PS chumba comissão de inquérito ao caso do urânio empobrecido

10-02-2001
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PS Chumba Comissão de Inquérito ao Caso do Urânio Empobrecido

Por HELENA PEREIRA

Sexta-feira, 2 de Fevereiro de 2001

MINISTÉRIO DA DEFESA AUSENTE DO DEBATE

Oposição em bloco pediu explicações na Assembleia da República subscrevendo proposta do PP

Foi um debate com muitas perguntas e poucas respostas aquele que decorreu ontem na Assembleia da República sobre o caso do urânio empobrecido e as suas consequências para os militares portugueses que estão a operar nos Balcãs.

A oposição uniu-se em bloco contra o PS e votaram todos a favor da constituição de uma comissão de inquérito para apurar as condições de participação de Portugal naquelas missões da NATO, pedida pelo PP, mas não foi suficiente. A metade dos lugares que o PS ocupa no Parlamento impediram a constituição de mais uma comissão eventual de inquérito.

As resoluções apresentadas pelos partidos à esquerda do PS, que só serão votadas na próxima quinta-feira e que foram ontem discutidas, também não vão ter efeito. O Bloco de Esquerda isolou um dos pontos da sua proposta, transformando-o numa moratória proibitiva do uso de munições de urânio empobrecido, e Francisco Louçã lembrou que Mário Soares e os restantes eurodeputados do PS votaram, em Estrasburgo, a favor de uma proposta idêntica. O assunto, no entanto, não fez eco no grupo parlamentar do PS. A retirada dos militares dos Balcãs, proposta por PCP, BE e "Verdes", contou desde o início com a oposição do PS, PSD e PP.

O deputado comunista João Amaral acusou o Governo - que se fez representar pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e, nos minutos finais do debate, pelo ministro da Presidência - de "má fé" na gestão deste dossier do urânio e insistiu na tecla que o Governo era obrigado a saber que aquele material é "potencialmente perigoso".

Amaral animou o debate, que durou cerca de três horas, ao entrar em discussão directa com Marques Júnior, do PS, que fez a defesa da acção "oportuna" do Governo neste caso, ao lado de António Reis e Agostinho Gonçalves.

Carlos Encarnação, pelo PSD, centrou-se também no ataque ao Governo e escusou-se a explicar a solução defendida pelo presidente do PSD, que é a de suspender o envio de militares para os Balcãs, mas deixar ficar os que lá estão. Sobre a moratória, que no Parlamento Europeu recebeu os votos contra dos eurodeputados do PSD, nada disse.

Muitas perguntas dirigidas ao Governo, sobre o rastreio médico, por exemplo, ficaram sem resposta. Para apoiar o não do PS à comissão de inquérito, o ministro da Presidência, Guilherme d' Oliveira Martins, insistiu que o Governo está disponível para prestar todos os esclarecimentos na comissão parlamentar de Defesa, lembrando que as audições estão a prosseguir. O ministro da Defesa não passou pelo Parlamento. Esteve na reunião do Conselho Superior de Defesa, que durou 45 minutos.

PS Chumba Comissão de Inquérito ao Caso do Urânio Empobrecido

Por HELENA PEREIRA

Sexta-feira, 2 de Fevereiro de 2001

MINISTÉRIO DA DEFESA AUSENTE DO DEBATE

Oposição em bloco pediu explicações na Assembleia da República subscrevendo proposta do PP

Foi um debate com muitas perguntas e poucas respostas aquele que decorreu ontem na Assembleia da República sobre o caso do urânio empobrecido e as suas consequências para os militares portugueses que estão a operar nos Balcãs.

A oposição uniu-se em bloco contra o PS e votaram todos a favor da constituição de uma comissão de inquérito para apurar as condições de participação de Portugal naquelas missões da NATO, pedida pelo PP, mas não foi suficiente. A metade dos lugares que o PS ocupa no Parlamento impediram a constituição de mais uma comissão eventual de inquérito.

As resoluções apresentadas pelos partidos à esquerda do PS, que só serão votadas na próxima quinta-feira e que foram ontem discutidas, também não vão ter efeito. O Bloco de Esquerda isolou um dos pontos da sua proposta, transformando-o numa moratória proibitiva do uso de munições de urânio empobrecido, e Francisco Louçã lembrou que Mário Soares e os restantes eurodeputados do PS votaram, em Estrasburgo, a favor de uma proposta idêntica. O assunto, no entanto, não fez eco no grupo parlamentar do PS. A retirada dos militares dos Balcãs, proposta por PCP, BE e "Verdes", contou desde o início com a oposição do PS, PSD e PP.

O deputado comunista João Amaral acusou o Governo - que se fez representar pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e, nos minutos finais do debate, pelo ministro da Presidência - de "má fé" na gestão deste dossier do urânio e insistiu na tecla que o Governo era obrigado a saber que aquele material é "potencialmente perigoso".

Amaral animou o debate, que durou cerca de três horas, ao entrar em discussão directa com Marques Júnior, do PS, que fez a defesa da acção "oportuna" do Governo neste caso, ao lado de António Reis e Agostinho Gonçalves.

Carlos Encarnação, pelo PSD, centrou-se também no ataque ao Governo e escusou-se a explicar a solução defendida pelo presidente do PSD, que é a de suspender o envio de militares para os Balcãs, mas deixar ficar os que lá estão. Sobre a moratória, que no Parlamento Europeu recebeu os votos contra dos eurodeputados do PSD, nada disse.

Muitas perguntas dirigidas ao Governo, sobre o rastreio médico, por exemplo, ficaram sem resposta. Para apoiar o não do PS à comissão de inquérito, o ministro da Presidência, Guilherme d' Oliveira Martins, insistiu que o Governo está disponível para prestar todos os esclarecimentos na comissão parlamentar de Defesa, lembrando que as audições estão a prosseguir. O ministro da Defesa não passou pelo Parlamento. Esteve na reunião do Conselho Superior de Defesa, que durou 45 minutos.

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