Denúncia de perseguição no Curry Cabral

25-01-2001
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Enfermeiro-chefe diz-se vítima do enfermeiro-director

Denúncia de Perseguição no Curry Cabral

Por JOANA FERREIRA DA COSTA

Quinta-feira, 25 de Janeiro de 2001

Carlos Alberto Costa, enfermeiro-chefe do Hospital Curry Cabral (HCC), em Lisboa, e militante da candidatura de Garcia Pereira à presidência da República, diz estar a ser vítima de perseguição e terrorismo psicológico por parte do enfermeiro-director, com quem perdeu as eleições para o cargo em 1998.

A situação culminou na passada semana com a transferência "compulsiva" de Carlos Alberto da chefia do serviço de medicina/mulheres, onde estava há dois anos, para a do serviço de infecto-contagiosas daquela unidade de saúde, afirma.

Segundo o enfermeiro, a explicação do enfermeiro-director José Barroso para esta decisão foi a publicação no "Expresso" on-line de um artigo onde Carlos Alberto Costa criticava violentamente a tomada de posição do superior na polémica nomeação do novo director de serviço de Nefrologia do hospital.

No artigo em causa, Carlos Alberto afirma que José Barroso não "agiu correctamente" ao imiscuir-se em "assuntos internos de médicos", chumbando o nome escolhido para o cargo pelo director-clínico, Coutinho Miranda, e votando a favor do director do hospital, Fernando Nolasco, que queria o lugar para si apesar de a lei proibir a acumulação de ambos os cargos. Uma atitude de apoio ao actual conselho de administração que apelida de "carreirista, pensada e planeada", por se repetir constantemente.

As críticas públicas levaram o enfermeiro-director a decidir como represália a sua transferência, alega o enfermeiro. Mas já desde 1998, altura em que concorreu contra José Barroso nas eleições para enfermeiro-director, que Carlos Alberto diz sentir na pele a perseguição e "um clima geral de intimidação, que se alarga" àqueles que o apoiaram.

"Em 1998, uma correligionária do enfermeiro-director lançou uma série de denúncias caluniosas sobre a minha actuação como chefe de serviço - dizia que maltratava as doentes, amarrando-as às camas para que não fossem à casa de banho -, o que levou a direcção do hospital a instaurar-me um processo disciplinar, em que ainda não fui ouvido, desconhecendo, por isso, quais são acusações concretas."

Em resposta, a maioria dos enfermeiros e auxiliares de serviço escreveram uma carta onde denunciavam a falta de profissionalismo da enfermeira em causa. "O primeiro subscritor dessa carta foi transferido compulsivamente para outro serviço. Como ninguém lhe explicou o motivo dessa transferência, o seu caso corre agora nos tribunais."

Outros dois enfermeiros, adjuntos de Carlos Alberto na corrida ao cargo de enfermeiro-director, também se sentiram intimidados e acabaram por abandonar o hospital. Um deles, José Manuel Cardoso, recorda: "Por estranha coincidência, passado um mês da tomada de posse fui transferido da unidade onde estava há sete anos para o serviço de infectocontagiosas." O enfermeiro pediu "depois transferência para qualquer serviço de cirurgia". "Mas nunca me foi concedida. Como não havia justificação profissional ou pessoal para estas situações, fui-me embora", justifica.

O sentimento de intimidação do enfermeiro-chefe tem-se agravado à medida que se aproxima nova eleição para enfermeiro-director, que se realizará em Junho. "Sinto-me com a cabeça a prémio. O objectivo é convencer-me a não me recandidatar", conclui Carlos Alberto Costa.

O PÚBLICO tentou, sem êxito, contactar o enfermeiro-director José Barroso, para que respondesse a estas acusações. O responsável encontra-se de férias, esclareceram da administração do HCC.

Joana Ferreira da Costa

Enfermeiro-chefe diz-se vítima do enfermeiro-director

Denúncia de Perseguição no Curry Cabral

Por JOANA FERREIRA DA COSTA

Quinta-feira, 25 de Janeiro de 2001

Carlos Alberto Costa, enfermeiro-chefe do Hospital Curry Cabral (HCC), em Lisboa, e militante da candidatura de Garcia Pereira à presidência da República, diz estar a ser vítima de perseguição e terrorismo psicológico por parte do enfermeiro-director, com quem perdeu as eleições para o cargo em 1998.

A situação culminou na passada semana com a transferência "compulsiva" de Carlos Alberto da chefia do serviço de medicina/mulheres, onde estava há dois anos, para a do serviço de infecto-contagiosas daquela unidade de saúde, afirma.

Segundo o enfermeiro, a explicação do enfermeiro-director José Barroso para esta decisão foi a publicação no "Expresso" on-line de um artigo onde Carlos Alberto Costa criticava violentamente a tomada de posição do superior na polémica nomeação do novo director de serviço de Nefrologia do hospital.

No artigo em causa, Carlos Alberto afirma que José Barroso não "agiu correctamente" ao imiscuir-se em "assuntos internos de médicos", chumbando o nome escolhido para o cargo pelo director-clínico, Coutinho Miranda, e votando a favor do director do hospital, Fernando Nolasco, que queria o lugar para si apesar de a lei proibir a acumulação de ambos os cargos. Uma atitude de apoio ao actual conselho de administração que apelida de "carreirista, pensada e planeada", por se repetir constantemente.

As críticas públicas levaram o enfermeiro-director a decidir como represália a sua transferência, alega o enfermeiro. Mas já desde 1998, altura em que concorreu contra José Barroso nas eleições para enfermeiro-director, que Carlos Alberto diz sentir na pele a perseguição e "um clima geral de intimidação, que se alarga" àqueles que o apoiaram.

"Em 1998, uma correligionária do enfermeiro-director lançou uma série de denúncias caluniosas sobre a minha actuação como chefe de serviço - dizia que maltratava as doentes, amarrando-as às camas para que não fossem à casa de banho -, o que levou a direcção do hospital a instaurar-me um processo disciplinar, em que ainda não fui ouvido, desconhecendo, por isso, quais são acusações concretas."

Em resposta, a maioria dos enfermeiros e auxiliares de serviço escreveram uma carta onde denunciavam a falta de profissionalismo da enfermeira em causa. "O primeiro subscritor dessa carta foi transferido compulsivamente para outro serviço. Como ninguém lhe explicou o motivo dessa transferência, o seu caso corre agora nos tribunais."

Outros dois enfermeiros, adjuntos de Carlos Alberto na corrida ao cargo de enfermeiro-director, também se sentiram intimidados e acabaram por abandonar o hospital. Um deles, José Manuel Cardoso, recorda: "Por estranha coincidência, passado um mês da tomada de posse fui transferido da unidade onde estava há sete anos para o serviço de infectocontagiosas." O enfermeiro pediu "depois transferência para qualquer serviço de cirurgia". "Mas nunca me foi concedida. Como não havia justificação profissional ou pessoal para estas situações, fui-me embora", justifica.

O sentimento de intimidação do enfermeiro-chefe tem-se agravado à medida que se aproxima nova eleição para enfermeiro-director, que se realizará em Junho. "Sinto-me com a cabeça a prémio. O objectivo é convencer-me a não me recandidatar", conclui Carlos Alberto Costa.

O PÚBLICO tentou, sem êxito, contactar o enfermeiro-director José Barroso, para que respondesse a estas acusações. O responsável encontra-se de férias, esclareceram da administração do HCC.

Joana Ferreira da Costa

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