EXPRESSO: Opinião

28-04-2001
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24/3/2001 ALTOS...

FERNANDO GOMES De forma discreta e eficaz, já lançou as bases de apoio que tornam quase inevitável, a Guterres e à direcção do PS, que se resignem a aceitar a sua candidatura à Câmara do Porto. Envolveu nessa laboriosa teia importantes figuras da vida económica e social do Norte (do Grande Porto à Galiza...) e começa a fechá-la com o apoio explícito das bases e do aparelho do PS portuense, como se viu esta semana com a adesão esmagadora dos presidentes de secções e juntas de freguesias socialistas. Declarou-se «embevecido» com tão espontânea generosidade e até manifestou a sua concordância pública com a moção de Guterres. Eis um verdadeiro profissional da política local, ao pé do qual Narcisos Mirandas e Nunos Cardosos fazem figura de amadores. Eis, também, um enorme sapo que o guterrismo ressentido terá que engolir e digerir nas autárquicas.

SANTANA LOPES O lançamento da sua candidatura à Câmara de Lisboa primou mais pelo entusiasmo partidário do que pelas ideias sobre a cidade e o seu futuro. Que não revelou ter, nem grandes nem pequenas, limitando-se a desfiar generalidades e saudades da juventude lisboeta. Mas foi um acto de coragem política, coisa que se tornou rara nos últimos anos. No qual arrisca, numa difícil batalha política contra o bloco PS/PCP, o seu futuro político. Foi, também, um gesto clarificador, a curto prazo: para a liderança de Durão Barroso e do PSD; para o destino de Paulo Portas e o papel do PP no centro-direita; e mesmo para avaliar até onde podem voar as ambições de João Soares. Só por isso e pela disputa renhida que as sondagens prevêem já valeu a pena.

MIGUEL MAIA Depois dos êxitos no voleibol de praia, foi um elemento decisivo na histórica vitória do Sporting de Espinho no segundo troféu mais importante do voleibol europeu. A conquista, na Turquia, da Taça de Clubes de Topo vem premiar longos anos de dedicação do clube de Espinho a uma modalidade quase ignorada em Portugal. E vem confirmar que, mesmo em desportos menos apoiados pelo público e pelas entidades oficiais, como acontece com o voleibol em Portugal, é possível atingir níveis competitivos de primeiro plano. E triunfar na Europa.

...& BAIXOS

MANUEL VILARINHO As dificuldades avolumam-se na gestão do Benfica. Há um mês, na véspera do jogo com o Boavista, a euforia benfiquista sonhava com o primeiro lugar e o ansiado regresso ao título. Hoje, um empate e três derrotas depois, com o 5º lugar no Campeonato é a própria presença na Taça UEFA que começa a estar comprometida (e a presença do Marítimo na final da Taça só veio complicar o panorama encarnado). Como se não bastasse a desilusão com o futebol, a família benfiquista divide-se sobre deitar ou não o Estádio da Luz abaixo. E o presidente confessa publicamente que se sente cada dia mais confuso. A vida não está fácil para as bandas da Luz.

ARMANDO VARA O ex-ministro e actual coordenador do PS para as autárquicas deu uma entrevista para dizer que no lugar de Jorge Coelho não se teria demitido, que Guterres é alvo de uma grande ingratidão e que se demitiu por pressão do Presidente da República, entre outras revelações. A confirmar que o vírus do autismo político e a bactéria do aparelhismo partidário continuam a dominar os dirigentes do PS. Diz, ainda, a propósito da polémica Fundação que criou e em tom desculpabilizador, que «coisas daquelas foram criadas às centenas pelo país todo!». Eis a prova de que há políticos incorrigíveis. Nunca aprendem.

ALBERTO MARTINS Na mesma semana em que se soube que o PS no Governo criou dezenas de institutos, sem que para muitos haja sequer justificação para a sua criação, o ministro da Reforma do Estado saiu da penumbra em que tem vivido para anunciar a luta contra o «clientelismo». Ao fim de seis anos de «jobs» e institutos dá, no mínimo, vontade de rir. Quase tanta como a notícia da recente criação de uma Comissão (mais uma) para a Simplificação Legislativa... Mas a semana não acabaria sem o ministro anunciar que a reforma das leis eleitorais foi, de novo, adiada para as calendas. Eis o espírito reformador do «novo ciclo» do PS ao seu melhor nível. JOSÉ ANTÓNIO LIMA E-mail: jalima@mail.expresso.pt

COMENTÁRIOS AO ARTIGO

4 comentários 1 a 4

26 Março 2001 às 10:37

Santana em alta?

Santana só poderia ser considerado em alta se ao assumir-se como candidato à CML tivesse apresentado alguma coisa que acrescentasse algo à sua credibilidade. Uma proposta inovadora e concreta? Nada. Modos de atacar os problemas mais prementes de Lisboa? Nadinha. Disse que só avançaria se pudesse constituir uma equipa. Apresentou algumém dessa equipa? Não tomei conhecimento. Será sempre ar, só ar e nada mais que ar.

25 Março 2001 às 23:25

A propósito da apreciação da candidatura do Dr Santana Lopes, vê-se bem que a estratégia continua: já andais a fazer-lhe o mesmo que ao Durão Barroso - desacreditação!

Hipócritas e mentirosos, estes jornalistas!

Entretanto, o Fernando Gomes é levado ao colo...

25 Março 2001 às 23:23

A propósito da apreciação da candidatura do Dr Santana Lopes, vê-se bem que a estratégia continua: já andais a fazer-lhe o mesmo que ao Durão Barroso - desacreditação!

Hipócritas e mentirosos, estes jornalistas!

24 Março 2001 às 18:26

Zé Povinho

Se «coisas daquelas foram criadas às centenas pelo país todo!» e se «ao fim de seis anos de «jobs» e institutos (tudo isto) dá, no mínimo, vontade de rir» é chegada a hora de a Comunicação Social começar agora, exactamente como o fez no fim do Cavaquismo, a publicar, diariamente, listas nominais de todos os "boys" e "girls" colocados por este Governo (artigo recente revelava que, com o medo do fim dos tachos, a chegar-lhes às canelas, as colocações estão em recrudescimento com toda a força de uma onda "de findo").

Ou não houve isenção então, ou têm que fazer agora o mesmo que naquela já esquecida altura fizeram.

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24/3/2001 ALTOS...

FERNANDO GOMES De forma discreta e eficaz, já lançou as bases de apoio que tornam quase inevitável, a Guterres e à direcção do PS, que se resignem a aceitar a sua candidatura à Câmara do Porto. Envolveu nessa laboriosa teia importantes figuras da vida económica e social do Norte (do Grande Porto à Galiza...) e começa a fechá-la com o apoio explícito das bases e do aparelho do PS portuense, como se viu esta semana com a adesão esmagadora dos presidentes de secções e juntas de freguesias socialistas. Declarou-se «embevecido» com tão espontânea generosidade e até manifestou a sua concordância pública com a moção de Guterres. Eis um verdadeiro profissional da política local, ao pé do qual Narcisos Mirandas e Nunos Cardosos fazem figura de amadores. Eis, também, um enorme sapo que o guterrismo ressentido terá que engolir e digerir nas autárquicas.

SANTANA LOPES O lançamento da sua candidatura à Câmara de Lisboa primou mais pelo entusiasmo partidário do que pelas ideias sobre a cidade e o seu futuro. Que não revelou ter, nem grandes nem pequenas, limitando-se a desfiar generalidades e saudades da juventude lisboeta. Mas foi um acto de coragem política, coisa que se tornou rara nos últimos anos. No qual arrisca, numa difícil batalha política contra o bloco PS/PCP, o seu futuro político. Foi, também, um gesto clarificador, a curto prazo: para a liderança de Durão Barroso e do PSD; para o destino de Paulo Portas e o papel do PP no centro-direita; e mesmo para avaliar até onde podem voar as ambições de João Soares. Só por isso e pela disputa renhida que as sondagens prevêem já valeu a pena.

MIGUEL MAIA Depois dos êxitos no voleibol de praia, foi um elemento decisivo na histórica vitória do Sporting de Espinho no segundo troféu mais importante do voleibol europeu. A conquista, na Turquia, da Taça de Clubes de Topo vem premiar longos anos de dedicação do clube de Espinho a uma modalidade quase ignorada em Portugal. E vem confirmar que, mesmo em desportos menos apoiados pelo público e pelas entidades oficiais, como acontece com o voleibol em Portugal, é possível atingir níveis competitivos de primeiro plano. E triunfar na Europa.

...& BAIXOS

MANUEL VILARINHO As dificuldades avolumam-se na gestão do Benfica. Há um mês, na véspera do jogo com o Boavista, a euforia benfiquista sonhava com o primeiro lugar e o ansiado regresso ao título. Hoje, um empate e três derrotas depois, com o 5º lugar no Campeonato é a própria presença na Taça UEFA que começa a estar comprometida (e a presença do Marítimo na final da Taça só veio complicar o panorama encarnado). Como se não bastasse a desilusão com o futebol, a família benfiquista divide-se sobre deitar ou não o Estádio da Luz abaixo. E o presidente confessa publicamente que se sente cada dia mais confuso. A vida não está fácil para as bandas da Luz.

ARMANDO VARA O ex-ministro e actual coordenador do PS para as autárquicas deu uma entrevista para dizer que no lugar de Jorge Coelho não se teria demitido, que Guterres é alvo de uma grande ingratidão e que se demitiu por pressão do Presidente da República, entre outras revelações. A confirmar que o vírus do autismo político e a bactéria do aparelhismo partidário continuam a dominar os dirigentes do PS. Diz, ainda, a propósito da polémica Fundação que criou e em tom desculpabilizador, que «coisas daquelas foram criadas às centenas pelo país todo!». Eis a prova de que há políticos incorrigíveis. Nunca aprendem.

ALBERTO MARTINS Na mesma semana em que se soube que o PS no Governo criou dezenas de institutos, sem que para muitos haja sequer justificação para a sua criação, o ministro da Reforma do Estado saiu da penumbra em que tem vivido para anunciar a luta contra o «clientelismo». Ao fim de seis anos de «jobs» e institutos dá, no mínimo, vontade de rir. Quase tanta como a notícia da recente criação de uma Comissão (mais uma) para a Simplificação Legislativa... Mas a semana não acabaria sem o ministro anunciar que a reforma das leis eleitorais foi, de novo, adiada para as calendas. Eis o espírito reformador do «novo ciclo» do PS ao seu melhor nível. JOSÉ ANTÓNIO LIMA E-mail: jalima@mail.expresso.pt

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26 Março 2001 às 10:37

Santana em alta?

Santana só poderia ser considerado em alta se ao assumir-se como candidato à CML tivesse apresentado alguma coisa que acrescentasse algo à sua credibilidade. Uma proposta inovadora e concreta? Nada. Modos de atacar os problemas mais prementes de Lisboa? Nadinha. Disse que só avançaria se pudesse constituir uma equipa. Apresentou algumém dessa equipa? Não tomei conhecimento. Será sempre ar, só ar e nada mais que ar.

25 Março 2001 às 23:25

A propósito da apreciação da candidatura do Dr Santana Lopes, vê-se bem que a estratégia continua: já andais a fazer-lhe o mesmo que ao Durão Barroso - desacreditação!

Hipócritas e mentirosos, estes jornalistas!

Entretanto, o Fernando Gomes é levado ao colo...

25 Março 2001 às 23:23

A propósito da apreciação da candidatura do Dr Santana Lopes, vê-se bem que a estratégia continua: já andais a fazer-lhe o mesmo que ao Durão Barroso - desacreditação!

Hipócritas e mentirosos, estes jornalistas!

24 Março 2001 às 18:26

Zé Povinho

Se «coisas daquelas foram criadas às centenas pelo país todo!» e se «ao fim de seis anos de «jobs» e institutos (tudo isto) dá, no mínimo, vontade de rir» é chegada a hora de a Comunicação Social começar agora, exactamente como o fez no fim do Cavaquismo, a publicar, diariamente, listas nominais de todos os "boys" e "girls" colocados por este Governo (artigo recente revelava que, com o medo do fim dos tachos, a chegar-lhes às canelas, as colocações estão em recrudescimento com toda a força de uma onda "de findo").

Ou não houve isenção então, ou têm que fazer agora o mesmo que naquela já esquecida altura fizeram.

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