Barbosa Ribeiro ataca Menezes e diz que não está "à venda"

12-09-2001
marcar artigo

Barbosa Ribeiro Ataca Menezes e Diz Que Não Está "à Venda"

Por MARGARIDA GOMES

Quarta-feira, 12 de Setembro de 2001

Líder do PS de Gaia chama "vendilhões" aos autarcas que abandonaram as fileiras socialistas e ameaça processar o presidente do PSD-Porto

O presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Gaia, Barbosa Ribeiro, disse ontem ao PÚBLICO não ter ficado melindrado "ou mesmo ofendido" com as acusações que os presidentes da Junta de Freguesia de Pedroso, António Tavares, e da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, lhe dirigiram anteontem durante a apresentação do Movimento Independente de Pedroso (MIP). Recorde-se que Tavares, um socialista que saiu em ruptura com o seu partido, pelo qual foi eleito por três vezes presidente daquela junta de freguesia, lidera este movimento e Menezes apoia-o.

Barbosa Ribeiro foi o bombo de festa da sessão de anteontem. Para além dos ataques de Tavares, foi igualmente visado por Menezes. "Como se pode ser tão aldrabão, tão mentiroso e como se pode ser tão cego e tão sectário", disparou o presidente da câmara local, respondendo às críticas que aquele dirigente socialista tem dirigido à sua política. O líder dos socialistas de Gaia e vereador sem pelouros no executivo de Menezes garante que está "absolutamente tranquilo" e, com alguma ironia, diz que acha "anedótico que só agora Luís Filipe Menezes e António Tavares venham, quatro anos depois de ter deixado de ser vereador a tempo inteiro, com acusações de ilegalidade que não passam de ataques de baixa política que apenas servem para encobrir actos praticados pelos dois políticos" nas suas autarquias.

Anteontem, durante a apresentação do MIP, que vai concorrer em Dezembro às eleições autárquicas, tanto Menezes como Tavares acusaram também Barbosa Ribeiro de "não ser um político sério e de conduzir o partido em Gaia para o abismo". Ao mesmo tempo, condenaram "o baixo nível de fazer política do líder concelhio" e responsabilizaram-no pela debandada de 33 militantes do PS que entregaram, em Março, o cartão e fundaram aquele movimento, que congrega várias sensibilidades políticas.

Em declarações ao PÚBLICO, Barbosa Ribeiro responde que não se deixa intimidar com este tipo de ataques e interpreta "todo este nervosismo" de Menezes como um "sinal de preocupação" pelo facto de a Inspecção-Geral de Finanças estar, alegadamente, a investigar a Câmara de Gaia. "As acusações que me fizeram só denotam intranquilidade por parte do presidente da câmara", acusa. "Não se dão pontapés num cão morto!", observa, interpretando as palavras dos dois autarcas como um remoque "ao incómodo que os socialistas estão a provocar na freguesia de Pedroso", onde vão candidatar Antero Costa, ex-presidente do Hóquei Clube dos Carvalhos, um independente que concorre nas listas do PS.

Contra "os vendilhões" do PS de Pedroso e Afurada

Barbosa Ribeiro avisa o presidente da câmara de que não está à venda e que nunca se deixará comprar, ao contrário "de alguns vendilhões, seus ex-colegas de partido, que já se passaram para o outro lado". "Não calarei nunca a minha voz e o sr. presidente da câmara pode continuar a contar com a minha oposição, dura e frontal, mas ao mesmo tempo civilizada, porque é minha obrigação estar atento aos actos de gestão da autarquia pela qual fui eleito", promete.

E afirmou que em Gaia o PSD tem tentado "comprar" alguns militantes do PS, nomeadamente - garantiu ao PÚBLICO - ele próprio. "Seria mais cómodo para mim aceitar o lugar que me ofereceram na administração da Câmara de Gaia do que estar a fazer o papel de opositor", defende, lamentando que ex-correligionários seus tenham abandonado o partido. Cita os casos de António Tavares, um independente que tem Luís Filipe Menezes na comissão de honra do MIP, e o presidente da Junta de Freguesia da Afurada, António Morais. Este autarca, diz Barbosa Ribeiro, escreveu na passada quinta-feira uma carta a manifestar a sua indisponibilidade para integrar as listas do PS para a junta, por entender que "o PS não tem projecto político". "Isso seria violentar a minha consciência", diz António Morais na carta enviada ao secretário coordenador da secção do PS de Canidelo, que abrange também a Afurada.

O líder concelhio procura ignorar sempre António Tavares - porque, considera, "o presidente da Junta de Pedroso não existe", - mas aproveita para lhe mandar um "recado", ao garantir que, se assumir o lugar de deputado, não se vai refugiar na sua imunidade parlamentar, para se furtar às eventuais responsabilidades que forem apuradas pela Procuradoria-Geral da República na sequência da investigação que está a fazer aos últimos quatro anos de mandato a meio tempo que Barbosa Ribeiro desempenhou na Câmara de Gaia quando esta era liderado pelo socialista Heitor Carvalheiras.

A possibilidade de Barbosa Ribeiro poder vir a invocar o estatuto de imunidade parlamentar tinha sido anteontem levantada pelo ex-militante do PS António Tavares.

Barbosa Ribeiro Ataca Menezes e Diz Que Não Está "à Venda"

Por MARGARIDA GOMES

Quarta-feira, 12 de Setembro de 2001

Líder do PS de Gaia chama "vendilhões" aos autarcas que abandonaram as fileiras socialistas e ameaça processar o presidente do PSD-Porto

O presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Gaia, Barbosa Ribeiro, disse ontem ao PÚBLICO não ter ficado melindrado "ou mesmo ofendido" com as acusações que os presidentes da Junta de Freguesia de Pedroso, António Tavares, e da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, lhe dirigiram anteontem durante a apresentação do Movimento Independente de Pedroso (MIP). Recorde-se que Tavares, um socialista que saiu em ruptura com o seu partido, pelo qual foi eleito por três vezes presidente daquela junta de freguesia, lidera este movimento e Menezes apoia-o.

Barbosa Ribeiro foi o bombo de festa da sessão de anteontem. Para além dos ataques de Tavares, foi igualmente visado por Menezes. "Como se pode ser tão aldrabão, tão mentiroso e como se pode ser tão cego e tão sectário", disparou o presidente da câmara local, respondendo às críticas que aquele dirigente socialista tem dirigido à sua política. O líder dos socialistas de Gaia e vereador sem pelouros no executivo de Menezes garante que está "absolutamente tranquilo" e, com alguma ironia, diz que acha "anedótico que só agora Luís Filipe Menezes e António Tavares venham, quatro anos depois de ter deixado de ser vereador a tempo inteiro, com acusações de ilegalidade que não passam de ataques de baixa política que apenas servem para encobrir actos praticados pelos dois políticos" nas suas autarquias.

Anteontem, durante a apresentação do MIP, que vai concorrer em Dezembro às eleições autárquicas, tanto Menezes como Tavares acusaram também Barbosa Ribeiro de "não ser um político sério e de conduzir o partido em Gaia para o abismo". Ao mesmo tempo, condenaram "o baixo nível de fazer política do líder concelhio" e responsabilizaram-no pela debandada de 33 militantes do PS que entregaram, em Março, o cartão e fundaram aquele movimento, que congrega várias sensibilidades políticas.

Em declarações ao PÚBLICO, Barbosa Ribeiro responde que não se deixa intimidar com este tipo de ataques e interpreta "todo este nervosismo" de Menezes como um "sinal de preocupação" pelo facto de a Inspecção-Geral de Finanças estar, alegadamente, a investigar a Câmara de Gaia. "As acusações que me fizeram só denotam intranquilidade por parte do presidente da câmara", acusa. "Não se dão pontapés num cão morto!", observa, interpretando as palavras dos dois autarcas como um remoque "ao incómodo que os socialistas estão a provocar na freguesia de Pedroso", onde vão candidatar Antero Costa, ex-presidente do Hóquei Clube dos Carvalhos, um independente que concorre nas listas do PS.

Contra "os vendilhões" do PS de Pedroso e Afurada

Barbosa Ribeiro avisa o presidente da câmara de que não está à venda e que nunca se deixará comprar, ao contrário "de alguns vendilhões, seus ex-colegas de partido, que já se passaram para o outro lado". "Não calarei nunca a minha voz e o sr. presidente da câmara pode continuar a contar com a minha oposição, dura e frontal, mas ao mesmo tempo civilizada, porque é minha obrigação estar atento aos actos de gestão da autarquia pela qual fui eleito", promete.

E afirmou que em Gaia o PSD tem tentado "comprar" alguns militantes do PS, nomeadamente - garantiu ao PÚBLICO - ele próprio. "Seria mais cómodo para mim aceitar o lugar que me ofereceram na administração da Câmara de Gaia do que estar a fazer o papel de opositor", defende, lamentando que ex-correligionários seus tenham abandonado o partido. Cita os casos de António Tavares, um independente que tem Luís Filipe Menezes na comissão de honra do MIP, e o presidente da Junta de Freguesia da Afurada, António Morais. Este autarca, diz Barbosa Ribeiro, escreveu na passada quinta-feira uma carta a manifestar a sua indisponibilidade para integrar as listas do PS para a junta, por entender que "o PS não tem projecto político". "Isso seria violentar a minha consciência", diz António Morais na carta enviada ao secretário coordenador da secção do PS de Canidelo, que abrange também a Afurada.

O líder concelhio procura ignorar sempre António Tavares - porque, considera, "o presidente da Junta de Pedroso não existe", - mas aproveita para lhe mandar um "recado", ao garantir que, se assumir o lugar de deputado, não se vai refugiar na sua imunidade parlamentar, para se furtar às eventuais responsabilidades que forem apuradas pela Procuradoria-Geral da República na sequência da investigação que está a fazer aos últimos quatro anos de mandato a meio tempo que Barbosa Ribeiro desempenhou na Câmara de Gaia quando esta era liderado pelo socialista Heitor Carvalheiras.

A possibilidade de Barbosa Ribeiro poder vir a invocar o estatuto de imunidade parlamentar tinha sido anteontem levantada pelo ex-militante do PS António Tavares.

marcar artigo