Conselho de Opinião critica RTP e Governo

31-05-2001
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Conselho de Opinião Critica RTP e Governo

Por SOFIA RODRIGUES

Quinta-feira, 31 de Maio de 2001 Plano de actividades O Conselho de Opinião votou por unanimidade um texto que faz duras críticas à forma como a RTP presta o serviço público e responsabiliza o Governo pelo atraso no saneamento das contas O Conselho de Opinião (CO) criticou ontem o atraso e o irrealismo do plano de actividades e orçamento da RTP para 2001 e a falta de objectivos na programação da estação e acusou o Governo de não cumprir a promessa de sanear as contas da televisão pública. O texto - cujo resumo será conhecido hoje - foi aprovado por unanimidade, numa reunião em que estiveram presentes 27 conselheiros. "É um documento muito crítico pela falta de objectivos e de ruptura com o passado", disse ontem ao PÚBLICO António Pedro Vasconcelos, membro do CO. Na sua apreciação, o CO considerou irreal o plano de actividades e orçamento de 2001 ao prever um financiamento de 40 milhões de contos quando na realidade o montante atribuído pelo Estado só chegará aos 15 milhões de contos. Além do mais, segundo António Pedro Vasconcelos, "o documento chegou-nos com um ano de atraso". O texto lembra que o Governo, nomeadamente quando o ministro Armando Vara tinha a tutela da RTP, prometeu sanear as contas da empresa, o que ainda não cumpriu. Em relação à programação, o CO considera que não houve uma ruptura com o passado. "Não há reflexão sobre a estratégia. A programação não se distingue muito das privadas, à excepção dos ''reality-shows''", sintetizou António Pedro Vasconcelos. O documento chama ainda a atenção para a redução de programação infantil e de documentários na RTP1, bem como a transformação da RTP2 num "gueto cultural e da RTP1 num canal populista". Quanto a audiências, o plano de actividades faz as suas estimativas de receitas publicitárias com base em 25 por cento de "share", um número que, segundo o CO, não vai ser possível manter. Por outro lado, apela a que a RTP faça estudos qualitativos em vez de se restringir às audiências feitas para as estações comerciais. O texto lembra ainda à administração que o plano de actividades não tem dados sobre as empresas participadas da estação - como a RTC e a Foco -, sobre a "holding" Portugal Global, nem sobre o volume de produção nacional e independente. Para o Governo, o documento ontem aprovado dá ainda outro recado. É que há um atraso inexplicável da renovação do Contrato de Concessão de Serviço Público de Televisão, demora essa que tornou muitos dos seus aspectos desadequados em relação à actual lei em vigor. OUTROS TÍTULOS EM MEDIA Conselho de Opinião critica RTP e Governo

Rui Rodrigues na RTP

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