Trabalho e disciplina

28-10-2000
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Ana Catarina Mendonça

Um deles foi o que a encaminhou para a política. Desiludida com os resultados das legislativas de 1991 - era acérrima apoiante de Sampaio - percebeu que era tempo de usar o entusiasmo como mais valia e integrou a vida partidária activa: «Não é a única forma de dar algo à sociedade, mas é importante que cada um, de acordo com a sua maneira de estar, consiga transmitir a necessidade de agir e de fazer coisas».

Juntou-se ao irmão na estrutura da JS, e a partir daí os cargos sucederam-se a um ritmo imparável: foi deputada municipal, secretária nacional da JS, candidata a vereadora pelo PS de Almada em 1997... Isto para fazer apenas um resumo.

Na Assembleia da República entrou a 5 de Janeiro deste ano, por substituição. «Foi um peso enorme que me caiu em cima», comenta, «associado ao medo de falhar, pela grande responsabilidade que representa». O novo cargo exigiu-lhe outro tipo de esforço. A necessidade de se autodisciplinar, já que «o trabalho é permanente e sem regras acaba por não se conseguir fazer nada».

Catarina sabe do que fala. A morar em Almada, a frequentar, em simultâneo com a actividade política, um curso de Direito e ainda a dar aulas de formação, a sua vida é um corre-corre diário. Que faz jus a uma predisposição quase genética. «Sempre fui muito dinâmica, com muita energia e combativa por natureza», reconhece.

«Quando as coisas estão mal, deve-se reagir». Já pensava assim na altura que (de parceria com um amigo) paralisou a escola - estava-se no auge das contestações à PGA: «O professor de antropologia cedeu-me a sua hora de aula para eu poder discursar...» Pelo resultado, as suas razões devem ter ficado bem expostas, ou não tivesse Ana Catarina já a confiança dos colegas que a elegeram delegada de turma, perante a sua confessada surpresa: «Eu estudei num colégio até 1987 e só ingressei na escola secundária depois de ir morar para Almada. Era pacata, boa aluna, não me imaginava nessas funções».

Afinal, foi apenas o princípio. Agora, sempre que está pronta para sair de casa, às 9h30, apenas com cinco horas de sono como média diária, Catarina apela ao seu conceito de sacrifício e relembra as suas responsabilidades e projectos. Um dia ainda vai fundar a sua Organização Não Governamental (ONG), na luta pelos direitos humanos.

Ana Catarina Mendonça

Um deles foi o que a encaminhou para a política. Desiludida com os resultados das legislativas de 1991 - era acérrima apoiante de Sampaio - percebeu que era tempo de usar o entusiasmo como mais valia e integrou a vida partidária activa: «Não é a única forma de dar algo à sociedade, mas é importante que cada um, de acordo com a sua maneira de estar, consiga transmitir a necessidade de agir e de fazer coisas».

Juntou-se ao irmão na estrutura da JS, e a partir daí os cargos sucederam-se a um ritmo imparável: foi deputada municipal, secretária nacional da JS, candidata a vereadora pelo PS de Almada em 1997... Isto para fazer apenas um resumo.

Na Assembleia da República entrou a 5 de Janeiro deste ano, por substituição. «Foi um peso enorme que me caiu em cima», comenta, «associado ao medo de falhar, pela grande responsabilidade que representa». O novo cargo exigiu-lhe outro tipo de esforço. A necessidade de se autodisciplinar, já que «o trabalho é permanente e sem regras acaba por não se conseguir fazer nada».

Catarina sabe do que fala. A morar em Almada, a frequentar, em simultâneo com a actividade política, um curso de Direito e ainda a dar aulas de formação, a sua vida é um corre-corre diário. Que faz jus a uma predisposição quase genética. «Sempre fui muito dinâmica, com muita energia e combativa por natureza», reconhece.

«Quando as coisas estão mal, deve-se reagir». Já pensava assim na altura que (de parceria com um amigo) paralisou a escola - estava-se no auge das contestações à PGA: «O professor de antropologia cedeu-me a sua hora de aula para eu poder discursar...» Pelo resultado, as suas razões devem ter ficado bem expostas, ou não tivesse Ana Catarina já a confiança dos colegas que a elegeram delegada de turma, perante a sua confessada surpresa: «Eu estudei num colégio até 1987 e só ingressei na escola secundária depois de ir morar para Almada. Era pacata, boa aluna, não me imaginava nessas funções».

Afinal, foi apenas o princípio. Agora, sempre que está pronta para sair de casa, às 9h30, apenas com cinco horas de sono como média diária, Catarina apela ao seu conceito de sacrifício e relembra as suas responsabilidades e projectos. Um dia ainda vai fundar a sua Organização Não Governamental (ONG), na luta pelos direitos humanos.

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