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15-02-2001
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As varizes são dilatações segmentares das veias superficiais dos membros inferiores (pernas). O Prof. Carlos Alves Pereira explica os mecanismos que levam ao surgimento desta doença: «O sistema venoso superficial tem válvulas que ajudam o sangue a progredir na direcção do coração e não o deixam voltar para trás. Como somos bípedes e permanecemos numa posição erecta, a força da gravidade pesa progressivamente sobre essas válvulas, que se vão afastando.» Como resultado, o sangue flui no sentido inferior e vai dilatar as veias.

De entre as causas apontadas, este especialista realça as «alterações degenerativas da própria parede das veias, pela idade ou outras doenças, que podem atingir as estruturas das paredes das veias e que as dilatam, porque aquelas não têm a elasticidade necessária para se adaptar à circulação sanguínea».

Por outro lado, quando as veias «entopem» (trombose), impedindo o sangue de progredir, há também um efeito de dilatação. De igual modo, quem sofreu uma trombose deve saber que, para além do perigo de uma embolia pulmonar, essa obstrução provocada por esse quadro clínico não permite ao sangue seguir o seu caminho. Dessa maneira, «o sangue reflui para o sistema venoso superficial e as varizes são a consequência», garante o cardiologista.

Exercício para tonificar os músculos

Se é verdade que as varizes podem ser consequência de doenças vasculares, também há determinadas situações que precipitam o seu aparecimento. Carlos Alves Pereira cita o exemplo da gravidez, em que as mulheres – as maiores vítimas da doença – são afectadas a seguir ao primeiro parto, na medida em que o peso do útero pressionou as veias dos membros inferiores.

As perturbações do metabolismo (da vida dos tecidos) atingem também as estruturas venosas. Para evitar que as varizes ocorram nada melhor do que tonificar os músculos das pernas para permitir uma melhor circulação sanguínea, já que a função muscular é o principal factor que «empurra» a sangue para o coração. Mas é preciso também que as tais válvulas estejam continentes, isto é, que se oponham ao refluxo do sangue», refere este especialista. A obesidade e a falta de exercício conduzem a uma função muscular deficiente e, por isso, ao risco de varizes.

«Se o indivíduo andar bastante essa é uma forma de prevenir esta doença», declara o professor universitário. Um aspecto diferente relaciona-se com as pessoas que trabalham muito tempo em pé e parados. É que, face a essa contingência, a força da gravidade exerce um efeito nefasto, causando uma insuficiência das válvulas venosas que permitem que o sangue siga o seu curso normal até ao coração. Sendo assim, ao fim de algum tempo começam a olhar para as pernas e reparam que as varizes estão lá. Mas o inverso também é possível. Permanecer sentado durante várias horas é, da mesma maneira, um «convite» à doença. O sedentarismo não é portanto aconselhável, assim como o excesso de peso.

Somando todos estes factores aos anos que passam, então as possibilidades crescem bastante. A partir dos 50/60 anos «a própria idade traz consigo uma certa degenerescência dos tecidos», afirma Carlos Alves Pereira, confirmando que é natural as varizes aparecerem com mais frequência nas pernas dos portugueses porque a esperança de vida é cada vez maior.

«Aranhas» vasculares inestéticas

As varizes atingem sobretudo as mulheres, mas é preciso distinguir as varizes que têm importância patológica das que constituem um mero problema estético. As chamadas aranhas vasculares, que atingem as pequenas veias superficiais, relacionam-se com o mecanismo hormonal feminino que se observa na puberdade quando se inicia a função ovárica e até durante a gravidez. Não há, por isso, razão para preocupações de saúde.

Mas, neste caso, é a beleza que está em jogo, pois «as mulheres vão à praia e expõem-se cada vez mais. Daí que recorram aos médicos com insistência, pedindo que lhes removam estas “aranhas”, que são muito feias», admite o médico.

Para as «aranhas» vasculares, que tanto incómodo causam ao sexo feminino, estão disponíveis alguns produtos esclerosantes injectados com agulhas muito finas, que permitem óptimos resultados. «Grande percentagem das pessoas que vêm às consultas são mulheres entre os 17/18 e os 30 anos de idade, numa fase em que as pernas são um factor crucial na sua apresentação», considera Carlos Alves Pereira.

De resto, os métodos de tratamento evoluíram bastante. Hoje, o processo de diagnóstico conhecido como Doppler permite a utilização de uma técnica não invasiva de detecção das insuficiências venosas, como explica Carlos Alves Pereira: «Basta encostar o aparelho à superfície da pele, como se fosse um estetoscópio. Graças ao Doppler, nós hoje conseguimos detectar exactamente as zonas de insuficiência e panificar cirurgias mais rigirosas.» Usar meias elásticas, desde o diagnóstico até à cura, é uma prática aconselhável.

As quatro principais complicações

1. Tromboflebites: O sangue diminui de velocidade nas dilatações venosas e há o perigo de coagulação, ou seja, pode originar uma trombose ou tromboflebite.

2. Embolias: Dos trombos podem depois destacar-se alguns fragmentos que, ao passarem aos pulmões, provocam embolias.

3. Úlceras de perna: Nas pessoas que passam muito tempo em pé, o maior perigo são as úlceras de perna, que atingem grandes proporções na zona do tornozelo e que são resultado das varizes.

4. Hemorragias por rotura das varizes

Evitar as varizes

Eis algumas práticas que previnem o aparecimento de varizes:

As varizes são dilatações segmentares das veias superficiais dos membros inferiores (pernas). O Prof. Carlos Alves Pereira explica os mecanismos que levam ao surgimento desta doença: «O sistema venoso superficial tem válvulas que ajudam o sangue a progredir na direcção do coração e não o deixam voltar para trás. Como somos bípedes e permanecemos numa posição erecta, a força da gravidade pesa progressivamente sobre essas válvulas, que se vão afastando.» Como resultado, o sangue flui no sentido inferior e vai dilatar as veias.

De entre as causas apontadas, este especialista realça as «alterações degenerativas da própria parede das veias, pela idade ou outras doenças, que podem atingir as estruturas das paredes das veias e que as dilatam, porque aquelas não têm a elasticidade necessária para se adaptar à circulação sanguínea».

Por outro lado, quando as veias «entopem» (trombose), impedindo o sangue de progredir, há também um efeito de dilatação. De igual modo, quem sofreu uma trombose deve saber que, para além do perigo de uma embolia pulmonar, essa obstrução provocada por esse quadro clínico não permite ao sangue seguir o seu caminho. Dessa maneira, «o sangue reflui para o sistema venoso superficial e as varizes são a consequência», garante o cardiologista.

Exercício para tonificar os músculos

Se é verdade que as varizes podem ser consequência de doenças vasculares, também há determinadas situações que precipitam o seu aparecimento. Carlos Alves Pereira cita o exemplo da gravidez, em que as mulheres – as maiores vítimas da doença – são afectadas a seguir ao primeiro parto, na medida em que o peso do útero pressionou as veias dos membros inferiores.

As perturbações do metabolismo (da vida dos tecidos) atingem também as estruturas venosas. Para evitar que as varizes ocorram nada melhor do que tonificar os músculos das pernas para permitir uma melhor circulação sanguínea, já que a função muscular é o principal factor que «empurra» a sangue para o coração. Mas é preciso também que as tais válvulas estejam continentes, isto é, que se oponham ao refluxo do sangue», refere este especialista. A obesidade e a falta de exercício conduzem a uma função muscular deficiente e, por isso, ao risco de varizes.

«Se o indivíduo andar bastante essa é uma forma de prevenir esta doença», declara o professor universitário. Um aspecto diferente relaciona-se com as pessoas que trabalham muito tempo em pé e parados. É que, face a essa contingência, a força da gravidade exerce um efeito nefasto, causando uma insuficiência das válvulas venosas que permitem que o sangue siga o seu curso normal até ao coração. Sendo assim, ao fim de algum tempo começam a olhar para as pernas e reparam que as varizes estão lá. Mas o inverso também é possível. Permanecer sentado durante várias horas é, da mesma maneira, um «convite» à doença. O sedentarismo não é portanto aconselhável, assim como o excesso de peso.

Somando todos estes factores aos anos que passam, então as possibilidades crescem bastante. A partir dos 50/60 anos «a própria idade traz consigo uma certa degenerescência dos tecidos», afirma Carlos Alves Pereira, confirmando que é natural as varizes aparecerem com mais frequência nas pernas dos portugueses porque a esperança de vida é cada vez maior.

«Aranhas» vasculares inestéticas

As varizes atingem sobretudo as mulheres, mas é preciso distinguir as varizes que têm importância patológica das que constituem um mero problema estético. As chamadas aranhas vasculares, que atingem as pequenas veias superficiais, relacionam-se com o mecanismo hormonal feminino que se observa na puberdade quando se inicia a função ovárica e até durante a gravidez. Não há, por isso, razão para preocupações de saúde.

Mas, neste caso, é a beleza que está em jogo, pois «as mulheres vão à praia e expõem-se cada vez mais. Daí que recorram aos médicos com insistência, pedindo que lhes removam estas “aranhas”, que são muito feias», admite o médico.

Para as «aranhas» vasculares, que tanto incómodo causam ao sexo feminino, estão disponíveis alguns produtos esclerosantes injectados com agulhas muito finas, que permitem óptimos resultados. «Grande percentagem das pessoas que vêm às consultas são mulheres entre os 17/18 e os 30 anos de idade, numa fase em que as pernas são um factor crucial na sua apresentação», considera Carlos Alves Pereira.

De resto, os métodos de tratamento evoluíram bastante. Hoje, o processo de diagnóstico conhecido como Doppler permite a utilização de uma técnica não invasiva de detecção das insuficiências venosas, como explica Carlos Alves Pereira: «Basta encostar o aparelho à superfície da pele, como se fosse um estetoscópio. Graças ao Doppler, nós hoje conseguimos detectar exactamente as zonas de insuficiência e panificar cirurgias mais rigirosas.» Usar meias elásticas, desde o diagnóstico até à cura, é uma prática aconselhável.

As quatro principais complicações

1. Tromboflebites: O sangue diminui de velocidade nas dilatações venosas e há o perigo de coagulação, ou seja, pode originar uma trombose ou tromboflebite.

2. Embolias: Dos trombos podem depois destacar-se alguns fragmentos que, ao passarem aos pulmões, provocam embolias.

3. Úlceras de perna: Nas pessoas que passam muito tempo em pé, o maior perigo são as úlceras de perna, que atingem grandes proporções na zona do tornozelo e que são resultado das varizes.

4. Hemorragias por rotura das varizes

Evitar as varizes

Eis algumas práticas que previnem o aparecimento de varizes:

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