População gritou contra os políticos

09-03-2001
marcar artigo

População Gritou Contra Os Políticos

Terça-feira, 6 de Março de 2001

"Assassinos! Assassinos!". O grito, irreprimível, soou assim que as centenas de pesoas que se empoleiravam nos muros para observar as operações de resgate viram aparecer o primeiro-ministro. António Guterres, acompanhado pelo ministro da Administração Interna, Nuno Severiano Teixeira, chegou ao local do acidente depois das 11h00, e com um ar combalido, disse compreender os apupos que a população lhe dirigiu. "São momentos de grande dor e angústia para muitas famílias. O mínimo que se pode ter é o máximo de respeito", frisou.

Mas se Guterres foi mal recebido pelos habitantes enlutados, igual tratamento receberam os outros políticos que se deslocaram a Castelo de Paiva. "Vai para o rio trabalhar!", ouviu o presidente do PSD, Durão Barroso, quando se aproximou da ponte Hintze Ribeiro. A meio da tarde, assim que chegou, Paulo Portas também foi "mimoseado": "Olha mais outro! Agora vindes todos ver, agora não falta cá nenhum a fazer política", atirava um homem, que desde a manhã acompanhava o atracar dos botes de borracha, completamente vazios.

Quem não foi acossado com um sem número de insultos foi o Governador Civil de Aveiro, Antero Gaspar, pelo simples facto de não ter comparecido no local da tragédia. No mesmo dia em que mais dois munícipes de Castelo de Paiva foram ouvidos no tribunal no âmbito de uma acção interposta por Antero Gaspar contra a população que, em protesto, cortou a ponte Hintze Ribeiro, o Governador Civil de Aveiro foi um dos homens mais criticados. A sua ausência foi explicada com a sua permanência no Brasil, embora com duas versões contraditórias: uns apontavam a sua partida para as terras quentes brasileiras algumas horas depois do acidente, outros asseguravam que o governante só chegava da América do Sul cerca das 23h00 de ontem.

R.S.

População Gritou Contra Os Políticos

Terça-feira, 6 de Março de 2001

"Assassinos! Assassinos!". O grito, irreprimível, soou assim que as centenas de pesoas que se empoleiravam nos muros para observar as operações de resgate viram aparecer o primeiro-ministro. António Guterres, acompanhado pelo ministro da Administração Interna, Nuno Severiano Teixeira, chegou ao local do acidente depois das 11h00, e com um ar combalido, disse compreender os apupos que a população lhe dirigiu. "São momentos de grande dor e angústia para muitas famílias. O mínimo que se pode ter é o máximo de respeito", frisou.

Mas se Guterres foi mal recebido pelos habitantes enlutados, igual tratamento receberam os outros políticos que se deslocaram a Castelo de Paiva. "Vai para o rio trabalhar!", ouviu o presidente do PSD, Durão Barroso, quando se aproximou da ponte Hintze Ribeiro. A meio da tarde, assim que chegou, Paulo Portas também foi "mimoseado": "Olha mais outro! Agora vindes todos ver, agora não falta cá nenhum a fazer política", atirava um homem, que desde a manhã acompanhava o atracar dos botes de borracha, completamente vazios.

Quem não foi acossado com um sem número de insultos foi o Governador Civil de Aveiro, Antero Gaspar, pelo simples facto de não ter comparecido no local da tragédia. No mesmo dia em que mais dois munícipes de Castelo de Paiva foram ouvidos no tribunal no âmbito de uma acção interposta por Antero Gaspar contra a população que, em protesto, cortou a ponte Hintze Ribeiro, o Governador Civil de Aveiro foi um dos homens mais criticados. A sua ausência foi explicada com a sua permanência no Brasil, embora com duas versões contraditórias: uns apontavam a sua partida para as terras quentes brasileiras algumas horas depois do acidente, outros asseguravam que o governante só chegava da América do Sul cerca das 23h00 de ontem.

R.S.

marcar artigo