Suplemento Economia

22-01-2001
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Comentário bolsista

Sem Muito Interesse

Por PEDRO LIMA

Segunda-feira, 22 de Janeiro de 2001

A semana que passou foi marcada por algum desinteresse na Bolsa de Valores de Lisboa e do Porto, sem factos novos a animarem as negociações, mas com alguns títulos a manterem volumes de transacções elevados, demonstrando que a "nova economia" começa timidamente a atrair os investidores. É, assim, natural verificar que os balanços semanais das empresas de telecomunicações, media e tecnologias (TMT) foi, em grande parte dos casos, positivo, o que não deixa também de ser justificado pelos actuais preços de algumas acções.

O grupo PT fechou a semana com mais 2,65 por cento para a "holding" PT, 8,06 por cento para a PT Multimedia e 9,88 por cento para a PTM.com. As acções da PT Multimedia recuperaram, assim, das pesadas desvalorizações que tinham registado na semana anterior, fruto do anúncio das condições da oferta pública de troca lançada sobre a PTM.com. Quanto à PT, não saiu muito prejudicada com a compra de uma nova empresa de telecomunicações móveis no Brasil, porque os analistas até aplaudiram o negócio, já que consideram que se a empresa tivesse tentado comprar mais uma licença para operar nos telemóveis no Brasil teria de gastar consideravelmente mais dinheiro. Ainda assim, empresas como a Moody''s e a Standard & Poors vieram dizer que poderão rever em baixa o "rating" de crédito da empresa, dado o endividamento a que esta terá de recorrer para pagar a aquisição.

Nas TMT há também a referir as subidas da Compta (4,17 por cento), da Reditus (25,48 por cento) e da ParaRede (12,5 por cento). A Sonae.com acabou por cair, fechando a semana com menos 3,92 por cento, enquanto a Novabase e a Impresa fecharam inalteradas em relação à sexta-feira da semana anterior.

Sem as caixas de correio electrónico a acusarem a existência de novos factos relevantes, há a destacar os comportamentos da Cimpor e também da Cofina.

As acções da Cimpor voltaram a variar num intervalo de valores relativamente curto, o que traduz alguma cautela dos investidores, à espera de novidades sobre o intrincado processo de controlo da empresa. A expectativa de lançamento de uma oferta pública de aquisição já vem de há muito tempo, mas não é certo que uma operação desta natureza venha a ocorrer, uma vez que, para tal, é necessário desblindar os estatutos da cimenteira, algo que não está garantido.

A Cofina conseguiu, por seu lado, subir 14,17 por cento, aproveitando a boleia das valorizações das empresas TMT. A Cofina consolida um conjunto de empresas de media e das novas tecnologias, aguardando-se a qualquer momento novidades no que diz respeito a aquisições. No mercado circula, há muito tempo, o rumor de que a Impala, que tem revistas como a "Maria", "TV7 Dias", Nova Gente ou Focus é "o próximo alvo" dos apetites de Paulo Fernandes, líder da Cofina.

Pedro Lima

Comentário bolsista

Sem Muito Interesse

Por PEDRO LIMA

Segunda-feira, 22 de Janeiro de 2001

A semana que passou foi marcada por algum desinteresse na Bolsa de Valores de Lisboa e do Porto, sem factos novos a animarem as negociações, mas com alguns títulos a manterem volumes de transacções elevados, demonstrando que a "nova economia" começa timidamente a atrair os investidores. É, assim, natural verificar que os balanços semanais das empresas de telecomunicações, media e tecnologias (TMT) foi, em grande parte dos casos, positivo, o que não deixa também de ser justificado pelos actuais preços de algumas acções.

O grupo PT fechou a semana com mais 2,65 por cento para a "holding" PT, 8,06 por cento para a PT Multimedia e 9,88 por cento para a PTM.com. As acções da PT Multimedia recuperaram, assim, das pesadas desvalorizações que tinham registado na semana anterior, fruto do anúncio das condições da oferta pública de troca lançada sobre a PTM.com. Quanto à PT, não saiu muito prejudicada com a compra de uma nova empresa de telecomunicações móveis no Brasil, porque os analistas até aplaudiram o negócio, já que consideram que se a empresa tivesse tentado comprar mais uma licença para operar nos telemóveis no Brasil teria de gastar consideravelmente mais dinheiro. Ainda assim, empresas como a Moody''s e a Standard & Poors vieram dizer que poderão rever em baixa o "rating" de crédito da empresa, dado o endividamento a que esta terá de recorrer para pagar a aquisição.

Nas TMT há também a referir as subidas da Compta (4,17 por cento), da Reditus (25,48 por cento) e da ParaRede (12,5 por cento). A Sonae.com acabou por cair, fechando a semana com menos 3,92 por cento, enquanto a Novabase e a Impresa fecharam inalteradas em relação à sexta-feira da semana anterior.

Sem as caixas de correio electrónico a acusarem a existência de novos factos relevantes, há a destacar os comportamentos da Cimpor e também da Cofina.

As acções da Cimpor voltaram a variar num intervalo de valores relativamente curto, o que traduz alguma cautela dos investidores, à espera de novidades sobre o intrincado processo de controlo da empresa. A expectativa de lançamento de uma oferta pública de aquisição já vem de há muito tempo, mas não é certo que uma operação desta natureza venha a ocorrer, uma vez que, para tal, é necessário desblindar os estatutos da cimenteira, algo que não está garantido.

A Cofina conseguiu, por seu lado, subir 14,17 por cento, aproveitando a boleia das valorizações das empresas TMT. A Cofina consolida um conjunto de empresas de media e das novas tecnologias, aguardando-se a qualquer momento novidades no que diz respeito a aquisições. No mercado circula, há muito tempo, o rumor de que a Impala, que tem revistas como a "Maria", "TV7 Dias", Nova Gente ou Focus é "o próximo alvo" dos apetites de Paulo Fernandes, líder da Cofina.

Pedro Lima

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