Suplemento Economia

22-01-2001
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Comentário monetário e cambial

Euro a Perder Valor

Por BCP-INVESTIMENTO

Segunda-feira, 22 de Janeiro de 2001

Na semana anterior continuou a assistir-se ao reforço das expectativas de descida das taxas de juro ao longo de 2001, conduzindo ao aumento da inclinação da generalidade das curvas de rendimento. O euro perdeu valor contra as principais moedas, tendo registado bastante volatilidade contra o franco suíço, mas, neste caso, influenciado pela expectativa (gorada) de realização de uma aquisição importante por parte de uma empresa suíça. A decisão de redução da produção petrolífera em 1,5 milhões de barris/dia veio ao encontro das expectativa do mercado, mas, mesmo assim, sustentou a cotação do petróleo Brent em redor dos 26 dólares/barril.

O BCE manteve as taxas de juro directoras em 4,75 por cento, decisão já esperada. Todavia, o mercado continua a antecipar a descida das taxas de juro de curto prazo ao longo de 2001, com as taxas de juro a três meses para o início do segundo semestre inferiores em 50 pontos-base aos valores actuais. Esta evolução resulta mais da expectativa de abrandamento dos EUA, e por arrasto do resto do mundo, do que propriamente das condições actuais da zona euro.

De facto, os indicadores estatísticos norte-americanos continuam consistentes com a redução de 25 pontos-base nas taxas de juro na reunião do final do mês. A mais recente síntese de conjuntura da Fed mostra um andamento moderado dos preços e assinala o abrandamento da actividade. A produção industrial está a atravessar um período bastante difícil, voltando a cair pelo terceiro mês consecutivo em Dezembro, e os índices de confiança apontam para a continuação desta tendência. Também o sector imobiliário revela alguma fraqueza. O sentimento mais negativo das famílias e a fraca prestação dos mercados accionistas têm suplantado o efeito positivo associado à diminuição das taxas de juro do crédito hipotecário. A redução dos pedidos de subsídio de desemprego, a construção de novas habitações, a melhoria das vendas a retalho nas primeiras semanas de Janeiro, todos melhores do que o esperado, poderão, no entanto, constituir alguns sinais preliminares de que as condições nos EUA poderão estar a melhorar. Pelo menos os mercados accionistas, na vertente das novas tecnologias, parecem ter recuperado parte da confiança perdida.

No Japão, perante as dificuldades crescentes evidenciadas pela economia, tem vindo a ser sugerido o retorno às taxas zero. Este seria complicado de assumir por parte do Banco do Japão, que procedeu há cerca de quatro meses ao aumento das taxas em 25 pontos-base.

BCP-Investimento

Comentário monetário e cambial

Euro a Perder Valor

Por BCP-INVESTIMENTO

Segunda-feira, 22 de Janeiro de 2001

Na semana anterior continuou a assistir-se ao reforço das expectativas de descida das taxas de juro ao longo de 2001, conduzindo ao aumento da inclinação da generalidade das curvas de rendimento. O euro perdeu valor contra as principais moedas, tendo registado bastante volatilidade contra o franco suíço, mas, neste caso, influenciado pela expectativa (gorada) de realização de uma aquisição importante por parte de uma empresa suíça. A decisão de redução da produção petrolífera em 1,5 milhões de barris/dia veio ao encontro das expectativa do mercado, mas, mesmo assim, sustentou a cotação do petróleo Brent em redor dos 26 dólares/barril.

O BCE manteve as taxas de juro directoras em 4,75 por cento, decisão já esperada. Todavia, o mercado continua a antecipar a descida das taxas de juro de curto prazo ao longo de 2001, com as taxas de juro a três meses para o início do segundo semestre inferiores em 50 pontos-base aos valores actuais. Esta evolução resulta mais da expectativa de abrandamento dos EUA, e por arrasto do resto do mundo, do que propriamente das condições actuais da zona euro.

De facto, os indicadores estatísticos norte-americanos continuam consistentes com a redução de 25 pontos-base nas taxas de juro na reunião do final do mês. A mais recente síntese de conjuntura da Fed mostra um andamento moderado dos preços e assinala o abrandamento da actividade. A produção industrial está a atravessar um período bastante difícil, voltando a cair pelo terceiro mês consecutivo em Dezembro, e os índices de confiança apontam para a continuação desta tendência. Também o sector imobiliário revela alguma fraqueza. O sentimento mais negativo das famílias e a fraca prestação dos mercados accionistas têm suplantado o efeito positivo associado à diminuição das taxas de juro do crédito hipotecário. A redução dos pedidos de subsídio de desemprego, a construção de novas habitações, a melhoria das vendas a retalho nas primeiras semanas de Janeiro, todos melhores do que o esperado, poderão, no entanto, constituir alguns sinais preliminares de que as condições nos EUA poderão estar a melhorar. Pelo menos os mercados accionistas, na vertente das novas tecnologias, parecem ter recuperado parte da confiança perdida.

No Japão, perante as dificuldades crescentes evidenciadas pela economia, tem vindo a ser sugerido o retorno às taxas zero. Este seria complicado de assumir por parte do Banco do Japão, que procedeu há cerca de quatro meses ao aumento das taxas em 25 pontos-base.

BCP-Investimento

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