Inquérito

22-07-2001
marcar artigo

Inquérito

Sexta-feira, 18 de Maio de 2001

1. Quando as pessoas colocam a intimidade sob a vigilância das câmaras, estão a fazer uso legítimo da sua liberdade e do seu direito de escolha?

2. Acha que a guerra de audiências entre televisões está a determinar a evolução dos valores sociais?

José Maia. padre, presidente da União das Instituições Particulares de Solidariedade Social

1. É preciso que as regras sejam totalmente claras. Admito que uma pessoa seja soberana nas suas opções, inclusivamente na exposição da sua vida privada, mas quando estão envolvidos terceiros devem ser muito bem conhecidas as regras. Penso que isso não aconteceu [no caso desta semana d' O Bar da TV].

2. Admira-me que a gente jovem se esteja a deixar manipular a preços baixíssimos para aumento de audiências e de lucros das televisões. É um acto de exploração a que estão a sujeitar-se. As televisões querem dar a impressão de que isto [os "reality-shows"] é a vida real, quer-se padronizar certo tipo de comportamentos e dizer que os jovens são todos assim, o que é falso. A identidade e a autonomia das pessoas devem ser respeitadas.

Fernando Correia, jornalista e professor universitário

1. Em teoria sim. Mas há casos em que a liberdade de cada um colide com a liberdade dos outros. Tratando-se de um meio de grande audiência, como a TV, ou mesmo de locais públicos, como a rua ou um estádio de futebol, parece-me evidente que, se alguém decide expor a indignidade própria, isso terá de ter os limites impostos pela legítima dignidade dos outros.

2. O nivelamento por baixo implícito na guerra das audiências reproduz e desenvolve o que há de mais primário e rasteiro. E é pura hipocrisia dizer que não cumpre à TV educar e consciencializar mas sim à família e à escola visto que estas estão altamente condicionadas, na sua acção, pela própria TV. A grande questão é saber se os media, a começar pela televisão devem assumir um alto grau de responsabilidade social e deixar de estar exclusivamente determinadas pelo negócio - eu penso obviamente que sim.

Inquérito

Sexta-feira, 18 de Maio de 2001

1. Quando as pessoas colocam a intimidade sob a vigilância das câmaras, estão a fazer uso legítimo da sua liberdade e do seu direito de escolha?

2. Acha que a guerra de audiências entre televisões está a determinar a evolução dos valores sociais?

José Maia. padre, presidente da União das Instituições Particulares de Solidariedade Social

1. É preciso que as regras sejam totalmente claras. Admito que uma pessoa seja soberana nas suas opções, inclusivamente na exposição da sua vida privada, mas quando estão envolvidos terceiros devem ser muito bem conhecidas as regras. Penso que isso não aconteceu [no caso desta semana d' O Bar da TV].

2. Admira-me que a gente jovem se esteja a deixar manipular a preços baixíssimos para aumento de audiências e de lucros das televisões. É um acto de exploração a que estão a sujeitar-se. As televisões querem dar a impressão de que isto [os "reality-shows"] é a vida real, quer-se padronizar certo tipo de comportamentos e dizer que os jovens são todos assim, o que é falso. A identidade e a autonomia das pessoas devem ser respeitadas.

Fernando Correia, jornalista e professor universitário

1. Em teoria sim. Mas há casos em que a liberdade de cada um colide com a liberdade dos outros. Tratando-se de um meio de grande audiência, como a TV, ou mesmo de locais públicos, como a rua ou um estádio de futebol, parece-me evidente que, se alguém decide expor a indignidade própria, isso terá de ter os limites impostos pela legítima dignidade dos outros.

2. O nivelamento por baixo implícito na guerra das audiências reproduz e desenvolve o que há de mais primário e rasteiro. E é pura hipocrisia dizer que não cumpre à TV educar e consciencializar mas sim à família e à escola visto que estas estão altamente condicionadas, na sua acção, pela própria TV. A grande questão é saber se os media, a começar pela televisão devem assumir um alto grau de responsabilidade social e deixar de estar exclusivamente determinadas pelo negócio - eu penso obviamente que sim.

marcar artigo