e do apoio ao Governo. E de ficarem à espera de ser "premiados" com as verbas provenientes do tal saco azul, supostamente destinadas às autarquias "indefectíveis" do poder central.

Os responsáveis comunistas sublinham também que apenas em 3 dos 14 municípios do distrito - Barcelos, Vieira do Minho e Vizela - se verifica "um crescimento real de verbas", sendo que nos restantes haverá "uma redução drástica". Os casos mais significativos são os dos concelhos de Braga, Guimarães, Fafe, Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto, que perdem cerca de metade em relação ao PIDDAC de 2000. Os cortes de verbas na educação pré-escolar, na acção social da Universidade do Minho e do Instituto Politécnico do Ave, nos centros de saúde e nos hospitais são os que mais preocupam os comunistas.

Para "minimizar os efeitos nefastos" deste PIDDAC, o grupo parlamentar do PCP vai avançar com algumas propostas, durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado: reformular a rede ferroviária do Baixo Minho, possibilitando uma ligação rápida ao Porto e à Galiza; abrir um novo nó na A3 (Auto-Estrada Porto-Valença), situado em Lama, para servir os concelhos de Barcelos, Vila Verde, Amares e Terras de Bouro; criar um pavilhão de Psiquiatria no hospital de Guimarães e instalar uma comarca judicial em Vizela são algumas das propostas apresentadas por José Antunes, da distrital comunista.

Também para ontem estava marcada uma outra conferência de imprensa sobre a questão do PIDDAC bracarense. Contudo, sem aviso prévio, a distrital de Braga do PSD anulou esta iniciativa. Perante os jornalistas compareceu apenas um funcionário do partido, alegando que não foi possível realizar o encontro porque os sete deputados "laranja" ficaram retidos em Lisboa.

Alexandre Praça

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