Apoio às Federações é prioritário

16-12-2000
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Luís Santos elogiado

Provas como o Masters ou os Campeonatos do Mundo de Atletismo e de Andebol, que estão na calha, e o Euro-2004, em futebol, merecem comentários especiais. Carlos Marta, do PSD e presidente da comissão de acompanhamento do Euro-2004, garante mesmo que o seu partido defende o apoio «público e explícito» a esses eventos, «por trazerem a elite desportiva a Portugal».

Reconhece o deputado social-democrata que «a imagem do país ganha com esses campeonatos». Mas entende que a presença dos melhores atletas se justifica «sobretudo, pela sua capacidade de atracção dos jovens para a prática do desporto». Marta foi profissional de futebol, no Académico de Viseu, e deduz da sua experiência que «vale mais, muitas vezes, o desejo de imitar os ídolos do que os programas de incentivo aos jovens para a sua superação desportiva».

O factor «imagem» também é realçado por Bernardino Soares, do PCP, como mais-valia para Portugal, resultante do Masters de ténis e do Mundial de Andebol, que nomeou especificamente. «Mas não considero isso prioritário, na política desportiva», comenta.

A consequência do reforço de investimento em «provas de imagem», segundo Bernardino Soares, «foi a redução do orçamento do Instituto Nacional do Desporto para o próximo ano».

Ainda quanto à promoção da imagem de Portugal no Mundo, aproveitando a visibilidade do desporto, regista-se uma quase unanimidade a favor das mais-valias do Masters de ténis e do futuro Euro-2004. Sobretudo quanto ao primeiro, pelo facto de atingir países como a Austrália e os Estados Unidos, onde a influência do futebol é residual.

Pena pela Fórmula 1

O deputado Sílvio Cervan, do PP, até comenta que o apoio do Estado a João Lagos foi «altamente rentabilizado», por comparação com o dinheiro gasto noutras iniciativas muito mais onerosas e sem um público-alvo equivalente. Segundo os seus cálculos, o Masters deu Portugal a conhecer «a três vezes mais gente que a Expo, em todo o mundo». E lamentou, a este propósito, ter Portugal perdido a Fórmula 1 no Estoril.

A atribuição do Mundial de Andebol a Portugal valeu, de resto, fartos elogios na Assembleia da República à Federação e ao seu presidente, Luís Santos. Foi até aprovado, por unanimidade, um voto de louvor proposto por Laurentino Dias, do PS, Hermínio Loureiro, do PSD, e Bernardino Soares, do PCP.

Esse voto foi expresso na quarta-feira passada e estranhou-se, na altura, o facto de o Partido Popular não se ter manifestado. No entanto, em declarações ao EXPRESSO, o deputado Sílvio Cervan considerou a Federação de Andebol «paradigmática» das acções a desenvolver, concertadamente, entre o Estado e as federações desportivas.

Cervan tem o pelouro do desporto no grupo parlamentar do PP e entende que o andebol conquistou a organização do Campeonato do mundo «pelo seu trabalho persistente, pelo aumento da qualidade e da quantidade de praticantes e também pelo sucesso da selecção nacional».

«Uma federação assim», comenta Sílvio Cervan, mais justifica que o Estado «a financie adequadamente, cabendo depois aos dirigentes federativos decidir da aplicação das verbas». Por exemplo: optar entre o reforço da formação ou a candidatura à organização de um campeonato ao mais alto nível.

DANIEL REIS

Luís Santos elogiado

Provas como o Masters ou os Campeonatos do Mundo de Atletismo e de Andebol, que estão na calha, e o Euro-2004, em futebol, merecem comentários especiais. Carlos Marta, do PSD e presidente da comissão de acompanhamento do Euro-2004, garante mesmo que o seu partido defende o apoio «público e explícito» a esses eventos, «por trazerem a elite desportiva a Portugal».

Reconhece o deputado social-democrata que «a imagem do país ganha com esses campeonatos». Mas entende que a presença dos melhores atletas se justifica «sobretudo, pela sua capacidade de atracção dos jovens para a prática do desporto». Marta foi profissional de futebol, no Académico de Viseu, e deduz da sua experiência que «vale mais, muitas vezes, o desejo de imitar os ídolos do que os programas de incentivo aos jovens para a sua superação desportiva».

O factor «imagem» também é realçado por Bernardino Soares, do PCP, como mais-valia para Portugal, resultante do Masters de ténis e do Mundial de Andebol, que nomeou especificamente. «Mas não considero isso prioritário, na política desportiva», comenta.

A consequência do reforço de investimento em «provas de imagem», segundo Bernardino Soares, «foi a redução do orçamento do Instituto Nacional do Desporto para o próximo ano».

Ainda quanto à promoção da imagem de Portugal no Mundo, aproveitando a visibilidade do desporto, regista-se uma quase unanimidade a favor das mais-valias do Masters de ténis e do futuro Euro-2004. Sobretudo quanto ao primeiro, pelo facto de atingir países como a Austrália e os Estados Unidos, onde a influência do futebol é residual.

Pena pela Fórmula 1

O deputado Sílvio Cervan, do PP, até comenta que o apoio do Estado a João Lagos foi «altamente rentabilizado», por comparação com o dinheiro gasto noutras iniciativas muito mais onerosas e sem um público-alvo equivalente. Segundo os seus cálculos, o Masters deu Portugal a conhecer «a três vezes mais gente que a Expo, em todo o mundo». E lamentou, a este propósito, ter Portugal perdido a Fórmula 1 no Estoril.

A atribuição do Mundial de Andebol a Portugal valeu, de resto, fartos elogios na Assembleia da República à Federação e ao seu presidente, Luís Santos. Foi até aprovado, por unanimidade, um voto de louvor proposto por Laurentino Dias, do PS, Hermínio Loureiro, do PSD, e Bernardino Soares, do PCP.

Esse voto foi expresso na quarta-feira passada e estranhou-se, na altura, o facto de o Partido Popular não se ter manifestado. No entanto, em declarações ao EXPRESSO, o deputado Sílvio Cervan considerou a Federação de Andebol «paradigmática» das acções a desenvolver, concertadamente, entre o Estado e as federações desportivas.

Cervan tem o pelouro do desporto no grupo parlamentar do PP e entende que o andebol conquistou a organização do Campeonato do mundo «pelo seu trabalho persistente, pelo aumento da qualidade e da quantidade de praticantes e também pelo sucesso da selecção nacional».

«Uma federação assim», comenta Sílvio Cervan, mais justifica que o Estado «a financie adequadamente, cabendo depois aos dirigentes federativos decidir da aplicação das verbas». Por exemplo: optar entre o reforço da formação ou a candidatura à organização de um campeonato ao mais alto nível.

DANIEL REIS

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