Narciso alarga direcção a todas as sensibilidades do PS-Porto

18-04-2001
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Narciso Alarga Direcção a Todas as Sensibilidades do PS-Porto

Por RAPOSO ANTUNES

Domingo, 8 de Abril de 2001

Dois ministros, Assis e Lage

A direcção distrital do PS portuense passa a integrar mais de três dezenas de elementos, incluindo sectores críticos

Narciso Miranda e Francisco Assis, as duas figuras que disputaram acesamente a liderança do PS-Porto há meio ano, conseguiram anteontem à noite aquilo em poucos acreditavam: reuniram forças na direcção distrital do partido. De uma assentada, Narciso integrou no seu secretariado oito apoiantes de Assis, mais dois ministros (Alberto Martins e Augusto Santos Silva) e um secretário da mesa da Assembleia da República, Artur Penedos. O PS-Porto passa a ter assim a mais numerosa direcção das estruturas do partido em todo o país: nada mais nada mesmo do que 34 membros.

Além dos três nomes citados, passaram a integrar o secretariado o próprio líder parlamentar dos socialistas, Francisco Assis, o eurodeputado Carlos Lage, o governador civil do Porto, Joaquim Couto, os deputado Manuel dos Santos, Fernando Jesus e Helena Ribeiro, a presidente da Junta de Freguesia de Miragaia, Ana Maria Pereira, e Manuel Pizarro, do núcleo de saúde do PS.

A entrada destes novos dirigentes - aprovada por 49 votos a favor, quatro abstenções e um contra - não mereceu reservas por parte da maioria da Comissão Política Distrital, tendo sido mesmo classificada por Narciso Miranda no final da reunião como uma "decisão histórica" com "resultados inéditos".

Ao que o PÚBLICO apurou, a maior parte da reunião decorreu num ambiente distendido, sem as habituais polémicas que tradicionalmente marcam estes plenários dos socialistas portuenses. A excepção a este quadro verificou-se apenas logo no início da reunião, numa altura em que Narciso não terá conseguido disfarçar a sua "irritação" com os elementos da concelhia do Porto de Orlando Gaspar.

De resto, o líder da distrital deu como adquirida as candidaturas de dois apoiantes de Assis às câmaras de Baião (José Luís Carneiro) e Paços de Ferreira (Raul Brito), bem como as de Nuno Lameiras (um independente que foi mandatário concelhio de Jorge Sampaio nas presidenciais) ao Marco de Canaveses e de Artur Penedos a Paredes.

Narciso Miranda anunciou ainda que serão as concelhias a indicar os nomes dos militantes que deverão integrar a lista de Guterres para a Comissão Nacional, o que, segundo alguns sectores, é uma forma de contornar a questão Fernando Gomes. Ou seja, se Guterres não indicar o nome do ex-ministro na sua quota pessoal, terá de ser a concelhia de Gaspar a fazê-lo, isto se pretender que este dirigente continue a integrar os órgãos nacionais do partido.

De acordo com a agência Lusa, o líder distrital do PS-Porto viu ainda aprovadas por unanimidade outras propostas suas, nomeadamente a elaboração de um programa metropolitano que questione, "no bom sentido", todo o edifício jurídico, técnico e financeiro das áreas metropolitanas. Esta reanálise implicará estudos sobre as formas de eleição das juntas metropolitanas - votação directa ou indirecta, como acontece hoje - ou sobre o seu alargamento.

Foi também assumido por unanimidade que só serão anunciadas candidaturas após o congresso nacional do partido, excepto no caso do Vale do Tâmega e Sousa, onde o PS pretende avançar com campanhas agressivas tendo em vista recuperar câmaras perdidas.

No final da reunião, em declarações à Lusa, Narciso manifestou o seu agrado pela forma como tudo tinha decorrido, dizendo mesmo que António Guterres ia encontrar hoje (ontem), no Porto, "um partido mais coeso na sua pluralidade, mais unido, disponível e interveniente", com o qual o secretário-geral do PS "podia contar". E repetiu mesmo por três vezes uma afirmação a que tem recorrido a propósito da eventual candidatura de Gomes ao Porto: "Aqui não serão permitidas quaisquer plataformas contra o líder".

Narciso Alarga Direcção a Todas as Sensibilidades do PS-Porto

Por RAPOSO ANTUNES

Domingo, 8 de Abril de 2001

Dois ministros, Assis e Lage

A direcção distrital do PS portuense passa a integrar mais de três dezenas de elementos, incluindo sectores críticos

Narciso Miranda e Francisco Assis, as duas figuras que disputaram acesamente a liderança do PS-Porto há meio ano, conseguiram anteontem à noite aquilo em poucos acreditavam: reuniram forças na direcção distrital do partido. De uma assentada, Narciso integrou no seu secretariado oito apoiantes de Assis, mais dois ministros (Alberto Martins e Augusto Santos Silva) e um secretário da mesa da Assembleia da República, Artur Penedos. O PS-Porto passa a ter assim a mais numerosa direcção das estruturas do partido em todo o país: nada mais nada mesmo do que 34 membros.

Além dos três nomes citados, passaram a integrar o secretariado o próprio líder parlamentar dos socialistas, Francisco Assis, o eurodeputado Carlos Lage, o governador civil do Porto, Joaquim Couto, os deputado Manuel dos Santos, Fernando Jesus e Helena Ribeiro, a presidente da Junta de Freguesia de Miragaia, Ana Maria Pereira, e Manuel Pizarro, do núcleo de saúde do PS.

A entrada destes novos dirigentes - aprovada por 49 votos a favor, quatro abstenções e um contra - não mereceu reservas por parte da maioria da Comissão Política Distrital, tendo sido mesmo classificada por Narciso Miranda no final da reunião como uma "decisão histórica" com "resultados inéditos".

Ao que o PÚBLICO apurou, a maior parte da reunião decorreu num ambiente distendido, sem as habituais polémicas que tradicionalmente marcam estes plenários dos socialistas portuenses. A excepção a este quadro verificou-se apenas logo no início da reunião, numa altura em que Narciso não terá conseguido disfarçar a sua "irritação" com os elementos da concelhia do Porto de Orlando Gaspar.

De resto, o líder da distrital deu como adquirida as candidaturas de dois apoiantes de Assis às câmaras de Baião (José Luís Carneiro) e Paços de Ferreira (Raul Brito), bem como as de Nuno Lameiras (um independente que foi mandatário concelhio de Jorge Sampaio nas presidenciais) ao Marco de Canaveses e de Artur Penedos a Paredes.

Narciso Miranda anunciou ainda que serão as concelhias a indicar os nomes dos militantes que deverão integrar a lista de Guterres para a Comissão Nacional, o que, segundo alguns sectores, é uma forma de contornar a questão Fernando Gomes. Ou seja, se Guterres não indicar o nome do ex-ministro na sua quota pessoal, terá de ser a concelhia de Gaspar a fazê-lo, isto se pretender que este dirigente continue a integrar os órgãos nacionais do partido.

De acordo com a agência Lusa, o líder distrital do PS-Porto viu ainda aprovadas por unanimidade outras propostas suas, nomeadamente a elaboração de um programa metropolitano que questione, "no bom sentido", todo o edifício jurídico, técnico e financeiro das áreas metropolitanas. Esta reanálise implicará estudos sobre as formas de eleição das juntas metropolitanas - votação directa ou indirecta, como acontece hoje - ou sobre o seu alargamento.

Foi também assumido por unanimidade que só serão anunciadas candidaturas após o congresso nacional do partido, excepto no caso do Vale do Tâmega e Sousa, onde o PS pretende avançar com campanhas agressivas tendo em vista recuperar câmaras perdidas.

No final da reunião, em declarações à Lusa, Narciso manifestou o seu agrado pela forma como tudo tinha decorrido, dizendo mesmo que António Guterres ia encontrar hoje (ontem), no Porto, "um partido mais coeso na sua pluralidade, mais unido, disponível e interveniente", com o qual o secretário-geral do PS "podia contar". E repetiu mesmo por três vezes uma afirmação a que tem recorrido a propósito da eventual candidatura de Gomes ao Porto: "Aqui não serão permitidas quaisquer plataformas contra o líder".

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