Uma forte presença socialista

09-03-2001
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Uma Forte Presença Socialista

Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2001 A actual direcção da Deco, composta por onze membros eleitos em 20 de Dezembro de 1999, inclui Luis Patrão, o ex-secretário de Estado da Administração Interna que se demitiu em consequência da polémica sobre a Fundação para a Prevenção e Segurança. Rui Andrade, chefe de gabinete do secretário de Estado da Defesa do Consumidor, e Cristina Portugal, vice-presidente do Instituto do Consumidor (IC), organismo que tem entre as suas competências a atribuição de subsídios às associações de consumidores, fazem também parte do elenco directivo. De acordo com o termo de posse desta direcção, presidida pelo advogado João Nabais, entre aqueles três dirigentes apenas Cristina Portugal, que na altura ainda não tinha sido nomeada para o IC, assumiu formalmente as suas funções. Sobre a situação actual destes directores, o secretário-geral da associação, Jorge Morgado, afirmou que "todos têm as funções suspensas" e que "está em curso a sua substituição por cooptação, uma vez que as listas não incluem substitutos". Morgado explicou que a cooptação não foi feita antes porque "a direcção não sentiu necessidade de o fazer", sublinhando que a decisão de a fazer agora "não tem nada que ver com as perguntas do PÚBLICO" sobre o assunto. Quanto a Luis Patrão - que foi durante muitos anos o principal executivo da associação e era chefe de gabinete do primeiro-ministro António Guterres quando foi eleito para a direcção precedente -, o anterior presidente da Deco, Ataíde Ferreira, garantiu ao PÚBLICO que ele tem as funções suspensas e que só integrou a actual equipa porque "contava sair do Governo" na altura em que a lista foi constituída. No caso de Rui Andrade, que era advogado no escritório de João Nabais quando tomou posse como adjunto do gabinete de Acácio Barreiros - que agora chefia - o próprio informou por escrito que "foi dirigente da Deco apenas durante a presidência do dr. Ataíde Ferreira", tendo cessado essas funções, "bem como a respectiva participação associativa", quando entrou para o gabinete do secretário de Estado, em 24 de Novembro de 1999. Perante o facto de o seu nome aparecer na lista de Nabais, eleita quase um mês depois daquela data, conforme noticiou a Proteste de Janeiro seguinte, Rui Andrade respondeu que "a explicação pretendida deve ser solicitada a quem (...) deu à estampa" a sua pertença à actual direcção. Ataíde Ferreira, por seu lado, disse ao PÚBLICO que "as listas estavam estabilizadas há muito tempo e que, por razões estatutárias, não podiam ser alteradas." Relativamente a Cristina Portugal, o gabinete de Acácio Barreiros esclareceu que a vice-presidente do IC "cessou as funções" de dirigente da Deco quando tomou posse do seu actual cargo, para o qual foi nomeada em Outubro de 2000. Tanto Cristina Portugal como Rui Andrade foram anteriormente juristas do Instituto do Consumidor. Entre os membros da actual direcção, além de Nabais, que já pertencera ao elenco anterior e é um conhecido apoiante do Bloco de Esquerda, encontra-se Fernando Nunes da Silva, um professor universitário igualmente apoiante do BE. Na última direcção de Ataíde Ferreira participava também Luis Nazareth, um ex-assessor económico de António Guterres, que actualmente preside ao Instituto das Comunicações de Portugal. O PÚBLICO perguntou ao secretário de Estado da Defesa do Consumidor quantos dos funcionários e colaboradores dos seus serviços é que foram dirigentes ou colaboradores da Deco, tendo o seu gabinete respondido que são "vários" os que transitaram do IC "para diversas organizações de defesa dos consumidores" e vice-versa. Criada em 1973 a partir da associação Sedes, a Deco teve sempre uma forte presença socialista entre os seus dirigentes, tendo António Guterres sido o vice-presidente da sua primeira direcção. %José António Cerejo OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Governo deu 200 mil contos à DECO em segredo

"Juridicamente irrepreensível", diz José Sócrates

O subsídio só dignifica quem o concedeu, diz a Deco

A maior associação de consumidores

Deco quis que o subsídio fosse dado a uma fundação

Uma forte presença socialista

Apoios públicos por esclarecer

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