Álvaro Amaro Desafia Presidentes de Câmara a Não Se Candidatarem à Assembleia da República
Por SÃO JOSÉ ALMEIDA
Quarta-feira, 2 de Janeiro de 2002
Autarca do PSD contra candidaturas virtuais às legislativas
O desafio de os recém-eleitos presidentes de câmara de todos os partidos não aceitarem sequer integrar as listas de candidatos a deputados, nas legislativas de 17 de Março, é lançado pelo ainda deputado e agora eleito, pelo PSD, presidente da Câmara de Gouveia, Álvaro Amaro, cargo que ocupará a partir de sábado.
Em declarações ao PÚBLICO, Álvaro Amaro - que depois de integrar os executivos de Cavaco Silva foi cabeça de lista do PSD no círculo eleitoral da Guarda, durante as duas legislaturas - é peremptório ao afirmar: "A lisura de comportamentos e o respeito pelos eleitores legitimam uma única solução: quem foi eleito presidente de câmara exerce o seu mandato e não se candidata a deputado. Isto deve aplicar-se ao PSD e aos autarcas dos outros partidos. É o desafio construtivo que eu faço."
Por si, já decidiu. "Entendo não ser candidato a deputado, em 17 de Março. Assumi um compromisso de cumprir o mandato e acho que não devo faltar à minha palavra", afirma, sem, contudo, deixar de reforçar o desafio: "Mas entendo também que os meus colegas eleitos presidentes de câmara deverão fazer o mesmo."
A decisão é justificada pelo próprio Álvaro Amaro com o argumento de que "assumir agora uma eventual candidatura a deputado seria incorrer num de dois vícios, ambos inaceitáveis". E explica que "um desses vícios seria o de violar o compromisso assumido na última campanha de desempenho do mandato autárquico até ao fim". Já "o segundo seria o vício de eleger deputados virtuais". Isto porque, uma vez que a lei proíbe agora a acumulação entre os dois mandatos, de deputado à Assembleia da República e de presidente da câmara", Álvaro Amaro sustenta que, "na verdade, iam eleger-se uns e assumiriam funções outros".
Assim, conclui: "É a oportunidade para que todos possamos contribuir para a melhoria da qualidade da nossa democracia. A democracia degrada-se quando os compromissos não são cumpridos e credibiliza-se quando cada um assume na plenitude as suas funções e não saltita entre cargos."
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Álvaro Amaro Desafia Presidentes de Câmara a Não Se Candidatarem à Assembleia da República
Por SÃO JOSÉ ALMEIDA
Quarta-feira, 2 de Janeiro de 2002
Autarca do PSD contra candidaturas virtuais às legislativas
O desafio de os recém-eleitos presidentes de câmara de todos os partidos não aceitarem sequer integrar as listas de candidatos a deputados, nas legislativas de 17 de Março, é lançado pelo ainda deputado e agora eleito, pelo PSD, presidente da Câmara de Gouveia, Álvaro Amaro, cargo que ocupará a partir de sábado.
Em declarações ao PÚBLICO, Álvaro Amaro - que depois de integrar os executivos de Cavaco Silva foi cabeça de lista do PSD no círculo eleitoral da Guarda, durante as duas legislaturas - é peremptório ao afirmar: "A lisura de comportamentos e o respeito pelos eleitores legitimam uma única solução: quem foi eleito presidente de câmara exerce o seu mandato e não se candidata a deputado. Isto deve aplicar-se ao PSD e aos autarcas dos outros partidos. É o desafio construtivo que eu faço."
Por si, já decidiu. "Entendo não ser candidato a deputado, em 17 de Março. Assumi um compromisso de cumprir o mandato e acho que não devo faltar à minha palavra", afirma, sem, contudo, deixar de reforçar o desafio: "Mas entendo também que os meus colegas eleitos presidentes de câmara deverão fazer o mesmo."
A decisão é justificada pelo próprio Álvaro Amaro com o argumento de que "assumir agora uma eventual candidatura a deputado seria incorrer num de dois vícios, ambos inaceitáveis". E explica que "um desses vícios seria o de violar o compromisso assumido na última campanha de desempenho do mandato autárquico até ao fim". Já "o segundo seria o vício de eleger deputados virtuais". Isto porque, uma vez que a lei proíbe agora a acumulação entre os dois mandatos, de deputado à Assembleia da República e de presidente da câmara", Álvaro Amaro sustenta que, "na verdade, iam eleger-se uns e assumiriam funções outros".
Assim, conclui: "É a oportunidade para que todos possamos contribuir para a melhoria da qualidade da nossa democracia. A democracia degrada-se quando os compromissos não são cumpridos e credibiliza-se quando cada um assume na plenitude as suas funções e não saltita entre cargos."