Marcelo castiga «crítico» Capucho

20-11-2000
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António Capucho: apesar de disponível, fica fora das listas da AD

Marcelo afirma, nomeadamente, que quer «reduzir ao mínimo as figuras nacionais» e clarifica o conceito de «figura nacional»: «Só se for um elemento de valorização» - uma condição que Capucho parece não preencher, uma vez que não esconde nem as suas reservas relativamente à AD nem a sua firme oposição às listas conjuntas. O líder do PSD acrescenta que «há duas excepções evidentes: Durão Barroso e Santana Lopes. Se quiserem».

Capucho deverá ser, no entanto, um dos nomes sugeridos pela Distrital de Lisboa ao presidente do partido: «É nossa intenção, se ele quiser candidatar-se», disse ao EXPRESSO o líder do PSD/Lisboa, Duarte Lima. E tudo leva a crer que o ex-secretário-geral está disponível. Eleito deputado pelo círculo de Faro em 1985, 89 e 95, António Capucho - nascido e criado em Lisboa - terá manifestado interesse em manter-se em São Bento na próxima legislatura, mas em representação da capital. Assim se explicaria uma sua afirmação, proferida no último fim-de-semana numa iniciativa partidária no Algarve, segundo a qual não seria cabeça-de-lista por aquele círculo.

É ainda muito cedo, porém, para qualquer conclusão definitiva. As decisões sobre as listas de deputados estão calendarizadas para a última semana de Julho, cabendo a última palavra ao Conselho Nacional que Marcelo Rebelo de Sousa prevê que se realize a 31 de Julho. Entre 20 de Maio e final de Junho, a direcção nacional do PSD vai pedir às distritais que entreguem - até 15 de Julho - os nomes dos potenciais candidatos. As sugestões deverão ser ordenadas alfabeticamente e conter pelo menos um quarto de mulheres.

A cedência máxima do PSD ao PP

A «cedência máxima», como lhe chama Capucho, poderia chegar a significar um acréscimo de 12 parlamentares para o PP (e outros tantos para o PSD). Na hipótese de negociação mais rigorosa, ao PP caberia apenas uma vantagem de três novos deputados.

Para chegar a esta conclusão, o documento considera que Lisboa, Viseu, Faro e Porto são os círculos onde será mais fácil à coligação conquistar novos mandatos: em Lisboa, por exemplo, bastaria à AD obter mais quatro pontos que há quatro anos para «roubar» dois novos deputados ao PS; nos outros três círculos, pouco mais de dois pontos (1,8% no caso de Viseu) bastariam para conquistar pelo menos mais um assento parlamentar.

Mas também os círculos de Santarém, Bragança, Aveiro, Madeira, Coimbra e Leiria são considerados alvos prioritários, já que com menos de 10% de acréscimo eleitoral a AD poderia obter mais um parlamentar. Somados aos círculos de Braga, Coimbra, Viana e Setúbal - onde o impacto matemático da aliança PSD/PP significa um ganho automático de quatro novos lugares na Assembleia da República -, constituem uma lista de 14 prioridades.

De acordo com esta lista, o estudo propõe duas hipóteses de negociação com o PP: a primeira, «mais maximalista para o PSD», dá ao PP ganhos em Faro, em Lisboa e na Madeira, cabendo todos os restantes (21, segundo as contas de Capucho) ao PSD; a segunda, «mais generosa para o PP», afecta aos populares um total de 12 conquistas (sendo as restantes 12 para o PSD). O então secretário-geral sublinha, no entanto, que «todos esses ganhos adicionais do PP exigem 8 pontos percentuais de acréscimo eleitoral no caso de Setúbal e do Porto e de mais de 14 pontos nos restantes casos». Altamente improvável, portanto.

Curiosamente, a cedência máxima de António Capucho no caso das eleições para o Parlamento Europeu admitia a atribuição ao PP do segundo lugar tão desejado por Paulo Portas.

CRISTINA FIGUEIREDO

António Capucho: apesar de disponível, fica fora das listas da AD

Marcelo afirma, nomeadamente, que quer «reduzir ao mínimo as figuras nacionais» e clarifica o conceito de «figura nacional»: «Só se for um elemento de valorização» - uma condição que Capucho parece não preencher, uma vez que não esconde nem as suas reservas relativamente à AD nem a sua firme oposição às listas conjuntas. O líder do PSD acrescenta que «há duas excepções evidentes: Durão Barroso e Santana Lopes. Se quiserem».

Capucho deverá ser, no entanto, um dos nomes sugeridos pela Distrital de Lisboa ao presidente do partido: «É nossa intenção, se ele quiser candidatar-se», disse ao EXPRESSO o líder do PSD/Lisboa, Duarte Lima. E tudo leva a crer que o ex-secretário-geral está disponível. Eleito deputado pelo círculo de Faro em 1985, 89 e 95, António Capucho - nascido e criado em Lisboa - terá manifestado interesse em manter-se em São Bento na próxima legislatura, mas em representação da capital. Assim se explicaria uma sua afirmação, proferida no último fim-de-semana numa iniciativa partidária no Algarve, segundo a qual não seria cabeça-de-lista por aquele círculo.

É ainda muito cedo, porém, para qualquer conclusão definitiva. As decisões sobre as listas de deputados estão calendarizadas para a última semana de Julho, cabendo a última palavra ao Conselho Nacional que Marcelo Rebelo de Sousa prevê que se realize a 31 de Julho. Entre 20 de Maio e final de Junho, a direcção nacional do PSD vai pedir às distritais que entreguem - até 15 de Julho - os nomes dos potenciais candidatos. As sugestões deverão ser ordenadas alfabeticamente e conter pelo menos um quarto de mulheres.

A cedência máxima do PSD ao PP

A «cedência máxima», como lhe chama Capucho, poderia chegar a significar um acréscimo de 12 parlamentares para o PP (e outros tantos para o PSD). Na hipótese de negociação mais rigorosa, ao PP caberia apenas uma vantagem de três novos deputados.

Para chegar a esta conclusão, o documento considera que Lisboa, Viseu, Faro e Porto são os círculos onde será mais fácil à coligação conquistar novos mandatos: em Lisboa, por exemplo, bastaria à AD obter mais quatro pontos que há quatro anos para «roubar» dois novos deputados ao PS; nos outros três círculos, pouco mais de dois pontos (1,8% no caso de Viseu) bastariam para conquistar pelo menos mais um assento parlamentar.

Mas também os círculos de Santarém, Bragança, Aveiro, Madeira, Coimbra e Leiria são considerados alvos prioritários, já que com menos de 10% de acréscimo eleitoral a AD poderia obter mais um parlamentar. Somados aos círculos de Braga, Coimbra, Viana e Setúbal - onde o impacto matemático da aliança PSD/PP significa um ganho automático de quatro novos lugares na Assembleia da República -, constituem uma lista de 14 prioridades.

De acordo com esta lista, o estudo propõe duas hipóteses de negociação com o PP: a primeira, «mais maximalista para o PSD», dá ao PP ganhos em Faro, em Lisboa e na Madeira, cabendo todos os restantes (21, segundo as contas de Capucho) ao PSD; a segunda, «mais generosa para o PP», afecta aos populares um total de 12 conquistas (sendo as restantes 12 para o PSD). O então secretário-geral sublinha, no entanto, que «todos esses ganhos adicionais do PP exigem 8 pontos percentuais de acréscimo eleitoral no caso de Setúbal e do Porto e de mais de 14 pontos nos restantes casos». Altamente improvável, portanto.

Curiosamente, a cedência máxima de António Capucho no caso das eleições para o Parlamento Europeu admitia a atribuição ao PP do segundo lugar tão desejado por Paulo Portas.

CRISTINA FIGUEIREDO

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