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23-09-2001
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Os Brutus de Durão Durão Barroso é o líder legítimo do PSD, que deve conduzir de acordo com o mandato que tem. Mais coisa menos coisa foi isto que Dias Loureiro veio dizer, acrescentando que ninguém no PSD quer ser D. Sebastião. Como no entanto toda a gente sabe, em política a legitimidade formal não chega. Os partidos existem para alcançar e exercer o poder de acordo com as ideias que defendem. E os seus militantes o que querem é um líder que consiga atingir esse objectivo. Se não o fizer, pedirão a sua cabeça. O PS tem os seus mártires nesta matéria, o PSD também já conta com alguns. Como no entanto toda a gente sabe, em política a legitimidade formal não chega. Os partidos existem para alcançar e exercer o poder de acordo com as ideias que defendem. E os seus militantes o que querem é um líder que consiga atingir esse objectivo. Se não o fizer, pedirão a sua cabeça. O PS tem os seus mártires nesta matéria, o PSD também já conta com alguns. Ora Durão não é um líder que entusiasme nem os militantes sociais-democratas, nem o eleitorado do país. É verdade que não é fácil ser líder de oposição e não é ela que ganha eleições, mas os Governos que as perdem. E, por isso, a Durão Barroso tem pelo menos de se creditar o facto de, em condições muito difíceis, ter aguentado as críticas dos barões do partido, as farpas dos comentadores televisivos laranjas e a disputa da sua liderança por Santana Lopes e Marques Mendes, desafio que venceu. E, tendo passado por todas essas provações, Durão aparece agora em condições de agarrar o poder que os socialistas vão aparentemente largar. Ora Durão não é um líder que entusiasme nem os militantes sociais-democratas, nem o eleitorado do país. É verdade que não é fácil ser líder de oposição e não é ela que ganha eleições, mas os Governos que as perdem. E, por isso, a Durão Barroso tem pelo menos de se creditar o facto de, em condições muito difíceis, ter aguentado as críticas dos barões do partido, as farpas dos comentadores televisivos laranjas e a disputa da sua liderança por Santana Lopes e Marques Mendes, desafio que venceu. E, tendo passado por todas essas provações, Durão aparece agora em condições de agarrar o poder que os socialistas vão aparentemente largar. Acontece contudo que para suportar tempos maus há poucos candidatos, ao contrário do que acontece quando se começa a ver a terra prometida. Santana Lopes, se ganhar a Câmara de Lisboa, é um forte candidato a presidente do PSD. Marques Mendes não desistiu da ideia. Marcelo Rebelo de Sousa está desejoso de regressar ao cargo que já ocupou. António Borges está à espreita. E mesmo Dias Loureiro não é uma carta fora do baralho. Acontece contudo que para suportar tempos maus há poucos candidatos, ao contrário do que acontece quando se começa a ver a terra prometida. Santana Lopes, se ganhar a Câmara de Lisboa, é um forte candidato a presidente do PSD. Marques Mendes não desistiu da ideia. Marcelo Rebelo de Sousa está desejoso de regressar ao cargo que já ocupou. António Borges está à espreita. E mesmo Dias Loureiro não é uma carta fora do baralho. Durão tem assim mais uma prova para enfrentar - a das eleições autárquicas. Mesmo que o PSD tenha a maioria das câmaras, se não ganhar Lisboa ou Porto o resultado saberá a derrota. Se vencer na capital, Durão vai a votos em 2003 à frente do PSD. Mas se perder, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros será afastado no próximo congresso dos sociais-democratas em 2002. Durão tem assim mais uma prova para enfrentar - a das eleições autárquicas. Mesmo que o PSD tenha a maioria das câmaras, se não ganhar Lisboa ou Porto o resultado saberá a derrota. Se vencer na capital, Durão vai a votos em 2003 à frente do PSD. Mas se perder, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros será afastado no próximo congresso dos sociais-democratas em 2002. Até lá, Durão tem pelo menos uma vantagem em relação a Júlio César. Ele sabe quem são os Brutus que o querem assassinar. Não é um seguro de vida. Mas evita, pelo menos, que seja apanhado de surpresa. Até lá, Durão tem pelo menos uma vantagem em relação a Júlio César. Ele sabe quem são os Brutus que o querem assassinar. Não é um seguro de vida. Mas evita, pelo menos, que seja apanhado de surpresa. 12:59 6 Agosto 2001

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. A murcha rentrée dos políticos

enviar imprimir fórum comentar [111] Cantabria Até me admira a falta de um comentário aqui... Até estou pasmado com a falta do comentário do meu colega de escola e ex-grande "facho", o Sotto Mayor ! Pode ser que se tenha arrependido de ter descambado para a esquerda e visto realmente onde está o lado da razão. Quanto aos brutus do PS, e que tal uma Jamila não-sei-quê ? Uma esperança para as prostitutas portuguesas terem uma reformazinha de um trabalho que afinal é tão justo como os restantes, é tão digno prostituir-se como ser médico, ser deputado ou ser engenheiro !?!?!? Tenha dó, e comecem a usar a cabeçinha para pensar, ok ? Não era má ideia ! 200108091607 Ó 06:44 9 Agosto 2001: Não foi ao ser repescado que Salazar se colou ao governo meio século? E nos deixou esta herança espectacular a que assitimos nos nossos dias? No fim da era Salazarista só nos restava Marcello Caetano. Hoje só nos resta Cavaco Silva. Estamos fritos... 200108091603 E o Dr. Cavaco Silva? Começa a correr insistentemente que se disporia a disputar a chefia do Governo. Grande parte do PSD exultaria, e mesmo os cidadãos em geral, depois da triste figura do Engº Guterres, propenderiam para esquecer irritações passadas e privilegiar a sua imagem de seriedade e competência. Vamos ver. 200108090644 Raul Santos A. Borges Apreciaria muito a fineza de me explicarem (Nicolau Santos tem aqui tema para novo artigo) quais são as ideias inovadoras que António Borges tem para apresentar ao país. O corte da despesa pública, "menos Estado e melhor Estado", o combate à corrupção, etc., podem ser ideias boas, mas não são inovadoras. Onde estão as outras? Desde já, obrigado. 200108090235 António Gomes Teoria da conspiração A função da política (ou talvez devesse dizer a função política) não é a mera luta pelo poder. É verdade que esta lhe é conatural, mas esta dá-se, ou deve dar-se, para a concretização de um projecto político, que o mesmo é dizer, de um projecto social. A natureza humana faz com que, muitas vezes, se esqueça o propósito do exercício do poder, colocando no seu lugar a vaidade. Infelizmente os comentadores políticos, que poderiam assumir um papel de "consciência critica" que obrigasse ao confronto dos actores políticos com a sua missão, impondo-lhes que se ativessem à sua razão de ser, empurram-nos para a arena da política conspirativa onde o que importa não é a prossecução dos valores superiores, mas o espectáculo. A intriga, a traição e o sangue vendem mais jornais do que a ausência de notícias, por isso não faz mal lançar boatos e outras perfídias que gerem o tal espectáculo. Quero apenas lembrar que o que a nossa sociedade é depende da responsabilidade com que assume o seu papel. Não vejo grande diferença entre quem instiga e que comete o crime. 200108090228 Afinal <<Ao K 15:33 8 Agosto 2001 sobre a sua argumentação pró-Borges!>> é do PSD, como podia ser do Sporting, do Benfica ou do Marítimo. É "clubista", mas não gosta dos jogadores. Esta, a alma portuguesa contemporânea: o "clubismo endémico" de um país euro-adiado. 200108082318 Ó Nicolau Santos: Durão e D. Sebastião até têm uma afinidade visível. Ambos estão a coberto de intenso nevoeiro... 200108082310 Duvidador-Mor Ó franco-atirador és mercenário ou paramilitar na Bolivia? 200108081903 K, o Agrimensor Para a Senhora que corre! Pelo que me deixa ver concordamos em vários pontos. Também tenho que sair, por hoje (e correr, porque tenho muito trabalho a fazer!). Voltarei amanhã, para ver como as coisas continuaram. Contudo, não deixe de me contactar pelo e-mail; terei todo o gosto de continuar a discutir, dessa feita com mais tempo e atenção, alguns destes pontos. Cumprimentos. 200108081730 "franco-atirador" Michels Não discordo do que diz K, mas o que fortalece as oligarquias hoje é o primado do poder económico, o que não acontecia no tempo de Michels. Ou seja, o problema é ainda mais grave hoje do que era no primeiro quartel do século XX. É dando mais poder à comunidade - e libertando-a das correntes do partidarismo - que se pode começar a contrariar o poder absoluto das oligarquias que integram o poder económico internacional, os partidos políticos e a comunicação social. E procurando um fiel de balança capaz de ir recolocando o carro nos trilhos. Não a solução fascista de Michels, mas uma Republica presidencialista ou uma Monarquia, em que o Chefe de Estado seja, ou nomeie livremente, o chefe do governo. Tudo com uma razoável componente refendária. E umas Forças Armadas que sirvam de suporte ao poder legítimo democrático. Com efeito, hoje em dia só uma aliança entre um chefe de estado independente, uma comunidade activa e esclarecida e umas forças armadas vigilantes, pode contrariar o tremendo poder dos interesses económicos transnacionais. Reconheço que tudo isto tem os seus perigos, mas tudo é preferivel a esta oligarquia (por enquanto) de rosto humano mas práticas tirânicas. 200108081730 Ao K, uma vez mais dois ou três apontamentos a correr...só para alimentar o diálogo, que logo hoje o trabalho impõe-se! 1 -AB e as elites - porque não? qual o problema? não queremos mais um primeiro ministro saído ali do café da esquina, capaz de falar alto para uma assistência de papalvos, mas que olha para o céu e se engasga à primeira pergunta mais técnica ou a exigir verdadeiro saber. O problema não está aí, sabemos que os verdadeiros líderes podem emergir das elites, mas são reconhecidos como tal por todos - é isso que os torna genuínos e credíveis. 2 - AB é potencialmenteum bom candidato a líder? Claro! Não será é o único e não só pelas razões que aponta; sê-lo-á, sobretudo, se souber olhar o país que somos, as gentes que temos e identificar-se com as nossas necessidades e idiossincrasias. E será que a garantia de que o poderá fazer reside na sua competência técnica ou porque tem muito amor pela sua propriedade em Alter do Chão (?)? 3 - Bloco de Esquerda: um caso interessante a debater com tempo; uma possível lição para outras aplicações, mais consentâneas com outras posturas, outra ideologia; um exemplo não dispiciendo, todavia; mas há necessidade de mais, de melhor, de mais continuado e mais abrangente. A correr,a correr, por agora. 200108081725 K, o Agrimensor Comentário ao Franco Atirador Essa é uma questão complicada. É verdade que tem razão! Mas conhece algum sistema, não direi melhor, mas menos perigoso? Saberá certamente, se conhece Robert Michels, que este, bem como Gustave Le Bon (o homem da Psicologia das Massas) tiveram relações muito próximas com o partido fascista italiano... Resta aquilo que Michels e Ostrogowsky também referenciaram... a circulação das elites! E hoje em dia, as forças de pressão, capazes de movimentar essa circulação, são consideravelmente maiores e mais diversificadas que na altura em que cada um deles escreveu os seus textos. Daí a possibilidade de alguém de fora... poder entrar! 200108081715 "franco-atirador" Michels Algo está a melhorar nestas discussões, quando há quem cite Robert Michels! Mas é preciso tirar dessas referências todas as conclusões: todos os partidos são instrumentos oligárquicos, e não há nada que os possa regenerar. Para nos livrarmos da oligarquia teremos de reduzir os partidos à sua legítima insignificância. Logo, o que se passa dentro dos partidos pode ser relevante para eles, mas não o é para o país. 200108081704 K, o Agrimensor Em resposta, novamente, à Senhora das 16:34 Vamos a isso: 1. Os líderes têm traços passíveis de definição? Alguns acharão que sim; conseguirão até defini-los centrando-se num “Carisma”. Eu não creio! Os líderes são emergentes, falam a linguagem dos que querem liderar e a linguagem das elites. António Borges fala com simplicidade, com objectividade, é claro e empático; António Borges fala a linguagem das elites (não faltarão críticas de outros comentadores a esta afirmação!), até porque é Master e Ph.D. numa das melhores universidades do mundo (Stanford); António Borges rompe com o status quo em termos de propostas políticas, já que olha de forma coerente para o futuro; António Borges é criticado (vejam-se as páginas web do expresso, ou leia-se a si mesma) não pelo que é, pelo que diz ou pelo que pensa, mas pelo facto de ter os apoios que tem; António Borges é, entre outras coisas, também por isso um potencial líder emergente (repare que eu em nenhuma das intervenções anteriores afirmei que AB é um líder, mas que é uma opção muito forte a considerar!). 2. Quanto a este ponto já me pronunciei atrás, noutra intervenção. 3. Este é um debate sem saída! Não fez e não faz, o Bloco de Esquerda, exactamente isso que diz? Quer perspectivar um debate político “perfeito”? Eu também o censuro, também não lhe dou tréguas, contudo temos que viver com o que temos (ainda que não percamos o sonho do horizonte!). Como diz um amigo meu, comunista militante, há que lidar com o que temos... sem perder nunca, nunca o caminho da Utopia! 200108081657 Ao K, de novo Deixando aquilo em que concordamos (e que é muito do que escreve), talvez pegar no que podemos debater um pouco.1 - Líderes chegados de fora do «aparelho»:não me parece que isso seja à partida prova de isenção, afastamento da pressão de lobbies internos (ao partido) e externos, visão descomprometida e propostas inovadoras; pode acontecer, como bem diz, mas eu não gostaria é que, porque deu certo uma vez, se possa daí tirar a ilação de que é uma «regra de ouro» a observar. 2 -importa ganhar as eleições ao PS porque este é um cataclismo para o país, não para termos mais do mesmo; por isso não acredito, por muito que mo queiram fazer crer, que o PSD está em condições de ser governo só porque, de repente, se viu o que o PS está a fazer ao país; se não apresentar uma alternativa de poder credível, o que até agora ainda não fez, o PSD não ganhará eleições, com ou sem Durão Barroso; e para o fazer é necessário que quem lidera o partido seja capaz de perceber que precisa de uma equipa forte e empenhada a trabalhar num projecto válido, e isso até Durão poderá fazer; não chega (não é o principal, pelo menos)ter um líder forte, carismático ou popular - se assim fosse o PP poderia estar em condições de ganhar as eleições (isto a acreditar nas sondagens que dão o Dr. Paulo Portas como o líder mais popular!)3 - não me parece que algum dos partidos com assento parlamentar tenha mostrado já disponibilidade (ou capacidade) para repensar a sua prática política para além dos esteriótipos vigentes no sistema de alternância de poder que conhecemos e praticamos, e isso sim, é o que me parece ser uma necessidade imperiosa. 200108081634 K, o Agrimensor Em resposta à Senhora das 15:33 Minha Senhora, Não sei quem é, mas vejo pelas suas palavras que leu, noutras ocasiões, intervenções minhas neste espaço; está, portanto, em vantagem, já que, não me conhecendo, me conhece, ainda assim, melhor que eu a conheço a si. Noto-lhe, no entanto, algo que me faz responder-lhe prontamente e de forma séria: a capacidade de discordar, mantendo alto o nível. Confesso-lhe que, nos dias que correm, tal virtude não me parece abundar! Vejamos então: 1. Quanto ao “endeusamento”, concordo inteiramente consigo; livre-nos “Deus” de iluminados e de soluções messiânicas. 1.1. Não é, portanto, nesse campo que me encontro; e devo dizer-lhe que a tal notícia do voo TWA, aqui no Expresso, me pareceu estar bem para lá do ridículo... 2. Eu, ao contrário de si, não sou do PSD; militei, em tempos, no PP, de onde saí velozmente. 2.1. E fi-lo pela mesma razão que me leva a duvidar dessa sua boa fé, num político de um qualquer aparelho partidário que, dia a dia, consiga provar ao país a sua capacidade governativa; impera nos partidos uma “regra”, a que Michels chamou lei de bronze das oligarquias, que, na prática, não augura, por princípio, nada de bom... 2.2. Portanto, para mim, alguém que vem de fora, na actual conjuntura, e depois de olhar seriamente para os partidos existentes, e para as actividades a que se dedicam, traz consigo uma mais-valia considerável. 3. Aliás, aquele que foi, indiscutivelmente, o melhor primeiro ministro deste país – Cavaco Silva – gozou precisamente dessa vantagem... o distanciamento do aparelho. 3.1. Digo-o tranquilamente, porque fui seu opositor. 4. Quanto à possibilidade de algumas manobras “secarem” António Borges, não posso deixar de concordar... 5. Sou, no entanto, daqueles que acreditam! 6. Para lá de que o PPD com Durão Barroso não ganha as próximas eleições... é o PS que as perde! E isso Portugal não merece! 200108081555 Ao K sobre a sua argumentação pró-Borges! Pois é, caro K, apesar de muito lhe admirar as intervenções neste espaço não posso negar uma forte desilusão com o seu empenhamento na promoção da figura de António Borges. E não porque tenha nada contra o senhor em questão, mas porque a simples atitude de alguns sectores do PSD em procurarem afanosamente um líder alternativo e messiânico me parece um erro estratégico imperdoável no momento presente. Bem sei que Durão é o que é, isto é, pouco, muito pouco como líder da oposição e candidato a primeiro ministro, mas um partido que dá de si próprio esta imagem de orfandade política, de desorganização interna, de divisão em lobbies mais ou menos ao sabor dos «encostos» ao grande capital não augura nada de novo, e muito menos de bom, para um governo que se precisa diferente da maralha socialista que (des)governa este país há seis anos. Sou do PSD e não gosto de Durão Barroso, nem estou saudosa de nenhum dos antigos líderes ou enfeudada a qualquer potencial e folclórico candidato a presidente do partido, mas entendo que um novo líder se encontra na prática política diária de uma oposição consciente e consistente, na vivência interna das lutas do partido, na elaboração de um projecto político novo e alternativo para propor ao país. Depois de António Borges fazer isso, se o fizer, talvez sim pensar nele como uma possibilidade de futuro líder do PSD, não agora tendo feito apenas uma aterragem em Lisboa para dizer umas coisas. Independentemente do valor das mesmas ou da competência do dito senhor, que não questiono. Até porque endeusá-lo agora pode ser a melhor forma de o «secar» rapidamente. Pense nisso! 200108081533 SR. FX / Chega Então não está tudo nos conformes ? O PSD tem um líder simpático . O CDS tem o líder que merece . O PS tem de sofrer a erosão . Não há recessão económica . A inflação é zero . O tempo melhorou . E até o Benfica já ganha ! 200108081532 FX Chega Não tenho nada contra o Homem, mas será que não há ninguém dentro do PSD que esteja lúcido e que veja que o Dr Durão nunca será oposição ao Dr Tony, quanto mais futuro 1º Ministro? Pelo amor de Deus, mudem o Homem, é que com um PSD deste o PS nem precisa de oposição. 200108081501 K, o Agrimensor Não à beira de um ataque de nervos, mas à beira mágoa plantado Só um muito breve reparo: não à beira de um ataque de nervos, antes à beira mágoa plantado (como o poeta!). E digo-lhe porquê. Porque vejo no nosso país, sábios e experientes doutores, preocupados com a situação do país e que gostam, pelo menos aparentemente, da polémica, perderem-se num mar de negativismo, de crítica fácil e de visões conspirativas da sociedade... Senhores que, quais velhos do Restelo, não perdem uma oportunidade para criticar aquilo que não se disponibilizam a fazer, e aqueles que têm disponibilidade para tal. Já se questionou, porque é que o António Mendo Castel-Branco Borges, com uma carreira toda feita fora do país – de imenso prestigio, nunca é excessivo dizer! -, a ganhar num mês o que um primeiro ministro ganha num ano, sem ter que se sujeitar à baixa crítica e ao olhar de todos, se disponibiliza, ainda assim, a trocar tudo por um desafio chamado Portugal? Se ainda conseguir encontrar, no fundo da sua pessoa, uma resposta construtiva e positiva a esta questão estar-me-á a dar uma grande alegria! Cumprimentos. 200108081456

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41 a 60 de 111 Cantabria 16:07 9 Agosto 2001 Até me admira a falta de um comentário aqui...

Até estou pasmado com a falta do comentário do meu colega de escola e ex-grande "facho", o Sotto Mayor ! Pode ser que se tenha arrependido de ter descambado para a esquerda e visto realmente onde está o lado da razão. Quanto aos brutus do PS, e que tal uma Jamila não-sei-quê ? Uma esperança para as prostitutas portuguesas terem uma reformazinha de um trabalho que afinal é tão justo como os restantes, é tão digno prostituir-se como ser médico, ser deputado ou ser engenheiro !?!?!? Tenha dó, e comecem a usar a cabeçinha para pensar, ok ? Não era má ideia ! 16:03 9 Agosto 2001 Ó 06:44 9 Agosto 2001: Não foi ao ser repescado que Salazar se colou ao governo meio século? E nos deixou esta herança espectacular a que assitimos nos nossos dias? No fim da era Salazarista só nos restava Marcello Caetano. Hoje só nos resta Cavaco Silva. Estamos fritos... 06:44 9 Agosto 2001 E o Dr. Cavaco Silva? Começa a correr insistentemente que se disporia a disputar a chefia do Governo. Grande parte do PSD exultaria, e mesmo os cidadãos em geral, depois da triste figura do Engº Guterres, propenderiam para esquecer irritações passadas e privilegiar a sua imagem de seriedade e competência. Vamos ver. Raul Santos 02:35 9 Agosto 2001 A. Borges

Apreciaria muito a fineza de me explicarem (Nicolau Santos tem aqui tema para novo artigo) quais são as ideias inovadoras que António Borges tem para apresentar ao país. O corte da despesa pública, "menos Estado e melhor Estado", o combate à corrupção, etc., podem ser ideias boas, mas não são inovadoras. Onde estão as outras? Desde já, obrigado. António Gomes 02:28 9 Agosto 2001 Teoria da conspiração

A função da política (ou talvez devesse dizer a função política) não é a mera luta pelo poder. É verdade que esta lhe é conatural, mas esta dá-se, ou deve dar-se, para a concretização de um projecto político, que o mesmo é dizer, de um projecto social. A natureza humana faz com que, muitas vezes, se esqueça o propósito do exercício do poder, colocando no seu lugar a vaidade. Infelizmente os comentadores políticos, que poderiam assumir um papel de "consciência critica" que obrigasse ao confronto dos actores políticos com a sua missão, impondo-lhes que se ativessem à sua razão de ser, empurram-nos para a arena da política conspirativa onde o que importa não é a prossecução dos valores superiores, mas o espectáculo. A intriga, a traição e o sangue vendem mais jornais do que a ausência de notícias, por isso não faz mal lançar boatos e outras perfídias que gerem o tal espectáculo. Quero apenas lembrar que o que a nossa sociedade é depende da responsabilidade com que assume o seu papel. Não vejo grande diferença entre quem instiga e que comete o crime. 23:18 8 Agosto 2001 Afinal <<Ao K 15:33 8 Agosto 2001 sobre a sua argumentação pró-Borges!>> é do PSD, como podia ser do Sporting, do Benfica ou do Marítimo. É "clubista", mas não gosta dos jogadores. Esta, a alma portuguesa contemporânea: o "clubismo endémico" de um país euro-adiado. 23:10 8 Agosto 2001 Ó Nicolau Santos: Durão e D. Sebastião até têm uma afinidade visível. Ambos estão a coberto de intenso nevoeiro... Duvidador-Mor 19:03 8 Agosto 2001 Ó franco-atirador és mercenário ou paramilitar na Bolivia? K, o Agrimensor 17:30 8 Agosto 2001 Para a Senhora que corre!

Pelo que me deixa ver concordamos em vários pontos. Também tenho que sair, por hoje (e correr, porque tenho muito trabalho a fazer!). Voltarei amanhã, para ver como as coisas continuaram. Contudo, não deixe de me contactar pelo e-mail; terei todo o gosto de continuar a discutir, dessa feita com mais tempo e atenção, alguns destes pontos. Cumprimentos. "franco-atirador" 17:30 8 Agosto 2001 Michels

Não discordo do que diz K, mas o que fortalece as oligarquias hoje é o primado do poder económico, o que não acontecia no tempo de Michels. Ou seja, o problema é ainda mais grave hoje do que era no primeiro quartel do século XX. É dando mais poder à comunidade - e libertando-a das correntes do partidarismo - que se pode começar a contrariar o poder absoluto das oligarquias que integram o poder económico internacional, os partidos políticos e a comunicação social. E procurando um fiel de balança capaz de ir recolocando o carro nos trilhos. Não a solução fascista de Michels, mas uma Republica presidencialista ou uma Monarquia, em que o Chefe de Estado seja, ou nomeie livremente, o chefe do governo. Tudo com uma razoável componente refendária. E umas Forças Armadas que sirvam de suporte ao poder legítimo democrático. Com efeito, hoje em dia só uma aliança entre um chefe de estado independente, uma comunidade activa e esclarecida e umas forças armadas vigilantes, pode contrariar o tremendo poder dos interesses económicos transnacionais. Reconheço que tudo isto tem os seus perigos, mas tudo é preferivel a esta oligarquia (por enquanto) de rosto humano mas práticas tirânicas. Ao K, uma vez mais 17:25 8 Agosto 2001 dois ou três apontamentos a correr...só para alimentar o diálogo, que logo hoje o trabalho impõe-se!

1 -AB e as elites - porque não? qual o problema? não queremos mais um primeiro ministro saído ali do café da esquina, capaz de falar alto para uma assistência de papalvos, mas que olha para o céu e se engasga à primeira pergunta mais técnica ou a exigir verdadeiro saber. O problema não está aí, sabemos que os verdadeiros líderes podem emergir das elites, mas são reconhecidos como tal por todos - é isso que os torna genuínos e credíveis. 2 - AB é potencialmenteum bom candidato a líder? Claro! Não será é o único e não só pelas razões que aponta; sê-lo-á, sobretudo, se souber olhar o país que somos, as gentes que temos e identificar-se com as nossas necessidades e idiossincrasias. E será que a garantia de que o poderá fazer reside na sua competência técnica ou porque tem muito amor pela sua propriedade em Alter do Chão (?)? 3 - Bloco de Esquerda: um caso interessante a debater com tempo; uma possível lição para outras aplicações, mais consentâneas com outras posturas, outra ideologia; um exemplo não dispiciendo, todavia; mas há necessidade de mais, de melhor, de mais continuado e mais abrangente. A correr,a correr, por agora. K, o Agrimensor 17:15 8 Agosto 2001 Comentário ao Franco Atirador

Essa é uma questão complicada. É verdade que tem razão! Mas conhece algum sistema, não direi melhor, mas menos perigoso? Saberá certamente, se conhece Robert Michels, que este, bem como Gustave Le Bon (o homem da Psicologia das Massas) tiveram relações muito próximas com o partido fascista italiano... Resta aquilo que Michels e Ostrogowsky também referenciaram... a circulação das elites! E hoje em dia, as forças de pressão, capazes de movimentar essa circulação, são consideravelmente maiores e mais diversificadas que na altura em que cada um deles escreveu os seus textos. Daí a possibilidade de alguém de fora... poder entrar! "franco-atirador" 17:04 8 Agosto 2001 Michels

Algo está a melhorar nestas discussões, quando há quem cite Robert Michels! Mas é preciso tirar dessas referências todas as conclusões: todos os partidos são instrumentos oligárquicos, e não há nada que os possa regenerar. Para nos livrarmos da oligarquia teremos de reduzir os partidos à sua legítima insignificância. Logo, o que se passa dentro dos partidos pode ser relevante para eles, mas não o é para o país. K, o Agrimensor 16:57 8 Agosto 2001 Em resposta, novamente, à Senhora das 16:34

Vamos a isso: 1. Os líderes têm traços passíveis de definição? Alguns acharão que sim; conseguirão até defini-los centrando-se num “Carisma”. Eu não creio! Os líderes são emergentes, falam a linguagem dos que querem liderar e a linguagem das elites. António Borges fala com simplicidade, com objectividade, é claro e empático; António Borges fala a linguagem das elites (não faltarão críticas de outros comentadores a esta afirmação!), até porque é Master e Ph.D. numa das melhores universidades do mundo (Stanford); António Borges rompe com o status quo em termos de propostas políticas, já que olha de forma coerente para o futuro; António Borges é criticado (vejam-se as páginas web do expresso, ou leia-se a si mesma) não pelo que é, pelo que diz ou pelo que pensa, mas pelo facto de ter os apoios que tem; António Borges é, entre outras coisas, também por isso um potencial líder emergente (repare que eu em nenhuma das intervenções anteriores afirmei que AB é um líder, mas que é uma opção muito forte a considerar!). 2. Quanto a este ponto já me pronunciei atrás, noutra intervenção. 3. Este é um debate sem saída! Não fez e não faz, o Bloco de Esquerda, exactamente isso que diz? Quer perspectivar um debate político “perfeito”? Eu também o censuro, também não lhe dou tréguas, contudo temos que viver com o que temos (ainda que não percamos o sonho do horizonte!). Como diz um amigo meu, comunista militante, há que lidar com o que temos... sem perder nunca, nunca o caminho da Utopia! Ao K, de novo 16:34 8 Agosto 2001 Deixando aquilo em que concordamos (e que é muito do que escreve), talvez pegar no que podemos debater um pouco.1 - Líderes chegados de fora do «aparelho»:não me parece que isso seja à partida prova de isenção, afastamento da pressão de lobbies internos (ao partido) e externos, visão descomprometida e propostas inovadoras; pode acontecer, como bem diz, mas eu não gostaria é que, porque deu certo uma vez, se possa daí tirar a ilação de que é uma «regra de ouro» a observar. 2 -importa ganhar as eleições ao PS porque este é um cataclismo para o país, não para termos mais do mesmo; por isso não acredito, por muito que mo queiram fazer crer, que o PSD está em condições de ser governo só porque, de repente, se viu o que o PS está a fazer ao país; se não apresentar uma alternativa de poder credível, o que até agora ainda não fez, o PSD não ganhará eleições, com ou sem Durão Barroso; e para o fazer é necessário que quem lidera o partido seja capaz de perceber que precisa de uma equipa forte e empenhada a trabalhar num projecto válido, e isso até Durão poderá fazer; não chega (não é o principal, pelo menos)ter um líder forte, carismático ou popular - se assim fosse o PP poderia estar em condições de ganhar as eleições (isto a acreditar nas sondagens que dão o Dr. Paulo Portas como o líder mais popular!)3 - não me parece que algum dos partidos com assento parlamentar tenha mostrado já disponibilidade (ou capacidade) para repensar a sua prática política para além dos esteriótipos vigentes no sistema de alternância de poder que conhecemos e praticamos, e isso sim, é o que me parece ser uma necessidade imperiosa. K, o Agrimensor 15:55 8 Agosto 2001 Em resposta à Senhora das 15:33

Minha Senhora, Não sei quem é, mas vejo pelas suas palavras que leu, noutras ocasiões, intervenções minhas neste espaço; está, portanto, em vantagem, já que, não me conhecendo, me conhece, ainda assim, melhor que eu a conheço a si. Noto-lhe, no entanto, algo que me faz responder-lhe prontamente e de forma séria: a capacidade de discordar, mantendo alto o nível. Confesso-lhe que, nos dias que correm, tal virtude não me parece abundar! Vejamos então: 1. Quanto ao “endeusamento”, concordo inteiramente consigo; livre-nos “Deus” de iluminados e de soluções messiânicas. 1.1. Não é, portanto, nesse campo que me encontro; e devo dizer-lhe que a tal notícia do voo TWA, aqui no Expresso, me pareceu estar bem para lá do ridículo... 2. Eu, ao contrário de si, não sou do PSD; militei, em tempos, no PP, de onde saí velozmente. 2.1. E fi-lo pela mesma razão que me leva a duvidar dessa sua boa fé, num político de um qualquer aparelho partidário que, dia a dia, consiga provar ao país a sua capacidade governativa; impera nos partidos uma “regra”, a que Michels chamou lei de bronze das oligarquias, que, na prática, não augura, por princípio, nada de bom... 2.2. Portanto, para mim, alguém que vem de fora, na actual conjuntura, e depois de olhar seriamente para os partidos existentes, e para as actividades a que se dedicam, traz consigo uma mais-valia considerável. 3. Aliás, aquele que foi, indiscutivelmente, o melhor primeiro ministro deste país – Cavaco Silva – gozou precisamente dessa vantagem... o distanciamento do aparelho. 3.1. Digo-o tranquilamente, porque fui seu opositor. 4. Quanto à possibilidade de algumas manobras “secarem” António Borges, não posso deixar de concordar... 5. Sou, no entanto, daqueles que acreditam! 6. Para lá de que o PPD com Durão Barroso não ganha as próximas eleições... é o PS que as perde! E isso Portugal não merece! Ao K 15:33 8 Agosto 2001 sobre a sua argumentação pró-Borges!

Pois é, caro K, apesar de muito lhe admirar as intervenções neste espaço não posso negar uma forte desilusão com o seu empenhamento na promoção da figura de António Borges. E não porque tenha nada contra o senhor em questão, mas porque a simples atitude de alguns sectores do PSD em procurarem afanosamente um líder alternativo e messiânico me parece um erro estratégico imperdoável no momento presente. Bem sei que Durão é o que é, isto é, pouco, muito pouco como líder da oposição e candidato a primeiro ministro, mas um partido que dá de si próprio esta imagem de orfandade política, de desorganização interna, de divisão em lobbies mais ou menos ao sabor dos «encostos» ao grande capital não augura nada de novo, e muito menos de bom, para um governo que se precisa diferente da maralha socialista que (des)governa este país há seis anos. Sou do PSD e não gosto de Durão Barroso, nem estou saudosa de nenhum dos antigos líderes ou enfeudada a qualquer potencial e folclórico candidato a presidente do partido, mas entendo que um novo líder se encontra na prática política diária de uma oposição consciente e consistente, na vivência interna das lutas do partido, na elaboração de um projecto político novo e alternativo para propor ao país. Depois de António Borges fazer isso, se o fizer, talvez sim pensar nele como uma possibilidade de futuro líder do PSD, não agora tendo feito apenas uma aterragem em Lisboa para dizer umas coisas. Independentemente do valor das mesmas ou da competência do dito senhor, que não questiono. Até porque endeusá-lo agora pode ser a melhor forma de o «secar» rapidamente. Pense nisso! 15:32 8 Agosto 2001 SR. FX / Chega

Então não está tudo nos conformes ? O PSD tem um líder simpático . O CDS tem o líder que merece . O PS tem de sofrer a erosão . Não há recessão económica . A inflação é zero . O tempo melhorou . E até o Benfica já ganha ! FX 15:01 8 Agosto 2001 Chega

Não tenho nada contra o Homem, mas será que não há ninguém dentro do PSD que esteja lúcido e que veja que o Dr Durão nunca será oposição ao Dr Tony, quanto mais futuro 1º Ministro? Pelo amor de Deus, mudem o Homem, é que com um PSD deste o PS nem precisa de oposição. K, o Agrimensor 14:56 8 Agosto 2001 Não à beira de um ataque de nervos, mas à beira mágoa plantado

Só um muito breve reparo: não à beira de um ataque de nervos, antes à beira mágoa plantado (como o poeta!). E digo-lhe porquê. Porque vejo no nosso país, sábios e experientes doutores, preocupados com a situação do país e que gostam, pelo menos aparentemente, da polémica, perderem-se num mar de negativismo, de crítica fácil e de visões conspirativas da sociedade... Senhores que, quais velhos do Restelo, não perdem uma oportunidade para criticar aquilo que não se disponibilizam a fazer, e aqueles que têm disponibilidade para tal. Já se questionou, porque é que o António Mendo Castel-Branco Borges, com uma carreira toda feita fora do país – de imenso prestigio, nunca é excessivo dizer! -, a ganhar num mês o que um primeiro ministro ganha num ano, sem ter que se sujeitar à baixa crítica e ao olhar de todos, se disponibiliza, ainda assim, a trocar tudo por um desafio chamado Portugal? Se ainda conseguir encontrar, no fundo da sua pessoa, uma resposta construtiva e positiva a esta questão estar-me-á a dar uma grande alegria! Cumprimentos. < anteriores seguintes >

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Os Brutus de Durão Durão Barroso é o líder legítimo do PSD, que deve conduzir de acordo com o mandato que tem. Mais coisa menos coisa foi isto que Dias Loureiro veio dizer, acrescentando que ninguém no PSD quer ser D. Sebastião. Como no entanto toda a gente sabe, em política a legitimidade formal não chega. Os partidos existem para alcançar e exercer o poder de acordo com as ideias que defendem. E os seus militantes o que querem é um líder que consiga atingir esse objectivo. Se não o fizer, pedirão a sua cabeça. O PS tem os seus mártires nesta matéria, o PSD também já conta com alguns. Como no entanto toda a gente sabe, em política a legitimidade formal não chega. Os partidos existem para alcançar e exercer o poder de acordo com as ideias que defendem. E os seus militantes o que querem é um líder que consiga atingir esse objectivo. Se não o fizer, pedirão a sua cabeça. O PS tem os seus mártires nesta matéria, o PSD também já conta com alguns. Ora Durão não é um líder que entusiasme nem os militantes sociais-democratas, nem o eleitorado do país. É verdade que não é fácil ser líder de oposição e não é ela que ganha eleições, mas os Governos que as perdem. E, por isso, a Durão Barroso tem pelo menos de se creditar o facto de, em condições muito difíceis, ter aguentado as críticas dos barões do partido, as farpas dos comentadores televisivos laranjas e a disputa da sua liderança por Santana Lopes e Marques Mendes, desafio que venceu. E, tendo passado por todas essas provações, Durão aparece agora em condições de agarrar o poder que os socialistas vão aparentemente largar. Ora Durão não é um líder que entusiasme nem os militantes sociais-democratas, nem o eleitorado do país. É verdade que não é fácil ser líder de oposição e não é ela que ganha eleições, mas os Governos que as perdem. E, por isso, a Durão Barroso tem pelo menos de se creditar o facto de, em condições muito difíceis, ter aguentado as críticas dos barões do partido, as farpas dos comentadores televisivos laranjas e a disputa da sua liderança por Santana Lopes e Marques Mendes, desafio que venceu. E, tendo passado por todas essas provações, Durão aparece agora em condições de agarrar o poder que os socialistas vão aparentemente largar. Acontece contudo que para suportar tempos maus há poucos candidatos, ao contrário do que acontece quando se começa a ver a terra prometida. Santana Lopes, se ganhar a Câmara de Lisboa, é um forte candidato a presidente do PSD. Marques Mendes não desistiu da ideia. Marcelo Rebelo de Sousa está desejoso de regressar ao cargo que já ocupou. António Borges está à espreita. E mesmo Dias Loureiro não é uma carta fora do baralho. Acontece contudo que para suportar tempos maus há poucos candidatos, ao contrário do que acontece quando se começa a ver a terra prometida. Santana Lopes, se ganhar a Câmara de Lisboa, é um forte candidato a presidente do PSD. Marques Mendes não desistiu da ideia. Marcelo Rebelo de Sousa está desejoso de regressar ao cargo que já ocupou. António Borges está à espreita. E mesmo Dias Loureiro não é uma carta fora do baralho. Durão tem assim mais uma prova para enfrentar - a das eleições autárquicas. Mesmo que o PSD tenha a maioria das câmaras, se não ganhar Lisboa ou Porto o resultado saberá a derrota. Se vencer na capital, Durão vai a votos em 2003 à frente do PSD. Mas se perder, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros será afastado no próximo congresso dos sociais-democratas em 2002. Durão tem assim mais uma prova para enfrentar - a das eleições autárquicas. Mesmo que o PSD tenha a maioria das câmaras, se não ganhar Lisboa ou Porto o resultado saberá a derrota. Se vencer na capital, Durão vai a votos em 2003 à frente do PSD. Mas se perder, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros será afastado no próximo congresso dos sociais-democratas em 2002. Até lá, Durão tem pelo menos uma vantagem em relação a Júlio César. Ele sabe quem são os Brutus que o querem assassinar. Não é um seguro de vida. Mas evita, pelo menos, que seja apanhado de surpresa. Até lá, Durão tem pelo menos uma vantagem em relação a Júlio César. Ele sabe quem são os Brutus que o querem assassinar. Não é um seguro de vida. Mas evita, pelo menos, que seja apanhado de surpresa. 12:59 6 Agosto 2001

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enviar imprimir fórum comentar [111] Cantabria Até me admira a falta de um comentário aqui... Até estou pasmado com a falta do comentário do meu colega de escola e ex-grande "facho", o Sotto Mayor ! Pode ser que se tenha arrependido de ter descambado para a esquerda e visto realmente onde está o lado da razão. Quanto aos brutus do PS, e que tal uma Jamila não-sei-quê ? Uma esperança para as prostitutas portuguesas terem uma reformazinha de um trabalho que afinal é tão justo como os restantes, é tão digno prostituir-se como ser médico, ser deputado ou ser engenheiro !?!?!? Tenha dó, e comecem a usar a cabeçinha para pensar, ok ? Não era má ideia ! 200108091607 Ó 06:44 9 Agosto 2001: Não foi ao ser repescado que Salazar se colou ao governo meio século? E nos deixou esta herança espectacular a que assitimos nos nossos dias? No fim da era Salazarista só nos restava Marcello Caetano. Hoje só nos resta Cavaco Silva. Estamos fritos... 200108091603 E o Dr. Cavaco Silva? Começa a correr insistentemente que se disporia a disputar a chefia do Governo. Grande parte do PSD exultaria, e mesmo os cidadãos em geral, depois da triste figura do Engº Guterres, propenderiam para esquecer irritações passadas e privilegiar a sua imagem de seriedade e competência. Vamos ver. 200108090644 Raul Santos A. Borges Apreciaria muito a fineza de me explicarem (Nicolau Santos tem aqui tema para novo artigo) quais são as ideias inovadoras que António Borges tem para apresentar ao país. O corte da despesa pública, "menos Estado e melhor Estado", o combate à corrupção, etc., podem ser ideias boas, mas não são inovadoras. Onde estão as outras? Desde já, obrigado. 200108090235 António Gomes Teoria da conspiração A função da política (ou talvez devesse dizer a função política) não é a mera luta pelo poder. É verdade que esta lhe é conatural, mas esta dá-se, ou deve dar-se, para a concretização de um projecto político, que o mesmo é dizer, de um projecto social. A natureza humana faz com que, muitas vezes, se esqueça o propósito do exercício do poder, colocando no seu lugar a vaidade. Infelizmente os comentadores políticos, que poderiam assumir um papel de "consciência critica" que obrigasse ao confronto dos actores políticos com a sua missão, impondo-lhes que se ativessem à sua razão de ser, empurram-nos para a arena da política conspirativa onde o que importa não é a prossecução dos valores superiores, mas o espectáculo. A intriga, a traição e o sangue vendem mais jornais do que a ausência de notícias, por isso não faz mal lançar boatos e outras perfídias que gerem o tal espectáculo. Quero apenas lembrar que o que a nossa sociedade é depende da responsabilidade com que assume o seu papel. Não vejo grande diferença entre quem instiga e que comete o crime. 200108090228 Afinal <<Ao K 15:33 8 Agosto 2001 sobre a sua argumentação pró-Borges!>> é do PSD, como podia ser do Sporting, do Benfica ou do Marítimo. É "clubista", mas não gosta dos jogadores. Esta, a alma portuguesa contemporânea: o "clubismo endémico" de um país euro-adiado. 200108082318 Ó Nicolau Santos: Durão e D. Sebastião até têm uma afinidade visível. Ambos estão a coberto de intenso nevoeiro... 200108082310 Duvidador-Mor Ó franco-atirador és mercenário ou paramilitar na Bolivia? 200108081903 K, o Agrimensor Para a Senhora que corre! Pelo que me deixa ver concordamos em vários pontos. Também tenho que sair, por hoje (e correr, porque tenho muito trabalho a fazer!). Voltarei amanhã, para ver como as coisas continuaram. Contudo, não deixe de me contactar pelo e-mail; terei todo o gosto de continuar a discutir, dessa feita com mais tempo e atenção, alguns destes pontos. Cumprimentos. 200108081730 "franco-atirador" Michels Não discordo do que diz K, mas o que fortalece as oligarquias hoje é o primado do poder económico, o que não acontecia no tempo de Michels. Ou seja, o problema é ainda mais grave hoje do que era no primeiro quartel do século XX. É dando mais poder à comunidade - e libertando-a das correntes do partidarismo - que se pode começar a contrariar o poder absoluto das oligarquias que integram o poder económico internacional, os partidos políticos e a comunicação social. E procurando um fiel de balança capaz de ir recolocando o carro nos trilhos. Não a solução fascista de Michels, mas uma Republica presidencialista ou uma Monarquia, em que o Chefe de Estado seja, ou nomeie livremente, o chefe do governo. Tudo com uma razoável componente refendária. E umas Forças Armadas que sirvam de suporte ao poder legítimo democrático. Com efeito, hoje em dia só uma aliança entre um chefe de estado independente, uma comunidade activa e esclarecida e umas forças armadas vigilantes, pode contrariar o tremendo poder dos interesses económicos transnacionais. Reconheço que tudo isto tem os seus perigos, mas tudo é preferivel a esta oligarquia (por enquanto) de rosto humano mas práticas tirânicas. 200108081730 Ao K, uma vez mais dois ou três apontamentos a correr...só para alimentar o diálogo, que logo hoje o trabalho impõe-se! 1 -AB e as elites - porque não? qual o problema? não queremos mais um primeiro ministro saído ali do café da esquina, capaz de falar alto para uma assistência de papalvos, mas que olha para o céu e se engasga à primeira pergunta mais técnica ou a exigir verdadeiro saber. O problema não está aí, sabemos que os verdadeiros líderes podem emergir das elites, mas são reconhecidos como tal por todos - é isso que os torna genuínos e credíveis. 2 - AB é potencialmenteum bom candidato a líder? Claro! Não será é o único e não só pelas razões que aponta; sê-lo-á, sobretudo, se souber olhar o país que somos, as gentes que temos e identificar-se com as nossas necessidades e idiossincrasias. E será que a garantia de que o poderá fazer reside na sua competência técnica ou porque tem muito amor pela sua propriedade em Alter do Chão (?)? 3 - Bloco de Esquerda: um caso interessante a debater com tempo; uma possível lição para outras aplicações, mais consentâneas com outras posturas, outra ideologia; um exemplo não dispiciendo, todavia; mas há necessidade de mais, de melhor, de mais continuado e mais abrangente. A correr,a correr, por agora. 200108081725 K, o Agrimensor Comentário ao Franco Atirador Essa é uma questão complicada. É verdade que tem razão! Mas conhece algum sistema, não direi melhor, mas menos perigoso? Saberá certamente, se conhece Robert Michels, que este, bem como Gustave Le Bon (o homem da Psicologia das Massas) tiveram relações muito próximas com o partido fascista italiano... Resta aquilo que Michels e Ostrogowsky também referenciaram... a circulação das elites! E hoje em dia, as forças de pressão, capazes de movimentar essa circulação, são consideravelmente maiores e mais diversificadas que na altura em que cada um deles escreveu os seus textos. Daí a possibilidade de alguém de fora... poder entrar! 200108081715 "franco-atirador" Michels Algo está a melhorar nestas discussões, quando há quem cite Robert Michels! Mas é preciso tirar dessas referências todas as conclusões: todos os partidos são instrumentos oligárquicos, e não há nada que os possa regenerar. Para nos livrarmos da oligarquia teremos de reduzir os partidos à sua legítima insignificância. Logo, o que se passa dentro dos partidos pode ser relevante para eles, mas não o é para o país. 200108081704 K, o Agrimensor Em resposta, novamente, à Senhora das 16:34 Vamos a isso: 1. Os líderes têm traços passíveis de definição? Alguns acharão que sim; conseguirão até defini-los centrando-se num “Carisma”. Eu não creio! Os líderes são emergentes, falam a linguagem dos que querem liderar e a linguagem das elites. António Borges fala com simplicidade, com objectividade, é claro e empático; António Borges fala a linguagem das elites (não faltarão críticas de outros comentadores a esta afirmação!), até porque é Master e Ph.D. numa das melhores universidades do mundo (Stanford); António Borges rompe com o status quo em termos de propostas políticas, já que olha de forma coerente para o futuro; António Borges é criticado (vejam-se as páginas web do expresso, ou leia-se a si mesma) não pelo que é, pelo que diz ou pelo que pensa, mas pelo facto de ter os apoios que tem; António Borges é, entre outras coisas, também por isso um potencial líder emergente (repare que eu em nenhuma das intervenções anteriores afirmei que AB é um líder, mas que é uma opção muito forte a considerar!). 2. Quanto a este ponto já me pronunciei atrás, noutra intervenção. 3. Este é um debate sem saída! Não fez e não faz, o Bloco de Esquerda, exactamente isso que diz? Quer perspectivar um debate político “perfeito”? Eu também o censuro, também não lhe dou tréguas, contudo temos que viver com o que temos (ainda que não percamos o sonho do horizonte!). Como diz um amigo meu, comunista militante, há que lidar com o que temos... sem perder nunca, nunca o caminho da Utopia! 200108081657 Ao K, de novo Deixando aquilo em que concordamos (e que é muito do que escreve), talvez pegar no que podemos debater um pouco.1 - Líderes chegados de fora do «aparelho»:não me parece que isso seja à partida prova de isenção, afastamento da pressão de lobbies internos (ao partido) e externos, visão descomprometida e propostas inovadoras; pode acontecer, como bem diz, mas eu não gostaria é que, porque deu certo uma vez, se possa daí tirar a ilação de que é uma «regra de ouro» a observar. 2 -importa ganhar as eleições ao PS porque este é um cataclismo para o país, não para termos mais do mesmo; por isso não acredito, por muito que mo queiram fazer crer, que o PSD está em condições de ser governo só porque, de repente, se viu o que o PS está a fazer ao país; se não apresentar uma alternativa de poder credível, o que até agora ainda não fez, o PSD não ganhará eleições, com ou sem Durão Barroso; e para o fazer é necessário que quem lidera o partido seja capaz de perceber que precisa de uma equipa forte e empenhada a trabalhar num projecto válido, e isso até Durão poderá fazer; não chega (não é o principal, pelo menos)ter um líder forte, carismático ou popular - se assim fosse o PP poderia estar em condições de ganhar as eleições (isto a acreditar nas sondagens que dão o Dr. Paulo Portas como o líder mais popular!)3 - não me parece que algum dos partidos com assento parlamentar tenha mostrado já disponibilidade (ou capacidade) para repensar a sua prática política para além dos esteriótipos vigentes no sistema de alternância de poder que conhecemos e praticamos, e isso sim, é o que me parece ser uma necessidade imperiosa. 200108081634 K, o Agrimensor Em resposta à Senhora das 15:33 Minha Senhora, Não sei quem é, mas vejo pelas suas palavras que leu, noutras ocasiões, intervenções minhas neste espaço; está, portanto, em vantagem, já que, não me conhecendo, me conhece, ainda assim, melhor que eu a conheço a si. Noto-lhe, no entanto, algo que me faz responder-lhe prontamente e de forma séria: a capacidade de discordar, mantendo alto o nível. Confesso-lhe que, nos dias que correm, tal virtude não me parece abundar! Vejamos então: 1. Quanto ao “endeusamento”, concordo inteiramente consigo; livre-nos “Deus” de iluminados e de soluções messiânicas. 1.1. Não é, portanto, nesse campo que me encontro; e devo dizer-lhe que a tal notícia do voo TWA, aqui no Expresso, me pareceu estar bem para lá do ridículo... 2. Eu, ao contrário de si, não sou do PSD; militei, em tempos, no PP, de onde saí velozmente. 2.1. E fi-lo pela mesma razão que me leva a duvidar dessa sua boa fé, num político de um qualquer aparelho partidário que, dia a dia, consiga provar ao país a sua capacidade governativa; impera nos partidos uma “regra”, a que Michels chamou lei de bronze das oligarquias, que, na prática, não augura, por princípio, nada de bom... 2.2. Portanto, para mim, alguém que vem de fora, na actual conjuntura, e depois de olhar seriamente para os partidos existentes, e para as actividades a que se dedicam, traz consigo uma mais-valia considerável. 3. Aliás, aquele que foi, indiscutivelmente, o melhor primeiro ministro deste país – Cavaco Silva – gozou precisamente dessa vantagem... o distanciamento do aparelho. 3.1. Digo-o tranquilamente, porque fui seu opositor. 4. Quanto à possibilidade de algumas manobras “secarem” António Borges, não posso deixar de concordar... 5. Sou, no entanto, daqueles que acreditam! 6. Para lá de que o PPD com Durão Barroso não ganha as próximas eleições... é o PS que as perde! E isso Portugal não merece! 200108081555 Ao K sobre a sua argumentação pró-Borges! Pois é, caro K, apesar de muito lhe admirar as intervenções neste espaço não posso negar uma forte desilusão com o seu empenhamento na promoção da figura de António Borges. E não porque tenha nada contra o senhor em questão, mas porque a simples atitude de alguns sectores do PSD em procurarem afanosamente um líder alternativo e messiânico me parece um erro estratégico imperdoável no momento presente. Bem sei que Durão é o que é, isto é, pouco, muito pouco como líder da oposição e candidato a primeiro ministro, mas um partido que dá de si próprio esta imagem de orfandade política, de desorganização interna, de divisão em lobbies mais ou menos ao sabor dos «encostos» ao grande capital não augura nada de novo, e muito menos de bom, para um governo que se precisa diferente da maralha socialista que (des)governa este país há seis anos. Sou do PSD e não gosto de Durão Barroso, nem estou saudosa de nenhum dos antigos líderes ou enfeudada a qualquer potencial e folclórico candidato a presidente do partido, mas entendo que um novo líder se encontra na prática política diária de uma oposição consciente e consistente, na vivência interna das lutas do partido, na elaboração de um projecto político novo e alternativo para propor ao país. Depois de António Borges fazer isso, se o fizer, talvez sim pensar nele como uma possibilidade de futuro líder do PSD, não agora tendo feito apenas uma aterragem em Lisboa para dizer umas coisas. Independentemente do valor das mesmas ou da competência do dito senhor, que não questiono. Até porque endeusá-lo agora pode ser a melhor forma de o «secar» rapidamente. Pense nisso! 200108081533 SR. FX / Chega Então não está tudo nos conformes ? O PSD tem um líder simpático . O CDS tem o líder que merece . O PS tem de sofrer a erosão . Não há recessão económica . A inflação é zero . O tempo melhorou . E até o Benfica já ganha ! 200108081532 FX Chega Não tenho nada contra o Homem, mas será que não há ninguém dentro do PSD que esteja lúcido e que veja que o Dr Durão nunca será oposição ao Dr Tony, quanto mais futuro 1º Ministro? Pelo amor de Deus, mudem o Homem, é que com um PSD deste o PS nem precisa de oposição. 200108081501 K, o Agrimensor Não à beira de um ataque de nervos, mas à beira mágoa plantado Só um muito breve reparo: não à beira de um ataque de nervos, antes à beira mágoa plantado (como o poeta!). E digo-lhe porquê. Porque vejo no nosso país, sábios e experientes doutores, preocupados com a situação do país e que gostam, pelo menos aparentemente, da polémica, perderem-se num mar de negativismo, de crítica fácil e de visões conspirativas da sociedade... Senhores que, quais velhos do Restelo, não perdem uma oportunidade para criticar aquilo que não se disponibilizam a fazer, e aqueles que têm disponibilidade para tal. Já se questionou, porque é que o António Mendo Castel-Branco Borges, com uma carreira toda feita fora do país – de imenso prestigio, nunca é excessivo dizer! -, a ganhar num mês o que um primeiro ministro ganha num ano, sem ter que se sujeitar à baixa crítica e ao olhar de todos, se disponibiliza, ainda assim, a trocar tudo por um desafio chamado Portugal? Se ainda conseguir encontrar, no fundo da sua pessoa, uma resposta construtiva e positiva a esta questão estar-me-á a dar uma grande alegria! Cumprimentos. 200108081456

Comentários

41 a 60 de 111 Cantabria 16:07 9 Agosto 2001 Até me admira a falta de um comentário aqui...

Até estou pasmado com a falta do comentário do meu colega de escola e ex-grande "facho", o Sotto Mayor ! Pode ser que se tenha arrependido de ter descambado para a esquerda e visto realmente onde está o lado da razão. Quanto aos brutus do PS, e que tal uma Jamila não-sei-quê ? Uma esperança para as prostitutas portuguesas terem uma reformazinha de um trabalho que afinal é tão justo como os restantes, é tão digno prostituir-se como ser médico, ser deputado ou ser engenheiro !?!?!? Tenha dó, e comecem a usar a cabeçinha para pensar, ok ? Não era má ideia ! 16:03 9 Agosto 2001 Ó 06:44 9 Agosto 2001: Não foi ao ser repescado que Salazar se colou ao governo meio século? E nos deixou esta herança espectacular a que assitimos nos nossos dias? No fim da era Salazarista só nos restava Marcello Caetano. Hoje só nos resta Cavaco Silva. Estamos fritos... 06:44 9 Agosto 2001 E o Dr. Cavaco Silva? Começa a correr insistentemente que se disporia a disputar a chefia do Governo. Grande parte do PSD exultaria, e mesmo os cidadãos em geral, depois da triste figura do Engº Guterres, propenderiam para esquecer irritações passadas e privilegiar a sua imagem de seriedade e competência. Vamos ver. Raul Santos 02:35 9 Agosto 2001 A. Borges

Apreciaria muito a fineza de me explicarem (Nicolau Santos tem aqui tema para novo artigo) quais são as ideias inovadoras que António Borges tem para apresentar ao país. O corte da despesa pública, "menos Estado e melhor Estado", o combate à corrupção, etc., podem ser ideias boas, mas não são inovadoras. Onde estão as outras? Desde já, obrigado. António Gomes 02:28 9 Agosto 2001 Teoria da conspiração

A função da política (ou talvez devesse dizer a função política) não é a mera luta pelo poder. É verdade que esta lhe é conatural, mas esta dá-se, ou deve dar-se, para a concretização de um projecto político, que o mesmo é dizer, de um projecto social. A natureza humana faz com que, muitas vezes, se esqueça o propósito do exercício do poder, colocando no seu lugar a vaidade. Infelizmente os comentadores políticos, que poderiam assumir um papel de "consciência critica" que obrigasse ao confronto dos actores políticos com a sua missão, impondo-lhes que se ativessem à sua razão de ser, empurram-nos para a arena da política conspirativa onde o que importa não é a prossecução dos valores superiores, mas o espectáculo. A intriga, a traição e o sangue vendem mais jornais do que a ausência de notícias, por isso não faz mal lançar boatos e outras perfídias que gerem o tal espectáculo. Quero apenas lembrar que o que a nossa sociedade é depende da responsabilidade com que assume o seu papel. Não vejo grande diferença entre quem instiga e que comete o crime. 23:18 8 Agosto 2001 Afinal <<Ao K 15:33 8 Agosto 2001 sobre a sua argumentação pró-Borges!>> é do PSD, como podia ser do Sporting, do Benfica ou do Marítimo. É "clubista", mas não gosta dos jogadores. Esta, a alma portuguesa contemporânea: o "clubismo endémico" de um país euro-adiado. 23:10 8 Agosto 2001 Ó Nicolau Santos: Durão e D. Sebastião até têm uma afinidade visível. Ambos estão a coberto de intenso nevoeiro... Duvidador-Mor 19:03 8 Agosto 2001 Ó franco-atirador és mercenário ou paramilitar na Bolivia? K, o Agrimensor 17:30 8 Agosto 2001 Para a Senhora que corre!

Pelo que me deixa ver concordamos em vários pontos. Também tenho que sair, por hoje (e correr, porque tenho muito trabalho a fazer!). Voltarei amanhã, para ver como as coisas continuaram. Contudo, não deixe de me contactar pelo e-mail; terei todo o gosto de continuar a discutir, dessa feita com mais tempo e atenção, alguns destes pontos. Cumprimentos. "franco-atirador" 17:30 8 Agosto 2001 Michels

Não discordo do que diz K, mas o que fortalece as oligarquias hoje é o primado do poder económico, o que não acontecia no tempo de Michels. Ou seja, o problema é ainda mais grave hoje do que era no primeiro quartel do século XX. É dando mais poder à comunidade - e libertando-a das correntes do partidarismo - que se pode começar a contrariar o poder absoluto das oligarquias que integram o poder económico internacional, os partidos políticos e a comunicação social. E procurando um fiel de balança capaz de ir recolocando o carro nos trilhos. Não a solução fascista de Michels, mas uma Republica presidencialista ou uma Monarquia, em que o Chefe de Estado seja, ou nomeie livremente, o chefe do governo. Tudo com uma razoável componente refendária. E umas Forças Armadas que sirvam de suporte ao poder legítimo democrático. Com efeito, hoje em dia só uma aliança entre um chefe de estado independente, uma comunidade activa e esclarecida e umas forças armadas vigilantes, pode contrariar o tremendo poder dos interesses económicos transnacionais. Reconheço que tudo isto tem os seus perigos, mas tudo é preferivel a esta oligarquia (por enquanto) de rosto humano mas práticas tirânicas. Ao K, uma vez mais 17:25 8 Agosto 2001 dois ou três apontamentos a correr...só para alimentar o diálogo, que logo hoje o trabalho impõe-se!

1 -AB e as elites - porque não? qual o problema? não queremos mais um primeiro ministro saído ali do café da esquina, capaz de falar alto para uma assistência de papalvos, mas que olha para o céu e se engasga à primeira pergunta mais técnica ou a exigir verdadeiro saber. O problema não está aí, sabemos que os verdadeiros líderes podem emergir das elites, mas são reconhecidos como tal por todos - é isso que os torna genuínos e credíveis. 2 - AB é potencialmenteum bom candidato a líder? Claro! Não será é o único e não só pelas razões que aponta; sê-lo-á, sobretudo, se souber olhar o país que somos, as gentes que temos e identificar-se com as nossas necessidades e idiossincrasias. E será que a garantia de que o poderá fazer reside na sua competência técnica ou porque tem muito amor pela sua propriedade em Alter do Chão (?)? 3 - Bloco de Esquerda: um caso interessante a debater com tempo; uma possível lição para outras aplicações, mais consentâneas com outras posturas, outra ideologia; um exemplo não dispiciendo, todavia; mas há necessidade de mais, de melhor, de mais continuado e mais abrangente. A correr,a correr, por agora. K, o Agrimensor 17:15 8 Agosto 2001 Comentário ao Franco Atirador

Essa é uma questão complicada. É verdade que tem razão! Mas conhece algum sistema, não direi melhor, mas menos perigoso? Saberá certamente, se conhece Robert Michels, que este, bem como Gustave Le Bon (o homem da Psicologia das Massas) tiveram relações muito próximas com o partido fascista italiano... Resta aquilo que Michels e Ostrogowsky também referenciaram... a circulação das elites! E hoje em dia, as forças de pressão, capazes de movimentar essa circulação, são consideravelmente maiores e mais diversificadas que na altura em que cada um deles escreveu os seus textos. Daí a possibilidade de alguém de fora... poder entrar! "franco-atirador" 17:04 8 Agosto 2001 Michels

Algo está a melhorar nestas discussões, quando há quem cite Robert Michels! Mas é preciso tirar dessas referências todas as conclusões: todos os partidos são instrumentos oligárquicos, e não há nada que os possa regenerar. Para nos livrarmos da oligarquia teremos de reduzir os partidos à sua legítima insignificância. Logo, o que se passa dentro dos partidos pode ser relevante para eles, mas não o é para o país. K, o Agrimensor 16:57 8 Agosto 2001 Em resposta, novamente, à Senhora das 16:34

Vamos a isso: 1. Os líderes têm traços passíveis de definição? Alguns acharão que sim; conseguirão até defini-los centrando-se num “Carisma”. Eu não creio! Os líderes são emergentes, falam a linguagem dos que querem liderar e a linguagem das elites. António Borges fala com simplicidade, com objectividade, é claro e empático; António Borges fala a linguagem das elites (não faltarão críticas de outros comentadores a esta afirmação!), até porque é Master e Ph.D. numa das melhores universidades do mundo (Stanford); António Borges rompe com o status quo em termos de propostas políticas, já que olha de forma coerente para o futuro; António Borges é criticado (vejam-se as páginas web do expresso, ou leia-se a si mesma) não pelo que é, pelo que diz ou pelo que pensa, mas pelo facto de ter os apoios que tem; António Borges é, entre outras coisas, também por isso um potencial líder emergente (repare que eu em nenhuma das intervenções anteriores afirmei que AB é um líder, mas que é uma opção muito forte a considerar!). 2. Quanto a este ponto já me pronunciei atrás, noutra intervenção. 3. Este é um debate sem saída! Não fez e não faz, o Bloco de Esquerda, exactamente isso que diz? Quer perspectivar um debate político “perfeito”? Eu também o censuro, também não lhe dou tréguas, contudo temos que viver com o que temos (ainda que não percamos o sonho do horizonte!). Como diz um amigo meu, comunista militante, há que lidar com o que temos... sem perder nunca, nunca o caminho da Utopia! Ao K, de novo 16:34 8 Agosto 2001 Deixando aquilo em que concordamos (e que é muito do que escreve), talvez pegar no que podemos debater um pouco.1 - Líderes chegados de fora do «aparelho»:não me parece que isso seja à partida prova de isenção, afastamento da pressão de lobbies internos (ao partido) e externos, visão descomprometida e propostas inovadoras; pode acontecer, como bem diz, mas eu não gostaria é que, porque deu certo uma vez, se possa daí tirar a ilação de que é uma «regra de ouro» a observar. 2 -importa ganhar as eleições ao PS porque este é um cataclismo para o país, não para termos mais do mesmo; por isso não acredito, por muito que mo queiram fazer crer, que o PSD está em condições de ser governo só porque, de repente, se viu o que o PS está a fazer ao país; se não apresentar uma alternativa de poder credível, o que até agora ainda não fez, o PSD não ganhará eleições, com ou sem Durão Barroso; e para o fazer é necessário que quem lidera o partido seja capaz de perceber que precisa de uma equipa forte e empenhada a trabalhar num projecto válido, e isso até Durão poderá fazer; não chega (não é o principal, pelo menos)ter um líder forte, carismático ou popular - se assim fosse o PP poderia estar em condições de ganhar as eleições (isto a acreditar nas sondagens que dão o Dr. Paulo Portas como o líder mais popular!)3 - não me parece que algum dos partidos com assento parlamentar tenha mostrado já disponibilidade (ou capacidade) para repensar a sua prática política para além dos esteriótipos vigentes no sistema de alternância de poder que conhecemos e praticamos, e isso sim, é o que me parece ser uma necessidade imperiosa. K, o Agrimensor 15:55 8 Agosto 2001 Em resposta à Senhora das 15:33

Minha Senhora, Não sei quem é, mas vejo pelas suas palavras que leu, noutras ocasiões, intervenções minhas neste espaço; está, portanto, em vantagem, já que, não me conhecendo, me conhece, ainda assim, melhor que eu a conheço a si. Noto-lhe, no entanto, algo que me faz responder-lhe prontamente e de forma séria: a capacidade de discordar, mantendo alto o nível. Confesso-lhe que, nos dias que correm, tal virtude não me parece abundar! Vejamos então: 1. Quanto ao “endeusamento”, concordo inteiramente consigo; livre-nos “Deus” de iluminados e de soluções messiânicas. 1.1. Não é, portanto, nesse campo que me encontro; e devo dizer-lhe que a tal notícia do voo TWA, aqui no Expresso, me pareceu estar bem para lá do ridículo... 2. Eu, ao contrário de si, não sou do PSD; militei, em tempos, no PP, de onde saí velozmente. 2.1. E fi-lo pela mesma razão que me leva a duvidar dessa sua boa fé, num político de um qualquer aparelho partidário que, dia a dia, consiga provar ao país a sua capacidade governativa; impera nos partidos uma “regra”, a que Michels chamou lei de bronze das oligarquias, que, na prática, não augura, por princípio, nada de bom... 2.2. Portanto, para mim, alguém que vem de fora, na actual conjuntura, e depois de olhar seriamente para os partidos existentes, e para as actividades a que se dedicam, traz consigo uma mais-valia considerável. 3. Aliás, aquele que foi, indiscutivelmente, o melhor primeiro ministro deste país – Cavaco Silva – gozou precisamente dessa vantagem... o distanciamento do aparelho. 3.1. Digo-o tranquilamente, porque fui seu opositor. 4. Quanto à possibilidade de algumas manobras “secarem” António Borges, não posso deixar de concordar... 5. Sou, no entanto, daqueles que acreditam! 6. Para lá de que o PPD com Durão Barroso não ganha as próximas eleições... é o PS que as perde! E isso Portugal não merece! Ao K 15:33 8 Agosto 2001 sobre a sua argumentação pró-Borges!

Pois é, caro K, apesar de muito lhe admirar as intervenções neste espaço não posso negar uma forte desilusão com o seu empenhamento na promoção da figura de António Borges. E não porque tenha nada contra o senhor em questão, mas porque a simples atitude de alguns sectores do PSD em procurarem afanosamente um líder alternativo e messiânico me parece um erro estratégico imperdoável no momento presente. Bem sei que Durão é o que é, isto é, pouco, muito pouco como líder da oposição e candidato a primeiro ministro, mas um partido que dá de si próprio esta imagem de orfandade política, de desorganização interna, de divisão em lobbies mais ou menos ao sabor dos «encostos» ao grande capital não augura nada de novo, e muito menos de bom, para um governo que se precisa diferente da maralha socialista que (des)governa este país há seis anos. Sou do PSD e não gosto de Durão Barroso, nem estou saudosa de nenhum dos antigos líderes ou enfeudada a qualquer potencial e folclórico candidato a presidente do partido, mas entendo que um novo líder se encontra na prática política diária de uma oposição consciente e consistente, na vivência interna das lutas do partido, na elaboração de um projecto político novo e alternativo para propor ao país. Depois de António Borges fazer isso, se o fizer, talvez sim pensar nele como uma possibilidade de futuro líder do PSD, não agora tendo feito apenas uma aterragem em Lisboa para dizer umas coisas. Independentemente do valor das mesmas ou da competência do dito senhor, que não questiono. Até porque endeusá-lo agora pode ser a melhor forma de o «secar» rapidamente. Pense nisso! 15:32 8 Agosto 2001 SR. FX / Chega

Então não está tudo nos conformes ? O PSD tem um líder simpático . O CDS tem o líder que merece . O PS tem de sofrer a erosão . Não há recessão económica . A inflação é zero . O tempo melhorou . E até o Benfica já ganha ! FX 15:01 8 Agosto 2001 Chega

Não tenho nada contra o Homem, mas será que não há ninguém dentro do PSD que esteja lúcido e que veja que o Dr Durão nunca será oposição ao Dr Tony, quanto mais futuro 1º Ministro? Pelo amor de Deus, mudem o Homem, é que com um PSD deste o PS nem precisa de oposição. K, o Agrimensor 14:56 8 Agosto 2001 Não à beira de um ataque de nervos, mas à beira mágoa plantado

Só um muito breve reparo: não à beira de um ataque de nervos, antes à beira mágoa plantado (como o poeta!). E digo-lhe porquê. Porque vejo no nosso país, sábios e experientes doutores, preocupados com a situação do país e que gostam, pelo menos aparentemente, da polémica, perderem-se num mar de negativismo, de crítica fácil e de visões conspirativas da sociedade... Senhores que, quais velhos do Restelo, não perdem uma oportunidade para criticar aquilo que não se disponibilizam a fazer, e aqueles que têm disponibilidade para tal. Já se questionou, porque é que o António Mendo Castel-Branco Borges, com uma carreira toda feita fora do país – de imenso prestigio, nunca é excessivo dizer! -, a ganhar num mês o que um primeiro ministro ganha num ano, sem ter que se sujeitar à baixa crítica e ao olhar de todos, se disponibiliza, ainda assim, a trocar tudo por um desafio chamado Portugal? Se ainda conseguir encontrar, no fundo da sua pessoa, uma resposta construtiva e positiva a esta questão estar-me-á a dar uma grande alegria! Cumprimentos. < anteriores seguintes >

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