EXPRESSO: Vidas

05-05-2001
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GENTE

Participação — Com o dorsal 3813 de Jorge Neto, membro do gabinete sombra do PSD, na Meia Maratona de Lisboa. Neto brilhou a grande altura, logrando obter o primeiro lugar numa das muitas categorias em disputa. O atleta António Pinto foi o primeiro europeu a cortar a meta, mas Jorge Neto conseguiu ser o primeiro político a completar os 21,195 quilómetros da prova, com o tempo de 1h59m48s, depois de uma ponta final heróica em que logrou ultrapassar Arons de Carvalho e o Grupo do Stress. Durante a travessia da ponte, o ministro sombra laranja da Economia teve quatro pilotos da TAP como lebre. No Terreiro do Paço cruzou-se com os atletas Tergat e Ramalat, que já seguiam em sentido contrário.

Escolha — Do apresentador de televisão Carlos Cruz para ser o rosto da campanha nacional de comunicação e divulgação do euro. A campanha promovida pela Comissão Nacional do Euro terá início este mês e prolongar-se-á até Março de 2002. A circulação da moeda única europeia tem lugar em Janeiro do próximo ano e o escudo deixará definitivamente de circular em Março de 2002.

Condecoração — De Leonor Ribeiro da Silva — que actualmente desempenha funções no gabinete do presidente do PSD, Durão Barroso —, pela Áustria, com a Grande Insígnia de Honra em Ouro, o mais alto galardão atribuído a cidadãos estrangeiros. Esta cerimónia destinou-se a reconhecer a acção desenvolvida por Leonor Ribeiro da Silva ao longo de mais de três anos como conselheira de Imprensa na Embaixada de Portugal em Viena.

Encomenda — De uma toalha de bordado da Madeira com 10 metros de comprimento, avaliada em vários milhares de contos, e outras peças, feita pela família do Rei Fahd, da Arábia Saudita, a uma casa industrial da Madeira. A toalha, que demorou mais de três anos a ser feita por 15 bordadeiras da ilha, é uma das peças das centenas de trabalhos que uma princesa da casa real saudita encomendou quando visitou a Madeira em 1997. A toalha, composta por duas camadas de organdi e uma de linho, é bordada em tom cru e tem uma centena de guardanapos com os mesmos motivos.

Visita — A Portugal, no fim deste mês, do príncipe Eduardo de Inglaterra e da mulher, Sophie de Wessex, para participarem em eventos relacionados com o Prémio Infante D. Henrique, que distingue jovens que se destacaram em diversas áreas. Os condes de Wessex presidirão, no dia 27, à entrega de medalhas de ouro a dezenas de jovens e aos seus monitores que se distinguiram no cumprimento do programa de actividades do prémio, que é a versão portuguesa do The Duke of Edinburgh’s Awards. Na noite do mesmo dia, serão os convidados de honra de uma noite de gala no Palácio de Queluz, que inclui um concerto e uma ceia. No dia seguinte, Eduardo e Sophie deslocam-se a Belas para presidir à entrega de prémios da ronda portuguesa do torneio de golfe The Duke of Edinburgh Cup.

Anúncio — Feito pela International Raoul Wallenberg Foundation, com escritórios em Nova Iorque, da criação de um prémio destinado a perpetuar a memória de Aristides Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus, na França, durante a Segunda Guerra Mundial. O Prémio Internacional Aristides Sousa Mendes será concedido anualmente no dia 3 de Abril, data do seu falecimento, visando «honrar e festejar a vida do herói e promover o estímulo de seguir o seu exemplo». Graças à concessão de salvo-condutos para Portugal, Sousa Mendes é creditado como tendo poupado a vida a 30 mil refugiados, 10 mil dos quais de origem judia, vítimas das perseguições nazis.

Criação — Na cidade de São Paulo, no Brasil, no próximo ano, de um Centro Cultural da Língua Portuguesa, numa iniciativa conjunta do governo do estado de São Paulo e da Fundação Roberto Marinho. O centro, ainda em fase de projecto, deverá ser instalado na Estação da Luz, na região central da capital paulista. O custo da construção está estimado em 1,8 milhões de contos, a ser custeado pela Fundação Roberto Marinho, criada pela família do proprietário das Organizações Globo, Roberto Marinho, e por outras entidades privadas.

Absolvição — Do famoso «rapper» Puff Daddy, ex-namorado da actriz Jennifer Lopez, da acusação de posse ilegal de uma arma — que teria exibido dentro de uma discoteca — e de uma tentativa de suborno que teria feito para escapar à prisão.

Arroz de pato contra Sá Fernandes Coordenação de Pedro Andrade

ANA BAIÃO Ricardo Sá Fernandes, o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e «pai» da reforma fiscal, prossegue a cruzada em defesa da sua dama. Esta semana acedeu ao convite do EXPRESSO para falar sobre o tema no lançamento do Guia Expresso dos Impostos 2001, elaborado pela sociedade de advogados Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados e patrocinado pelo Barclays. , o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e «pai» da reforma fiscal, prossegue a cruzada em defesa da sua dama. Esta semana acedeu ao convite do EXPRESSO para falar sobre o tema no lançamento do Guia Expresso dos Impostos 2001, elaborado pela sociedade de advogados Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados e patrocinado pelo Barclays. E ele, que tão massacrado tem sido por causa da tributação das mais-valias das SGPS, elogiou o Guia precisamente por não dedicar demasiado espaço ao assunto. «Até parece que a reforma fiscal se resume à tributação das mais-valias», desabafou na sua intervenção. Mas GENTE sabe que a crítica mais hilariante - e também mais mal educada - de que Sá Fernandes foi alvo aconteceu na recente conferência do «Diário Económico». Neto da Silva, um ex-secretário de Estado social-democrata, interpelou de forma desabrida o ex-secretário de Estado sobre a reforma fiscal. E, para demonstrar como a reforma é má, acrescentou: «O senhor até nos passou à frente quando estávamos na 'bicha' para o arroz de pato!» Na resposta, Sá Fernandes limitou-se a pedir desculpa se tal tinha acontecido - e não respondeu aos ataques mal educados de Neto da Silva.

Contra Castela em Aljubarrota... FOTOGRAFIAS DE JORGE SIMÃO A visita a Aljubarrota, sábado passado, para recordar a heróica vitória sobre os espanhóis e protestar contra o facto de 90% do campo de batalha estar ocupado por uma urbanização caótica, foi organizada pelo empresário Alexandre Patrício Gouveia, representante do Corte Inglès em Portugal. Que resolveu convidar para o mediático evento o presidente do Corte Inglès espanhol. Que aceitou e lá esteve, não menos heroicamente, a ouvir os inflamados discursos anti-Castela do antigo presidente do Tribunal Constitucional, Armando Marques Guedes, e dos generais portugueses. A visita a Aljubarrota, sábado passado, para recordar a heróica vitória sobre os espanhóis e protestar contra o facto de 90% do campo de batalha estar ocupado por uma urbanização caótica, foi organizada pelo empresário, representante do Corte Inglès em Portugal. Que resolveu convidar para o mediático evento o presidente do Corte Inglès espanhol. Que aceitou e lá esteve, não menos heroicamente, a ouvir os inflamados discursos anti-Castela do antigo presidente do Tribunal Constitucional,, e dos generais portugueses.

...PSD vai em peso à Batalha... Mas quem esteve, de facto, em peso na iniciativa foi o Partido Social-Democrata. Além de Cavaco Silva, que ocupou lugar na mesa de honra, lá fizeram questão de marcar presença Marques Mendes, Manuela Ferreira Leite, Miguel Beleza, Teresa Gouveia, entre outros. Um grupo de «notáveis» sociais-democratas que até já tem novo encontro marcado, para breve, no Buçaco, desta vez para evocar um outro nobilíssimo feito da História de Portugal, a resistência à invasão napoleónica. Será caso para dizer que, à falta de vitórias eleitorais, resta ao PSD comemorar as grandes conquistas do passado... mesmo que já tão remoto. Mas quem esteve, de facto, em peso na iniciativa foi o Partido Social-Democrata. Além de, que ocupou lugar na mesa de honra, lá fizeram questão de marcar presença, entre outros. Um grupo de «notáveis» sociais-democratas que até já tem novo encontro marcado, para breve, no Buçaco, desta vez para evocar um outro nobilíssimo feito da História de Portugal, a resistência à invasão napoleónica. Será caso para dizer que, à falta de vitórias eleitorais, resta ao PSD comemorar as grandes conquistas do passado... mesmo que já tão remoto.

...e um autarca fica com as orelhas a arder Outro social-democrata que não faltou às cerimónias foi José Ferreira, o presidente da Câmara de Porto de Mós - edilidade responsável pelos terrenos de Aljubarrota. Que ficou de orelhas a arder com as críticas dos seus pares de partido à gestão que tem permitido a «conquista» do campo de batalha pelos construtores. E lá tentou disfarçar a incomodidade com a reivindicação de que os 10% de terreno que ainda sobram intactos sejam classificados contra a ameaça urbanística.

Febre aftosa no Governo Um destes dias, num restaurante de Lisboa, um membro do Governo contava a um jornalista uma anedota bastante sugestiva. A anedota era esta: o primeiro-ministro António Guterres recebeu uma informação confidencial com uma notícia boa e uma notícia má. A notícia boa era que havia um ministro com febre aftosa. A notícia má era que toda a manada tinha de ser abatida. GENTE só não conseguiu apurar qual o membro do Governo que o primeiro-ministro não se importava que tivesse febre aftosa...

Regressa Santana, estás perdoado! JOÃO CARLOS SANTOS Em cada 12 singelas páginas da edição semanal do «Povo Livre», jornal oficial do PSD, rara é aquela em que não aparece uma referência ao presidente do partido, Durão Barroso, e às múltiplas actividades que preenchem o seu dia-a-dia. A tendência para este culto da personalidade acentuou-se desde o Congresso de Viseu, há precisamente um ano, quando Barroso derrotou Pedro Santana Lopes e Marques Mendes, que lhe disputavam a liderança. Por isso, GENTE não pode deixar de saudar o regresso de Santana ao «Povo Livre», na edição de 28 de Março - e logo por duas vezes: na primeira página (em manchete!) e na última. Tratava-se de assinalar o anúncio da candidatura de Santana a Lisboa. Certamente com uma lágrima furtiva ao canto do olho, o redactor do «Povo Livre» destacou: «O presidente do partido, José Manuel Durão Barroso, acompanhava o candidato à chegada ao Centro Cultural de Belém e, sentados lado a lado, assistiram à projecção do filme (um excelente curto filme sobre o que de abominável têm feito a Lisboa)». Na última página, também com direito a foto, o «Povo Livre» enternece-se desta vez com a presença das duas figuras na festa de homenagem que os jornalistas estrangeiros fizeram a Luís Figo, distinguindo-o como «Personalidade do Ano»: «De entre a numerosa assistência que não quis perder a oportunidade de, com a sua presença, selar a justeza da decisão, destaquem-se o presidente do partido, José Manuel Durão Barroso (acompanhado do filho), e Pedro Santana Lopes». Aguarda-se com expectativa, portanto, o dia em que Marques Mendes aparecer no «Povo Livre»... Em cada 12 singelas páginas da edição semanal do «Povo Livre», jornal oficial do PSD, rara é aquela em que não aparece uma referência ao presidente do partido,, e às múltiplas actividades que preenchem o seu dia-a-dia. A tendência para este culto da personalidade acentuou-se desde o Congresso de Viseu, há precisamente um ano, quando Barroso derrotou, que lhe disputavam a liderança. Por isso, GENTE não pode deixar de saudar o regresso de Santana ao «Povo Livre», na edição de 28 de Março - e logo por duas vezes: na primeira página (em manchete!) e na última. Tratava-se de assinalar o anúncio da candidatura de Santana a Lisboa. Certamente com uma lágrima furtiva ao canto do olho, o redactor do «Povo Livre» destacou:. Na última página, também com direito a foto, o «Povo Livre» enternece-se desta vez com a presença das duas figuras na festa de homenagem que os jornalistas estrangeiros fizeram a, distinguindo-o como «Personalidade do Ano»:. Aguarda-se com expectativa, portanto, o dia em que Marques Mendes aparecer no «Povo Livre»...

O «professor» Zeca Há duas semanas, o Partido Socialista e o Partido Social-Democrata escolheram exactamente o mesmo local, a Fundação Cupertino de Miranda, no Porto, para palco das respectivas iniciativas dedicadas aos temas «Aprendizagem ao longo da vida» (o seminário socialista) e «Para onde vai a Economia Portuguesa?» (o encontro promovido pelos sociais-democratas). Acontece que as duas iniciativas, além do local, coincidiram também no horário. O que esteve na origem de alguns divertidos «enganos». Alguns deles, e GENTE pode garantir que foram vários, motivados pelo experiente assessor do PSD, Zeca Mendonça, que em matéria de «aprendizagem», bem pode dizer-se, ...tem muito que ensinar. Instalado no «hall» da Fundação, Zeca encarregou-se de encaminhar quem chegava, e não sabia para onde ir, para o encontro dos sociais-democratas. E lá se viu muita gente convidada a «aprender» com os socialistas a receberem as «lições» de Durão Barroso, António Borges, Miguel Beleza e demais convidados do PSD sobre o futuro da Economia. Para onde foram... sem saber.

As atribulações do bastonário RUI DUARTE SILVA As críticas do bastonário da Ordem dos Advogados ao Governo, acusando-o de não ter sensibilidade para os problemas da Justiça, «incendiaram» a imprensa. A comunicação social queria entrevistar António Pires de Lima, que se encontrava no passado fim-de-semana no Algarve para participar na III Convenção das Delegações dos Advogados, realizada de sexta a domingo no Hotel Montechoro, em Albufeira. No fim da tarde de sexta-feira, as televisões pediam a sua presença em estúdio, em Faro, mas Pires de Lima recusou, já que tinha nesta noite o jantar da convenção. A RTP, porém, insistiu, dizendo que punha um carro à sua disposição, que iria buscá-lo às 19 e 30 a Montechoro e que às 20 e 30 já estaria de volta, a tempo para o jantar marcado para as oito. O bastonário acabou por concordar e à hora marcada embarcou no dito carro que o levou pela Via do Infante a alta velocidade. Durante a viagem, impávido e sereno, Pires de Lima foi recebendo telefonemas, e só a determinada altura, falando com um familiar, teve um desabafo: «Estamos bem, aqui num carro da RTP a voar baixinho». Mas ao chegar a Faro, recebeu um telefonema da TVI que também queria uma entrevista. O bastonário tentou recusar, mas a TVI propôs enviar um carro à porta da RTP, atrasar a emissão para pô-lo no ar e depois levá-lo ao jantar. Pires de Lima cedeu mais uma vez e terminada a entrevista na RTP, lá seguiu para o estúdio da TVI, que fica do outro lado da cidade. Acabada a emissão, punha-se o problema de regressar a Montechoro. Um dos técnicos da TVI, um jovem escocês radicado no Algarve, ofereceu-se para levar o bastonário, já que estava com um carro emprestado de uma amiga e ia para Portimão. Então surgiu a surpresa: tratava-se de um pequeno carro, com cerca de 20 anos de idade, um motor que ia frequentemente abaixo e um dos vidros que não fechava nem abria. E lá seguiu Pires de Lima, mais uma vez a «voar baixinho» no velho carro e a dar entrevistas por telemóvel à Rádio Renascença e à Rádio Nova. O bastonário só chegou ao jantar à hora da sobremesa, mas teve o consolo de ser recebido com aplausos de pé pelos colegas, perante a admiração de alguns hóspedes estrangeiros do hotel que quiseram logo saber quem era aquela celebridade. As críticas do bastonário da Ordem dos Advogados ao Governo, acusando-o de não ter sensibilidade para os problemas da Justiça, «incendiaram» a imprensa. A comunicação social queria entrevistar, que se encontrava no passado fim-de-semana no Algarve para participar na III Convenção das Delegações dos Advogados, realizada de sexta a domingo no Hotel Montechoro, em Albufeira. No fim da tarde de sexta-feira, as televisões pediam a sua presença em estúdio, em Faro, mas Pires de Lima recusou, já que tinha nesta noite o jantar da convenção. A RTP, porém, insistiu, dizendo que punha um carro à sua disposição, que iria buscá-lo às 19 e 30 a Montechoro e que às 20 e 30 já estaria de volta, a tempo para o jantar marcado para as oito. O bastonário acabou por concordar e à hora marcada embarcou no dito carro que o levou pela Via do Infante a alta velocidade. Durante a viagem, impávido e sereno, Pires de Lima foi recebendo telefonemas, e só a determinada altura, falando com um familiar, teve um desabafo:. Mas ao chegar a Faro, recebeu um telefonema da TVI que também queria uma entrevista. O bastonário tentou recusar, mas a TVI propôs enviar um carro à porta da RTP, atrasar a emissão para pô-lo no ar e depois levá-lo ao jantar. Pires de Lima cedeu mais uma vez e terminada a entrevista na RTP, lá seguiu para o estúdio da TVI, que fica do outro lado da cidade. Acabada a emissão, punha-se o problema de regressar a Montechoro. Um dos técnicos da TVI, um jovem escocês radicado no Algarve, ofereceu-se para levar o bastonário, já que estava com um carro emprestado de uma amiga e ia para Portimão. Então surgiu a surpresa: tratava-se de um pequeno carro, com cerca de 20 anos de idade, um motor que ia frequentemente abaixo e um dos vidros que não fechava nem abria. E lá seguiu Pires de Lima, mais uma vez a «voar baixinho» no velho carro e a dar entrevistas por telemóvel à Rádio Renascença e à Rádio Nova. O bastonário só chegou ao jantar à hora da sobremesa, mas teve o consolo de ser recebido com aplausos de pé pelos colegas, perante a admiração de alguns hóspedes estrangeiros do hotel que quiseram logo saber quem era aquela celebridade.

Casamento do príncipe sem pais da noiva PETER DEJONG/AP Vida de princesa a quanto obrigas... Como se já não bastasse ter de submeter o seu casamento à aprovação do Parlamento holandês, indispensável para que este se realize, a noiva do príncipe Guilherme Alexandre da Holanda, a argentina Maxima Zorreguieta, teve ainda de sacrificar a presença dos pais como condição para celebrar a cerimónia. No centro da polémica está o facto desta economista de 30 anos ser filha de Jorge Zorreguieta, ministro da Agricultura da Argentina durante o período da ditadura do general Jorge Videla, a que as organizações humanitárias atribuem mais de 30 mil mortos e desaparecidos. O ex-tenente Zorreguieta, actualmente com 73 anos, quebrou entretanto o silêncio a que se tinha votado e assegurou ao jornal argentino «La Nacion» que a Secretaria da Agricultura «não teve conhecimento das características da repressão», e que «o golpe de Estado de 24 de Março de 1976 foi uma resposta da sociedade argentina ao caos». Após um namoro de dois anos, tudo aponta para que o Parlamento holandês aprove o casamento. A noiva terá, apenas, que prescindir do tradicional braço paterno ao entrar na igreja... Vida de princesa a quanto obrigas... Como se já não bastasse ter de submeter o seu casamento à aprovação do Parlamento holandês, indispensável para que este se realize, a noiva do príncipe, a argentina, teve ainda de sacrificar a presença dos pais como condição para celebrar a cerimónia. No centro da polémica está o facto desta economista de 30 anos ser filha de, ministro da Agricultura da Argentina durante o período da ditadura do general, a que as organizações humanitárias atribuem mais de 30 mil mortos e desaparecidos. O ex-tenente Zorreguieta, actualmente com 73 anos, quebrou entretanto o silêncio a que se tinha votado e assegurou ao jornal argentino «La Nacion» que a Secretaria da Agricultura, e que. Após um namoro de dois anos, tudo aponta para que o Parlamento holandês aprove o casamento. A noiva terá, apenas, que prescindir do tradicional braço paterno ao entrar na igreja...

A «bronca» da condessa O mal de ser figura pública é que uma pessoa já não pode dizer o que pensa sem ter toda a imprensa à perna, obrigando quem foi sincero (ou seja, falou demais) a desmentir tudo e passar por cínico... Que o diga Sophie Rhys-Jones, condessa de Wessex e casada com o príncipe Eduardo, depois da mais recente transgressão ao protocolo (leia-se grande bronca) de que foi protagonista. Quando pensava estar a conversar com um potencial cliente árabe da sua agência de relações públicas, Sophie fez algumas confidências acerca da família Windsor. Só que o cliente era um repórter do tablóide «News of the World», disfarçado, e gravou tudo. Assim que a condessa percebeu a asneira, combinou com o jornal que daria uma entrevista sobre a sua vida privada em troca da gravação. O acordo ficou estabelecido e tudo estaria bem se alguém do tablóide não tivesse cedido a cassete a outro jornal, o «Mail on Sunday», que publicou tudo. Entre as pérolas, Sophie é de opinião que quando a sogra, essa «querida velha» - que dá pelo nome de rainha Isabel -, for desta para melhor, o príncipe Carlos vai poder unir-se à paixão da sua vida, Camilla Parker-Bowles. Houve também comentários menos nobres sobre o primeiro-ministro, Tony Blair, que age de forma «demasiado presidencial», e a mulher, Cherie Blair, que é «medonha, realmente medonha». Como se isto não fosse suficiente mau, o «News of the World» decidiu usar como manchete uma frase de Sophie sobre o marido: «O meu Eduardo não é 'gay'». Reina um mau ambiente em Buckingham.

GENTE

Participação — Com o dorsal 3813 de Jorge Neto, membro do gabinete sombra do PSD, na Meia Maratona de Lisboa. Neto brilhou a grande altura, logrando obter o primeiro lugar numa das muitas categorias em disputa. O atleta António Pinto foi o primeiro europeu a cortar a meta, mas Jorge Neto conseguiu ser o primeiro político a completar os 21,195 quilómetros da prova, com o tempo de 1h59m48s, depois de uma ponta final heróica em que logrou ultrapassar Arons de Carvalho e o Grupo do Stress. Durante a travessia da ponte, o ministro sombra laranja da Economia teve quatro pilotos da TAP como lebre. No Terreiro do Paço cruzou-se com os atletas Tergat e Ramalat, que já seguiam em sentido contrário.

Escolha — Do apresentador de televisão Carlos Cruz para ser o rosto da campanha nacional de comunicação e divulgação do euro. A campanha promovida pela Comissão Nacional do Euro terá início este mês e prolongar-se-á até Março de 2002. A circulação da moeda única europeia tem lugar em Janeiro do próximo ano e o escudo deixará definitivamente de circular em Março de 2002.

Condecoração — De Leonor Ribeiro da Silva — que actualmente desempenha funções no gabinete do presidente do PSD, Durão Barroso —, pela Áustria, com a Grande Insígnia de Honra em Ouro, o mais alto galardão atribuído a cidadãos estrangeiros. Esta cerimónia destinou-se a reconhecer a acção desenvolvida por Leonor Ribeiro da Silva ao longo de mais de três anos como conselheira de Imprensa na Embaixada de Portugal em Viena.

Encomenda — De uma toalha de bordado da Madeira com 10 metros de comprimento, avaliada em vários milhares de contos, e outras peças, feita pela família do Rei Fahd, da Arábia Saudita, a uma casa industrial da Madeira. A toalha, que demorou mais de três anos a ser feita por 15 bordadeiras da ilha, é uma das peças das centenas de trabalhos que uma princesa da casa real saudita encomendou quando visitou a Madeira em 1997. A toalha, composta por duas camadas de organdi e uma de linho, é bordada em tom cru e tem uma centena de guardanapos com os mesmos motivos.

Visita — A Portugal, no fim deste mês, do príncipe Eduardo de Inglaterra e da mulher, Sophie de Wessex, para participarem em eventos relacionados com o Prémio Infante D. Henrique, que distingue jovens que se destacaram em diversas áreas. Os condes de Wessex presidirão, no dia 27, à entrega de medalhas de ouro a dezenas de jovens e aos seus monitores que se distinguiram no cumprimento do programa de actividades do prémio, que é a versão portuguesa do The Duke of Edinburgh’s Awards. Na noite do mesmo dia, serão os convidados de honra de uma noite de gala no Palácio de Queluz, que inclui um concerto e uma ceia. No dia seguinte, Eduardo e Sophie deslocam-se a Belas para presidir à entrega de prémios da ronda portuguesa do torneio de golfe The Duke of Edinburgh Cup.

Anúncio — Feito pela International Raoul Wallenberg Foundation, com escritórios em Nova Iorque, da criação de um prémio destinado a perpetuar a memória de Aristides Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus, na França, durante a Segunda Guerra Mundial. O Prémio Internacional Aristides Sousa Mendes será concedido anualmente no dia 3 de Abril, data do seu falecimento, visando «honrar e festejar a vida do herói e promover o estímulo de seguir o seu exemplo». Graças à concessão de salvo-condutos para Portugal, Sousa Mendes é creditado como tendo poupado a vida a 30 mil refugiados, 10 mil dos quais de origem judia, vítimas das perseguições nazis.

Criação — Na cidade de São Paulo, no Brasil, no próximo ano, de um Centro Cultural da Língua Portuguesa, numa iniciativa conjunta do governo do estado de São Paulo e da Fundação Roberto Marinho. O centro, ainda em fase de projecto, deverá ser instalado na Estação da Luz, na região central da capital paulista. O custo da construção está estimado em 1,8 milhões de contos, a ser custeado pela Fundação Roberto Marinho, criada pela família do proprietário das Organizações Globo, Roberto Marinho, e por outras entidades privadas.

Absolvição — Do famoso «rapper» Puff Daddy, ex-namorado da actriz Jennifer Lopez, da acusação de posse ilegal de uma arma — que teria exibido dentro de uma discoteca — e de uma tentativa de suborno que teria feito para escapar à prisão.

Arroz de pato contra Sá Fernandes Coordenação de Pedro Andrade

ANA BAIÃO Ricardo Sá Fernandes, o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e «pai» da reforma fiscal, prossegue a cruzada em defesa da sua dama. Esta semana acedeu ao convite do EXPRESSO para falar sobre o tema no lançamento do Guia Expresso dos Impostos 2001, elaborado pela sociedade de advogados Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados e patrocinado pelo Barclays. , o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e «pai» da reforma fiscal, prossegue a cruzada em defesa da sua dama. Esta semana acedeu ao convite do EXPRESSO para falar sobre o tema no lançamento do Guia Expresso dos Impostos 2001, elaborado pela sociedade de advogados Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados e patrocinado pelo Barclays. E ele, que tão massacrado tem sido por causa da tributação das mais-valias das SGPS, elogiou o Guia precisamente por não dedicar demasiado espaço ao assunto. «Até parece que a reforma fiscal se resume à tributação das mais-valias», desabafou na sua intervenção. Mas GENTE sabe que a crítica mais hilariante - e também mais mal educada - de que Sá Fernandes foi alvo aconteceu na recente conferência do «Diário Económico». Neto da Silva, um ex-secretário de Estado social-democrata, interpelou de forma desabrida o ex-secretário de Estado sobre a reforma fiscal. E, para demonstrar como a reforma é má, acrescentou: «O senhor até nos passou à frente quando estávamos na 'bicha' para o arroz de pato!» Na resposta, Sá Fernandes limitou-se a pedir desculpa se tal tinha acontecido - e não respondeu aos ataques mal educados de Neto da Silva.

Contra Castela em Aljubarrota... FOTOGRAFIAS DE JORGE SIMÃO A visita a Aljubarrota, sábado passado, para recordar a heróica vitória sobre os espanhóis e protestar contra o facto de 90% do campo de batalha estar ocupado por uma urbanização caótica, foi organizada pelo empresário Alexandre Patrício Gouveia, representante do Corte Inglès em Portugal. Que resolveu convidar para o mediático evento o presidente do Corte Inglès espanhol. Que aceitou e lá esteve, não menos heroicamente, a ouvir os inflamados discursos anti-Castela do antigo presidente do Tribunal Constitucional, Armando Marques Guedes, e dos generais portugueses. A visita a Aljubarrota, sábado passado, para recordar a heróica vitória sobre os espanhóis e protestar contra o facto de 90% do campo de batalha estar ocupado por uma urbanização caótica, foi organizada pelo empresário, representante do Corte Inglès em Portugal. Que resolveu convidar para o mediático evento o presidente do Corte Inglès espanhol. Que aceitou e lá esteve, não menos heroicamente, a ouvir os inflamados discursos anti-Castela do antigo presidente do Tribunal Constitucional,, e dos generais portugueses.

...PSD vai em peso à Batalha... Mas quem esteve, de facto, em peso na iniciativa foi o Partido Social-Democrata. Além de Cavaco Silva, que ocupou lugar na mesa de honra, lá fizeram questão de marcar presença Marques Mendes, Manuela Ferreira Leite, Miguel Beleza, Teresa Gouveia, entre outros. Um grupo de «notáveis» sociais-democratas que até já tem novo encontro marcado, para breve, no Buçaco, desta vez para evocar um outro nobilíssimo feito da História de Portugal, a resistência à invasão napoleónica. Será caso para dizer que, à falta de vitórias eleitorais, resta ao PSD comemorar as grandes conquistas do passado... mesmo que já tão remoto. Mas quem esteve, de facto, em peso na iniciativa foi o Partido Social-Democrata. Além de, que ocupou lugar na mesa de honra, lá fizeram questão de marcar presença, entre outros. Um grupo de «notáveis» sociais-democratas que até já tem novo encontro marcado, para breve, no Buçaco, desta vez para evocar um outro nobilíssimo feito da História de Portugal, a resistência à invasão napoleónica. Será caso para dizer que, à falta de vitórias eleitorais, resta ao PSD comemorar as grandes conquistas do passado... mesmo que já tão remoto.

...e um autarca fica com as orelhas a arder Outro social-democrata que não faltou às cerimónias foi José Ferreira, o presidente da Câmara de Porto de Mós - edilidade responsável pelos terrenos de Aljubarrota. Que ficou de orelhas a arder com as críticas dos seus pares de partido à gestão que tem permitido a «conquista» do campo de batalha pelos construtores. E lá tentou disfarçar a incomodidade com a reivindicação de que os 10% de terreno que ainda sobram intactos sejam classificados contra a ameaça urbanística.

Febre aftosa no Governo Um destes dias, num restaurante de Lisboa, um membro do Governo contava a um jornalista uma anedota bastante sugestiva. A anedota era esta: o primeiro-ministro António Guterres recebeu uma informação confidencial com uma notícia boa e uma notícia má. A notícia boa era que havia um ministro com febre aftosa. A notícia má era que toda a manada tinha de ser abatida. GENTE só não conseguiu apurar qual o membro do Governo que o primeiro-ministro não se importava que tivesse febre aftosa...

Regressa Santana, estás perdoado! JOÃO CARLOS SANTOS Em cada 12 singelas páginas da edição semanal do «Povo Livre», jornal oficial do PSD, rara é aquela em que não aparece uma referência ao presidente do partido, Durão Barroso, e às múltiplas actividades que preenchem o seu dia-a-dia. A tendência para este culto da personalidade acentuou-se desde o Congresso de Viseu, há precisamente um ano, quando Barroso derrotou Pedro Santana Lopes e Marques Mendes, que lhe disputavam a liderança. Por isso, GENTE não pode deixar de saudar o regresso de Santana ao «Povo Livre», na edição de 28 de Março - e logo por duas vezes: na primeira página (em manchete!) e na última. Tratava-se de assinalar o anúncio da candidatura de Santana a Lisboa. Certamente com uma lágrima furtiva ao canto do olho, o redactor do «Povo Livre» destacou: «O presidente do partido, José Manuel Durão Barroso, acompanhava o candidato à chegada ao Centro Cultural de Belém e, sentados lado a lado, assistiram à projecção do filme (um excelente curto filme sobre o que de abominável têm feito a Lisboa)». Na última página, também com direito a foto, o «Povo Livre» enternece-se desta vez com a presença das duas figuras na festa de homenagem que os jornalistas estrangeiros fizeram a Luís Figo, distinguindo-o como «Personalidade do Ano»: «De entre a numerosa assistência que não quis perder a oportunidade de, com a sua presença, selar a justeza da decisão, destaquem-se o presidente do partido, José Manuel Durão Barroso (acompanhado do filho), e Pedro Santana Lopes». Aguarda-se com expectativa, portanto, o dia em que Marques Mendes aparecer no «Povo Livre»... Em cada 12 singelas páginas da edição semanal do «Povo Livre», jornal oficial do PSD, rara é aquela em que não aparece uma referência ao presidente do partido,, e às múltiplas actividades que preenchem o seu dia-a-dia. A tendência para este culto da personalidade acentuou-se desde o Congresso de Viseu, há precisamente um ano, quando Barroso derrotou, que lhe disputavam a liderança. Por isso, GENTE não pode deixar de saudar o regresso de Santana ao «Povo Livre», na edição de 28 de Março - e logo por duas vezes: na primeira página (em manchete!) e na última. Tratava-se de assinalar o anúncio da candidatura de Santana a Lisboa. Certamente com uma lágrima furtiva ao canto do olho, o redactor do «Povo Livre» destacou:. Na última página, também com direito a foto, o «Povo Livre» enternece-se desta vez com a presença das duas figuras na festa de homenagem que os jornalistas estrangeiros fizeram a, distinguindo-o como «Personalidade do Ano»:. Aguarda-se com expectativa, portanto, o dia em que Marques Mendes aparecer no «Povo Livre»...

O «professor» Zeca Há duas semanas, o Partido Socialista e o Partido Social-Democrata escolheram exactamente o mesmo local, a Fundação Cupertino de Miranda, no Porto, para palco das respectivas iniciativas dedicadas aos temas «Aprendizagem ao longo da vida» (o seminário socialista) e «Para onde vai a Economia Portuguesa?» (o encontro promovido pelos sociais-democratas). Acontece que as duas iniciativas, além do local, coincidiram também no horário. O que esteve na origem de alguns divertidos «enganos». Alguns deles, e GENTE pode garantir que foram vários, motivados pelo experiente assessor do PSD, Zeca Mendonça, que em matéria de «aprendizagem», bem pode dizer-se, ...tem muito que ensinar. Instalado no «hall» da Fundação, Zeca encarregou-se de encaminhar quem chegava, e não sabia para onde ir, para o encontro dos sociais-democratas. E lá se viu muita gente convidada a «aprender» com os socialistas a receberem as «lições» de Durão Barroso, António Borges, Miguel Beleza e demais convidados do PSD sobre o futuro da Economia. Para onde foram... sem saber.

As atribulações do bastonário RUI DUARTE SILVA As críticas do bastonário da Ordem dos Advogados ao Governo, acusando-o de não ter sensibilidade para os problemas da Justiça, «incendiaram» a imprensa. A comunicação social queria entrevistar António Pires de Lima, que se encontrava no passado fim-de-semana no Algarve para participar na III Convenção das Delegações dos Advogados, realizada de sexta a domingo no Hotel Montechoro, em Albufeira. No fim da tarde de sexta-feira, as televisões pediam a sua presença em estúdio, em Faro, mas Pires de Lima recusou, já que tinha nesta noite o jantar da convenção. A RTP, porém, insistiu, dizendo que punha um carro à sua disposição, que iria buscá-lo às 19 e 30 a Montechoro e que às 20 e 30 já estaria de volta, a tempo para o jantar marcado para as oito. O bastonário acabou por concordar e à hora marcada embarcou no dito carro que o levou pela Via do Infante a alta velocidade. Durante a viagem, impávido e sereno, Pires de Lima foi recebendo telefonemas, e só a determinada altura, falando com um familiar, teve um desabafo: «Estamos bem, aqui num carro da RTP a voar baixinho». Mas ao chegar a Faro, recebeu um telefonema da TVI que também queria uma entrevista. O bastonário tentou recusar, mas a TVI propôs enviar um carro à porta da RTP, atrasar a emissão para pô-lo no ar e depois levá-lo ao jantar. Pires de Lima cedeu mais uma vez e terminada a entrevista na RTP, lá seguiu para o estúdio da TVI, que fica do outro lado da cidade. Acabada a emissão, punha-se o problema de regressar a Montechoro. Um dos técnicos da TVI, um jovem escocês radicado no Algarve, ofereceu-se para levar o bastonário, já que estava com um carro emprestado de uma amiga e ia para Portimão. Então surgiu a surpresa: tratava-se de um pequeno carro, com cerca de 20 anos de idade, um motor que ia frequentemente abaixo e um dos vidros que não fechava nem abria. E lá seguiu Pires de Lima, mais uma vez a «voar baixinho» no velho carro e a dar entrevistas por telemóvel à Rádio Renascença e à Rádio Nova. O bastonário só chegou ao jantar à hora da sobremesa, mas teve o consolo de ser recebido com aplausos de pé pelos colegas, perante a admiração de alguns hóspedes estrangeiros do hotel que quiseram logo saber quem era aquela celebridade. As críticas do bastonário da Ordem dos Advogados ao Governo, acusando-o de não ter sensibilidade para os problemas da Justiça, «incendiaram» a imprensa. A comunicação social queria entrevistar, que se encontrava no passado fim-de-semana no Algarve para participar na III Convenção das Delegações dos Advogados, realizada de sexta a domingo no Hotel Montechoro, em Albufeira. No fim da tarde de sexta-feira, as televisões pediam a sua presença em estúdio, em Faro, mas Pires de Lima recusou, já que tinha nesta noite o jantar da convenção. A RTP, porém, insistiu, dizendo que punha um carro à sua disposição, que iria buscá-lo às 19 e 30 a Montechoro e que às 20 e 30 já estaria de volta, a tempo para o jantar marcado para as oito. O bastonário acabou por concordar e à hora marcada embarcou no dito carro que o levou pela Via do Infante a alta velocidade. Durante a viagem, impávido e sereno, Pires de Lima foi recebendo telefonemas, e só a determinada altura, falando com um familiar, teve um desabafo:. Mas ao chegar a Faro, recebeu um telefonema da TVI que também queria uma entrevista. O bastonário tentou recusar, mas a TVI propôs enviar um carro à porta da RTP, atrasar a emissão para pô-lo no ar e depois levá-lo ao jantar. Pires de Lima cedeu mais uma vez e terminada a entrevista na RTP, lá seguiu para o estúdio da TVI, que fica do outro lado da cidade. Acabada a emissão, punha-se o problema de regressar a Montechoro. Um dos técnicos da TVI, um jovem escocês radicado no Algarve, ofereceu-se para levar o bastonário, já que estava com um carro emprestado de uma amiga e ia para Portimão. Então surgiu a surpresa: tratava-se de um pequeno carro, com cerca de 20 anos de idade, um motor que ia frequentemente abaixo e um dos vidros que não fechava nem abria. E lá seguiu Pires de Lima, mais uma vez a «voar baixinho» no velho carro e a dar entrevistas por telemóvel à Rádio Renascença e à Rádio Nova. O bastonário só chegou ao jantar à hora da sobremesa, mas teve o consolo de ser recebido com aplausos de pé pelos colegas, perante a admiração de alguns hóspedes estrangeiros do hotel que quiseram logo saber quem era aquela celebridade.

Casamento do príncipe sem pais da noiva PETER DEJONG/AP Vida de princesa a quanto obrigas... Como se já não bastasse ter de submeter o seu casamento à aprovação do Parlamento holandês, indispensável para que este se realize, a noiva do príncipe Guilherme Alexandre da Holanda, a argentina Maxima Zorreguieta, teve ainda de sacrificar a presença dos pais como condição para celebrar a cerimónia. No centro da polémica está o facto desta economista de 30 anos ser filha de Jorge Zorreguieta, ministro da Agricultura da Argentina durante o período da ditadura do general Jorge Videla, a que as organizações humanitárias atribuem mais de 30 mil mortos e desaparecidos. O ex-tenente Zorreguieta, actualmente com 73 anos, quebrou entretanto o silêncio a que se tinha votado e assegurou ao jornal argentino «La Nacion» que a Secretaria da Agricultura «não teve conhecimento das características da repressão», e que «o golpe de Estado de 24 de Março de 1976 foi uma resposta da sociedade argentina ao caos». Após um namoro de dois anos, tudo aponta para que o Parlamento holandês aprove o casamento. A noiva terá, apenas, que prescindir do tradicional braço paterno ao entrar na igreja... Vida de princesa a quanto obrigas... Como se já não bastasse ter de submeter o seu casamento à aprovação do Parlamento holandês, indispensável para que este se realize, a noiva do príncipe, a argentina, teve ainda de sacrificar a presença dos pais como condição para celebrar a cerimónia. No centro da polémica está o facto desta economista de 30 anos ser filha de, ministro da Agricultura da Argentina durante o período da ditadura do general, a que as organizações humanitárias atribuem mais de 30 mil mortos e desaparecidos. O ex-tenente Zorreguieta, actualmente com 73 anos, quebrou entretanto o silêncio a que se tinha votado e assegurou ao jornal argentino «La Nacion» que a Secretaria da Agricultura, e que. Após um namoro de dois anos, tudo aponta para que o Parlamento holandês aprove o casamento. A noiva terá, apenas, que prescindir do tradicional braço paterno ao entrar na igreja...

A «bronca» da condessa O mal de ser figura pública é que uma pessoa já não pode dizer o que pensa sem ter toda a imprensa à perna, obrigando quem foi sincero (ou seja, falou demais) a desmentir tudo e passar por cínico... Que o diga Sophie Rhys-Jones, condessa de Wessex e casada com o príncipe Eduardo, depois da mais recente transgressão ao protocolo (leia-se grande bronca) de que foi protagonista. Quando pensava estar a conversar com um potencial cliente árabe da sua agência de relações públicas, Sophie fez algumas confidências acerca da família Windsor. Só que o cliente era um repórter do tablóide «News of the World», disfarçado, e gravou tudo. Assim que a condessa percebeu a asneira, combinou com o jornal que daria uma entrevista sobre a sua vida privada em troca da gravação. O acordo ficou estabelecido e tudo estaria bem se alguém do tablóide não tivesse cedido a cassete a outro jornal, o «Mail on Sunday», que publicou tudo. Entre as pérolas, Sophie é de opinião que quando a sogra, essa «querida velha» - que dá pelo nome de rainha Isabel -, for desta para melhor, o príncipe Carlos vai poder unir-se à paixão da sua vida, Camilla Parker-Bowles. Houve também comentários menos nobres sobre o primeiro-ministro, Tony Blair, que age de forma «demasiado presidencial», e a mulher, Cherie Blair, que é «medonha, realmente medonha». Como se isto não fosse suficiente mau, o «News of the World» decidiu usar como manchete uma frase de Sophie sobre o marido: «O meu Eduardo não é 'gay'». Reina um mau ambiente em Buckingham.

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