Organização Regional do Porto

19-01-2001
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É costume dizer-se que quanto mais alto maior é o tombo. E o que parece estar a acontecer com Paulo Portas. No seu afã de tentar demonstrar que é um hábil político, Portas é capaz de tudo. Já o vimos mungir tetas a vacas, lançar a rede ao mar, fazer que trabalha a terra de enxada na mão, andar pelas ruas e feiras a beijar as senhoras, as criancinhas e as velhinhas. Com um estranho (ou talvez não) apoio das televisões, nomeadamente da do sector público, Portas entra-nos todos os dias pela casa dentro e já enjoa. De tal modo que não raras são as pessoas que aproveitam a oportunidade para mudar de canal.

Depois de várias vezes ter servido de muleta do governo, como na votação dos orçamentos de anos anteriores e na apresentação de uma moção de censura que sabia que iria ser derrotada, Portas tem vindo a acumular erros políticos que provavelmente lhe irão custar muito caro.

Um desses erros terá sido a apresentação da candidatura de Basílio Horta, por cuja presença, aliás, praticamente nunca se deu, sendo de prever, à partida, que iria provocar divisões na direita e que mais tarde ou mais cedo seria forçada a sair de cena. Ora foi exactamente o que agora se verificou, mesmo que, segundo a imprensa, contra a vontade do próprio Basílio. Só que Portas, prevendo o impacte negativo dessa decisão no seio do próprio PP, envolveu o processo da desistência num pacote mais vasto, juntando-lhe as estafadas propostas de entendimento e%u acordo político com o PSD, ao mesmo tempo que sugeria um candidato comum, que não Ferreira do Amaral, o qual, segundo Paulo Portas, andava em campanha apenas para comparecer mas não para ganhar.

Creio, seguramente, que Paulo Portas tem maus assessores e maus conselheiros. Então ele não vê que vai mesmo ter que apoiar Ferreira do Amaral porque não tem alternativa? Ou será que com uma provável aproximação ao PS em termos de Orçamento do Estado, Portas estaria disposto a apoiar Jorge Sampaio? Nunca se sabe. Afinal até já vimos Manuel Monteiro recusar o apoio a Cavaco Silva para apoiar Mário Soares. Mas quanto a Portas, sinceramente, já o vimos fazer muitas piruetas, mas até aí confesso que não acredito.

Voltando à desistência da candidatura de Basílio, deve sublinharse que a forma partidarizada como ocorreu, quer o lançamento da candidatura, quer a desistência, demonstra com evidência uma de duas coisas:- ou Paulo Portas assumia desde a primeira hora que se tratava de uma candidatura partidária, com objectivos expressos muito bem definidos, ou então Portas não compreende, de facto, qual o papel do Presidente da República no nosso sistema Constitucional.

Para terminar a minha crónica de hoje quero dizer que é um erro político do governo, se fizer depender a implementarão das medidas de reforma fiscal da aprovarão do Ornamento do Estado. Continuo a admitir que a primeira versão do OE seja reprovada, mas admito igualmente que o governo possa proceder a alterações de modo a que venha a recolher apoio parlamentar.

27 de Outubro de 2000

É costume dizer-se que quanto mais alto maior é o tombo. E o que parece estar a acontecer com Paulo Portas. No seu afã de tentar demonstrar que é um hábil político, Portas é capaz de tudo. Já o vimos mungir tetas a vacas, lançar a rede ao mar, fazer que trabalha a terra de enxada na mão, andar pelas ruas e feiras a beijar as senhoras, as criancinhas e as velhinhas. Com um estranho (ou talvez não) apoio das televisões, nomeadamente da do sector público, Portas entra-nos todos os dias pela casa dentro e já enjoa. De tal modo que não raras são as pessoas que aproveitam a oportunidade para mudar de canal.

Depois de várias vezes ter servido de muleta do governo, como na votação dos orçamentos de anos anteriores e na apresentação de uma moção de censura que sabia que iria ser derrotada, Portas tem vindo a acumular erros políticos que provavelmente lhe irão custar muito caro.

Um desses erros terá sido a apresentação da candidatura de Basílio Horta, por cuja presença, aliás, praticamente nunca se deu, sendo de prever, à partida, que iria provocar divisões na direita e que mais tarde ou mais cedo seria forçada a sair de cena. Ora foi exactamente o que agora se verificou, mesmo que, segundo a imprensa, contra a vontade do próprio Basílio. Só que Portas, prevendo o impacte negativo dessa decisão no seio do próprio PP, envolveu o processo da desistência num pacote mais vasto, juntando-lhe as estafadas propostas de entendimento e%u acordo político com o PSD, ao mesmo tempo que sugeria um candidato comum, que não Ferreira do Amaral, o qual, segundo Paulo Portas, andava em campanha apenas para comparecer mas não para ganhar.

Creio, seguramente, que Paulo Portas tem maus assessores e maus conselheiros. Então ele não vê que vai mesmo ter que apoiar Ferreira do Amaral porque não tem alternativa? Ou será que com uma provável aproximação ao PS em termos de Orçamento do Estado, Portas estaria disposto a apoiar Jorge Sampaio? Nunca se sabe. Afinal até já vimos Manuel Monteiro recusar o apoio a Cavaco Silva para apoiar Mário Soares. Mas quanto a Portas, sinceramente, já o vimos fazer muitas piruetas, mas até aí confesso que não acredito.

Voltando à desistência da candidatura de Basílio, deve sublinharse que a forma partidarizada como ocorreu, quer o lançamento da candidatura, quer a desistência, demonstra com evidência uma de duas coisas:- ou Paulo Portas assumia desde a primeira hora que se tratava de uma candidatura partidária, com objectivos expressos muito bem definidos, ou então Portas não compreende, de facto, qual o papel do Presidente da República no nosso sistema Constitucional.

Para terminar a minha crónica de hoje quero dizer que é um erro político do governo, se fizer depender a implementarão das medidas de reforma fiscal da aprovarão do Ornamento do Estado. Continuo a admitir que a primeira versão do OE seja reprovada, mas admito igualmente que o governo possa proceder a alterações de modo a que venha a recolher apoio parlamentar.

27 de Outubro de 2000

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