Octávio Teixeira: O ministro das Finanças do PCP

19-07-2001
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Octávio Teixeira: O Ministro das Finanças do PCP

Por HELENA PEREIRA

Sábado, 14 de Julho de 2001 Seriedade, competência, calma e ponderação. Dentro e fora do PCP estas são as qualidades mais reconhecidas de Octávio Teixeira, 57 anos de idade (nasceu a 6 de Agosto de 1944), 22 dos quais na Assembleia da República. Eleito deputado em 1980, substituindo Carlos Brito, ganhou rapidamente o respeito dos deputados e tornou-se uma autoridade em matérias económicas reconhecida por todos os grupos parlamentares. O encontro com o PCP, esse, deu-se só após o 25 de Abril. Octávio Teixeira não conheceu a clandestinidade. Adere ao PCP em Maio de 1974, começando por integrar o organismo de Bancários de Lisboa. Sobe ao Comité Central no XII Congresso, em 1988. Na Comissão Política tutela a área da economia. Amigo pessoal de Carlos Carvalhas há vários anos - ao ponto de haver quem diga que Teixeira sabe o Carvalhas pensa sem precisar de lhe perguntar - disputa muitas vezes com ele a condução dos debates parlamentares. Agostinho Lopes, outro deputado e dirigente de peso, pertence também ao círculo de amizades de Teixeira. Conheceram-se na faculdade. Antes disso, tinha sido aluno do pai de Luís Sá, dirigente do PCP já falecido, de quem se torna amigo. Dentro do partido, opta por uma atitude discreta. Mantém-se à parte dos conflitos internos para a renovação do partido, embora defenda abertamente a necessidade do PCP se entender com o PS a bem da governação do país. Natural de Mogadouro, Octávio Teixeira poucas recordações terá de Trás-os-Montes. Viajou com cinco anos para Angola com os pais, onde viveu em Huíla, perto de Lubango, até à maioridade. De regresso a Lisboa, matricula-se no Instituto Comercial, depois o Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras para se licenciar em Economia. Em 1964-65 é eleito para secretário-geral da Associação de Estudantes onde já estavam Murteira Nabo, presidente da Portugal Telecom, e Mário Machungo, antigo primeiro-ministro de Moçambique. Em 1969, regressa a Angola, mas desta vez integrado nas fileiras militares. Já em Portugal, integra a Comissão Democrática Eleitoral, em 1969 e 1973 e inicia a actividade profissional na Lisnave. Passa pelo Banco do Fomento, Banco Borges e Irmão e Banco de Portugal, onde regressa agora. Em 1991, em entrevista a "O Jornal" respondia assim, questionado sobre as suas ambições: "Sou muito dedicado ao que faço. Por isso, quero acima de tudo melhorar o meu trabalho". OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Octávio Teixeira resigna sozinho

Deputado argumenta com desgaste de 22 anos no Parlamento

Depoimentos

PERFIL

Octávio Teixeira: O ministro das Finanças do PCP

Bernardino Soares: uma promessa à espera de legitimidade?

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