Aquisição da Ralston Purina por 210 mil milhões de contos
Nestlé Impera no Reino da Bicharada
Segunda-feira, 22 de Janeiro de 2001
A Nestlé vai adquirir a empresa norte-americana de alimentos para animais de estimação Ralston Purina, o que coloca o gigante suíço na corrida pelo número deste mercado.
Diana Ralha *
O gigante alimentar suíço Nestlé anunciou na semana passada a aquisição da Ralston Purina, empresa norte-americana de alimentação de animais de estimação, por dez mil milhões de dólares (cerca de 2,13 mil milhões de contos). Uma aquisição que coloca a empresa suíça na disputa pelo primeiro lugar do mercado de alimentação de animais domésticos, lugar hoje ocupado pela norte-americana Mars.
A aquisição da Ralston Purina - que se passará a denominar "Nestlé Purina Pet Care" - é uma decisão estratégica de unir competências dos dois grupos, num mercado que representa mundialmente 25 mil milhões de dólares (cerca de 5,3 mil milhões de contos). A Nestlé já está presente no mercado de alimentação de animais de estimação através da marca "Friskies", e a sua grande competência é comida enlatada húmida. Por sua vez, a Ralston Purina tem uma posição muito forte no segmento de alimentação seca para cães, sendo número um deste segmento nos EUA. Este é um segmento que tem vindo a expandir-se acima do crescimento anual do mercado - quatro a cinco por cento nos últimos cinco anos -, e muito superior ao das áreas tradicionais da Nestlé, que estão em fase de maturidade.
Com esta junção de competências a empresa suíça anunciou que pretende poupar, através de mecanismos de economia de escala, aproximadamente 260 milhões de dólares por ano (cerca de 55 milhões de contos).
Outro dos objectivos desta compra da Nestlé é acelerar a sua expansão território norte-americano, um continente onde existem 61,5 milhões de cães e 74,9 milhões de gatos.
Uma particularidade do mercado norte-americano é a existência de um elevado número de animais que são tratados com "honras de realeza", o que acelerou a segmentação do mercado de comida para animais, sobretudo em marcas "premium" e "super-premium", onde a Ralston Purina tem uma posição dominante, comercializando os seus produtos somente em canais especializados. E, de facto, longe vão os tempos em que os donos dos "Tareco" e dos "Bobby" do "primeiro mundo" restringiam a sua alimentação a uma espinha de peixe ou um osso para roer.
Esta não é a primeira aquisição da Nestlé neste mercado. Comprou a Carnation - detentora da marca Friskies - em 1985, a Alpo em 1995, a Spillers em 1998 e, no ano passado, a Cargill Argentina. Sem a Ralston Purina, o negócio de alimentação de animais domésticos da Nestlé vale actualmente, em vendas, 3,7 mil milhões de dólares (77,7 mil milhões de contos).
A Nestlé vai pagar 33,5 dólares por cada acção da Ralston Purina, valor que representa um prémio de mais de 30 por cento face ao valor actual das acções, além de assumir a dívida da empresa que, em Setembro passado, se situava nos 1,5 mil milhões de dólares. Os suíços pretendem que o negócio esteja concluído no final deste ano.
* com Reuters e AFP
Aquisição da Ralston Purina por 210 mil milhões de contos
Nestlé Impera no Reino da Bicharada
Segunda-feira, 22 de Janeiro de 2001
A Nestlé vai adquirir a empresa norte-americana de alimentos para animais de estimação Ralston Purina, o que coloca o gigante suíço na corrida pelo número deste mercado.
Diana Ralha *
O gigante alimentar suíço Nestlé anunciou na semana passada a aquisição da Ralston Purina, empresa norte-americana de alimentação de animais de estimação, por dez mil milhões de dólares (cerca de 2,13 mil milhões de contos). Uma aquisição que coloca a empresa suíça na disputa pelo primeiro lugar do mercado de alimentação de animais domésticos, lugar hoje ocupado pela norte-americana Mars.
A aquisição da Ralston Purina - que se passará a denominar "Nestlé Purina Pet Care" - é uma decisão estratégica de unir competências dos dois grupos, num mercado que representa mundialmente 25 mil milhões de dólares (cerca de 5,3 mil milhões de contos). A Nestlé já está presente no mercado de alimentação de animais de estimação através da marca "Friskies", e a sua grande competência é comida enlatada húmida. Por sua vez, a Ralston Purina tem uma posição muito forte no segmento de alimentação seca para cães, sendo número um deste segmento nos EUA. Este é um segmento que tem vindo a expandir-se acima do crescimento anual do mercado - quatro a cinco por cento nos últimos cinco anos -, e muito superior ao das áreas tradicionais da Nestlé, que estão em fase de maturidade.
Com esta junção de competências a empresa suíça anunciou que pretende poupar, através de mecanismos de economia de escala, aproximadamente 260 milhões de dólares por ano (cerca de 55 milhões de contos).
Outro dos objectivos desta compra da Nestlé é acelerar a sua expansão território norte-americano, um continente onde existem 61,5 milhões de cães e 74,9 milhões de gatos.
Uma particularidade do mercado norte-americano é a existência de um elevado número de animais que são tratados com "honras de realeza", o que acelerou a segmentação do mercado de comida para animais, sobretudo em marcas "premium" e "super-premium", onde a Ralston Purina tem uma posição dominante, comercializando os seus produtos somente em canais especializados. E, de facto, longe vão os tempos em que os donos dos "Tareco" e dos "Bobby" do "primeiro mundo" restringiam a sua alimentação a uma espinha de peixe ou um osso para roer.
Esta não é a primeira aquisição da Nestlé neste mercado. Comprou a Carnation - detentora da marca Friskies - em 1985, a Alpo em 1995, a Spillers em 1998 e, no ano passado, a Cargill Argentina. Sem a Ralston Purina, o negócio de alimentação de animais domésticos da Nestlé vale actualmente, em vendas, 3,7 mil milhões de dólares (77,7 mil milhões de contos).
A Nestlé vai pagar 33,5 dólares por cada acção da Ralston Purina, valor que representa um prémio de mais de 30 por cento face ao valor actual das acções, além de assumir a dívida da empresa que, em Setembro passado, se situava nos 1,5 mil milhões de dólares. Os suíços pretendem que o negócio esteja concluído no final deste ano.
* com Reuters e AFP