A ambição
João Nuno Mendes Quer Lugar de Ana Benavente
Domingo, 3 de Fevereiro de 2002
A guerra por lugares nas listas do PS ainda não terminou apesar de estatutariamente o assunto estar fechado, depois de as listas terem sido aprovadas pela comissão política, e irem ser entregues amanhã no Tribunal Constitucional. O problema suscitou já a intervenção de vários dirigentes nacionais e o PÚBLICO sabe que está a irritar diversos deles, incluindo Ferro Rodrigues.
A história é curta e resume assim: o secretário de Estado do Planeamento, João Nuno Mendes, de 29 anos de idade e perfil tecnocrático, que é pela primeira vez candidato à Assembleia, não está contente por ir em terceiro lugar em Viseu (círculo onde o PS elegeu quatro deputados há dois anos). De tal forma que tem feito tudo para subir para segundo e passar assim à frente de Ana Benavente que há dois anos concorreu nesse mesmo lugar - então indicada na quota de António Guterres e agora na quota de Ferro Rodrigues. Acresce que João Nuno Mendes, que até há dois anos era um dos jovens assessores de António Guterres, foi indicado em segundo lugar pela federação, que é presidida por José Junqueiro, também cabeça de lista, e estava já estabelecido que o segundo lugar da lista final seria preenchido por um nome indicado pelo secretário-geral.
A insistência de João Nuno Mendes têm sido tal - o PÚBLICO sabe que até já houve pressões informais sobre Ana Benavente, alegando "os serviços ao país" prestados pelo jovem Mendes - que o assunto tem ocupado o líder federativo José Junqueiro na senda de o demover. Mas outros dirigentes nacionais já se envolveram pessoalmente na tarefa de acalmar João Nuno Mendes na sua febre de ascensão na lista de Viseu.
Este assunto está a ser visto por alguns como "ridículo" e por outros como "a prova da falta de autoridade que grassa no PS" já que "um jovem estreante decide desafiar pessoas com currículo e mérito político e também os estatutos do partido", isto porque, segundo afirmou ao PÚBLICO um dirigente nacional, "as listas finais foram votadas e aprovadas pela comissão política como os estatutos impõem". Houve mesmo já na direcção do PS quem comentasse: "Se isto é assim para entrar nas listas o que será depois para sair."
S.J.A.
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A ambição
João Nuno Mendes Quer Lugar de Ana Benavente
Domingo, 3 de Fevereiro de 2002
A guerra por lugares nas listas do PS ainda não terminou apesar de estatutariamente o assunto estar fechado, depois de as listas terem sido aprovadas pela comissão política, e irem ser entregues amanhã no Tribunal Constitucional. O problema suscitou já a intervenção de vários dirigentes nacionais e o PÚBLICO sabe que está a irritar diversos deles, incluindo Ferro Rodrigues.
A história é curta e resume assim: o secretário de Estado do Planeamento, João Nuno Mendes, de 29 anos de idade e perfil tecnocrático, que é pela primeira vez candidato à Assembleia, não está contente por ir em terceiro lugar em Viseu (círculo onde o PS elegeu quatro deputados há dois anos). De tal forma que tem feito tudo para subir para segundo e passar assim à frente de Ana Benavente que há dois anos concorreu nesse mesmo lugar - então indicada na quota de António Guterres e agora na quota de Ferro Rodrigues. Acresce que João Nuno Mendes, que até há dois anos era um dos jovens assessores de António Guterres, foi indicado em segundo lugar pela federação, que é presidida por José Junqueiro, também cabeça de lista, e estava já estabelecido que o segundo lugar da lista final seria preenchido por um nome indicado pelo secretário-geral.
A insistência de João Nuno Mendes têm sido tal - o PÚBLICO sabe que até já houve pressões informais sobre Ana Benavente, alegando "os serviços ao país" prestados pelo jovem Mendes - que o assunto tem ocupado o líder federativo José Junqueiro na senda de o demover. Mas outros dirigentes nacionais já se envolveram pessoalmente na tarefa de acalmar João Nuno Mendes na sua febre de ascensão na lista de Viseu.
Este assunto está a ser visto por alguns como "ridículo" e por outros como "a prova da falta de autoridade que grassa no PS" já que "um jovem estreante decide desafiar pessoas com currículo e mérito político e também os estatutos do partido", isto porque, segundo afirmou ao PÚBLICO um dirigente nacional, "as listas finais foram votadas e aprovadas pela comissão política como os estatutos impõem". Houve mesmo já na direcção do PS quem comentasse: "Se isto é assim para entrar nas listas o que será depois para sair."
S.J.A.