EXPRESSO: Opinião

24-05-2001
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3/3/2001 ALTOS...

JOSÉ MANUEL VIEGAS O actual comandante-geral da GNR vai ser o próximo chefe do Estado-Maior do Exército, contra a opinião da esmagadora maioria dos generais, que apoiava a nomeação do general Garcia Leandro, actual vice-CEME. O que irá transformar a sua chefia num verdadeiro desafio, desde o primeiro dia, à sua capacidade de comando — já que entra com o apoio público e assumido do poder político, Presidente da República e primeiro-ministro, mas com a oposição manifesta da hierarquia do Exército. Pode ser que esta inédita situação seja o ponto de partida para um mandato determinado e renovador das fileiras do Exército. Tanto mais que todos reconhecem a qualidade do trabalho que efectuou no comando da GNR.

PAULO PORTAS Liderou o movimento de contestação ao elevador do Castelo, avançou com um referendo e obrigou João Soares a recuar e desistir do projecto. É uma vitória que poderá sempre reivindicar, mas que seria mais saborosa (e politicamente mais proveitosa) se tivesse chegado à realização do referendo, em véspera de autárquicas. Só que João Soares percebeu a tempo o perigo de ser trucidado pelo eleitorado de Lisboa nesse referendo e meteu o elevador na gaveta antes que fosse tarde. O líder do PP, entalado entre os erros estratégicos de palmatória que vem cometendo e a bipolarizadora candidatura de Santana Lopes, teve, finalmente, uma semana para comemorar. E até a sua popularidade descendente melhora um pouco nas sondagens.

JAIME PACHECO Passados os difíceis jogos de Braga e da Luz, manteve o Boavista isolado no 1º lugar do Campeonato e com legítimas aspirações ao feito histórico de se tornar, pela primeira vez na sua centenária história, campeão de Portugal. Na Luz, onde o Boavista entrava como antecipadamente derrotado — dada a onda de euforia benfiquista, intensa mas efémera, que dominou jornais, televisões e rádios —, não se intimidou e discutiu a vitória como uma equipa campeã. Veremos se resiste à pressão do último terço do Campeonato.

...& BAIXOS

JORGE SAMPAIO O Presidente da República vem convocando o Conselho de Estado para tratar, quase exclusivamente, de questões de funcionamento do próprio órgão. O Conselho de senadores da República não debate nem se pronuncia sobre o TPI e a prisão perpétua, a NATO e os perigos do urânio enriquecido, as propostas de reforma do sistema eleitoral ou as conturbadas relações de Portugal com África. Não. O Conselho de Estado, num típico processo umbiguista, discute e rediscute a momentosa questão das actas divulgáveis ou não divulgáveis. É um desperdício de tempo e de energias que se vem somar ao inexplicável jantar que o candidato Sampaio deu à sua Comissão Política no Palácio de Belém.

JOÃO SOARES O elevador do Castelo era uma obra estimulante, que iria enriquecer o património arquitectónico de Lisboa e valorizar a convencional envelhecida encosta do Castelo. Mas, como todas as obras arrojadas, levantaria também, com toda a certeza, um coro de protestos. O presidente da Câmara tratou a questão da pior das formas, passando da arrogância e sobranceria iniciais ao diálogo e à humildade democrática quando já deitara tudo a perder. Com medo do efeito eleitoral de um referendo em que sairia derrotado, acabou a desistir de um projecto que antes assumira como bandeira da modernidade e símbolo da sua gestão camarária. A ousadia e a coragem política deram rapidamente lugar ao pragmatismo e à cedência. Não sai bem desta polémica e até as sondagens o colocam à mercê de Santana Lopes...

ANTÓNIO PIRES DE LIMA O bastonário da Ordem dos Advogados não tem papas na língua, mas fala demais. Fala quando deve e quando não deve. Se, por vezes, é o autor de saudáveis pedradas no charco, também se multiplicam as suas declarações infelizes. Como as que fez à saída da sua lamentável visita a Vale e Azevedo (já agora: há uma justiça para os ricos, com prisão domiciliária, e outra para os pobres, com prisão preventiva atrás das grades?) dizendo que corria o risco de ser preso quando deixasse de ser bastonário ou as que proferiu sobre a inaceitável conduta do advogado do caso de Arrifes, nos Açores. Será que não consegue moderar os seus excessos de protagonismo público? JOSÉ ANTÓNIO LIMA E-mail: jalima@mail.expresso.pt

COMENTÁRIOS AO ARTIGO

3 comentários 1 a 3

3 Março 2001 às 23:08

Um candidato à advocacia

Cada vez que leio uma citação nos jornais, ouço um comentário na rádio, ou assisto a uma intervenção na televisão, do Sr. Pires de Lima, apenas tenho um desejo... dar-lhe um par de bofetadas.

3 Março 2001 às 12:20

VA

O que nos vai valendo é saber que o senhor pires de lima se vai embora brevemente. Que vá porque não deixa saudades. Cada vz que abre a boca sai asneira.

3 Março 2001 às 7:50

O senhor realmente não tem critério nas suas análises

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JOSÉ MANUEL VIEGAS O actual comandante-geral da GNR vai ser o próximo chefe do Estado-Maior do Exército, contra a opinião da esmagadora maioria dos generais, que apoiava a nomeação do general Garcia Leandro, actual vice-CEME. O que irá transformar a sua chefia num verdadeiro desafio, desde o primeiro dia, à sua capacidade de comando — já que entra com o apoio público e assumido do poder político, Presidente da República e primeiro-ministro, mas com a oposição manifesta da hierarquia do Exército. Pode ser que esta inédita situação seja o ponto de partida para um mandato determinado e renovador das fileiras do Exército. Tanto mais que todos reconhecem a qualidade do trabalho que efectuou no comando da GNR.

PAULO PORTAS Liderou o movimento de contestação ao elevador do Castelo, avançou com um referendo e obrigou João Soares a recuar e desistir do projecto. É uma vitória que poderá sempre reivindicar, mas que seria mais saborosa (e politicamente mais proveitosa) se tivesse chegado à realização do referendo, em véspera de autárquicas. Só que João Soares percebeu a tempo o perigo de ser trucidado pelo eleitorado de Lisboa nesse referendo e meteu o elevador na gaveta antes que fosse tarde. O líder do PP, entalado entre os erros estratégicos de palmatória que vem cometendo e a bipolarizadora candidatura de Santana Lopes, teve, finalmente, uma semana para comemorar. E até a sua popularidade descendente melhora um pouco nas sondagens.

JAIME PACHECO Passados os difíceis jogos de Braga e da Luz, manteve o Boavista isolado no 1º lugar do Campeonato e com legítimas aspirações ao feito histórico de se tornar, pela primeira vez na sua centenária história, campeão de Portugal. Na Luz, onde o Boavista entrava como antecipadamente derrotado — dada a onda de euforia benfiquista, intensa mas efémera, que dominou jornais, televisões e rádios —, não se intimidou e discutiu a vitória como uma equipa campeã. Veremos se resiste à pressão do último terço do Campeonato.

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JORGE SAMPAIO O Presidente da República vem convocando o Conselho de Estado para tratar, quase exclusivamente, de questões de funcionamento do próprio órgão. O Conselho de senadores da República não debate nem se pronuncia sobre o TPI e a prisão perpétua, a NATO e os perigos do urânio enriquecido, as propostas de reforma do sistema eleitoral ou as conturbadas relações de Portugal com África. Não. O Conselho de Estado, num típico processo umbiguista, discute e rediscute a momentosa questão das actas divulgáveis ou não divulgáveis. É um desperdício de tempo e de energias que se vem somar ao inexplicável jantar que o candidato Sampaio deu à sua Comissão Política no Palácio de Belém.

JOÃO SOARES O elevador do Castelo era uma obra estimulante, que iria enriquecer o património arquitectónico de Lisboa e valorizar a convencional envelhecida encosta do Castelo. Mas, como todas as obras arrojadas, levantaria também, com toda a certeza, um coro de protestos. O presidente da Câmara tratou a questão da pior das formas, passando da arrogância e sobranceria iniciais ao diálogo e à humildade democrática quando já deitara tudo a perder. Com medo do efeito eleitoral de um referendo em que sairia derrotado, acabou a desistir de um projecto que antes assumira como bandeira da modernidade e símbolo da sua gestão camarária. A ousadia e a coragem política deram rapidamente lugar ao pragmatismo e à cedência. Não sai bem desta polémica e até as sondagens o colocam à mercê de Santana Lopes...

ANTÓNIO PIRES DE LIMA O bastonário da Ordem dos Advogados não tem papas na língua, mas fala demais. Fala quando deve e quando não deve. Se, por vezes, é o autor de saudáveis pedradas no charco, também se multiplicam as suas declarações infelizes. Como as que fez à saída da sua lamentável visita a Vale e Azevedo (já agora: há uma justiça para os ricos, com prisão domiciliária, e outra para os pobres, com prisão preventiva atrás das grades?) dizendo que corria o risco de ser preso quando deixasse de ser bastonário ou as que proferiu sobre a inaceitável conduta do advogado do caso de Arrifes, nos Açores. Será que não consegue moderar os seus excessos de protagonismo público? JOSÉ ANTÓNIO LIMA E-mail: jalima@mail.expresso.pt

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3 Março 2001 às 23:08

Um candidato à advocacia

Cada vez que leio uma citação nos jornais, ouço um comentário na rádio, ou assisto a uma intervenção na televisão, do Sr. Pires de Lima, apenas tenho um desejo... dar-lhe um par de bofetadas.

3 Março 2001 às 12:20

VA

O que nos vai valendo é saber que o senhor pires de lima se vai embora brevemente. Que vá porque não deixa saudades. Cada vz que abre a boca sai asneira.

3 Março 2001 às 7:50

O senhor realmente não tem critério nas suas análises

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