Agostinho Lopes quer garantir reeleição em Braga

23-02-2002
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Agostinho Lopes Quer Garantir Reeleição em Braga

Por ALEXANDRE PRAÇA

Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2002

Carvalhas hoje na pré-campanha

Deputado da CDU divulga relatório minucioso do trabalho desenvolvido e faz peregrinação pelo distrito

Desde que apresentou a sua recandidatura às eleições antecipadas, o deputado da CDU eleito por Braga, Agostinho Lopes, tem percorrido o distrito para divulgar o balanço da intensa actividade desenvolvida neste mandato. Perante a previsível bipolarização eleitoral entre PS e PSD, é notória a preocupação dos dirigentes comunistas em dar visibilidade ao deputado que ficou conhecido pelo sistemático recurso à "arma política" do requerimento parlamentar, pois apresentou mais de três centenas. Hoje, é o próprio Carlos Carvalhas que passa o dia no distrito a apoiar o candidato da CDU - o que comprova a forte aposta da direcção nacional - encerrando a jornada com um jantar com apoiantes em Braga.

Logo que foi eleito em 1999 - depois de um jejum de oito anos em que os comunistas de Braga não estiveram representados na Assembleia da República -, Agostinho Lopes demonstrou que não pretendia confinar-se à defesa das causas com as quais o PCP é mais identificado. Foi assim possível ver o deputado ao lado das pequenas e médias empresas e do comércio tradicional contra a "concorrência desleal" das grandes superfícies, o que lhe valeu o elogio rasgado do presidente da Associação Comercial de Braga, Alberto Pereira - que até é militante do PSD, mas esteve presente no lançamento da candidatura da CDU.

"É gratificante ver o reconhecimento do nosso trabalho. A nossa actividade não é feita a pensar no tráfico de votos, mas esperemos que esse apoio tenha reflexos positivos em termos eleitorais", reconhece, em declarações prestadas ao PÚBLICO, Agostinho Lopes, que faz questão de acentuar que, para além da associação bracarense (que representa vários concelhos do distrito), também os comerciantes de Famalicão e de Barcelos gostaram da sua actuação.

Ao longo deste mandato, destacou-se pelo elevado número de requerimentos sobre os mais diversos assuntos entregues no Parlamento. No total, foram 332, sendo que mais de três centenas reportaram-se exclusivamente a problemas relacionados com o distrito, o que faz dele um recordista. "Mesmo que se juntem todos os requerimentos apresentados pelos deputados dos outros partidos [PS, que elegeu oito, PSD, sete, e PP, um], julgo que este número não é atingido", avalia.

"Não é preciso criar círculos uninominais"

Embora lamente que "o deficiente funcionamento interno da Assembleia da República" e a alegada falta de colaboração do Governo não tenha permitido que "este instrumento privilegiado" dos deputados obtivesse uma maior eficácia, assegura que foram conseguidos "alguns resultados positivos". Um deles passa pela possível criação de uma linha ferroviária entre Braga e Guimarães - que a Refer já admitiu como viável, mas que o dirigente comunista desconfia que possa ser apenas "um acto de propaganda eleitoral".

Por outro lado, assegura que o recurso ao requerimento "obrigou o Governo a ter uma intervenção efectiva em algumas matérias", como é o caso da implantação de novas grandes superfícies comerciais em Braga e em Barcelos, além de "ajudar alguns serviços públicos a mexer-se", nomeadamente em matérias ambiental e sindical. Mas a intervenção regionalizada de um parlamentar passa também pelas comissões especializadas da Assembleia da República - "onde é possível confrontar os ministros com os problemas do respectivo sector, o que tem sido desaproveitado pelos deputados dos restantes partidos que elegeram representantes por Braga".

Assim, depois de elaborar um minucioso relatório sobre toda a actividade desenvolvida em cada sessão legislativa, Agostinho Lopes tem calcorreado o terreno para garantir a reeleição. "Não estou com receio, porque tenho confiança que as pessoas vão julgar com justiça o trabalho feito", acredita o deputado comunista, acrescentando que a sua actividade "prova que não é preciso criar círculos uninominais para estabelecer um forte vínculo entre eleitores e eleitos".

Agostinho Lopes Quer Garantir Reeleição em Braga

Por ALEXANDRE PRAÇA

Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2002

Carvalhas hoje na pré-campanha

Deputado da CDU divulga relatório minucioso do trabalho desenvolvido e faz peregrinação pelo distrito

Desde que apresentou a sua recandidatura às eleições antecipadas, o deputado da CDU eleito por Braga, Agostinho Lopes, tem percorrido o distrito para divulgar o balanço da intensa actividade desenvolvida neste mandato. Perante a previsível bipolarização eleitoral entre PS e PSD, é notória a preocupação dos dirigentes comunistas em dar visibilidade ao deputado que ficou conhecido pelo sistemático recurso à "arma política" do requerimento parlamentar, pois apresentou mais de três centenas. Hoje, é o próprio Carlos Carvalhas que passa o dia no distrito a apoiar o candidato da CDU - o que comprova a forte aposta da direcção nacional - encerrando a jornada com um jantar com apoiantes em Braga.

Logo que foi eleito em 1999 - depois de um jejum de oito anos em que os comunistas de Braga não estiveram representados na Assembleia da República -, Agostinho Lopes demonstrou que não pretendia confinar-se à defesa das causas com as quais o PCP é mais identificado. Foi assim possível ver o deputado ao lado das pequenas e médias empresas e do comércio tradicional contra a "concorrência desleal" das grandes superfícies, o que lhe valeu o elogio rasgado do presidente da Associação Comercial de Braga, Alberto Pereira - que até é militante do PSD, mas esteve presente no lançamento da candidatura da CDU.

"É gratificante ver o reconhecimento do nosso trabalho. A nossa actividade não é feita a pensar no tráfico de votos, mas esperemos que esse apoio tenha reflexos positivos em termos eleitorais", reconhece, em declarações prestadas ao PÚBLICO, Agostinho Lopes, que faz questão de acentuar que, para além da associação bracarense (que representa vários concelhos do distrito), também os comerciantes de Famalicão e de Barcelos gostaram da sua actuação.

Ao longo deste mandato, destacou-se pelo elevado número de requerimentos sobre os mais diversos assuntos entregues no Parlamento. No total, foram 332, sendo que mais de três centenas reportaram-se exclusivamente a problemas relacionados com o distrito, o que faz dele um recordista. "Mesmo que se juntem todos os requerimentos apresentados pelos deputados dos outros partidos [PS, que elegeu oito, PSD, sete, e PP, um], julgo que este número não é atingido", avalia.

"Não é preciso criar círculos uninominais"

Embora lamente que "o deficiente funcionamento interno da Assembleia da República" e a alegada falta de colaboração do Governo não tenha permitido que "este instrumento privilegiado" dos deputados obtivesse uma maior eficácia, assegura que foram conseguidos "alguns resultados positivos". Um deles passa pela possível criação de uma linha ferroviária entre Braga e Guimarães - que a Refer já admitiu como viável, mas que o dirigente comunista desconfia que possa ser apenas "um acto de propaganda eleitoral".

Por outro lado, assegura que o recurso ao requerimento "obrigou o Governo a ter uma intervenção efectiva em algumas matérias", como é o caso da implantação de novas grandes superfícies comerciais em Braga e em Barcelos, além de "ajudar alguns serviços públicos a mexer-se", nomeadamente em matérias ambiental e sindical. Mas a intervenção regionalizada de um parlamentar passa também pelas comissões especializadas da Assembleia da República - "onde é possível confrontar os ministros com os problemas do respectivo sector, o que tem sido desaproveitado pelos deputados dos restantes partidos que elegeram representantes por Braga".

Assim, depois de elaborar um minucioso relatório sobre toda a actividade desenvolvida em cada sessão legislativa, Agostinho Lopes tem calcorreado o terreno para garantir a reeleição. "Não estou com receio, porque tenho confiança que as pessoas vão julgar com justiça o trabalho feito", acredita o deputado comunista, acrescentando que a sua actividade "prova que não é preciso criar círculos uninominais para estabelecer um forte vínculo entre eleitores e eleitos".

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