EXPRESSO: País

28-02-2002
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Portistas garantem «banho» à candidatura de Monteiro

Manuel Moura/Lusa Paulo Portas: depois da 'reflexão' e do anúncio da continuidade, o líder do CDS/PP foi de férias para a neve

FOI sem grande surpresa que os seguidores de Paulo Portas receberam, ontem, o anúncio da recandidatura do ex-líder do CDS-PP, Manuel Monteiro, à presidência do partido. Os dirigentes populares contactados pelo EXPRESSO estão certos de quee João Rebelo garante mesmo que Manuel Monteirono congresso.

A direcção de Paulo Portas considera «legítima» e «bem-vinda» a candidatura do ex-líder - até porque, diz Rebelo, «os congressos onde há debate de ideias, e não de pessoas, são sempre positivos» -, mas não perspectiva quaisquer alterações na presidência do partido.

E ninguém, entre os populares, parece ter sido apanhado de surpresa. «Não é surpresa o avanço de Monteiro depois dos resultados que não foram nada bons para o CDS», argumenta o secretário-geral dos populares, Anacoreta Correia, enquanto o líder parlamentar do CDS/PP, Basílio Horta, afirma que «ficaria surpreendido era se Manuel Monteiro não quisesse encarar os militantes do partido».

Para Basílio Horta, os congressos «servem exactamente para isso» e «é muito importante e saudável que haja esta clarificação e que Manuel Monteiro e outras pessoas, que assim entendam, apresentem as suas propostas».

Todos com Portas...

Entretanto, o Conselho Nacional do CDS/PP reúne hoje - ainda que não possa contar com a presença de Paulo Portas, em férias na Áustria - para aprovar e marcar o congresso. Sendo que a data mais provável é o fim-de-semana de 19 e 20 de Janeiro e o local escolhido será Lisboa. Durante a reunião, os dirigentes populares irão ainda aprovar o regulamento do congresso e o regulamento da eleição de delegados, bem como a Comissão Organizadora.

Na reunião da Comissão Política, terça-feira, Portas recebeu o apoio de todos os dirigentes populares. Entre os presentes, o entendimento era o de que o resultado em Lisboa «não foi nada mau» e houve até quem sustentasse que foi mesmo «brilhante», dada a «bipolarização de votos e a baixa abstenção» e tendo em conta os resultados nacionais do partido, esses sim, considerados «muito maus».

E Paulo Portas acabou por vir dizer ao país, na quarta-feira, que fica e que nunca pensou em demitir-se, porque «um líder não vira as costas nos momentos difíceis». «O CDS precisa de mim», justificou Portas, que não perdeu a oportunidade de enviar recados a Manuel Monteiro e à direcção social-democrata: «Será presidente do CDS quem os militantes do CDS quiserem».

Menos pacífica foi a decisão relativa à convocação de um congresso antes das legislativas. A maioria foi favorável à antecipação do congresso ordinário previsto para Março, com Basílio Horta a liderar essa tese, por considerar «fundamental relegitimar a liderança de Paulo Portas». Uma oposição partilhada por Anacoreta Correia, que, embora considere o congresso «uma despesa inútil», entende que «tem de ser feito para clarificar as coisas de vez».

Luís Nobre Guedes, Sílvio Cervan e Pedro Feist foram os únicos que se opuseram à antecipação do congresso para Janeiro. Para Sílvio Cervan, «o partido ganha sempre quando fala ao país e perde sempre quando discute tácticas». Daí que o vice-presidente da bancada popular tenha sustentado na reunião de terça-feira que «mais importante do que um congresso era uma convenção programática para apresentar um programa de Governo».

...outros com Monteiro

Entretanto, na quarta-feira, foi a vez de Manuel Monteiro reunir alguns dos seus (antigos e novos) apoiantes mais próximos para decidir se avançava para a liderança do CDS/PP. Entre os presentes no encontro, em Lisboa, estavam alguns dos seus companheiros de sempre, como Jorge Ferreira, Gonçalo Ribeiro da Costa, Nuno Fernandes Thomaz e Nuno Correia da Silva. Nogueira Simões, Girão Pereira, Diogo Pacheco de Amorim, Orlando Monteiro da Silva, Carlos Abreu Amorim, Pedro Froufe, Pedro Nunes, Manuel Pinto Machado, Miguel Félix Antóni, Vítor Ávila, José Silva e Ismael Pimentel foram outros dos que marcaram presença. A maioria dos presentes manifestou-se contra o avanço de Monteiro, com os argumentos de que o partido teve um resultado desastroso e que as dúvidas são totais quanto às regras de funcionamento do congresso. Em alternativa, defendiam a constituição de um movimento político que desde logo anunciaria a intenção de vir a constituir-se em partido.

Portistas garantem «banho» à candidatura de Monteiro

Manuel Moura/Lusa Paulo Portas: depois da 'reflexão' e do anúncio da continuidade, o líder do CDS/PP foi de férias para a neve

FOI sem grande surpresa que os seguidores de Paulo Portas receberam, ontem, o anúncio da recandidatura do ex-líder do CDS-PP, Manuel Monteiro, à presidência do partido. Os dirigentes populares contactados pelo EXPRESSO estão certos de quee João Rebelo garante mesmo que Manuel Monteirono congresso.

A direcção de Paulo Portas considera «legítima» e «bem-vinda» a candidatura do ex-líder - até porque, diz Rebelo, «os congressos onde há debate de ideias, e não de pessoas, são sempre positivos» -, mas não perspectiva quaisquer alterações na presidência do partido.

E ninguém, entre os populares, parece ter sido apanhado de surpresa. «Não é surpresa o avanço de Monteiro depois dos resultados que não foram nada bons para o CDS», argumenta o secretário-geral dos populares, Anacoreta Correia, enquanto o líder parlamentar do CDS/PP, Basílio Horta, afirma que «ficaria surpreendido era se Manuel Monteiro não quisesse encarar os militantes do partido».

Para Basílio Horta, os congressos «servem exactamente para isso» e «é muito importante e saudável que haja esta clarificação e que Manuel Monteiro e outras pessoas, que assim entendam, apresentem as suas propostas».

Todos com Portas...

Entretanto, o Conselho Nacional do CDS/PP reúne hoje - ainda que não possa contar com a presença de Paulo Portas, em férias na Áustria - para aprovar e marcar o congresso. Sendo que a data mais provável é o fim-de-semana de 19 e 20 de Janeiro e o local escolhido será Lisboa. Durante a reunião, os dirigentes populares irão ainda aprovar o regulamento do congresso e o regulamento da eleição de delegados, bem como a Comissão Organizadora.

Na reunião da Comissão Política, terça-feira, Portas recebeu o apoio de todos os dirigentes populares. Entre os presentes, o entendimento era o de que o resultado em Lisboa «não foi nada mau» e houve até quem sustentasse que foi mesmo «brilhante», dada a «bipolarização de votos e a baixa abstenção» e tendo em conta os resultados nacionais do partido, esses sim, considerados «muito maus».

E Paulo Portas acabou por vir dizer ao país, na quarta-feira, que fica e que nunca pensou em demitir-se, porque «um líder não vira as costas nos momentos difíceis». «O CDS precisa de mim», justificou Portas, que não perdeu a oportunidade de enviar recados a Manuel Monteiro e à direcção social-democrata: «Será presidente do CDS quem os militantes do CDS quiserem».

Menos pacífica foi a decisão relativa à convocação de um congresso antes das legislativas. A maioria foi favorável à antecipação do congresso ordinário previsto para Março, com Basílio Horta a liderar essa tese, por considerar «fundamental relegitimar a liderança de Paulo Portas». Uma oposição partilhada por Anacoreta Correia, que, embora considere o congresso «uma despesa inútil», entende que «tem de ser feito para clarificar as coisas de vez».

Luís Nobre Guedes, Sílvio Cervan e Pedro Feist foram os únicos que se opuseram à antecipação do congresso para Janeiro. Para Sílvio Cervan, «o partido ganha sempre quando fala ao país e perde sempre quando discute tácticas». Daí que o vice-presidente da bancada popular tenha sustentado na reunião de terça-feira que «mais importante do que um congresso era uma convenção programática para apresentar um programa de Governo».

...outros com Monteiro

Entretanto, na quarta-feira, foi a vez de Manuel Monteiro reunir alguns dos seus (antigos e novos) apoiantes mais próximos para decidir se avançava para a liderança do CDS/PP. Entre os presentes no encontro, em Lisboa, estavam alguns dos seus companheiros de sempre, como Jorge Ferreira, Gonçalo Ribeiro da Costa, Nuno Fernandes Thomaz e Nuno Correia da Silva. Nogueira Simões, Girão Pereira, Diogo Pacheco de Amorim, Orlando Monteiro da Silva, Carlos Abreu Amorim, Pedro Froufe, Pedro Nunes, Manuel Pinto Machado, Miguel Félix Antóni, Vítor Ávila, José Silva e Ismael Pimentel foram outros dos que marcaram presença. A maioria dos presentes manifestou-se contra o avanço de Monteiro, com os argumentos de que o partido teve um resultado desastroso e que as dúvidas são totais quanto às regras de funcionamento do congresso. Em alternativa, defendiam a constituição de um movimento político que desde logo anunciaria a intenção de vir a constituir-se em partido.

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