Marcelo discursa numa missa em Celorico de Basto

23-06-2001
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Marcelo Discursa Numa Missa em Celorico de Basto

Por TERESA LIMA

Quarta-feira, 6 de Junho de 2001

Elevação a vila de Fermil

Nas festas em honra da Nossa Senhora da Conceição, o presidente da câmara e da assembleia municipal falaram para uma plateia de crentes

A capela estava repleta de fiéis, reunidos numa missa em honra da Nossa Senhora da Conceição. Lá em cima, à beira do altar, o padre Parcídio Rodrigues cedeu o púlpito ao presidente da Assembleia Municipal de Celorico de Basto, comentador de política nacional na TVI, e ex-presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa. A altura era de alegria: a elevação de Fermil (onde decorria a missa) a vila, por decreto governamental, a 19 de Abril. O povo aplaudiu. A missa prosseguiu. Quando a celebração acabou, o professor Marcelo dirigiu-se à sua casa de Celorico a fim de cumprir o directo semanal para a TVI.

Aconteceu há pouco mais de uma semana, mas só agora a concelhia de Celorico do PP tornou o caso público. O presidente da comissão política, Altino Bessa, admite que "não foi uma intervenção puramente política". Apenas algumas palavras de circunstância acerca da elevação de Fermil (que abrange três freguesias de Celorico de Basto, todas elas PSD) a vila. "Mas nem que fosse para falar sobre as andorinhas", comenta Bessa. "Esta promiscuidade entre a Igreja e o poder político nada abona a favor de qualquer das partes", conclui.

É habitual o poder político estar representado nas festas em honra da Nossa Senhora da Conceição. Foi o próprio pároco da freguesia de Veade, homem na casa dos cinquenta, há muito pastor em Celorico, que anunciou a presença do presidente da câmara, Albertino Mota e Silva, e de Marcelo Rebelo de Sousa na missa da tarde. Esta é, de resto, uma prática que se repete pelo país fora. Menos normal é ressoar nos altifalantes instalados à volta do local de culto outras vozes que não a do celebrante.

A seguir a Marcelo falou Mota e Silva, presidente há 12 anos, segundo Altino Bessa, apropriando-se de um discurso mais político. Prometendo, por exemplo, zelar pelo desenvolvimento de Fermil, agora que o estatuto de vila a torna mais visível. O povo não estranhou. No final de três a quatro minutos, cada um, de frases encadeadas bateram-se palmas. Cá fora, alguns, poucos, indignados, comentaram o despropósito do acto. Outros, que antes haviam aplaudido, foram-se juntando ao coro das indignações e ainda uns quantos, muitos ligados ao PSD, saíram orgulhosos da celebração.

O presidente da concelhia do PP defende que, se queriam mesmo falar, "poderiam, para tal efeito, ter utilizado o palco montado no largo em frente à capela". No final da missa, o professor Marcelo Rebelo de Sousa, eleito há quatro anos para a Assembleia Municipal de Celorico, onde tem ascendência, candidato oficial ao mesmo órgão nas eleições autárquicas deste ano, instalou-se na sua casa em Molares e tratou de analisar a situação política nacional para as câmaras da TVI.

Marcelo Discursa Numa Missa em Celorico de Basto

Por TERESA LIMA

Quarta-feira, 6 de Junho de 2001

Elevação a vila de Fermil

Nas festas em honra da Nossa Senhora da Conceição, o presidente da câmara e da assembleia municipal falaram para uma plateia de crentes

A capela estava repleta de fiéis, reunidos numa missa em honra da Nossa Senhora da Conceição. Lá em cima, à beira do altar, o padre Parcídio Rodrigues cedeu o púlpito ao presidente da Assembleia Municipal de Celorico de Basto, comentador de política nacional na TVI, e ex-presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa. A altura era de alegria: a elevação de Fermil (onde decorria a missa) a vila, por decreto governamental, a 19 de Abril. O povo aplaudiu. A missa prosseguiu. Quando a celebração acabou, o professor Marcelo dirigiu-se à sua casa de Celorico a fim de cumprir o directo semanal para a TVI.

Aconteceu há pouco mais de uma semana, mas só agora a concelhia de Celorico do PP tornou o caso público. O presidente da comissão política, Altino Bessa, admite que "não foi uma intervenção puramente política". Apenas algumas palavras de circunstância acerca da elevação de Fermil (que abrange três freguesias de Celorico de Basto, todas elas PSD) a vila. "Mas nem que fosse para falar sobre as andorinhas", comenta Bessa. "Esta promiscuidade entre a Igreja e o poder político nada abona a favor de qualquer das partes", conclui.

É habitual o poder político estar representado nas festas em honra da Nossa Senhora da Conceição. Foi o próprio pároco da freguesia de Veade, homem na casa dos cinquenta, há muito pastor em Celorico, que anunciou a presença do presidente da câmara, Albertino Mota e Silva, e de Marcelo Rebelo de Sousa na missa da tarde. Esta é, de resto, uma prática que se repete pelo país fora. Menos normal é ressoar nos altifalantes instalados à volta do local de culto outras vozes que não a do celebrante.

A seguir a Marcelo falou Mota e Silva, presidente há 12 anos, segundo Altino Bessa, apropriando-se de um discurso mais político. Prometendo, por exemplo, zelar pelo desenvolvimento de Fermil, agora que o estatuto de vila a torna mais visível. O povo não estranhou. No final de três a quatro minutos, cada um, de frases encadeadas bateram-se palmas. Cá fora, alguns, poucos, indignados, comentaram o despropósito do acto. Outros, que antes haviam aplaudido, foram-se juntando ao coro das indignações e ainda uns quantos, muitos ligados ao PSD, saíram orgulhosos da celebração.

O presidente da concelhia do PP defende que, se queriam mesmo falar, "poderiam, para tal efeito, ter utilizado o palco montado no largo em frente à capela". No final da missa, o professor Marcelo Rebelo de Sousa, eleito há quatro anos para a Assembleia Municipal de Celorico, onde tem ascendência, candidato oficial ao mesmo órgão nas eleições autárquicas deste ano, instalou-se na sua casa em Molares e tratou de analisar a situação política nacional para as câmaras da TVI.

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