DN

04-09-2001
marcar artigo

Guterres, que presidiu em Alqueva a um Conselho de Ministros extraordinário, garantiu que a água para as culturas regadas nos distritos de Évora e Beja terá em 2002 um "preço político" de 11 escudos por metro cúbico de forma a garantir a competitividade da agricultura de regadio.

Na ocasião, a ministra do Planeamento também deu garantias de que o fecho das comportas da barragem de Alqueva vai obedecer ao calendário previsto e que a albufeira iniciará o enchimento neste Inverno. "A entrega da obra será feita até final de Dezembro", disse Elisa Ferreira.

Também o ministro da Agricultura anunciou a criação de um "banco de terras" que integrará todo o património fundiário do Estado, constituído no âmbito da reforma agrária, bem como "outros prédios rústicos e mistos afectos ao ministério".

A nova medida coloca o Estado a exercer direito de preferncia relativamente aos prédios rústicos abrangidos por investimentos públicos e cria um "fundo de mobilização" de terras, constituído pelas receitas obtidas na venda e arrendamento do património fundiário.

Reagindo contra o que considerou ser um "Conselho de Ministros de pompa e circunstância para anunciar o que o Governo já tinha dito em Maio" - outra forma de dizer que não há nada de novo -, o dirigente do PCP, Agostinho Lopes, não poupou críticas ao pacote apresentado pelo Executivo. Sobretudo no que diz respeito à proposta de criação de um banco de terras, que apelidou de "agência de câmbio ao serviço do latifúndio alentejano".

"Como vai o Governo constituir o tal banco de terras? Pondo as terras que restarem (cerca de 20 a 25 mil hectares) nas mãos do Estado, após a resolução definitiva das inaceitáveis indemnizações pagas aos proprietários do Alentejo com os dinheiros de liquidação da reforma agrária", argumentou. E acrescentou: "O Governo confessa, assim, que entregará de mão beijada aos grandes proprietários as mais-valias resultantes de investimentos públicos de 350 milhões de contos." Das restantes propostas aprovadas - entre as quais a preferência pelos jovens agricultores e o definição do preço da água - Agostinho Lopes disse serem apenas "areia atirada aos olhos da opinião pública". O PCP conclui que o Governo "não mexe, nem quer mexer, nos interesses instalados da grande propriedade latifundiária.

* Lusa

Guterres, que presidiu em Alqueva a um Conselho de Ministros extraordinário, garantiu que a água para as culturas regadas nos distritos de Évora e Beja terá em 2002 um "preço político" de 11 escudos por metro cúbico de forma a garantir a competitividade da agricultura de regadio.

Na ocasião, a ministra do Planeamento também deu garantias de que o fecho das comportas da barragem de Alqueva vai obedecer ao calendário previsto e que a albufeira iniciará o enchimento neste Inverno. "A entrega da obra será feita até final de Dezembro", disse Elisa Ferreira.

Também o ministro da Agricultura anunciou a criação de um "banco de terras" que integrará todo o património fundiário do Estado, constituído no âmbito da reforma agrária, bem como "outros prédios rústicos e mistos afectos ao ministério".

A nova medida coloca o Estado a exercer direito de preferncia relativamente aos prédios rústicos abrangidos por investimentos públicos e cria um "fundo de mobilização" de terras, constituído pelas receitas obtidas na venda e arrendamento do património fundiário.

Reagindo contra o que considerou ser um "Conselho de Ministros de pompa e circunstância para anunciar o que o Governo já tinha dito em Maio" - outra forma de dizer que não há nada de novo -, o dirigente do PCP, Agostinho Lopes, não poupou críticas ao pacote apresentado pelo Executivo. Sobretudo no que diz respeito à proposta de criação de um banco de terras, que apelidou de "agência de câmbio ao serviço do latifúndio alentejano".

"Como vai o Governo constituir o tal banco de terras? Pondo as terras que restarem (cerca de 20 a 25 mil hectares) nas mãos do Estado, após a resolução definitiva das inaceitáveis indemnizações pagas aos proprietários do Alentejo com os dinheiros de liquidação da reforma agrária", argumentou. E acrescentou: "O Governo confessa, assim, que entregará de mão beijada aos grandes proprietários as mais-valias resultantes de investimentos públicos de 350 milhões de contos." Das restantes propostas aprovadas - entre as quais a preferência pelos jovens agricultores e o definição do preço da água - Agostinho Lopes disse serem apenas "areia atirada aos olhos da opinião pública". O PCP conclui que o Governo "não mexe, nem quer mexer, nos interesses instalados da grande propriedade latifundiária.

* Lusa

marcar artigo