EXPRESSO: País

18-09-2001
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Grande Lisboa entre projectos

O PS quer reforçar os poderes da Junta Metropolitana de Lisboa. A intenção consta do programa eleitoral comum aos 19 candidatos à presidência dos municípios da AML, divulgado anteontem sem pompa nem circunstância - os acontecimentos nos EUA justificaram o adiamento, «sine die», da cerimónia prevista para o efeito.

Condensado em 18 páginas, o projecto - redigido por Ana Catarina Mendes, António Fonseca Ferreira, Joel Hasse-Ferreira, Pedro Silva Pereira e Vasco Franco - assenta na constatação de que muitos dos problemas locais «frequentemente transcendem a jurisdição de cada município e só podem ter solução a nível supramunicipal».

A consciência de uma «excessiva concentração populacional no litoral», a par de «muitas décadas de desinteresse» pelas questões do ordenamento do território e das políticas urbanísticas é o ponto de partida desta reflexão, que diagnostica em breves palavras os principais problemas da AML: «A progressiva desertificação e terciarização do centro de Lisboa foi acompanhada pelo desmesurado crescimento dos subúrbios (...), o que não pode deixar de acarretar fortes constrangimentos à mobilidade».

É contra este estado de coisas que os candidatos socialistas à gestão dos municípios de Lisboa se propõem lutar. Os objectivos estão bem definidos: entre outros, uma melhor gestão territorial e urbanística e uma estratégia de mobilidade para a AML, metas para a prossecução das quais o PS reclama mais poderes para a Junta Metropolitana de Lisboa - «reforçada nas suas funções, mais claramente definidas, e nos seus meios operacionais, por forma a permitir-lhe exercer a sua missão com mais eficácia» - e o desenvolvimento de uma verdadeira cultura de cidadania na região.

PSD aposta nos transportes

Por seu lado, os candidatos do PSD às câmaras da Área Metropolitana de Lisboa (AML) vão reivindicar junto do Governo a criação de uma autoridade autónoma para os transportes da região, gerida pelas autarquias. Esta foi a principal linha de estratégia para a AML discutida esta semana numa reunião entre cinco candidatos sociais-democratas a Lisboa (Pedro Santana Lopes), Oeiras (Isaltino Morais), António Capucho (Cascais), Fernando Seara (Sintra) e Vieira de Castro (Amadora). O objectivo é concertar posições para problemas comuns a estes municípios.

«Lisboa quer menos carros a circular e os outros concelhos querem poder chegar mais depressa à capital», comenta António Capucho, justificando por que faz «todo o sentido atribuir às câmaras competências em matéria de transportes, como acontece, aliás, noutros países». Actualmente, a entidade competente é a Direcção-Geral de Transportes Terrestres, do Ministério do Equipamento - organismo que se considera estar «demasiado longínquo» dos problemas municipais, o que permite «a maior confusão em termos de transportes». Como exemplo aponta-se o facto de um cidadão que resida na Parede pagar muito mais pelo transporte para Lisboa, do que um que more em Vila Franca de Xira. «É preciso acabar com as 'capelinhas' e pôr as câmaras a resolver isto», conclui António Capucho.

Outra reivindicação que irá ser feita, em particular por Capucho (Cascais) e Isaltino (Oeiras), é que a Brisa transforme uma das faixas da auto-estrada Lisboa-Cascais em «corredor» (tipo «bus»), para circulação exclusiva dos transportes públicos e de viaturas com vários passageiros. A ideia nasce da constatação de que a grande maioria dos automóveis que circulam na auto-estrada transportam apenas o condutor.

Finalmente, António Capucho pretende negociar com Isaltino Morais a extensão a Cascais do projecto de «mono-rail» que este está a construir em Oeiras.

Grande Lisboa entre projectos

O PS quer reforçar os poderes da Junta Metropolitana de Lisboa. A intenção consta do programa eleitoral comum aos 19 candidatos à presidência dos municípios da AML, divulgado anteontem sem pompa nem circunstância - os acontecimentos nos EUA justificaram o adiamento, «sine die», da cerimónia prevista para o efeito.

Condensado em 18 páginas, o projecto - redigido por Ana Catarina Mendes, António Fonseca Ferreira, Joel Hasse-Ferreira, Pedro Silva Pereira e Vasco Franco - assenta na constatação de que muitos dos problemas locais «frequentemente transcendem a jurisdição de cada município e só podem ter solução a nível supramunicipal».

A consciência de uma «excessiva concentração populacional no litoral», a par de «muitas décadas de desinteresse» pelas questões do ordenamento do território e das políticas urbanísticas é o ponto de partida desta reflexão, que diagnostica em breves palavras os principais problemas da AML: «A progressiva desertificação e terciarização do centro de Lisboa foi acompanhada pelo desmesurado crescimento dos subúrbios (...), o que não pode deixar de acarretar fortes constrangimentos à mobilidade».

É contra este estado de coisas que os candidatos socialistas à gestão dos municípios de Lisboa se propõem lutar. Os objectivos estão bem definidos: entre outros, uma melhor gestão territorial e urbanística e uma estratégia de mobilidade para a AML, metas para a prossecução das quais o PS reclama mais poderes para a Junta Metropolitana de Lisboa - «reforçada nas suas funções, mais claramente definidas, e nos seus meios operacionais, por forma a permitir-lhe exercer a sua missão com mais eficácia» - e o desenvolvimento de uma verdadeira cultura de cidadania na região.

PSD aposta nos transportes

Por seu lado, os candidatos do PSD às câmaras da Área Metropolitana de Lisboa (AML) vão reivindicar junto do Governo a criação de uma autoridade autónoma para os transportes da região, gerida pelas autarquias. Esta foi a principal linha de estratégia para a AML discutida esta semana numa reunião entre cinco candidatos sociais-democratas a Lisboa (Pedro Santana Lopes), Oeiras (Isaltino Morais), António Capucho (Cascais), Fernando Seara (Sintra) e Vieira de Castro (Amadora). O objectivo é concertar posições para problemas comuns a estes municípios.

«Lisboa quer menos carros a circular e os outros concelhos querem poder chegar mais depressa à capital», comenta António Capucho, justificando por que faz «todo o sentido atribuir às câmaras competências em matéria de transportes, como acontece, aliás, noutros países». Actualmente, a entidade competente é a Direcção-Geral de Transportes Terrestres, do Ministério do Equipamento - organismo que se considera estar «demasiado longínquo» dos problemas municipais, o que permite «a maior confusão em termos de transportes». Como exemplo aponta-se o facto de um cidadão que resida na Parede pagar muito mais pelo transporte para Lisboa, do que um que more em Vila Franca de Xira. «É preciso acabar com as 'capelinhas' e pôr as câmaras a resolver isto», conclui António Capucho.

Outra reivindicação que irá ser feita, em particular por Capucho (Cascais) e Isaltino (Oeiras), é que a Brisa transforme uma das faixas da auto-estrada Lisboa-Cascais em «corredor» (tipo «bus»), para circulação exclusiva dos transportes públicos e de viaturas com vários passageiros. A ideia nasce da constatação de que a grande maioria dos automóveis que circulam na auto-estrada transportam apenas o condutor.

Finalmente, António Capucho pretende negociar com Isaltino Morais a extensão a Cascais do projecto de «mono-rail» que este está a construir em Oeiras.

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