Barra de Meios lusomundo

28-04-2001
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Segundo soube o DN, se a discussão em torno da moção que propõe um mandato ao grupo parlamentar para "oportunamente apresentar e/ou apoiar iniciatias legislativas" sobre o aborto se extremar, Guterres poderá tomar posição, declarando não ser altura para discutir o tema.

Nesta "guerra", o católico secretário-geral do PS não está sózinho e conta mesmo com a ajuda de dirigentes que são a favor da despenalização da interrupção voluntária da gravidez, mas que estão contra a "oportunidade" da moção. Neste grupo estão alguns dos mais influentes membros da Comissão Permanente do partido: José Lamego, Fausto Correira, Armando Vara e António Galamba. Edite Estrela faz depender o sentido do voto do debate que houver, embora se incline para a abstenção. Como a própria disse ao DN, "terei que ver qual é a intenção da moção. Defendi o sim à despenalização do aborto e estou por isso à vontade para dizer que não é oportuno que o tema volte a ser agendado neste momento". José Sócrates e Jorge Coelho não se quiserem pronunciar, reservando o ex-ministro a sua posição para o congresso.

Francisco Assis está ao lado de Roseta e dos outros deputados e vai votar a favor da moção. Para o líder parlamentar é bom que o congresso seja confrontado com a questão do aborto e tome posição. "Se os congressos não são os momentos ideais para que os partidos se confrontem com os seus problemas sem qualquer limitação, então qual é o momento?", questiona, frisando não achar sequer "legítimo colocar a questão da oportunidade".

Lamego é taxativo mas no sentido inverso: "Não subscreverei essa moção. Acho inadequado o procedimento e a oportunidade", diz, embora no referendo tenha estado pelo "sim". Fausto Correira também votará contra: "O respeito pelo veredicto popular obriga a um período de nojo que não se compadece com esta pressa de agendamento do tema." O secretário de Estado Adjunto do primeiro ministro diz ainda que "se fosse deputado não aceitaria que este assunto voltasse nesta legislatura à agenda política". Armando Vara alinha pelo mesmo diapasão. "Acho mal a moção. E tudo indica que o congresso não a aceite", vaticina.

António Galamba vai mais longe nas críticas e explica por que votará contra: "É anti-democrática, porque houve um referendo e tem falta de oportunidade política. É estar a dar protagonismo ao Bloco de Esquerda em ano de autárquicas." Para este dirigente, o texto "é uma espécie de provocação para tentar criar problemas, ao querer que o partido tenha uma orientação de voto sobre uma questão de consciência".

E é mesmo essa a intenção dos subscritores. Como diz o texto, "entendemos que é ao congresso que cabe definir a posição do PS. Não podemos queixar-nos de andar a reboque de outras agendas políticas se nos demitimos de definir as posições de princípio que devem nortear a nossa acção".

Se a moção for chumbada então, diz Francisco Assis, "a ilação que se deve retirar é que prevalecerá o príncipio da livre escolha individual" na bancada, quando o tema chegar a plenário.

Segundo soube o DN, se a discussão em torno da moção que propõe um mandato ao grupo parlamentar para "oportunamente apresentar e/ou apoiar iniciatias legislativas" sobre o aborto se extremar, Guterres poderá tomar posição, declarando não ser altura para discutir o tema.

Nesta "guerra", o católico secretário-geral do PS não está sózinho e conta mesmo com a ajuda de dirigentes que são a favor da despenalização da interrupção voluntária da gravidez, mas que estão contra a "oportunidade" da moção. Neste grupo estão alguns dos mais influentes membros da Comissão Permanente do partido: José Lamego, Fausto Correira, Armando Vara e António Galamba. Edite Estrela faz depender o sentido do voto do debate que houver, embora se incline para a abstenção. Como a própria disse ao DN, "terei que ver qual é a intenção da moção. Defendi o sim à despenalização do aborto e estou por isso à vontade para dizer que não é oportuno que o tema volte a ser agendado neste momento". José Sócrates e Jorge Coelho não se quiserem pronunciar, reservando o ex-ministro a sua posição para o congresso.

Francisco Assis está ao lado de Roseta e dos outros deputados e vai votar a favor da moção. Para o líder parlamentar é bom que o congresso seja confrontado com a questão do aborto e tome posição. "Se os congressos não são os momentos ideais para que os partidos se confrontem com os seus problemas sem qualquer limitação, então qual é o momento?", questiona, frisando não achar sequer "legítimo colocar a questão da oportunidade".

Lamego é taxativo mas no sentido inverso: "Não subscreverei essa moção. Acho inadequado o procedimento e a oportunidade", diz, embora no referendo tenha estado pelo "sim". Fausto Correira também votará contra: "O respeito pelo veredicto popular obriga a um período de nojo que não se compadece com esta pressa de agendamento do tema." O secretário de Estado Adjunto do primeiro ministro diz ainda que "se fosse deputado não aceitaria que este assunto voltasse nesta legislatura à agenda política". Armando Vara alinha pelo mesmo diapasão. "Acho mal a moção. E tudo indica que o congresso não a aceite", vaticina.

António Galamba vai mais longe nas críticas e explica por que votará contra: "É anti-democrática, porque houve um referendo e tem falta de oportunidade política. É estar a dar protagonismo ao Bloco de Esquerda em ano de autárquicas." Para este dirigente, o texto "é uma espécie de provocação para tentar criar problemas, ao querer que o partido tenha uma orientação de voto sobre uma questão de consciência".

E é mesmo essa a intenção dos subscritores. Como diz o texto, "entendemos que é ao congresso que cabe definir a posição do PS. Não podemos queixar-nos de andar a reboque de outras agendas políticas se nos demitimos de definir as posições de princípio que devem nortear a nossa acção".

Se a moção for chumbada então, diz Francisco Assis, "a ilação que se deve retirar é que prevalecerá o príncipio da livre escolha individual" na bancada, quando o tema chegar a plenário.

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