Portugal disponível para "esforço conjunto acrescido"

12-09-2001
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Portugal Disponível para "Esforço Conjunto Acrescido"

Por PAULO CORREIA E SÃO JOSÉ ALMEIDA

Quarta-feira, 12 de Setembro de 2001

Governo e oposição repudiam atentados

Portugal está totalmente disponível para "participar em qualquer esforço conjunto acrescido que venha ser acordado a nível internacional", anunciou ontem o primeiro-ministro, António Guterres.

Numa conferência de imprensa realizada três horas depois dos atentados, o líder do Governo português afirmou que se deve condenar "com toda a energia" a "irracionalidade" manifestada através de "formas violentas, imprevisíveis e totalmente impiedosas".

António Guterres sublinhou que "este é o momento em que é dever da comunidade internacional, independentemente das suas diferenças, se unir integralmente não apenas na condenação, mas na luta efectiva contra o terrorismo".

Apesar de ser ainda "prematuro dizer que formas vai revestir uma cooperação internacional acrescida", o primeiro-ministro garantiu que Portugal está disponível para estudar e participar em quaisquer acções conjuntas que possam reforçar a segurança a nível mundial".

António Guterres apelou ainda, repetidamente, aos "portugueses para que possam exprimir um sentimento de unidade, de tranquilidade e de segurança".

Também o presidente do PSD, Durão Barroso, condenou, "sem qualquer reserva", o atentado terrorista, que, acrescentou, deve "indignar toda a comunidade internacional". Expressando a sua "total solidariedade ao Governo e ao povo norte-americano", o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou: "Este não é apenas um ataque aos EUA - é um ataque contra os valores da nossa civilização." Barroso, que ontem mesmo falou com o primeiro-ministro, sustentou porém que, apesar da gravidade da situação, "não há razões para medidas de carácter alarmista" em Portugal.

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, condenou igualmente a "barbaridade" dos atentados, manifestou solidariedade para com as vítimas e defendeu uma punição firme para os responsáveis. Em face das "vidas ceifadas e do horror generalizado" hoje vivido, "todos nos sentimos nova-iorquinos", disse Paulo Portas em conferência de imprensa; observou que com o fim da guerra fria as ameaças ao "mundo livre" vêm hoje de "grupos e Estados expressão de fundamentalismos políticos ou religiosos capazes de violência extrema". E defendeu que a "superioridade moral" das democracias obriga a que as "nações livres" não continuem a "oferecer tolerância" a terroristas.

O facto de os "polícias do mundo" terem sofrido um ataque desta dimensão prova a "vulnerabilidade" das "nações livres" e o "grau de insegurança de um mundo em efectiva desordem" e sem "organização política consistente", considerou Paulo Portas; defendeu ainda que os Estados Unidos devem "punir os criminosos" responsáveis pelos ataques com "firmeza," mas também com a "equidade" necessária para que civis inocentes não tenham que pagar por eles.

Carlos Carvalhas, secretário-geral do PCP, assumiu também a "clara condenação" dos atentados que "sacrificaram muitas centenas de vítimas inocentes" e apresentou condolências às famílias das vítimas e ao povo norte-americano. Considerou que os ataques se inserem numa "escalada de violência a nível mundial". Já antes o secretariado do PCP emitira um comunicado em que este organismo do comité central do PCP condenava os atentados terroristas nos Estados Unidos e lamentava o "sacrifício de vidas de cidadãos inocentes", exprimindo condolências aos familiares e ao povo americano. O secretariado do PCP não deixou de considerar que a "espiral de violência em que estes atentados se inserem só agrava a situação mundial".

Por sua vez, o Bloco de Esquerda manifestou a sua "absoluta consternação" e a "solidariedade com as famílias das vítimas e as comunidades atingidas pela tragédia". Sustentou que "o terror dos atentados" e "o número de vítimas, que se projecta para dimensões atrozes, fazem deste dia uma marca de barbárie". O Bloco apela à mobilização da comunidade internacional e da ONU para a "condenação da jornada de terror" e a "contenção da sua espiral", já que, faz notar, "a escalada militarista seria a pior resposta aos actos inqualificáveis" de ontem.

Portugal Disponível para "Esforço Conjunto Acrescido"

Por PAULO CORREIA E SÃO JOSÉ ALMEIDA

Quarta-feira, 12 de Setembro de 2001

Governo e oposição repudiam atentados

Portugal está totalmente disponível para "participar em qualquer esforço conjunto acrescido que venha ser acordado a nível internacional", anunciou ontem o primeiro-ministro, António Guterres.

Numa conferência de imprensa realizada três horas depois dos atentados, o líder do Governo português afirmou que se deve condenar "com toda a energia" a "irracionalidade" manifestada através de "formas violentas, imprevisíveis e totalmente impiedosas".

António Guterres sublinhou que "este é o momento em que é dever da comunidade internacional, independentemente das suas diferenças, se unir integralmente não apenas na condenação, mas na luta efectiva contra o terrorismo".

Apesar de ser ainda "prematuro dizer que formas vai revestir uma cooperação internacional acrescida", o primeiro-ministro garantiu que Portugal está disponível para estudar e participar em quaisquer acções conjuntas que possam reforçar a segurança a nível mundial".

António Guterres apelou ainda, repetidamente, aos "portugueses para que possam exprimir um sentimento de unidade, de tranquilidade e de segurança".

Também o presidente do PSD, Durão Barroso, condenou, "sem qualquer reserva", o atentado terrorista, que, acrescentou, deve "indignar toda a comunidade internacional". Expressando a sua "total solidariedade ao Governo e ao povo norte-americano", o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou: "Este não é apenas um ataque aos EUA - é um ataque contra os valores da nossa civilização." Barroso, que ontem mesmo falou com o primeiro-ministro, sustentou porém que, apesar da gravidade da situação, "não há razões para medidas de carácter alarmista" em Portugal.

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, condenou igualmente a "barbaridade" dos atentados, manifestou solidariedade para com as vítimas e defendeu uma punição firme para os responsáveis. Em face das "vidas ceifadas e do horror generalizado" hoje vivido, "todos nos sentimos nova-iorquinos", disse Paulo Portas em conferência de imprensa; observou que com o fim da guerra fria as ameaças ao "mundo livre" vêm hoje de "grupos e Estados expressão de fundamentalismos políticos ou religiosos capazes de violência extrema". E defendeu que a "superioridade moral" das democracias obriga a que as "nações livres" não continuem a "oferecer tolerância" a terroristas.

O facto de os "polícias do mundo" terem sofrido um ataque desta dimensão prova a "vulnerabilidade" das "nações livres" e o "grau de insegurança de um mundo em efectiva desordem" e sem "organização política consistente", considerou Paulo Portas; defendeu ainda que os Estados Unidos devem "punir os criminosos" responsáveis pelos ataques com "firmeza," mas também com a "equidade" necessária para que civis inocentes não tenham que pagar por eles.

Carlos Carvalhas, secretário-geral do PCP, assumiu também a "clara condenação" dos atentados que "sacrificaram muitas centenas de vítimas inocentes" e apresentou condolências às famílias das vítimas e ao povo norte-americano. Considerou que os ataques se inserem numa "escalada de violência a nível mundial". Já antes o secretariado do PCP emitira um comunicado em que este organismo do comité central do PCP condenava os atentados terroristas nos Estados Unidos e lamentava o "sacrifício de vidas de cidadãos inocentes", exprimindo condolências aos familiares e ao povo americano. O secretariado do PCP não deixou de considerar que a "espiral de violência em que estes atentados se inserem só agrava a situação mundial".

Por sua vez, o Bloco de Esquerda manifestou a sua "absoluta consternação" e a "solidariedade com as famílias das vítimas e as comunidades atingidas pela tragédia". Sustentou que "o terror dos atentados" e "o número de vítimas, que se projecta para dimensões atrozes, fazem deste dia uma marca de barbárie". O Bloco apela à mobilização da comunidade internacional e da ONU para a "condenação da jornada de terror" e a "contenção da sua espiral", já que, faz notar, "a escalada militarista seria a pior resposta aos actos inqualificáveis" de ontem.

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