JORNAL PUBLICO: O novo "pai" do aparelho

22-01-2001
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20/09/95

Agostinho Lopes

O novo "pai" do aparelho

Há quatro anos, foi eleito pelo círculo de Santarém; agora dá a cara pela CDU em Vila Real, enquanto o seu irmão, António Lopes, dirige a batalha pela reconquista de Braga. É o regresso às origens deste engenheiro químico, que, com 50 anos, é uma das figuras com mais peso interno na direcção do PCP, a que aderiu em 1968.

Agostinho Lopes passou a funcionário do PCP logo após o 25 de Abril e tem a coroa de glória de, praticamente sozinho, ter dirigido a implantação legal do partido em Trás-os-Montes. Quis agora encabeçar a lista por este círculo do Nordeste, onde só por milagre a CDU conseguirá eleger. Fê-lo para dar o sinal simbólico de que está com a direcção de Carvalhas, mas também para mostrar que não foge a uma briga e a um lugar difícil.

Responsável pelas questões de organização no Secretariado e pelas económicas, sobretudo agrícolas, na Comissão Política, Agostinho Lopes é uma das figuras que mais ascendeu e mais poder adquiriu dentro do PCP nos últimos anos. Membro suplente do Comité Central desde o Congresso de 1979, passou a efectivo logo em 1983. No Porto, quando o PCP renovava o programa partidário e foram afastados alguns dos que pediam mais rapidez nas mudanças de orientação político-ideológica, passou a sentar-se na Comissão Política.

Quatro anos depois, no momento em que Carlos Carvalhas deixava de ser o adjunto de Álvaro Cunhal e substituiu o líder histórico como secretário-geral, o nome de Agostinho Lopes era atirado para a discussão como hipótese para novo adjunto. Surge então como a "esperança" para alguns sectores mais conservadores e cépticos quanto á viabilidade de Carvalhas assegurar a transição - uma tese que não vence, até porque o novo líder fez questão de dar um murro na mesa.

Todavia, a posição de Agostinho Lopes saiu reforçada e passou a integrar o Secretariado, onde acabou por ganhar o fulcral pelouro das questões de organização, que divide com Blanqui Teixeira. E ainda que hoje a sua "reconversão" a Carvalhas pareça uma realidade, há quem continue a vê-lo como uma alternativa.

S.J.A.

20/09/95

Agostinho Lopes

O novo "pai" do aparelho

Há quatro anos, foi eleito pelo círculo de Santarém; agora dá a cara pela CDU em Vila Real, enquanto o seu irmão, António Lopes, dirige a batalha pela reconquista de Braga. É o regresso às origens deste engenheiro químico, que, com 50 anos, é uma das figuras com mais peso interno na direcção do PCP, a que aderiu em 1968.

Agostinho Lopes passou a funcionário do PCP logo após o 25 de Abril e tem a coroa de glória de, praticamente sozinho, ter dirigido a implantação legal do partido em Trás-os-Montes. Quis agora encabeçar a lista por este círculo do Nordeste, onde só por milagre a CDU conseguirá eleger. Fê-lo para dar o sinal simbólico de que está com a direcção de Carvalhas, mas também para mostrar que não foge a uma briga e a um lugar difícil.

Responsável pelas questões de organização no Secretariado e pelas económicas, sobretudo agrícolas, na Comissão Política, Agostinho Lopes é uma das figuras que mais ascendeu e mais poder adquiriu dentro do PCP nos últimos anos. Membro suplente do Comité Central desde o Congresso de 1979, passou a efectivo logo em 1983. No Porto, quando o PCP renovava o programa partidário e foram afastados alguns dos que pediam mais rapidez nas mudanças de orientação político-ideológica, passou a sentar-se na Comissão Política.

Quatro anos depois, no momento em que Carlos Carvalhas deixava de ser o adjunto de Álvaro Cunhal e substituiu o líder histórico como secretário-geral, o nome de Agostinho Lopes era atirado para a discussão como hipótese para novo adjunto. Surge então como a "esperança" para alguns sectores mais conservadores e cépticos quanto á viabilidade de Carvalhas assegurar a transição - uma tese que não vence, até porque o novo líder fez questão de dar um murro na mesa.

Todavia, a posição de Agostinho Lopes saiu reforçada e passou a integrar o Secretariado, onde acabou por ganhar o fulcral pelouro das questões de organização, que divide com Blanqui Teixeira. E ainda que hoje a sua "reconversão" a Carvalhas pareça uma realidade, há quem continue a vê-lo como uma alternativa.

S.J.A.

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